Por THEODIANO BASTOS
Extinção do GSI ganha força no governo Lula, dizem aliados
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional, Gonçalves Dias, pediu demissão após reportagem exclusiva da CNN exibir
imagens dele no Palácio do Planalto durante a invasão em 8 de janeiro
Lula e o General Gonçalves Dias,
Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).Ricardo Stuckert
O governo Lula avalia acabar com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência
da República, segundo fontes próximas ao presidente ouvidas nesta
quarta-feira (19) pela CNN.
Ainda de acordo com aliados
de Lula (PT), houve quebra de confiança; o presidente
não acredita no GSI atual, e as investigações o ajudarão a tomar a decisão.
Governo
muda estratégia e decide apoiar CPI do 8 de Janeiro
Divulgação de vídeo de
ex-chefe do GSI em atos golpistas selou mudança de postura da base governista
no Congresso, que já avaliava como inevitável abertura do colegiado após
oposição garantir apoio no Senado e na Câmara. Moraes
manda PF ouvir Gonçalves Dias após imagens divulgadas pela CNN
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) disse
que as imagens não “gravíssimas” e mostram “ilícita e conivente omissão” de
agentes do GSI
O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), determinou na quarta-feira (19) que a Polícia Federal (PF) colha
o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general da
reserva Gonçalves Dias, em até 48 horas.
Dias pediu
demissão na quarta-feira (19), após imagens reveladas pela CNN da
presença dele no Palácio do Planalto durante os ataques aos Três Poderes em 8 de
janeiro. O militar da reserva se tornou o primeiro ministro do governo de Lula
a deixar o cargo.
Na decisão,
Moraes também determinou que a PF identifique todos os militares que aparecem
nas imagens reveladas pela CNN e informe se eles já foram
ouvidos. “Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em
48 (quarenta e oito) horas”, disse o ministro.
“Na data de
hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação
incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do
Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”,
disse Moraes, em referência ao material divulgado pela CNN na
quarta-feira.
Moraes
ainda determinou que o substituto de Dias no GSI, Ricardo Cappelli, seja intimado para que
identifique, em 24 horas, “todos os servidores civis e militares que aparecem
nas citadas imagens e quais as providências tomadas”.
Ainda em 8
de janeiro, dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, Moraes havia determinado
à PF que obtivesse “todas as imagens das câmeras do Distrito Federal que possam
auxiliar no reconhecimento facial dos terroristas que praticaram os atos do dia
8 de janeiro”.
Em 27 de
fevereiro, na decisão em que o magistrado fixou que cabe ao Supremo julgar
militares envolvidos com os atos, o ministro determinou ao GSI e ao comandante
do Batalhão da Guarda Presidencial que fornecesse ao inquérito a lista de
militares em serviço no Palácio do Planalto.
Na ocasião,
Moraes autorizou a PF a fazer a oitiva dos militares do Batalhão da Guarda
Presidencial que estiveram presentes no Palácio em 8 de janeiro.
Agora, na
decisão de quarta-feira (19), o magistrado determinou que a PF informe se
cumpriu essas exigências anteriores.
A saída do
general ocorre após a divulgação de vídeos exclusivos da CNN do
circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto. Eles exibem Dias dentro do
Palácio durante o ataque aos Três Poderes que ocorreu em 8 de janeiro, mais
precisamente às 16h29.
Inicialmente,
ele caminha sozinho no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do
presidente da República, tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete.
Após alguns
minutos, o ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns
invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de
criminosos.
Em seguida,
surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o
caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do
Planalto.
Também é
possível ver um capitão do Exército, integrante do GSI, circulando entre alguns
invasores. Em uma das câmeras, na antessala do gabinete presidencial, ele faz
um gesto a uma invasora e abre uma porta.
O capitão
do Exército aparece conversando com alguns invasores e, em seguida, os
cumprimenta com um aperto de mão.
Outra
câmera do terceiro andar, em outro momento, registra o mesmo capitão do
Exército tentando conter um dos vândalos. No entanto, o responsável pela
segurança não reage quando outro criminoso pega um extintor de incêndio.
Segundo apuração da reportagem, o capitão do Exército e responsável pela
segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, atualmente, não integra
mais a equipe do GSI. SAIBA MAIS EM https://www.cnnbrasil.com.br/politica/moraes-manda-pf-ouvir-goncalves-dias-apos-imagens-divulgadas-pela-cnn/