quinta-feira, 11 de junho de 2015

ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS



SOBRE O ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS, por Rubens Menin

Nunca as famílias brasileiras endividaram-se tanto e tão rapidamente quanto nos últimos anos. Essa tendência tem sido medida de forma objetiva por vários estudos, entre os quais se destaca a “Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – PEIC”, executada mensalmente pela CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, com abrangência nacional. Os resultados da PEIC do último mês de maio apontam, sinteticamente, que 62,4% das famílias brasileiras estão endividadas; que 21,1% destas famílias endividadas estão inadimplentes (com contas em atraso); e que 7,4% das famílias inadimplentes não terão condições de solver as suas dividas vencidas. São números que vêm se deteriorando mês a mês, principalmente no último exercício. A mesma pesquisa indica, também que, 33,2% das famílias endividadas em maio de 2015 têm comprometimento com dívidas em prazo superior a um ano e que 21,9% delas comprometem mais de 50% das respectivas rendas mensais com o pagamento de dívidas ou prestações. As principais fontes dessas dívidas estão associadas, isolada ou conjuntamente, com cartão de crédito (76,9%), carnês ou prestações no comércio (15,6%), financiamento de veículos (13,6%), crédito pessoal (9,0%), financiamento imobiliário (8,1%), cheque especial ou pré-datado (7,7%) e outros tipos de dívidas (8,6%).
As razões para esse tipo de desequilíbrio são várias e elas agem de forma agregada e sistêmica, uma emulando as outras. No centro delas está a equivocada política governamental de estimular o consumo como base para a sustentação da economia, favorecendo o oferecimento farto de crédito e de meios de endividamento, notadamente para a compra de bens e serviços supérfluos ou incompatíveis com a renda familiar. A economia vem sendo também equivocadamente estimulada pelos gastos descontrolados dos governos, muito além das respectivas arrecadações e que acabaram por comprometer seriamente a higidez das contas públicas. Tudo isso associado a uma voracidade fiscal nunca vista, que redundou numa das maiores cargas tributárias do mundo. O mais grave é que essa enorme arrecadação (feita às custas da renda das famílias) é muito mal aplicada, sendo preponderantemente gasta em custeio de uma paquidérmica e ineficiente máquina pública, no pagamento dos juros de uma exorbitante dívida acumulada, no desperdício em ações desnecessárias ou mal planejadas e, como todos já estão sabendo, posta fora em descaminhos criminosos de corrupção ou desvios equivalentes.
Acerca desse último aspecto, cumpre destacar a recente pesquisa elaborada pelo IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, intitulada “Estudo da Relação da Carga Tributária Versus Retorno dos Recursos à População em Termos de Qualidade de Vida”. Esse trabalho comparou a situação entre os 30 países com maior carga tributária do mundo, no que diz respeito aos respectivos IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, para que pudesse ser calculado, para cada nação, o assim chamado IRBES – Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade. Segundo esse importante estudo, o Brasil aparece em último lugar (30°) na lista de 30 países, com os seguintes e escandalosos resultados: Carga Tributária = 36,02% do PIB; IDH = 0,730 ; e IRBES = 135, 63. O ranking é encabeçado por EUA, Austrália, Coréia do Sul e Japão. Em resumo, o contribuinte brasileiro paga uma enormidade de impostos e recebe muito pouco de volta. 
Por outro lado, essa gastança descontrolada pressionou a inflação, que ressurgiu com grande fôlego, situando-se, já, em patamar superior a 8% ao ano. Para combatê-la, o Banco Central foi obrigado a lançar mão de um dos principais recursos que tinha à sua disposição: a elevação da taxa básica de juros, representada pela SELIC. Esse indicador passou de 7,25% (em março de 2013) para 13,75% ao ano (em junho de 2015), representando um aumento de 6,50 pontos percentuais nesse curtíssimo período. Como todos os juros praticados no país marcham atrelados à SELIC, esse aumento onera as dívidas (atuais e futuras) das famílias, dificultando a sua liquidação. Ao mesmo tempo, esse aumento significativo nos juros, compromete, também, a própria renda das famílias em tudo aquilo que tiver que ser comprado a prazo ou com financiamento. Nesse sentido, é mais um ônus a ser somado àquele já mencionado e representado por uma taxa anual de inflação superior a 8% ao ano.
Para concluir essa breve abordagem, quero destacar o efeito conjunto de todos esses fatores concorrentes, diretamente na renda das famílias. Impostos exorbitantes, juros estratosféricos, inflação elevadíssima e gastança pública descontrolada corroem de forma intensa a renda das famílias afastando-as, cada vez mais, da desejada possibilidade de liquidação ou mitigação das dívidas já acumuladas. Para tanto, é imperioso que se combata a inflação, que se reduzam os juros e que se controle a gastança pública.
Rubens Menin é presidente do Conselho de Administração da MRV Engenharia e da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias)


