Por THEODIANO BASTOS
Operação contra o crime
organizado é a ponta do iceberg, diz especialista
Criada em 1993 na Casa de Custódia de
Taubaté, no interior paulista, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital
(PCC) se expandiu não só pelo Brasil inteiro, mas pelo mundo. Segundo levantamento do
Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), existem mais de 2 mil
"soldados" do PCC distribuídos por pelo menos 28 países, além do
Brasil.
Investigação revela esquema de lavagem de
dinheiro em instituições financeiras, mas integrante do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública alerta que situação é mais complexa e atinge outros setores
da economia
A infiltração do crime organizado no
setor financeiro brasileiro, especialmente na região da Faria Lima em São
Paulo, revelou-se mais extensa do que se imaginava inicialmente.
Uma operação que durou aproximadamente
dois anos expôs um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro envolvendo
fintechs e fundos de investimentos.
De acordo com Rafael Alcadipani,
professor da FGV-SP e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a
situação descoberta representa apenas "a ponta do iceberg".
William Waack: Crime
organizado atinge poder sem precedentes no Brasil
O crime organizado só pode ser chamado
assim - crime organizado - quando infiltrou, corrompeu, tomou conta e ocupou
parte da política, das instituições de Estado e dos sistemas de prestação de
serviços O Brasil corre o
sério risco de se tornar um Estado falido, se não conseguir reverter o quadro
exposto pela megaoperação.
A megaoperação conduzida pela Receita Federal
descobriu que o PCC (Primeiro Comando da Capital) administrava uma estrutura
financeira sofisticada, que incluía 40 fundos de investimentos com patrimônio
estimado em R$ 30 bilhões. O esquema envolvia uma complexa rede de empresas e
operações financeiras para movimentar recursos de origem ilícita.
A magnitude do esquema é evidenciada pelos números:
uma única fintech movimentou R$ 46 bilhões em quatro anos, incluindo cerca de
11 mil depósitos em espécie; a análise é de Fernando Nakagawa no CNN 360º
A organização operava em três módulos principais. O
primeiro focava na produção, envolvendo formuladores de combustíveis e quatro
usinas que não seguiam as normas regulatórias. O segundo módulo concentrava-se
na distribuição, através de postos de combustível, lojas de conveniência e até
padarias. O terceiro dedicava-se aos investimentos, utilizando fintechs, fundos de investimento, empresas, imóveis e veículos.
Entenda o caminho do dinheiro
Segundo o analista, o fluxo do dinheiro iniciava-se
nos estabelecimentos comerciais, onde os recursos eram inicialmente
"lavados" para aparentar legitimidade perante a Receita Federal. Em
seguida, as quantias eram transferidas principalmente através de fintechs,
chegando finalmente a investimentos aparentemente legais em fundos e outros
ativos.
A magnitude do esquema é evidenciada pelos números:
uma única fintech movimentou R$ 46 bilhões em quatro anos, incluindo cerca de
11 mil depósitos em espécie. A organização controlava mais de mil postos com
irregularidades, investindo R$ 52 bilhões em quatro anos. Além disso, o PCC
tinha um terminal portuário, quatro usinas de etanol, 1.600 caminhões e mais de
100 imóveis.
SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/megaoperacao-entenda-como-pcc-controlava-SAIA
fundos-de-investimentos/ -https://www.cnnbrasil.com.br/politica/waack-crime-organizado-atinge-poder-sem-precedentes-no-brasil/
E https://veja.abril.com.br/economia/operacoes-da-pf-lancam-luz-sobre-conexoes-entre-o-pcc-e-o-mercado-financeiro/
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