Por THEODIANO BASTOS
“AH, DO SOLO EM BROTEI!
E SAUDEI A TERRA COM TAL GRITO QUE NINGUÉM
CONHECE, EXCETO QUEM ESTAVA MORTO E
RESSUCITA”, Edna Millaay no poema O Renascimento
A Fênix é uma ave mitológica que simboliza a
imortalidade, o renascimento, a esperança e a transformação. É conhecida
por renascer das próprias cinzas.
A fênix surgiu no Egito antigo, milhares de anos
antes de Cristo. Acredita-se que a fênix tenha origem na ave egípcia benu,
que criou a si mesma e tinha relação com o Sol e com a cidade de Heliópolis. A
primeira menção à fênix na mitologia grega é atribuída ao poeta Hesíodo.
O que não nos mata nos torna mais fortes
diz Friedrich
Nietzsche
Da escola de guerra da vida: o que não me
mata, torna-me mais forte. Friedrich Nietzsche
“Tudo o que não me mata
torna-me mais forte”, — disse Nietzsche, antes de morrer.
É uma frase bonita, mas não é verdade. Tudo o que não me mata na hora, vai-me
matando aos bocados e devagar.
Mentiras, traições, faltas de respeito, de amor ou atitudes que comprometem o
nosso bem estar — matam aos bocadinhos. Levamos tempo e vivemos auto
reconstruções, para que essa ferida feche. E vamo-nos lembrando dela pela marca
e pela pele, — que fica muito mais dura e forte a volta do lugar.
Vai se matando a bondade, a confiança, a honestidade e um saco cheio de coisas
que nos fazem bem.
Quando nos magoam demasiado — cobrimo-nos igualmente de pele mais dura e mais
forte, para que nada nos possa afetar.
Dá para se aliviar: fiquei mais forte - sim, verdade.
Mas lá no fundo, alguma coisa partiu e não é fácil de a consertar.
E, até, podes saber como e quando defender-te, se for preciso e, como também,
fazer aprender. Já não te admiras nem te surpreendes pela negativa. Mas
continuas a perder alguma coisa demasiado importante, cada vez que alguém te
comprova que não devias confiar.
Perdes e vincas o sentimento de não poderes recuperá-lo. Algo teu, que começa e
acaba na fé e na bondade.
Tornas-te mais forte, sim, mas graças às tuas outras qualidades, não graças às
pessoas, nem atitudes, que contribuíram para a tua pequena revolução.
Porque tudo o que não te mata, só não te mata logo, mas, eventualmente, pode
acabar por matar.
Então mais vale limitar logo as coisas e as pessoas que te vão matando aos
lentos bocados, em vez de os ir deixando continuar.
Crepúsculo dos Ídolos. São
Paulo: Cia das Letras, 2006.
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