A busca para a possível
recuperação dos corpos dos passageiros que estavam no submersível Titan vai continuar, afirmou
o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda
Costeira, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (22).
Segundo ele, no entanto, as
perspectivas não são claras devido ao ambiente desafiador que é o fundo do mar.
“É um ambiente incrivelmente
implacável no fundo do mar”, disse o funcionário à imprensa. “Continuaremos a
trabalhar e a vasculhar a área lá embaixo, mas não tenho uma resposta para as
perspectivas neste momento.”
A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou, nesta
quinta, a morte dos passageiros do submarino Titan, que estava desaparecido
desde segunda-feira (19). Os destroços encontrados nesta
quinta-feira indicam que houve uma perda catastrófica da pressão da cabine do
submersível.
“Em nome da guarda costeira
dos EUA dou os pêsames para as famílias. Só consigo imaginar como isso tem sido
para eles e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão
difícil”, declarou Mauger.
Estavam na embarcação: o
empresário e aventureiro britânico Hamish Harding, o mergulhador francês
Paul-Henri Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho
Sulaiman Dawood, além do CEO e fundador da OceanGate, proprietária do
submersível, Stockton Rush.
Segundo Mauger, os veículos
operados remotamente (ROV) permanecerão no local e continuarão a coletar
informações sobre o submersível. Ele disse que ainda levará um tempo para
determinar uma linha do tempo dos eventos que levaram a falha catastrófica do
submersível.
As autoridades estão
examinando um “ambiente operacional incrivelmente complexo no fundo do mar,
mais de 3,2 quilômetros abaixo da superfície”, disse Mauger, e que os veículos
operados remotamente que vasculham o chão são “altamente capazes” e devem
revelar mais informações.
Destroços do submersível
As equipes de busca
encontraram “cinco grandes pedaços diferentes de destroços” identificados como
parte do submersível Titan. Mauger afirmou que a primeira parte encontrada
pertencia ao casco de fora da cabine de pressão. No entanto, foi encontrado
outro detrito identificado como parte do casco de pressão do submarino.
“Essa foi a primeira
indicação de que houve um evento catastrófico”, disse Mauger. As equipes
encontraram, então, um segundo campo de detritos menor dentro do primeiro, onde
outra extremidade do casco de pressão estava localizada.
Os destroços foram
analisados por
especialistas e as famílias foram notificadas da morte dos
passageiros.
Segurança
Não faltaram acusações sobre
uma suposta negligência com a segurança do submersível. O próprio Rush afirmou,
em diversas entrevistas, que via os esquemas de proteção como algo que inibiam
a inovação e o avanço tecnológico.
A indústria comercial
subversiva é “obscenamente segura”, disse ele em entrevista ao Smithsonian
Magazine, em 2019, “porque eles têm todos esses regulamentos. Mas também não
inovou ou cresceu – porque eles têm todos esses regulamentos.”
À medida que o mundo passou
a acompanhar o drama dos ocupantes do submersível, também passou a conhecer
histórias um tanto bizarras sobre o funcionamento do veículo.
Na última terça-feira, o
jornal The New York Times informou que em 2018 líderes da indústria da submersíveis criticaram a
“abordagem experimental” da OceanGate. O Comitê de Veículos
Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society escreveu uma carta a Rush,
expressando preocupação com a conformidade da empresa em relação a uma
certificação de avaliação de risco marítimo conhecida como DNV-GL.
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