Por THEODIANO BASTOS
Bets já movimentam R$ 100 bilhões no
País, tiram dinheiro do consumo e causam preocupação ao varejo
Seja no campo de futebol, na camisa dos jogadores,
nas propagandas de rádio e TV ou nas redes sociais, as plataformas de apostas
online, conhecidas como bets, se tornaram onipresentes. Desde que foram
legalizadas no País em 2018, no governo de Michel Temer, elas avançaram sob o
orçamento dos brasileiros e viraram preocupação para governo e empresas. A
hipótese é de que o gasto com as apostas esteja drenando parte dos recursos que
iriam para compra de bens e serviços, além de representar um risco de aumento de
inadimplência no futuro.
No ano passado, mais de 300 empresas de bets
movimentaram entre R$ 60 bilhões e R$100 bilhões em apostas no Brasil, quase 1%
do Produto Interno Bruto (PIB), segundo projeções da Strategy& Brasil,
consultoria estratégica da PwC. O setor das bets, portanto, gira mais capital
por ano do que grandes empresas, como Santander (R$ 74 bilhões), Assaí (R$ 72,8
bilhões), Gerdau (R$ 68,9 bilhões) e Magazine Luiza (R$ 63,1 bilhões).
A reportagem procurou empresas do setor, como Bet7K,
Bet Nacional e Betano, mas não teve retorno. Segundo o presidente do Instituto
Jogo Legal, que representa o setor, Magnho José, presidente do Instituto Jogo
Legal, que representa o setor, o mercado de apostas brasileiro chegou ao
estágio atual devido à falta de regulamentação no prazo inicialmente previsto.
Na proposta do governo de Michel Temer, o setor deveria ter sido regulado
dentro de dois anos, com prazo prorrogável por mais dois. Mas isso só ocorreu
agora.
‘Bets são o novo crack’, diz membro do
grupo Jogadores Anônimos, que reúne viciados em apostas
Entidade
voltada para a recuperação de apostadores compulsivos nos jogos online diz que
número de viciados vem crescendo, destruindo as finanças familiares dos
envolvidos; para Instituto Jogo Legal, problemas serão resolvidos com a
regulação das bets
Apostas na internet
Esses dias em Vitória, no Masterplace da Reta Penha, o espaço
de três lojas foram ocupados por mesas com computadores para jogar na internet.
Vejam
a história do capixaba que foi parar nas ruas após perder tudo no "jogo do
tigrinho"
Rapaz de 27 anos começou a jogar após ver
anúncios de influenciadores nas redes sociais, e chegou a furtar da casa de
familiares para conseguir dinheiro
‘Bets são o novo crack’, diz membro do
grupo Jogadores Anônimos, que reúne viciados em apostas
Entidade voltada para a recuperação de
apostadores compulsivos nos jogos online diz que número de viciados vem
crescendo, destruindo as finanças familiares dos envolvidos; para Instituto
Jogo Legal, problemas serão resolvidos com a regulação das bets
Os divórcios motivados pelo vício em bets e jogo do
tigrinho: 'Meu marido vendeu nossa casa'
Felipe* ainda não decidiu se vai contar ou não para a
esposa sobre seu problema com as bets, as plataformas de aposta esportiva.
Ou melhor, ex-esposa: embora ainda conversem e Felipe
acredite que possam reatar, ela o deixou há 6 meses, depois de um
relacionamento de 12 anos, junto com o filho de 10 anos do casal.
O problema, segundo Felipe contou à BBC News Brasil,
não foram apenas os cerca de 40 mil reais gastos em apostas, que ele perdeu sem
dar explicações à companheira. Mas também seu comportamento ausente dentro de
casa:
"A mente
de um jogador fica obscura. Eu não conseguia mais desempenhar meu papel em
casa, meu papel como pai. Não brincava mais com meu filho e parei de conversar
direito com ela.”
Desconfiando que as dívidas do marido estariam
ligadas a um relacionamento com outra mulher, sua esposa decidiu se separar.
SAIBA MAIS EM: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cy4l4p8dy3lo
- https://www.agazeta.com.br/es/cotidiano/a-historia-do-capixaba-que-foi-parar-nas-ruas-apos-perder-tudo-em-site-de-apostas-0924
E https://www.estadao.com.br/economia/bets-sao-o-novo-crack-diz-membro-do-grupo-jogadores-anonimos-que-reune-viciados-em-apostas/
SÍLVIO MORAES, Vitória/ES: É triste ver o caminho que estamos trilhando com relação a jogatina. Já tivemos Casino, proibido em 46 pelo Dutra e funcionou clandestinamente posteriormente, tivemos o Jogo de Bicho, sempre proibido, mas funcionando normalmente, com muita propina mas que financia boa parte do Carnaval, temos as loterias da caixa, regulamentada que e emprega boa parte do lucro para financiar causas sociais pelo menos, e mais muitos outros jogos clandestinos.
ResponderExcluirProibir qualquer tipo de jogo para mim é impossível pois demandaria um esforço muito grande com a fiscalização. Penso que todos deveriam ser regulamentados com forte cobrança de imposto e o arrecadado destinado para fins sociais