quarta-feira, 3 de maio de 2023

BOLSONARO É ALVO DA OPERAÇÃO VENICE DA PF


Por THEODIANO BASTOS 

A Polícia Federal (PF) realizou buscas nesta quarta-feira (3/5) na casa de Jair Bolsonaro e prendeu o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

A Operação Venire foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito que investiga as “milícias digitais”.

A PF apura a inserção de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, para emissão de certificados que viabilizariam uma viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos.  

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Brasília e no Rio de Janeiro, além de seis mandados de prisão. O celular de Bolsonaro teria sido apreendido, mas não haveria ordem de prisão contra ele.

Inicialmente, foi divulgado na imprensa que o celular da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também teria sido apreendido, mas ela negou isso em sua conta no Instagram. 

“Ex-presidente e auxiliares 'tinham plena ciência da inserção fraudulenta das informações e não se manifestaram em relação a tais fatos', segundo investigação da Polícia Federal

 PGR se opôs a buscas contra Jair e Michelle Bolsonaro PF apreende US$ 35 mil em dinheiro vivo com ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Certificado falso de vacinação de Jair Bolsonaro foi emitido no Planalto, diz PF Matheus Leitão: Como Bolsonaro virou o alvo número 1 da Polícia Federal

 

Investigação da PF mostra que conta de Bolsonaro no ConecteSUS foi acessada pelo celular de Mauro Cid Representação da Polícia Federal (PF) que detalha a investigação sobre possível fraude em dados de vacinação mostra que a conta de Bolsonaro para acessar o ConecteSUS foi criada inicialmente com o e-mail de Mauro Cid              A representação da Polícia Federal (PF) que detalha a investigação sobre a possível prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde revela que a conta de Jair Bolsonaro (PL) utilizada para acessar o aplicativo ConecteSUS foi acessada em 30 de dezembro de 2022 pelo celular do ajudante do então presidente Mauro Cid.                                                                 O tenente-coronel Mauro Cid foi preso pela PF na manhã desta quarta-feira (3), após decisão expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das milícias digitais.                                         A Polícia Federal solicitou à Secretaria de Governo Digital os dados relacionados a acessos ao sistema ConecteSUS, no qual é possível gerar os certificados de vacinação, do usuário de Jair Bolsonaro. Foram verificados três acessos, nas datas de 22, 27 e 30 de dezembro de 2022, às vésperas de sua viagem para os Estados Unidos. 

Os dois primeiros foram feitos com o endereço de IP pertencente à Presidência da República, cadastrado no Palácio do Planalto. O terceiro, porém, foi feito pelo aparelho celular de Mauro Cesar Barbosa Cid.                                                                            SAIBA MAIS EM: https://veja.abril.com.br/coluna/radar/pf-ve-elementos-de-que-bolsonaro-sabia-de-falsificacao-de-vacina/ - https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gv897e5z1o - https://www.cnnbrasil.com.br/politica/investigacao-da-pf-mostra-que-conta-de-bolsonaro-no-conectesus-foi-acessada-pelo-celular-de-mauro-cid/

terça-feira, 2 de maio de 2023

HIPÓCRATES ESTAVA CERTO, INTESTINO E CÉREBRO ESTÃO CONECTADOS

 


Por Duda Monteiro de Barros 

Aparelho digestivo influencia mais o cérebro do que se imaginava. Nasce um fecundo campo de estudos para compreender e tratar melhor distúrbios como ansiedade e depressão. 

Não são poucos os ensinamentos de Hipócrates (460-377 a.C.) que encontram respaldo na ciência do século XXI. Entre as frases atribuídas ao pai da medicina ocidental, está a de que “todas as doenças começam no intestino”. Preceito que também é acolhido pela ayurveda, a medicina tradicional indiana: para ela, o órgão responsável pela digestão e absorção dos nutrientes é pilar da saúde. Não há dúvida: o intestino e a comunidade microbiana que ele abriga ganham cada vez mais os holofotes em robustas pesquisas com recursos tecnológicos de ponta. A ideia que elas corroboram é que o ecossistema do aparelho digestivo influencia mais o organismo do que se imaginava — principalmente a cabeça.

