segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

RENASCIMENTO EM VIDA

 

Por THEODIANO BASTOS

“AH, DO SOLO EM BROTEI! 

                                                                                                             E SAUDEI A TERRA COM TAL GRITO QUE NINGUÉM

CONHECE, EXCETO QUEM ESTAVA MORTO E

RESSUCITA”,                                                                                                            Edna Millaay no poema O Renascimento

A Fênix é uma ave mitológica que simboliza a imortalidade, o renascimento, a esperança e a transformação. É conhecida por renascer das próprias cinzas. 

A fênix surgiu no Egito antigo, milhares de anos antes de Cristo. Acredita-se que a fênix tenha origem na ave egípcia benu, que criou a si mesma e tinha relação com o Sol e com a cidade de Heliópolis. A primeira menção à fênix na mitologia grega é atribuída ao poeta Hesíodo. 

O que não nos mata nos torna mais fortes diz Friedrich Nietzsche 

Da escola de guerra da vida: o que não me mata, torna-me mais forte.                                                    Friedrich Nietzsche 

Tudo o que não me mata torna-me mais forte”, — disse Nietzsche, antes de morrer.
É uma frase bonita, mas não é verdade. Tudo o que não me mata na hora, vai-me matando aos bocados e devagar.
Mentiras, traições, faltas de respeito, de amor ou atitudes que comprometem o nosso bem estar — matam aos bocadinhos. Levamos tempo e vivemos auto reconstruções, para que essa ferida feche. E vamo-nos lembrando dela pela marca e pela pele, — que fica muito mais dura e forte a volta do lugar.
Vai se matando a bondade, a confiança, a honestidade e um saco cheio de coisas que nos fazem bem.
Quando nos magoam demasiado — cobrimo-nos igualmente de pele mais dura e mais forte, para que nada nos possa afetar.
Dá para se aliviar: fiquei mais forte - sim, verdade.
Mas lá no fundo, alguma coisa partiu e não é fácil de a consertar.
E, até, podes saber como e quando defender-te, se for preciso e, como também, fazer aprender. Já não te admiras nem te surpreendes pela negativa. Mas continuas a perder alguma coisa demasiado importante, cada vez que alguém te comprova que não devias confiar.
Perdes e vincas o sentimento de não poderes recuperá-lo. Algo teu, que começa e acaba na fé e na bondade.
Tornas-te mais forte, sim, mas graças às tuas outras qualidades, não graças às pessoas, nem atitudes, que contribuíram para a tua pequena revolução.
Porque tudo o que não te mata, só não te mata logo, mas, eventualmente, pode acabar por matar.
Então mais vale limitar logo as coisas e as pessoas que te vão matando aos lentos bocados, em vez de os ir deixando continuar.                 

Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo: Cia das Letras, 2006.

 

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