BRASIL TEM 6 MILHÕES DE PESSOAS VIVENDO
NA SITUAÇÃO DE POBREZA
Número equivale a 3,1% da população.
Além da renda, ONU considera acesso a condições de vida decentes, como educação
e saúde
por
Martha Beck / Gabriela Valente
(O GLOBO, 24/07/2014)
BRASÍLIA - O Brasil
tem 6,083 milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza, segundo o
Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2014. Esse número - que equivale a
3,1% da população do país - abrange indivíduos que, além de não terem renda,
vivem sem acesso a educação ou saúde ou condições de vida consideradas decentes
(com água, luz e saneamento, por exemplo). Para as Nações Unidas, a pobreza
deve ser medida não apenas de acordo com a renda, mas com as privações que os
indivíduos enfrentam para ter qualidade de vida.
Por isso, o relatório
traz desde 2010 o chamado Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). Por ele, é
classificado como pobre qualquer indivíduo privado de pelo menos três de um
total de 10 indicadores considerados importantes para se ter qualidade de vida:
nutrição, baixa mortalidade infantil, anos de escolaridade, crianças
matriculadas em escolas, energia para cozinhar, saneamento, água, eletricidade,
moradia digna e renda. E quanto maior o número de indicadores, mais grave é a
situação.
IDH: Brasil sobe um degrau em ranking de qualidade de vida para 79ª posição
Aumento da renda e da expectativa de vida sustentou avanço
por
Martha Beck / Gabriela Valente
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2014, o Brasil avançou graças, principalmente, ao aumento da renda e da expectativa de vida da população. O documento aponta que a Renda Nacional Bruta (RNB) per capita do país subiu de US$ 14.081 em 2012 para US$ 14.275 em 2013, enquanto a expectativa de vida aumentou de 73,7 anos para 73,9 anos no mesmo período. O ranking do IDH divulgado em 2014 é relativo ao ano de 2013.
Já os indicadores de educação, que provocaram polêmica com o governo no ano passado, ficaram estáveis. A expectativa de anos de estudo (que significa quanto tempo se espera que uma criança ficará na escola) se manteve em 15,2 anos e a média de anos de estudo, em 7,2 anos. No entanto, o Pnud fez questão de destacar que isso não significa que o Brasil não fez avanços nesse campo.
— O Brasil avançou nas três áreas que compõe o IDH (saúde, educação e renda), mas isso não apareceu na educação porque as bases de dados ainda não captaram essas mudanças — explicou a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andréa Bolzon.
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