A conexão entre intestino e cérebro se consagra como uma área de estudos fascinante. São Paulo acaba de sediar um congresso científico totalmente voltado para essa interação e suas repercussões no bem-estar das pessoas. Ali foram compartilhadas e debatidas investigações que buscam estabelecer um elo entre desequilíbrios no sistema digestivo e na flora intestinal e o aparecimento ou agravamento de um leque de transtornos mentais e neurológicos — de ansiedade a Alzheimer. Dados instigantes não faltam. Recentemente, pesquisadores holandeses analisaram amostras de fezes de mais de 2500 pessoas e identificaram uma associação entre treze tipos de bactéria na microbiota intestinal (o termo correto para a flora) e sintomas de depressão. São pistas de que há mais interações entre a barriga e a cabeça do que sonhava a medicina. Esse diálogo é mantido por vias mais diretas — o maior nervo do corpo, o vago, liga o abdome ao crânio — e indiretas, por meio de substâncias químicas produzidas pelo corpo e pelos microrganismos que caem na circulação sanguínea.

Na vanguarda, cientistas já avaliam uma técnica que, em um primeiro momento, causa espanto, mas soa promissora: o transplante fecal. A ideia é introduzir, por meio de uma endoscopia ou colonoscopia, uma amostra tratada de fezes de um doador saudável em um indivíduo doente. Há estudos em andamento apurando seus resultados em distúrbios psíquicos e neurológicos. Hipócrates tinha razão. As vísceras têm uma história para contar.                                               Publicado em VEJA de 3 de maio de 2023, edição nº 2839 SAIBA MAIS EM: https://abqv.org.br/conteudo/426/20-congresso-brasileiro-de-qualidade-de-vida-e-sucesso-de-publico-ao-abordar-as-tematicas-que-impactam-a-saude-e-o-bem-estar-dos-trabalhadores-no-mundo-hibrido - https://veja.abril.com.br/saude/aparelho-digestivo-influencia-mais-o-cerebro-do-que-se-imaginava/

sábado, 29 de abril de 2023

Especialistas contestam tratamento que teria curado paciente em estágio terminal de câncer; médico defende técnica


 Falta de comprovação científica e estudos clínicos seriam o motivo da resistência de outros pesquisadores; método foi desenvolvido por médico brasileiro

Nesta semana, uma forma de terapia utilizada com um paciente com câncer de próstata criou debate entre profissionais da saúde. A técnica foi aplicada pelo médico neurocientista brasileiro Marc Abreu para tratar o paciente Scott Miller.

O método utiliza a indução de proteínas de choque térmico por meio de aumento da temperatura, de maneira controlada, pelo cérebro.

Apesar de o caso clínico ter sido apresentado no Congresso Anual da Society for Thermal Medicine, em San Diego, nos Estados Unidos, especialistas ressaltaram que o método não tem embasamento científico e que não há estudos sobre a eficiência da técnica.

A produção da CNN conversou com José Alencar, cardiologista e doutorando em Bioética na Universidade do Porto, que salientou que este seria um protocolo de tratamento inventado, já que não há literatura sobre essa terapia. Ainda de acordo com Alencar, ter submetido o paciente a esse método foi algo antiético.

Segundo o doutorando em Bioética, desde o fim da 2ª Guerra Mundial, qualquer novo tratamento deve ser aprovado pelo Conselho de Ética. Essa medida seria uma forma de garantir a total segurança e integridade dos pacientes. E, no caso da indução de proteínas de choque térmico, a submissão ao Conselho de Ética não teria acontecido.

O especialista ainda afirma que existem quatro preceitos básicos da medicina: a Beneficência, Não Maleficência, Autonomia e Justiça. Ele explica que, sem nenhuma pesquisa no tema, é impossível garantir a “Beneficência” do tratamento.

Assim, não necessariamente o paciente foi curado pela terapia utilizada. Também seria impossível comprovar a “Não Maleficência”, o que pode gerar diversos riscos.

Alencar ainda alerta que, mesmo se tratando de uma pessoa em estágio terminal, a autonomia do paciente não é ilimitada, e o médico não deve autorizar procedimentos sem resguardo clínico.

O médico ainda ressaltou que a cura não pode ser atestada, uma vez que não há nenhum estudo ou pesquisa científica a respeito. Ele completa que a divulgação da eficácia do tratamento não é recomendada porque pode induzir pacientes a buscarem a tecnologia e abandonarem métodos comprovados.