Fonte: http://diariodopoder.com.br/ (11/06/15)

DA FANTASIA À REALIDADE



DA FANTASIA À REALIDADE,
por Roberto Freire, deputado do PPS por São Paulo

Enquanto Dilma Rousseff anunciava um novo pacote de privatizações, historicamente demonizadas pelo PT, e prometia investimentos faraônicos em obras de infraestrutura em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, os brasileiros recebiam mais uma má notícia sobre o estado de penúria em que se encontra a economia do país. Segundo levantamento do IBGE, a produção industrial registrou queda em 13 de 14 regiões pesquisadas em abril, o que representa o pior resultado desde dezembro de 2008.
Só em São Paulo, o maior parque industrial do Brasil, o recuo foi de 11,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em média, a retração nacional foi de 7,6% na comparação com abril de 2014 e 1,2% ante março deste ano, alcançando o terceiro resultado negativo em sequência. No acumulado do ano até aqui, a queda é de 6,3% e, nos últimos 12 meses, de 4,8%.
Ao mesmo tempo em que Dilma afirmava que o mirabolante plano de privatizações “viraria a página” da crise, a última Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, que engloba as seis maiores regiões metropolitanas do país, apontava uma taxa de desocupação de 16,2% entre os jovens de até 24 anos no mês de abril. O percentual é duas vezes e meia maior que o índice geral de desemprego revelado pela PME (6,4%) e o dobro do resultado divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (8%), mais abrangente.
O aprofundamento da crise econômica, com o aumento do desemprego e a queda vertiginosa da produção industrial, contrasta com a tentativa do governo de edulcorar a realidade e ludibriar a opinião pública por meio dos factoides mais variados. Seja passeando de bicicleta pelas redondezas do Palácio da Alvorada ou anunciando pacotes que não passam de cartas de intenção, Dilma pretende desviar o foco e fazer fumaça com uma agenda supostamente positiva. Como tática de propaganda, pode até ser eficaz, mas não é suficiente para convencer a sociedade de que o pior já passou. 
Ao que tudo indica, ao contrário do que preveem os áulicos do PT, a recessão em que o país está mergulhado não arrefecerá tão cedo. A perversa conjugação entre inflação, retração econômica, desemprego e elevadas taxas de juros configura um cenário que, infelizmente, tende a se tornar ainda mais sombrio. Diante desse quadro, amplificado pela grave crise política e pelos desdobramentos do escândalo de corrupção na Petrobras, a hipótese do impeachment da presidente pode se concretizar caso a ingovernabilidade se instale.  
A solução para os problemas do Brasil passa por um governo mais competente, responsável, transparente e cuja credibilidade não esteja irremediavelmente comprometida. Se Dilma deseja tirar o país do buraco e concluir seu mandato, não será apelando às peças de propaganda idealizadas pelo marqueteiro-chefe do Planalto que logrará seu intento. O abismo entre a fantasia petista e a dura realidade vivenciada pelos brasileiros é cada vez maior, quase do tamanho da incompetência de uma gestão desastrosa. 


