Diz Orkut Buyukkokten, Engenheiro de dados turco que criou uma das primeiras plataformas sociais do mundo propõe um novo modelo que valorize a relação sadia entre as pessoas
Com o Orkut, o senhor praticamente inventou o
conceito de redes sociais. O que acha delas hoje em dia?
Se você pensar nas redes sociais de antigamente,
com o Orkut e as comunidades, vai lembrar que as pessoas usavam a plataforma
para fazer novos amigos. E há tantas histórias incríveis sobre usuários que
encontraram o emprego dos sonhos, conheceram o melhor amigo ou engrenaram
romances, casando-se e tendo filhos. Aqueles eram dias, no início dos anos
2000, em que a mídia social existia para as pessoas se conectarem, se sentirem
menos solitárias e serem mais felizes. Desde então, houve enormes avanços em
tecnologia, como a inteligência artificial de aprendizado de máquina. Agora
temos os algoritmos que selecionam nosso feed de conteúdo, e isso mudou o
cenário de forma relevante.
O senhor considera, então, que algoritmos são o grande
problema das redes sociais?
A pergunta é outra. Os algoritmos são
otimizados para aumentar a felicidade e unir as pessoas ou apenas para produzir
lucro? As mídias sociais de hoje têm tudo a ver com ganhar dinheiro.
Se pensar no mundo atual, vivemos em um ambiente de
vigilância. Cada experiência humana que temos on-line é convertida em dados. E
essas informações são usadas para construir modelos que preveem o comportamento
de cada pessoa. Nós, humanos, tomamos decisões de maneiras previsíveis. Como
resultado, os códigos são capazes de facilitar a manipulação.
E quais as consequências?
“Nas redes, nós lutamos apenas por engajamento em vez de tentar nos
conectar uns com os outros. Como resultado, há casos de depressão e até
suicídio”
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https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/as-redes-atuais-fazem-mal-diz-orkut-buyukkokten/
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