A produção da CNN também conversou com outros especialistas em oncologia e oncogenética. Eles ressaltaram que a ciência é baseada em documentos e comprovações e, como não há estudos sobre essa terapia, não há espaço para a discussão sobre o tratamento.

Ainda segundo os especialistas, todo e qualquer método extraordinário requer uma documentação, algo que o Marc Abreu não teria feito. Outra pontuação feita pelos médicos foi que, se essa fosse uma forma de curar o câncer, ela já deveria estar artigos oficiais da área da medicina.

Resposta de Marc Abreu

Em nota divulgada para a CNN, o Dr. Marc Abreu disse que as atividades médico-científicas pautam-se pela ética médica profissional, legislação e regulação norte-americanas.

Isso também se aplica as suas soluções pioneiras baseadas na termodinâmica cerebral, temperatura do cérebro e frequências termo regulatórias com uma ampla gama de aplicações em terapia, diagnóstico e prevenção de doenças.

O neurocientista ainda disse que a descoberta do túnel térmico cerebral permitiu, pela primeira vez na história, a medição contínua e não invasiva da temperatura do cérebro.

Foi ressaltado ainda que a descoberta levou à invenção e patente do sistema Abreu BTT 700, aprovado pela agência regulatória de saúde do governo federal dos Estados Unidos (FDA), equivalente à Anvisa no Brasil.

Dr. Marc Abreu também pontuou que a Sociedade Americana de Câncer atestou o uso e estudo da hipertermia diversos tipos de câncer. Assim como o Instituto Nacional de Câncer da Agência de Saúde dos Estados Unidos também atesta e recomenda o uso da hipertermia no tratamento de tipos de câncer.

*publicado por João Guimarães, da CNN FONTE: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/especialistas-contestam-tratamento-que-teria-curado-paciente-em-estagio-terminal-de-cancer-medico-defende-tecnica/

 

 

quinta-feira, 27 de abril de 2023

MÉDICO MARC ABREU CONSEGUE REMISSÃO TOTAL DE CÂNCER TERMINAL DE PRÓSTATA

 


Paciente com câncer terminal tem remissão total da doença após tratamento desenvolvido por brasileiro

Homem foi tratado com a tecnologia BTT, que consiste na indução de proteínas de choque térmico por meio de aumento da temperatura, de maneira controlada, pelo cérebro

Um paciente com câncer de próstata em estágio terminal, com expectativa de vida de quatro meses, alcançou a remissão completa da doença após ser submetido a um tratamento inovador desenvolvido por um médico brasileiro.

Scott Miller foi diagnosticado com câncer de próstata metastático, em estágio IV, em julho de 2021, aos 66 anos de idade. O tumor apresentava quase 12 centímetros de diâmetro e havia se espalhado para ossos, vesícula, bexiga, reto e outros órgãos.

O paciente foi tratado, ao longo de seis meses, com a tecnologia BTT, que consiste na indução de proteínas de choque térmico por meio de aumento da temperatura, de maneira controlada, pelo cérebro. As proteínas de choque térmico são encontradas em praticamente todos os organismos vivos com funções diversas e complexas.    

Quem é o Dr Marc Abreu?

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o médico Marc Abreu ficou conhecido internacionalmente por desenvolver o método que utiliza uma tecnologia focada na indução de proteínas de choque térmico.                                                                                     FONTE: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/paciente-com-cancer-terminal-tem-remissao-total-da-doenca-apos-tratamento-desenvolvido-por-brasileiro/

quarta-feira, 26 de abril de 2023

A CASA CAIU

 Por J.R. Guzzo

Foi o próprio governo Lula que armou a baderna do 8 de janeiro

Marco Gonçalves Dias, chefe do GSI, foi promovido a general durante o governo Lula e cuidou da segurança do presidente desde 2003.

A verdade começou, finalmente, a aparecer. Depois de três meses de esforços desesperados, por parte do presidente Lula, do seu sistema de apoio e do Supremo Tribunal Federal, para esconder essa verdade da população, a casa caiu e os fatos vieram à luz do dia. Não demorou, quando se pensa com alguma frieza sobre o assunto; eles queriam ocultar essa verdade para sempre, e não conseguiram aguentar muito mais que 90 dias. Também foram incompetentes, pois seu grande plano não deu certo. Não há dúvida nenhuma, enfim, sobre o que houve.

