sábado, 5 de julho de 2014

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL CUSTARÁ R$ 1 BILHÃO



CUSTO DAS ELEIÇÕES
A cifra de R$ 1 bilhão refere-se apenas às campanhas para presidente da República. Adicionando-se à conta os comitês de governadores, senadores e deputados, o valor é bem maior. Em 2010, foram às urnas pouco mais de 22 mil candidatos. Sem contar o dinheiro que correu por baixo da mesa, os gastos eleitorais foram contabilizados em R$ 3,23 bilhões.
Com a experiência de quem já presidiu o Tribunal Superior Eleitoral um par de vezes, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirma: “Não temos altruísmo no Brasil. E o troco que é cobrado sai muito caro para a sociedade brasileira. Será que essa doação se faz por uma ideologia, pela adesão a este ou aquele partido? A resposta é desenganadamente negativa.”
De 2002 a 2012, os gastos com campanhas eleitorais saltaram de R$ 798 milhões para R$ 4,6 bilhões. Nada menos que 471% em uma década, sendo 95% do montante oriundo de doações de pessoas jurídicas. Os franceses, nas últimas eleições presidenciais e legislativas, gastaram US$ 30 milhões. As campanhas eleitorais no Brasil tornaram-se uma jogatina.
Como o capital não tem ideologia -- basta observar que o mesmo PT que assustava o empresariado hoje é recordista olímpico de arrecadação --, nosso sistema político caminha obstinadamente para uma plutocracia partidária, isto é, o regime onde o dono da arca imobiliza as forças ascendentes, pulveriza os descontentes e domestica os moderados. A história do Mensalão não nos deixa mentir.
Do ponto de vista econômico, tal influência é ainda mais perniciosa, sobretudo no governo de um partido que não tem nenhuma vergonha em usar o Estado para beneficiar e privilegiar seus escolhidos. A promiscuidade entre poder e capital é a aliança perfeita entre os que querem privilégios e os que não toleram a ideia de deixar o poder. Uma mão suja a outra. E dane-se a democracia.
Por mim, bendito será o dia em que os candidatos serão recebidos pelos eleitores com cartolinas e bandeiras confeccionadas por vontade própria, defendendo princípios pessoais, propagando ideias nas redes sociais por convicção, fazendo de suas casas pequenos comitês e mobilizando vizinhos em torno de compromissos. Ou seja, campanhas feitas por quem realmente decide e se importa com os rumos do país: o eleitor.

Candidatos à Presidência estimam 49,5% a mais de gastos do que nas eleições de 2010

Onze concorrentes somados preveem despesas de quase R$ 1 bilhão

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Na disputa pelo Palácio do Planalto, os 11 concorrentes somados preveem que suas despesas podem chegar a R$ 918,4 milhões. Em 2010 os nove candidatos protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previsão de limite de gastos de R$ 482,5 milhões, valor que, corrigido pela inflação, equivale a R$ 614 milhões.
O PT prevê gastar com a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em torno de R$ 300 milhões, um crescimento real de 34% em relação a 2010. O partido fará hoje o registro da candidatura e ainda fechava os orçamentos ontem. Já o candidato do PSDB, senador Aécio Neves (MG), prevê um limite de gasto de R$ 290 milhões. Esse valor é 26,5% maior do que o candidato tucano José Serra registrou como teto de despesas há quatro anos. O ex-governador Eduardo Campos (PSB), por sua vez, prevê gastar R$ 150 milhões, 31% a mais que a ex-ministra Marina Silva previu há quatro anos, quando era a terceira colocada nas pesquisas. Fonte: http://oglobo.globo.com/

Um comentário:

  1. Pois é, por isso que na nossa democracia o político eleito
    representa no Poder os empresários, e não o eleitor.

    Rubens Silva Pontes, Serra/ES, por e-mail

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