terça-feira, 9 de junho de 2015

BRASIL: RISCO DE CONVULSÃO SOCIAL



Brasil: RISCO DE RUPTURA SOCIAL GRAVE
PARA ONDE VAMOS?
Não há mais nenhuma dúvida de que no Brasil há sinais alarmantes de que o país pode estar vivendo um processo de ruptura social muito grave.
A área econômica do governo trabalha com a expectativa sinistra de que a crise levará o comércio varejista a demitir quase de 1 milhão de pessoas durante este ano. O governo se prepara para o pior: convulsão social. E não é para menos: dos atuais 7.945.613 dos trabalhadores com carteira assinada no comércio, 12% devem perder seus empregos. Só o setor público emprega mais que o comércio: 9,3 milhões, no total. Fonte:


Em 2014, o comércio varejista teve o pior desempenho em dez anos, mas a crise nos anos de 2015 e 2016 será ainda mais grave.
Nos primeiros três meses de 2015 já houve 129 mil demissões no comércio. É a maior queda do nível de empregos formais desde 2007.
O governo só se preocupa a indústria automobilística, mas só o Grupo Pão de Açúcar emprega 160 mil, mais que todas as montadoras juntas.
A crise é devastadora no comércio, em grandes e pequenos centros. No Distrito Federal, já foram fechadas só este ano mais de 2 mil lojas.

http://diariodopoder.com.br (09/06/15)
O morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, provocada por membros do Black Block. Ele foi atingido na cabeça por um rojão no dia 06/02/14, quando registrava o confronto entre manifestantes e policiais durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, no Centro do Rio.

R$ 150,00 PARA PROMOVER QUEBRA-QUEBRAS
O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, ambos indiciados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, disse, em entrevista à Globonews, que jovens de famílias pobres, como Caio, vêm recebendo R$ 150 para participar de cada uma das manifestações no centro da cidade. Ele não especificou quem faz os pagamentos, mas acusou partidos políticos de envolvimento.
Caio Silva de Souza admitiu hoje ter acendido o rojão que matou cinegrafista da Band em ato. Foi Fábio Raposo quem entregou o rojão para Caio.                                                                 
Fonte: http://www.estadao.com.br/