As imagens gravadas, e publicadas no maior furo jornalístico da CNN desde que iniciou as suas atividades no Brasil, mostram o general Gonçalves Dias, homem da confiança pessoal de Lula, em atitude de colaboração com os invasores que vandalizaram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. A “tentativa de golpe” e os “atos terroristas” contra os edifícios dos Três Poderes em Brasília foram feitos com a participação, ou com o incentivo, ou com a cumplicidade, de agentes do próprio governo. É por isso que Lula e o PT passaram os últimos meses lutando com tanta ferocidade para impedir a CPMI que a oposição quer abrir – e agora vai abrir – sobre o que realmente aconteceu naquele dia.

Não estamos diante de mais um “equívoco”, uma “avaliação errada”, ou um “acidente”. O que está se vendo, com provas, é um ataque direto à democracia.

Desde o começo essa história toda pareceu esquisitíssima. Tentativa de “golpe militar”? Não poderia ser: as Forças Armadas estavam a favor de Lula e contra os manifestantes – a prova é que mentiram para eles e se juntaram à polícia para enfiar na cadeia quem estava na frente dos quartéis em Brasília. É o exato contrário: as imagens gravadas mostram um general do Exército, e chefe supremo dos serviços de segurança do governo, circulando passivamente no meio dos invasores, enquanto seus subordinados ofereciam a eles cortesias e garrafas de água. Os crimes cometidos no dia 8 de janeiro não interessavam à oposição, nem “ao Bolsonaro”. Serviam apenas para Lula se fazer de vítima e jogar a mídia numa frenética tempestade de denúncias contra a “direita” – e a favor da repressão cada vez mais ilegal que o STF, transformado em delegacia de polícia, faz contra os acusados em seus inquéritos.

Com a revelação da verdade, até agora escondida como um segredo de Estado, as coisas se explicam: foi o próprio governo, com a participação direta de militares que estão ao seu serviço e juram todos os dias que defendem a “legalidade”, quem armou a baderna do 8 de janeiro. Está provado no mínimo que foi omisso, não fez nada para evitar as invasões (embora soubesse com antecedência que elas iriam acontecer) e tinha um efetivo ridículo para cumprir o seu dever de defender os edifícios atacados. Dá na mesma, em termos práticos.

Os crimes cometidos no dia 8 de janeiro não interessavam à oposição, nem “ao Bolsonaro”. Serviam apenas para Lula se fazer de vítima.

Tudo fica ainda mais claro quando se verifica que o general foi demitido do cargo no dia em que a CNN publicou os vídeos. Se não fez nada de errado, por que raios foi demitido? E se era culpado, o que estava fazendo dentro do Palácio do Planalto durante esse tempo todo? Não há saída para isso; é xeque-mate. O governo, o PT e os seus militantes na mídia, como fazem em 100% de histórias como essa, desde o primeiro flagrante em que Lula foi pego, estão tentando dar a desculpa sempre absurda de que ele “não sabia” de nada. Se não sabia, por que passou quase todo o seu governo lutando de modo tão furioso para impedir a CPMI? Vendeu cargos, fez ameaças, usou o presidente do Senado como um serviçal para violar prazos e deveres legais, na tentativa de enterrar a comissão. Agora, depois dos vídeos, quer fugir. Não convence uma criança de dez anos de idade.

Tão mal quanto Lula, seu governo e os militares fica o STF. O ministro Alexandre Moraes, no momento mais destrutivo que a Justiça brasileira já viveu em sua história, prendeu 1.400 pessoas pelas invasões em Brasília, mantém até hoje 200 delas encarceradas e começou um espantoso julgamento dos acusados por “lotes” de 100 ou 200 pessoas de cada vez – coisa que simplesmente não existe em nenhuma lei conhecida no mundo. Os advogados, para efeitos práticos, estão impedidos de defender os seus clientes. Pessoas que nem estavam no local dos crimes foram presas, são obrigadas a usar tornozeleiras e já cumpriram – antes mesmo de serem julgadas – mais da metade da pena máxima prevista para o delito de que são acusadas.

Muitos fizeram exatamente o que o general Gonçalves Dias foi flagrado fazendo – deram um passeio pelo Palácio do Planalto, com bandeira do Brasil nas costas, no dia 8 de janeiro. Na injustiça mais escandalosa de todas, o ex-secretário de Segurança de Brasília, que estava nos Estados Unidos no dia dos crimes, está preso há três meses – e o general de Lula, que estava dentro do palácio, está solto, ou esteve solto durante esse tempo todo.

