sábado, 30 de agosto de 2025

MORRE AOS 88 ANOS LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO AUTOR DO ANALISTA DE BAJÉ E DA VELHINHA DE TABATÉ

 





 Por THEODIANO BASTOS

Sempre que alguém morre, comparo a idade e FERNANDO FERÍSSIMO tinha a minha idade, 88 anos. 

E continuo ainda firme, lúcido e produtivo, sem nenhuma comorbidade, ao lado de Maria do Carmo, (Lila), 64 anos de casamento, amor de minha vida, mãe dos dois casais de filhos, avó de 4 netos e 3 netas a esperando Pedro, o bisneto que nascerá em novembro em Porto Alegre. Lila continua lúcida e forte aos 86 anos

Quando ainda ia a sepultamentos, ficava lendo as lápides e via que muitos nascidos depois de mim e lá estavam sepultados....

Diagnosticado com doença de Parkinson, o autor teve problemas cardíacos em 2016, quando chegou a ser internado no mesmo hospital e precisou passar por cirurgia de implante de marca-passo. Em 2021, o escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) em 2021 e lidava com problemas motores e de comunicação desde então.

Com ironia fina e texto preciso, gaúcho dizia que a escrita era apenas ‘um ofício que deu certo’; escritor morreu em Porto Alegre, onde morava

Criador de personagens inesquecíveis, como o Analista de Bagé (o psicanalista “mais ortodoxo do que rótulo de Maizena”), o psicanalista que segue a linha “freudiano barbaridade” e trata seus pacientes com métodos nada ortodoxos, como joelhadas nos homens e carícias nas mulheres. 

 

A Velhinha de Taubaté (“a única brasileira que ainda acreditava na política”) e o detetive trapalhão Ed Mort, o escritor gaúcho também conquistou enorme sucesso como autor de quadrinhos: na tirinha As Cobras, que começou a ser publicada em 1975 no jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

Verissimo sutilmente criticava a ditadura militar por meio dos répteis, que discutiam política e economia enquanto filosofavam sobre qualquer assunto, do surgimento da vida na Terra ao comportamento dos banhistas nas praias. Fruto de seu amor pelos quadrinhos e “falta de habilidade para desenhar outros animais”, As Cobras foram desenhadas por Verissimo por mais de 30 anos. Só deixaram de ser produzidas em 1997, quando ele, após completar 60 anos, decidiu que “não ficava bem um sexagenário desenhando cobrinhas”. Diversas antologias publicadas ao longo dos anos, contudo, ...

Além da escrita, Verissimo era conhecido por suas paixões pessoais, que vão do jazz à gastronomia, viagens e futebol.

A mistura entre vida e obra é marcada por um estilo que une lirismo, emoção e autoironia, atributos destacados por amigos e críticos que veem em sua escrita uma forma de traduzir o cotidiano brasileiro com leveza e profundidade.

“[Verissimo] Pratica aquilo que Manuel Bandeira chamou ‘puxa-puxa’. Ou seja, é capaz de arrancar um bom texto de qualquer miudeza”, definiu a Veja, em reportagem de capa sobre Verissimo.

Um dos maiores prazeres de Luis Fernando Verissimo, nascido em 26 de setembro de 1936, era “soprar saxofone”. Quando tomava posse do instrumento, Verissimo, um calado incorrigível, podia apenas ouvir — além de nutrir sua paixão pelo jazz, iniciada na adolescência passada nos Estados Unidos junto com a família, entre as décadas de 1940-1950. Naquela época, seu pai, o também escritor Erico Verissimo (1905-1975), foi convidado a dar aulas na Universidade da Califórnia em Berkeley.

SAIBA MAIS EM: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2025/08/30/morre-luis-fernando-verissimo-mestre-da-cronica-e-do-humor-aos-88-anos.ghtml E https://veja.abril.com.br/cultura/morre-luis-fernando-verissimo-aos-88-anos/


Nenhum comentário:

Postar um comentário