E está em andamento o movimento para impedir a realização da Copa, 70 ônibus foram depredados em São Paulo em 40 dias e 41 foram incendiados, alguns articulados, torna imprevisível o que vem por aí.
“A taxa de desemprego entre os que têm de 16 a 24 anos, subiu de 14,6% para 15,3% em junho, mais do que o dobro dos 6% registrados para a média de todas as idades, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE. O contingente de jovens desempregados atingiu 579.974 pessoas, o equivalente a sete Maracanãs lotados.”
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação, diz: 
“Qual a relação entre a expansão da criminalidade e a insatisfação social? Tudo a ver, seja na visão da corrente sociológica seja na perspectiva da vertente econômica.
A primeira argumenta que a queda da desigualdade entre classes diminui a insatisfação social, fazendo refluir a violência; a segunda levanta a hipótese de que o ganho com ações ilegais diminui ante o aumento da renda das famílias.
Vejamos, agora, os dados de fundo: entre 2001 e 2011, a renda dos 10% mais ricos cresceu 16,6%; e a renda dos mais pobres aumentou 91,2%. A numerologia positiva abriga, ainda, 19 milhões de empregos com carteira assinada e a badalada estatística de 35 milhões de brasileiros que, nos últimos 10 anos, ascenderam à classe média, hoje somando 52%, ou seja, mais de 100 milhões de pessoas.
Diante da evidência de que o país ganhou um dos maiores (e retumbantes) programas de distribuição de renda da contemporaneidade, restaria fechar o parágrafo com aplausos ao corolário: a violência diminui no país graças ao aumento do Produto Nacional Bruto da Felicidade (PNBF).
Verdade? Não. Trata-se de mais um sofisma.
A comunidade nacional vive um clima de medo e insegurança. Por todos os lados, multiplica-se a marca da violência.
A viseira que embute alta satisfação não consegue esconder a coleção de crimes, cometidos nos últimos tempos, os quais, pela inexcedível violência, puxam o Brasil para os primeiros lugares do ranking mundial da barbaridade.
Basta ilustrar com as estampas de casos que borram o maior cartão postal do Brasil, o Rio de Janeiro: o estupro de uma americana, dentro de uma van, e a agressão contra seu namorado francês; o assalto a três turistas argentinas nos Arcos da Lapa; mais recente, o estupro de uma mulher, dentro de um ônibus, por um jovem de 16 anos, flagrado por uma câmara de vídeo.
Em São Paulo, expandem-se situações de extrema violência, como o que vitimou, há dias, um empresário, que, meses antes, tentara fazer um boletim de ocorrência sobre tentativa de assalto, sendo tratado com descaso pelo delegado.
Em Goiânia, morreu a menina de 11 anos, baleada ao tentar defender o pai durante uma briga numa pizzaria. A série criminosa é tão povoada de absurdos que o país começa a fazer parceria com a Índia, onde, recentemente, uma criança de 5 anos morreu após ser estuprada por dois homens.
O fato é que o roteiro da maldade extremada não combina com o retrato de bem-estar com o qual se procura apresentar o país.
O que explica o clima de insegurança que permeia os mais diferentes espaços, das margens ao centro, quando as trombetas da administração fazem ecoar hinos ao conforto social, resultante de um programa-símbolo de distribuição de renda?
Ou será que, no caso da criminalidade, não se pode usar o termômetro da igualdade/desigualdade social para explicar o fenômeno?
A questão gera polêmica e boa dose de contradição. Vejamos. A PUC do Rio de Janeiro fez um estudo para o Banco Mundial, no qual mostra que a redução dos níveis de desigualdade pelo Bolsa Família foi a principal causa da redução da violência em São Paulo entre 2006 e 2009.
A expansão do programa, segundo o pesquisador João Manoel Pinho de Mello, teria sido responsável por 21% do total da queda de criminalidade. Em 2012, porém, o número de homicídios em São Paulo cresceu 34% em relação ao ano anterior, significando 1.368 mortes contra 1.019 em 2011.
No quadro geral da criminalidade em todo o Estado, o incremento foi de 15%. Já no primeiro trimestre deste ano, a capital registrou um aumento de 18% no número de homicídios dolosos, na esteira de uma expansão que vem ocorrendo há mais de 8 meses.
Ante a aparente contradição entre mais igualdade social e maior taxa de criminalidade, faz-se necessário colocar no caldeirão da violência outros ingredientes, a começar pela obsolescência do Código Penal, que escancara o descompasso entre a brutalidade de crimes e penas brandas atribuídas.
O mesmo se pode dizer do Estatuto da Criança e do Adolescente, que carece de atualização para acompanhar os avanços tecnológicos e o instrumental formativo/informativo que eleva as condições dos jovens.