Como sustentar, por três minutos, que alguma coisa dessas seja legal? Como sustentar, sequer, que sejam lógicas? O ministro Alexandre, como Lula, também vai dizer que “não sabia” dos vídeos, nem das omissões, nem de nada? Não estamos, como diz a maioria da mídia, diante de mais um “equívoco”, uma “avaliação errada”, ou um “acidente”. O que está se vendo, com provas, é um ataque direto à democracia. FONTE: https://twitter.com/jrguzzofatos/status/1650822426245185537?t=qtVuz8TKwaYY1HjlSBWjOw&s=08

J.R.Guzzo é jornalista. Começou sua carreira como repórter em 1961, na Última Hora de São Paulo, passou cinco anos depois para o Jornal da Tarde e foi um dos integrantes da equipe fundadora da revista Veja, em 1968.

terça-feira, 25 de abril de 2023

O GOLPE NO BANCO DOS RÉUS

Por THEODIANO BASTOS

A reportagem de capa da revista VEJA edição 2838 de 20/4/23, relata com detalhes todo episódio do dia 8 de janeiro na praça dos três poderes em Brasília, da qual extraímos os informes que seguem: “ Cem dias após a invasão e a depredação dos prédios dos três Poderes em Brasília. Os primeiros envolvidos começam a ser julgados. Mas é preciso chegar aos líderes. As várias perguntas sem respostas sobre esse lamentável episódio promoveram a queda de um ministro de Lula: o general Gonçalves Dias, do GSI.

Dos 1.390 envolvidos, 100 pessoas já foram denunciadas, 200 novas denúncias estão em julgamento, 251 continuam presos no presídio da Papuda e Colmeia Em Brasília e R$ 150 milhões a AGU cobra dos financiadores e dos autores das depredações das sedes das sedes dos três poderes em Brasília. “Foram a Brasília movidos por uma equivocada ideia de fazer história como “patriotas”, a maioria dos presos terá pouco do que se orgulhar em suas memórias do cárcere”. Não têm direito a visita íntima, presos em celas com oito camas para vinte detentos – alguns dormem no chão ou se revezam com os colegas no uso das camas e meio a goteiras.

Com duas horas de sol por dia, a comida é ruim, não tem medicamentos e só toma banho frio.

Pedido pela PGR o ex-presidente Jair Bolsonaro será ouvido na PF no dia 26/4. “é medida indispensável ao completo esclarecimentos dos fatos investigados.

Antes disso, em 22 de janeiro o corregedor do TSE Benedito Gonçalves, pediu esclarecimentos a Bolsonaro e ao ex-ministro Walter Braga Netto, seu vice na eleição, sobre a participação nos atos golpistas – isso integra a análise de dezessete ações que podem deixar Bolsonaro inelegível”         

O julgamento está sendo feito de forma virtual, e é o maior em número de denunciados em mais de duzentos anos do STF. 172 homens e 79 mulheres estão no complexo penitenciário da Papuda em Brasília.

1.100 investigados estão com tornozeleiras eletrônica.

FONTE: VEJA de 26/05/23

domingo, 23 de abril de 2023

QUAL BRASIL VOLTOU?


              Por THEODIANO BASTOS

Lula diz e repete que o Brasil Voltou! de fato: voltou o Brasil do toma lá dá cá, das invasões de terra, do atraso econômico e da megalomania internacional, diz o Estadão em editorial: 

O presidente Lula da Silva tem bradado que, com ele, “o Brasil voltou”. Pois bem. Imodéstia à parte, é o caso de perguntar: afinal, de que Brasil se está falando? Que país é esse que estaria de volta?

É seguro afirmar que não é o Brasil pelo qual ansiavam milhões de eleitores moderados que, mesmo conhecendo bem o passado de malfeitos dos governos petistas, entenderam que a eventual reeleição de Jair Bolsonaro, um dos mais desqualificados, indecorosos e patrimonialistas presidentes em toda a história republicana, representava uma tragédia a ser evitada a qualquer custo.

Esses brasileiros fundamentais para a apertada vitória do petista em 2022 foram descartados por Lula cedo demais – e sem o menor constrangimento, haja vista o discurso arrogante e as atitudes do presidente. Não que as expectativas fossem altas. A rigor, são pessoas que não esperavam muito mais do atual governo, além do resgate da decência no exercício da Presidência da República e alguns sinais de moderação e responsabilidade na condução do País.

