quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

VAZIO EXISTENCIAL, AS REDES FAZEM MAL


Diz Orkut Buyukkokten, Engenheiro de dados turco que criou uma das primeiras plataformas sociais do mundo propõe um novo modelo que valorize a relação sadia entre as pessoas

Com o Orkut, o senhor praticamente inventou o conceito de redes sociais. O que acha delas hoje em dia?

Se você pensar nas redes sociais de antigamente, com o Orkut e as comunidades, vai lembrar que as pessoas usavam a plataforma para fazer novos amigos. E há tantas histórias incríveis sobre usuários que encontraram o emprego dos sonhos, conheceram o melhor amigo ou engrenaram romances, casando-se e tendo filhos. Aqueles eram dias, no início dos anos 2000, em que a mídia social existia para as pessoas se conectarem, se sentirem menos solitárias e serem mais felizes. Desde então, houve enormes avanços em tecnologia, como a inteligência artificial de aprendizado de máquina. Agora temos os algoritmos que selecionam nosso feed de conteúdo, e isso mudou o cenário de forma relevante.

O senhor considera, então, que algoritmos são o grande problema das redes sociais?

A pergunta é outra. Os algoritmos são otimizados para aumentar a felicidade e unir as pessoas ou apenas para produzir lucro? As mídias sociais de hoje têm tudo a ver com ganhar dinheiro.

Se pensar no mundo atual, vivemos em um ambiente de vigilância. Cada experiência humana que temos on-line é convertida em dados. E essas informações são usadas para construir modelos que preveem o comportamento de cada pessoa. Nós, humanos, tomamos decisões de maneiras previsíveis. Como resultado, os códigos são capazes de facilitar a manipulação.

E quais as consequências? 

“Nas redes, nós lutamos apenas por engajamento em vez de tentar nos conectar uns com os outros. Como resultado, há casos de depressão e até suicídio”

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