Por THEODIANO
BASTOS
Em 12 de abril de
1961, Yuri Gagarin, major russo, aos 27 anos, foi o primeiro ser humano a ver a terra do
alto e constatar de que cor era é. ''A Terra é azul”, é uma das frases mais célebres da humanidade "A paisagem é absolutamente linda e nova ... a superfície
da terra muda de cor à medida que é iluminada pelo céu negro, de onde vejo
muito bem as estrelas". A voz é do primeiro cosmonauta da história: Yuri
Gagarin.
Do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, o major russo, de 27 anos, Yuri Gagarin entrou a
bordo da vostok 1- cápsula de pouco menos de 2,5 metros – e deu uma volta
completa ao redor do planeta.
MAS JUNG DISSE ISSO EM 1944
A visão, ou experiência-de-quase-morte,
vivida pelo psiquiatra Carl Jung em 1944, descrita por ele mesmo O
famoso psicólogo suíço Carl
Gustav Jung (1875-1961) teve uma vivência inédita no ano de 1944,
quando estava doente, que poderia ser descrita como uma visão ou uma
impressionante experiência-de-quase-morte (EQM),
que ele relatou por escrito e que está no livro “Memories, Dreams and Reflections“,
num capítulo intitulado “Visões“.
Como o criador da Psicologia Analítica e desenvolvedor da teoria do inconsciente coletivo e
dos arquétipos, é
curioso e rico ler o relato de Jung e seus encontros com formas primais e seu
“conhecimento instantâneo” nessa experiência inusitada e inspiradora. No trecho
traduzido que segue abaixo, Jung fala de impressionantes visões espaciais da
Terra (que para nós hoje é fácil visualizar, com tantas filmagens de satélites
e naves da Nasa coloridas e em HD, mas não pra ele em 1944), das fortes
impressões sobre a existência de si mesmo em diferentes formas, e dos encontros
com pessoas que lhe revelam respostas sobre a vida.
“Um dia, após ser
atendido com oxigênio, me vi fora do corpo e viajando pelo espaço, numa
crescente subida, e abaixo de mim aparecia a Terra, o globo envolvido em
esplêndida luz azul; e distinguia os continentes e o azul escuro do mar. Então,
quis saber a que altura me encontrava, e fui informado que estava a 1.5OOkm. A
visão da Terra de tal altura era a coisa mais maravilhosa que jamais tinha
visto.”
Parece a mim que eu estava alto no espaço. Lá embaixo eu via o
globo da Terra, banhado em uma gloriosa luz azul. Eu via o profundo mar azul e
os continentes. Longe abaixo dos meus pés estava o Ceilão (atual Sri Lanka), e
à distância acima de mim o subcontinente da Índia. Meu campo de visão não
incluia a Terra inteira, mas sua forma global era claramente distinguível e
suas linhas de contorno cintilavam com um brilho prateado através daquela
maravilhosa luz azul. Em muitos lugares o globo parecia colorida, ou pintada de
verde escuro como prata oxidada. Longe à esquerda esava um campo largo – o
amarelo-avermelhado deserto da Arábia; era como se a prata da Terra tivesse
assumido um tom vermelho-dourado. Então veio o Mar Vermelho, e longe, como se
no topo esquerdo de um map – eu poderia quase ver um pedacinho do Mediterrâneo.
Meu olhar foi direcionado fortemente para aquilo. Tudo o mais parecia
indistinguível. Eu podia ver os Himalais cobertos em neve, mas naquela direção
estava nebuloso e confuso. Eu não olhei para a direita. Eu sabia que estava no
ponto de partir da Terra.
Mais tarde eu descobri o quão alto no espaço alguém tem que
estar para ter uma visão tão extensa – aproximadamente mil milhas! A visão da
Terra dessa altura era a coisa mais gloriosa que eu já havia visto.
Depois de contemplá-la por um tempo, eu me virei. Eu estava
virado de costas para o Oceano Índico, como era, e meu rosto olhava o Norte.
Então me aprece que eu havia feito a curva para o Sul. Algo novo entrou no meu
campo de visão. Não muito longe eu vi no espaço um bloco negro gigante de
pedra, como um meteorito. Era do tamanho da minha casa, ou maior. Estava
flutuando no espaço e eu mesmo estava flutuando no espaço...
Era com se eu tivesse em um êxtase. Eu sentia como se tivesse
flutuando no espaço, como se eu tivesse seguro no útero do universo – em um
tremendo vazio, mas preenchido com o mais alto possível sentimento de
felicidade. “Isso é a graça eterna”, pensei. “Isso não pode ser descrito, e é
maravilhoso demais!”.
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