Lula, porém, tem conduzido o Brasil por um caminho perigoso. O governo tem tomado um rumo que, se não chega a configurar estelionato eleitoral – pois só o mais lhano dos cidadãos haveria de acreditar que Lula, de volta ao poder, faria algo muito diferente do que está fazendo –, tampouco sinaliza que, se não os esqueceu, ao menos Lula teria aprendido alguma coisa com os erros cometidos em um passado não muito distante.

Esse Brasil que Lula diz que “voltou” parece ser um país que só existe na cabeça do presidente; um país forjado por seus dogmas, sua recalcitrância, seu voluntarismo na implementação de políticas públicas e quiçá por uma gama de sentimentos que possam ter moldado suas visões de mundo após o período de 580 dias na cadeia.

O Brasil dos fatos, da realidade implacável que está diante dos olhos de qualquer observador que não se deixa enviesar pela vaidade ou pelo fervor ideológico, é o Brasil do retrocesso em mais áreas do que Lula, alguns de seus ministros e apoiadores teriam coragem de admitir em público.

Por óbvio, é indisputável a verdade de que houve guinadas republicanas em áreas fundamentais para o País, como saúde, educação e meio ambiente, três dos setores que foram obliterados pela sanha destruidora de Bolsonaro. A derrota de Bolsonaro, por si só, já foi suficiente para melhorar a qualidade do ar que os brasileiros respiram. Literalmente, pois são perceptíveis os esforços da nova administração federal para reconstruir o aparato de proteção ambiental que conferiu ao Brasil um soft power nessa seara que, há décadas, alçou o País à condição de interlocutor indesviável em fóruns internacionais sobre as mudanças climáticas.

No governo de Lula, vacinas, ora vejam, também voltaram a ser tidas como indispensáveis para evitar mortes, e a cultura deixou de estar sob ataque permanente para voltar a ser tratada como traço de distinção e união de um povo, ou seja, um bem a ser preservado.

Mas, como já dissemos nesta página, não é vantagem alguma Lula posar como um presidente melhor do que seu antecessor porque é virtualmente impossível que haja um governo pior do que o de Bolsonaro. De Lula, esperava-se muito mais do que isso, não só por suas promessas, mas, sobretudo, pelo arco de apoios que o petista construiu – para além da esquerda e centro-esquerda – a fim de pôr fim à barbárie bolsonarista.

O que se viu até agora, no entanto, é igualmente uma política de destruição de marcos republicanos, tais como a lei das estatais, o marco legal do saneamento, a reforma do ensino médio, entre outros. É o voluntarismo megalomaníaco e o improviso de Lula pautando as relações internacionais do País. É o fisiologismo desbragado na relação entre Executivo e Legislativo. É a tolerância à invasão de terras pelos companheiros do MST.

O Brasil que tantos anseiam por ver de volta é o país que, unido, soube superar a ditadura militar, consolidar a democracia e derrotar a inflação e a instabilidade econômica. Com Lula, ao que parece, esse Brasil não voltará tão cedo.

Já o portal Poder 360 diz: O Brasil voltou, mas qual Brasil? Embora liderado por um presidente em 3º mandato, governo Lula age por solavancos, o governo Lula comemora 100 dias nesta 2ª feira (10.abr.2023), com a campanha publicitária “O Brasil Voltou”, (que era também o lema do governo de Michel Temer) uma continuação do embate da campanha eleitoral contra Jair Bolsonaro. É evidente que o Brasil de Lula é diferente daquele de Bolsonaro, mas qual Brasil está de volta? Lula venceu a eleição mais disputada da história, herdou um país dividido com a economia
em frangalhos pelo vale-tudo eleitoral e uma imagem no exterior horripilante. 100 dias depois, o país segue partido ao meio, bons programas sociais foram retomados, as perspectivas econômicas pioraram, o risco fiscal começou a ser tratado e a reputação externa melhorou infinitamente. Surpreendente para a equipe liderada por um presidente em 3º mandato, no entanto, o governo ainda age por solavancos....

SAIBA MAIS EM: https://www.poder360.com.br/opiniao/o-brasil-voltou-mas-qual-brasil/ - https://www.estadao.com.br/opiniao/qual-brasil-voltou/