A revista VEJA de 20/07/17 publicou uma
interessante reportagem da jornalista Bianca Alvarenga, sobre a geração Nem Nem,
que “com a crise, o número de jovens no Brasil que nem trabalham nem estudam já
soma 6,6 milhões. Os reflexos desse fenômeno não atingirão só a vida deles, mas
toda a sociedade”, adverte
O número de
brasileiros de 18 a 24 anos soma 23,6 milhões. Mas
30% dos brasileiros nessa faixa etária (ou seja 6,6 milhões de jovens) hoje não
trabalham nem estudam e apenas 5% desse total de 6,6 milhões tem o ensino
superior completo.
“Numa crise econômica profunda todos perdem, mas uns
perdem mais que os outros — e esses são quase
sempre os jovens. Enquanto a taxa geral de desocupação brasileira fechou o
primeiro trimestre em 13,7%, mas entre aqueles com idade de 18 a 24 anos esse
número bateu em 31,8%”
Os chamados nem-nem – pessoas que, na fase em que deveriam estar
ingressando na universidade ou chegando ao mercado de trabalham, deparam com as
portas fechadas”
De acordo com a
pesquisa "Síntese de Indicadores Sociais", a maioria dos que formam a
geração "nem-nem" (nem estuda nem trabalha) é de mulheres: 70,3%. A
incidência é maior no subgrupo formado pelas pessoas de 25 a 29 anos, onde as
mulheres representavam 76,9%.
Geração Nem-Nem: uma bomba-relógio
“Quase 10 milhões de jovens brasileiros (15 a 29 anos) no Brasil não trabalham nem estudam. É um exército de reserva que pode ser manobrado para o bem ou para o mal.
Quase 10 milhões de jovens brasileiros (15 a 29 anos) no Brasil não trabalham nem estudam. É um exército de reserva que pode ser manobrado para o bem ou para o mal. A classe dominante brasileira sempre teve medo de uma rebelião dos escravos (Darcy Ribeiro). Mas são os antagonismos sociais (desigualdades) do nosso capitalismo selvagem e extrativista que podem um dia explodir por meio de uma violência coletiva devastadora. O IBGE (na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio de 2012) apontou que os jovens que não trabalhavam nem frequentavam a escola, os chamados de “nem-nem”, representavam 19,6%. Isso significa 9,6 milhões de jovens, de uma população estimada para o período de 48, 8 milhões de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos.O problema, aliás, é mundial. O relatório Tendências Mundiais de Emprego 2014 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que o desemprego entre os jovens continua aumentando. Em 2013, 73,4 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estavam sem trabalho – quase 1 milhão a mais do que no ano anterior. Isso representa uma taxa de desemprego juvenil de 12,6 %, mais do que o dobro da taxa de desemprego geral de 6,1%. A pesquisa revelou que o número de jovens que não trabalham nem estudam cresceu em 30 dos 40 países pesquisados. Em 2013, 1 milhão de jovens perderam seus trabalhos.
Boa parcela desses milhões de jovens que não estudam nem trabalham conta, no entanto, com estrutura familiar (é o grupo Nem-Nem acolchoado). O restante é desfamiliarizado (não tem uma constituição familiar sólida nem amparo social, como é corrente nos países de capitalismo selvagem e/ou concentrador: Brasil, EUA etc., que nada têm a ver com os países de capitalismo evoluído e distributivo, civilizados, como Dinamarca, Noruega, Japão, Alemanha, Islândia etc.).
Esse grupo desfamiliarizado (Nem-Nem+), nos países de capitalismo selvagem e extrativista, é uma verdadeira bomba-relógio, em termos sociais, de potencial criminalidade e de violência. Por quê? Porque os fatores negativos começam a se somar (não estuda, não trabalha, não procura emprego, não tem família, não tem projeto de vida...). Se a isso se juntam más companhias, uso de drogas, convites do crime organizado, intensa propaganda para o consumismo, famílias desestruturadas etc., dificilmente esse jovem escapa da criminalidade (consoante a teoria multifatorial da origem do delito). Milhões de jovens, teoricamente, estão na fila da criminalidade (e nossa indiferença hermética não se altera um milímetro com tudo isso). Fonte: http://professorlfg.jusbrasil.com.br/
AMEAÇA VIRÁ DAS FAVELAS
O Brasil que tinha 80% de sua população no interior viu, em menos de seis décadas 80% dessa população mudar-se para as cidades. Cinturões de miséria formaram-se nas periferias das cidades brasileiras. Não se conhece no mundo tamanha migração em tão pouco tempo.
O Brasil que tinha 80% de sua população no interior viu, em menos de seis décadas 80% dessa população mudar-se para as cidades. Cinturões de miséria formaram-se nas periferias das cidades brasileiras. Não se conhece no mundo tamanha migração em tão pouco tempo.
“Ao
Império norte-americano não passaram desapercebidas as conseqüências
geopolíticas de um "planeta de favelas". Temem "a urbanização da
revolta" ou a articulação dos favelados em vista de lutas políticas.
Organizaram um aparato MOUT (Military Operations on Urbanized Terrain:
operações militares em terreno urbanizado) com o objetivo de se treinarem
soldados para lutas em ruas labirínticas, nos esgoto, nas favelas, em qualquer
parte do mundo onde os interesses imperiais estejam ameaçados. Será a luta
entre a cidade organizada e amedrontada e a favela enfurecida. Um dos
estrategistas diz friamente:"as cidades fracassadas e ferozes do Terceiro
Mundo, principalmente seus arredores favelados, serão o campo de batalha que
distinguirá o século XXI; a doutrina do Pentágono está sendo reconfigurada
nessa linha para sustentar uma guerra mundial de baixa intensidade e de duração
ilimitada contra segmentos criminalizados dos pobres urbanos.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário