As
maiores obras da Copa, quanto custaram e quem são os responsáveis
Sílvio Guedes Crespo (16/07/2014)
Sílvio Guedes Crespo (16/07/2014)
As obras da Copa do Mundo de 2014 no Brasil custaram,
até agora, R$ 23,45 bilhões. Esse número corresponde aos recursos
efetivamente contratados até o momento, não à previsão. O valor pode
aumentar porque diversas obras ainda estão em andamento.
O dinheiro para essas ações veio em parte de orçamento
direto de governos federal, estaduais e municipais, de empréstimos de bancos
federais e de empresas concessionárias.
Veja abaixo quanto custaram as principais obras da
Copa, qual foi o órgão responsável e de onde veio o dinheiro.
Como principais obras, escolhi todos os estádios e as
maiores ações em outras áreas.
Estádios
Quem está pagando pela construção dos estádios são os
governos estaduais, na maior parte dos casos, e também empresas concessionárias
e os clubes, quando as arenas são privadas. Em Curitiba e São Paulo, a prefeitura
também contribuiu – no primeiro caso, com recursos do orçamento, e no segundo,
com incentivos fiscais, conforme mostra a tabela abaixo.
O governo federal contribuiu indiretamente para a
construção dos estádios. Por meio de bancos públicos, financiou 11 das 12
arenas, cobrando taxas de juros menores que a do mercado. Uma forma de medir a
contribuição federal, nesses casos, é calculando a diferença entre quanto
os bancos públicos receberão de juros e quanto eles poderiam receber se
cobrassem uma taxa de mercado.
Cidade-sede
|
Custo (R$ mi)
|
Empréstimo
|
Quem paga
|
Belo Horizonte
|
678
|
400
|
Concess./Gov. de MG
|
Brasília
|
1.438
|
0
|
Gov do DF
|
Cuiabá
|
596
|
338
|
Gov do MT
|
Curitiba
|
234
|
131
|
Atlético-PR/Gov do PR/Pref.
|
Fortaleza
|
519
|
352
|
Gov do CE
|
Manaus
|
651
|
400
|
Gov do AM
|
Natal
|
400
|
397
|
Concess./Gov do RN
|
Porto Alegre
|
330
|
275
|
Clube Inter., Andrade
Gutierrez
|
Recife
|
385
|
930
|
Concess./ Gov do PE
|
Rio de Janeiro
|
1.077
|
400
|
Gov do RJ
|
Salvador
|
689
|
574
|
Concess./Gov da BA
|
São Paulo
|
820
|
400
|
Corinthians/Pref. S. Paulo
|
TOTAL
|
7.817
|
4.596
|
|
Fonte: Controladoria-Geral da União
|
Ainda, o
governo federal tem concedido benefícios fiscais em determinadas obras da
Copa. Com esse tipo de medida, deixou de arrecadar R$ 1 bilhão segundo
levantamento feito pelo jornal “Valor Econômico''.
Aeroportos
Das 12 cidades-sede, a única que não teve seu aeroporto
reformado para a Copa foi Recife. Nas demais, as obras somaram 8,2 bilhões e
foram pagas, em sua maioria, pela Infraero. Em São Paulo (Guarulhos e
Viracopos) e Brasília, a concessionária ficou responsável pela maior parte.
A reforma do Aeroporto Internacional de Guarulhos
foi a obra mais cara da Copa. Até a última atualização dos dados, os recursos
contratados somaram R$ 2,3 bilhões e a ação estava 93% concluída. A responsável
pela maior parte das ações foi a empresa concessionária, que contribuiu com R$
2,1 bilhões. Os outros R$ 170 milhões saíram da estatal Infraero.
Ainda no Estado de São Paulo, a concessionária do
Aeroporto de Viracopos desembolsou R$ 2,1 bilhões para ampliação e
manutenção. A obra está 90% concluída.
O Aeroporto Internacional de Brasília recebeu a
terceira maior intervenção, de R$ 1,13 bilhões. A concessionária desembolsou R$
1,1 bilhão para ampliação das instalações, enquanto a Infraero gastou R$ 18,7
milhões e concluiu 84% da obra (não foi informado ainda o percentual de execução
física da parte que cabe à empresa privada).
Em outras nove cidades-sede, as reformas de aeroportos
somaram R$ 2,7 bilhões e ficaram sob responsabilidade da Infraero. Recife foi a
única cujo aeroporto não foi reformado para a Copa.
Mobilidade
A cidade-sede que mais gastou com mobilidade urbana
para a Copa foi o Rio de Janeiro. As obras do BRT (Bus Rapid Transit, espécie
de ônibus expresso) que liga o Aeroporto do Galeão à Barra da Tijuca,
passando pela Penha, custaram até agora R$ 1,bilhão, e estão 87% concluídas.
Quem está pagando é a prefeitura do Rio, após receber empréstimo do BNDES.
Em segundo lugar aparece a cidade de Cuiabá. Para o
VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que vai de Cuiabá a Várzea Grande, os recursos
contratados somaram R$ 1,5 bilhão. Os responsável é o Governo do Estado do Mato
Grosso, que obteve empréstimo da Caixa Econômica Federal. Apenas metade dessa
obra foi concluída até o momento.
Em Belo Horizonte existem sete obras de
mobilidade urbana para a Copa, todas sendo pagas pela prefeitura, com
financiamento da Caixa. Juntas, elas somam R$ 1,2 bilhão em recursos já
contratados. Dessa quantia, mais da metade (R$ 693 milhões) vai para a
construção de BRTs: no corredor Antonio Carlos/Pedro I, na área central e na
avenida Cristiano Machado. O percentual médio de execução física dessas
obras é de 93%.
Das 12 cidade-sede da Copa, somente Manaus não teve
projeto de mobilidade urbana. Nas demais, as obras custaram R$ 7,3
bilhões. São Paulo, maior cidade do país, foi apenas a sexta em quantidade de
recursos para mobilidade, com R$ 549 milhões na Zona Leste, próximo do
Itaquerão. Pouco mais de 55% da obra foi executada. O responsável é o Governo
do Estado de São Paulo.
Portos
Em Fortaleza, Manaus, Natal, Recife, Salvador e Santos
(SP), houve reformas ou construções de portos para a Copa. As obras mais caras
ocorreram no litoral paulista (R$ 274 milhões) e na capital cearense (R$
176 milhões). Juntas, as intervenções nos portos das seis cidades citadas foram
de R$ 586 milhões. O percentual médio de execução física dessas obras é de 73%.
A responsabilidade é do governo federal, por meio da Secretaria dos
Portos.
Fonte: http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br
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