domingo, 19 de março de 2023

A IRRESPONSABILIDADE DE LULA COM OS JUROS DO CONSIGNADO

 

O governo baixou as taxas de juros dos empréstimos consignados com uma canetada e a resposta dos bancos, inclusive os públicos, foi imediata: eles suspenderam essas linhas de crédito. O embate monopolizou as atenções e deixou em segundo plano algo que talvez seja ainda mais importante: a irresponsabilidade de tentar ampliar ainda mais o endividamento de uma população que já está com a corda no pescoço.

Desde o final de 2022, o percentual de famílias brasileiras que relatam estar endividadas supera os 78%, um recorde histórico. Dados da Confederação Nacional de Comércio (CNC) divulgados no começo deste mês mostram uma taxa de 78,3%.

Os números sobre inadimplência aumentam o drama: segundo a Serasa Experian, 43% da população adulta tinha dívidas em atraso no final de janeiro, o equivalente a mais de 70 milhões de pessoas.

O brasileiro não está conseguindo pagar suas dívidas. Nessas circunstâncias, a solução não pode ser incentivá-lo a contrair mais empréstimos, com juros um tiquinho menores. Isso equivale a empurrá-lo para a beira de um abismo financeiro, fazendo de conta que não há perigo algum.

Fontes do Ministério da Previdência relataram à CNN que o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda não só sabiam como apoiaram a decisão do Conselho Nacional da Previdência Social de reduzir a taxa de juros para o crédito consignado a aposentados e pensionistas

suspensão do crédito consignado pelos bancos públicos nesta quinta-feira (16/03) abriu uma crise interna entre ministérios e na relação do governo com sua base aliada.

A decisão sobre o consignado era vista por mais de um interlocutor de Lula como uma forma de pressionar o Banco Central a reduzir a taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem.

Um print da decisão colocado nas redes sociais da Casa Civil é apresentado como uma demonstração de que o Planalto comemorou a medida.

Procurado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não se manifestou.

Já interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, asseguraram à CNN que a decisão foi tomada sem a autorização da equipe econômica.

Na Previdência, muito embora tenha havido reação negativa quanto a suspensão do serviço por parte dos bancos privados, a avaliação é que o movimento era esperado.

A surpresa foi com o fato de os bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, terem também aderido à suspensão.

A nota conjunta das centrais sindicais — base histórica e relevante do governo Lula e do PT —, deu o sinal da reação. Eles classificaram a medida de “chantagem” e cobram especificamente o Banco do Brasil e a Caixa para que garantam as linhas de crédito para os aposentados e pensionistas que precisarem com as novas taxas em vigência.

“É necessário que o Estado assuma sua responsabilidade social e garanta o acesso para aposentados e pensionistas. E não ceda aos melindres de um grupo de bancos que não aceitam diminuir seus lucros em tempos tão difíceis para o povo brasileiro”, diz a nota das centrais.

O movimento tem apoio informal do Ministério do Trabalho e da Previdência, comandados por ministros diretamente ligados ao movimento sindical, Luiz Marinho (PT) e Carlos Lupi (PDT).

SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/suspensao-do-consignado-abre-crise-no-governo-e-na-base/ E https://www.suno.com.br/noticias/bancos-suspendem-consignado-inss-juros-entenda/ Ehttps://oantagonista.uol.com.br/economia/a-irresponsabilidade-de-lula-com-os-juros-do-consignado/?utm_campaign=SEX_TARDE&utm_content=link-914476&utm_medium=email&utm_source=oa-email

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