O governo baixou as taxas de juros dos empréstimos consignados com uma canetada e a resposta dos bancos, inclusive os públicos, foi imediata: eles suspenderam essas linhas de crédito. O embate monopolizou as atenções e deixou em segundo plano algo que talvez seja ainda mais importante: a irresponsabilidade de tentar ampliar ainda mais o endividamento de uma população que já está com a corda no pescoço.
Desde o final de 2022, o percentual de famílias brasileiras que
relatam estar endividadas supera os 78%, um recorde histórico. Dados da
Confederação Nacional de Comércio (CNC) divulgados no começo deste mês mostram
uma taxa de 78,3%.
Os números sobre inadimplência aumentam o drama: segundo a
Serasa Experian, 43%
da população adulta tinha dívidas em atraso no final de janeiro, o equivalente
a mais de 70 milhões de pessoas.
O brasileiro não está conseguindo pagar suas dívidas. Nessas
circunstâncias, a solução não pode ser incentivá-lo a contrair mais
empréstimos, com juros um tiquinho menores. Isso equivale a empurrá-lo para a
beira de um abismo financeiro, fazendo de conta que não há perigo algum.
Fontes do Ministério da
Previdência relataram à CNN que o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda
não só sabiam como apoiaram a decisão do Conselho Nacional da Previdência
Social de reduzir a taxa de juros para o crédito consignado a aposentados e
pensionistas
A suspensão do crédito consignado pelos bancos públicos nesta
quinta-feira (16/03) abriu uma crise interna entre ministérios e na relação do
governo com sua base aliada.
A decisão sobre o consignado era vista por mais de um
interlocutor de Lula como uma forma de pressionar o Banco Central a reduzir a
taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que
vem.
Um print da decisão colocado nas redes sociais da Casa
Civil é apresentado como uma demonstração de que o Planalto comemorou a medida.
Procurado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não se
manifestou.
Já interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
asseguraram à CNN que a decisão foi tomada
sem a autorização da equipe econômica.
Na Previdência, muito embora tenha havido reação negativa
quanto a suspensão do serviço por parte dos bancos privados, a avaliação é que
o movimento era esperado.
A surpresa foi com o fato de os bancos públicos, Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal, terem também aderido à suspensão.
A nota conjunta das centrais sindicais — base histórica e
relevante do governo Lula e do PT —, deu o sinal da reação. Eles classificaram
a medida de “chantagem” e cobram especificamente o Banco do Brasil e a Caixa
para que garantam as linhas de crédito para os aposentados e pensionistas que
precisarem com as novas taxas em vigência.
“É necessário que o Estado assuma sua responsabilidade
social e garanta o acesso para aposentados e pensionistas. E não ceda aos
melindres de um grupo de bancos que não aceitam diminuir seus lucros em tempos
tão difíceis para o povo brasileiro”, diz a nota das centrais.
O movimento tem apoio informal do Ministério do Trabalho e
da Previdência, comandados por ministros diretamente ligados ao movimento
sindical, Luiz Marinho (PT) e Carlos Lupi (PDT).
SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/suspensao-do-consignado-abre-crise-no-governo-e-na-base/ E https://www.suno.com.br/noticias/bancos-suspendem-consignado-inss-juros-entenda/ Ehttps://oantagonista.uol.com.br/economia/a-irresponsabilidade-de-lula-com-os-juros-do-consignado/?utm_campaign=SEX_TARDE&utm_content=link-914476&utm_medium=email&utm_source=oa-email
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