A par de problemas endógenos da estrutura policial – carência de casas de custódia e de presídios, mandados de prisão descumpridos, grau elevado de letalidade nas intervenções policiais, corrupção no meio etc – espraia-se pelo território o consumo de drogas e álcool, na esteira da massificação dos produtos identificados com diversão e ócio.
A morosidade da justiça cria a sensação de impunidade. As brechas do sistema normativo contribuem para a banalização de atos ilícitos. Que encontram terreno fértil para prosperar nas camadas mais pobres, particularmente entre os jovens.
A extrema pobreza atinge, hoje, 12.2% dos 34 milhões de jovens brasileiros, cujas famílias auferem uma renda per capita de até ¼ do salário mínimo.
A conclusão é inescapável. O Brasil se prepara com muito temor para sediar os dois mais importantes eventos esportivos da era moderna: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. A esta altura, deveria se empenhar para exibir a estética de seus estádios e cidades e estender os braços do Cristo no Corcovado aos milhares de turistas que para cá se deslocarão, eis que feias nódoas borram seus belos cartões postais, gerando incertezas sobre a segurança dos visitantes.
Sejamos realistas. ... é pouco provável que tenhamos um clima social mais harmônico e um território menos turbulento. Continuaremos a ser o país que concentra 3% da população mundial e 9% dos homicídios do mundo. E que, nos últimos 30 anos, registra mais de um milhão e 100 mil vítimas de homicídios.
Não é de espantar que a onda de crimes cada vez mais hediondos esteja banalizada. Mataram mais uma criança? Ah...! Estupraram mais uma moça? Oh...! O pai assassinado deixou quatro filhos? Ih...! Ah, amanhã teremos mais.”
Míriam Leitão, O Globo
“A juventude está em perigo em vários aspectos. A morte prematura dos rapazes ronda os jovens do mundo inteiro. O desemprego dos jovens é alto até no Brasil, em que a taxa geral está baixa. Na Europa, há o risco de haver uma geração perdida. E há os jovens que não trabalham nem estudam. A juventude sempre esteve exposta a riscos, mas agora eles se agravaram.
Por isso o Papa Francisco acertou tão completamente quando chamou a atenção para os jovens. Falar deles é natural sendo a Jornada Mundial da Juventude, mas o conteúdo do que disse, tanto no avião quanto ao chegar ao Brasil, mostra que ele está antenado com as aflições que cercam os jovens e que ameaçam a todos nós, por serem eles os donos do futuro.
O desemprego de jovens chega ao ponto calamitoso de 54% na Espanha. Na Grécia, quase 60%, em Portugal, 42%. A média da Europa supera 20%. Fora dessa devastação, só a Alemanha, com 7%, um número melhor do que o do Brasil, que, em maio, registrou 13,6% de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos. A taxa geral do país foi 5,8%.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um estudo recente mostrando que a taxa mundial de desemprego entre quem tem 15 e 24 anos está em 12,6%. Ao todo, são 73,4 milhões de jovens sem emprego. Como as estatísticas só registram os que procuram trabalho, o número é pior porque muitos jovens nem procuraram.
O desalento, a gravidez precoce, as drogas são algumas das causas. Um estudo do Ipea registra que em 2010 havia oito milhões e oitocentos mil jovens brasileiros, de 15 a 29 anos, que nem estudavam nem trabalhavam.
As gerações mais jovens no Brasil estudaram mais do que seus pais. Quem tem hoje entre 20 e 24 anos estudou mais do que quem tem entre 40 e 50 anos. E está com mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho. A frustração pode provocar traumas e inseguranças que a pessoa carregará a vida inteira.
o povo está nas ruas exigindo um novo Brasil. E não é só a política brasileira, mas o Poder Judiciário, o Executivo. Ninguém se salva.”

Esse movimento que vem das ruas, dos jovens estudantes, formará um crescendo que irá se avolumando e, creio, trará um abalo profundo no que chamam de estabilidade nacional. Se for bem equacionado, surgir um líder, poderá desaguar numa ruptura com o sistema vigente e surgir uma nova democracia. Se não aparecer uma liderança ao meio dessa gente revolta, os marginais da depredação, dos saques e da violência tomarem conta, poderá degenerar numa ditadura, o que será muito ruim e, se a mesa democrática virar de pernas para o ar, no Brasil, o resto das nações latinoamericanas seguirão no rastro dos incêndios.
O que está acontecendo é a frustração da sociedade diante do fracasso do PT no Governo, do seu acasalamento com o PMDB, e mais 17 partidos políticos, para transformar o Brasil nisso que está aí. Uma vergonha!, diz o senador Pedro Simon. O velho Pedro Simon, do alto dos seus 84 anos, sendo 60 de vida pública, merece ser ouvido. Ainda temos gente séria neste país.”

Estamos caminhando para o imprevisível.