Brasília tem tumulto e ônibus queimados após tentativa de invasão à sede da PF
Após confusão, Polícia Militar reforçou a
segurança do hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
está hospedado olícia Federal em Brasília
Apoiadores do presidente Jair Bolsonar (PL) realizaram atos de
vandalismo na noite desta segunda-feira (12) em Brasília. Houve tentativa de
invasão a um prédio da Polícia Federal. Carros e ônibus foram
incendiados.
Para conter os manifestantes, agentes da Polícia
Federal usaram bombas de efeito moral e gás pimenta. Segundo o Corpo de Bombeiros,
não houve registro de feridos até o início da madrugada desta terça (13).
Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal
afirmou que o protesto teve início após o cumprimento de um mandado de prisão
temporária contra o cacique José Acácio Serere Xavante. A detenção ocorreu
pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo
de dez dias.
Segundo a PF, Xavante teria realizado manifestações
de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, notadamente em frente
ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a
área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos
Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros
momentos).
Ao pedir a prisão temporária, a PGR disse que ele
vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar
indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e
perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Em um vídeo enviado a jornalistas, Xavante pede aos
manifestantes que não se envolvam em “briga ou confronto”.
“Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e
líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir: como eu tenho
amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir
para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a
autoridade policial e venham viver em paz. E não pode continuar o que
aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF”, diz.
“Sabemos que somos povo santo, povo de bem, povo
que não compactua com derramamento de sangue, briga e conflito. A nossa briga
não é contra as pessoas humanas. É contra as potestades espirituais, Deus
abençoe a todos”, completa.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou que “a ordem é para prender os
vândalos” e que todas as forças policiais do DF estão na rua,
incluindo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Grupamento Tático
Operacional (Gtop).
Em razão do tumulto, a Polícia Militar reforçou a
segurança onde estão hospedados o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
o vice Geraldo Alckmin (PSB) e
grande parte da equipe de transição do novo governo, após a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O hotel fica a aproximadamente a 1 quilômetro de
distância do local. A informação foi confirmada à reportagem em conversa
informal com agentes da corporação.
Distância da sede da Diretoria-Geral da Polícia
Federal e do hotel onde está hospedado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da
Silva / Reprodução/Google Maps
Moraes ressaltou na análise do pedido de prisão que
as condutas do investigado, amplamente noticiadas na imprensa e divulgadas nas
redes sociais, se revestem de agudo grau de gravidade e revelam os riscos
decorrentes da sua manutenção em liberdade, uma vez que o Serere Xavante
convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos.
“A restrição da liberdade do investigado, com a
decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez
da investigação”, afirmou o magistrado.
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, declarou, no
fim da noite de segunda-feira (12), que a ordem já havia sido reestabelecida.
“O Governo do Distrito Federal vem trabalhando
integrado com os órgãos federais e com a equipe de transição na sua missão de
garantir a segurança dos cidadãos, das autoridades e a ordem pública. Hoje
ocorreu um fato, já para o final da tarde, a prisão de um manifestante com o
cumprimento de um mandado de prisão que acabou desencadeando atos de vandalismo
próximos ao prédio da Polícia Federal no centro de Brasília”, explicou Júlio
Danilo.
“Prontamente, a Polícia Militar e a Polícia Civil
responderam a essas agressões no intuito de reestabelecer a ordem, como agora,
nesse momento, já foi reestabelecido. A polícia está nas ruas, continuaremos
nas ruas, como já foi dito pelo ministro. Os crimes que foram cometidos serão
apurados e os responsáveis serão responsabilizados”, continuou. SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/manifestantes-tentam-invadir-predio-da-policia-federal-em-brasilia-diz-a-pm/
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