Todo
mundo fala na necessidade de uma lei
de reforma eleitoral como antídoto contra a corrupção que se aninhou na
classe política e contra a loucura que significa haver 30 partidos
representados no Congresso. Seria esse mar de sindicatos o mais numeroso do
mundo? E o imposto sindical obrigatório que retira um dia de salário por ano de
todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, com uma arrecadação anual de
mais de 3 bilhões de reais? Com o fato adicional de que as organizações
sindicais ainda gozam da prerrogativa de não ter de prestar contas dessa
arrecadação bilionária a nenhuma autoridade do Estado ou do Governo, outro
presente que lhes foi dado pelo ex-sindicalista Lula.Com essa montanha de sindicatos para os
trabalhadores privilegiados que têm seu posto de trabalho garantido, quem se
ocupa dos 14
milhões de desempregados, abandonados à sua própria sorte? Segundo alguns
especialistas, a obrigatoriedade do imposto sindical para trabalhadores não
sindicalizados fere a liberdade, a autonomia do trabalhador e a liberdade
sindical. Além disso, hoje, os dirigentes sindicais acabam virando também
políticos ou politizados, expostos aos pecados da corrupção. Quantas campanhas
eleitorais não terão sido sustentadas ilegalmente com dinheiro sindical? Há quem diga que haverá, por isso, uma nova Lava Jato que
mergulharia nas entranhas financeiras do meio sindical, para que a sociedade
pudesse conhecer como são usados esses bilhões provenientes dos trabalhadores.
O Brasil está tentando promover uma
faxina no mundo político para abrir novos caminhos legais para o
financiamento das campanhas, muitas delas, pelo que se revela nos tribunais,
fruto de dinheiro sujo das empresas. Por que não fazer algo semelhante no mundo
das finanças sindicais? É um dever para com a sociedade como um todo e em
especial com os trabalhadores. Um dever para com esses milhões de pessoas que
sofrem com o peso do desemprego, que já provocou dezenas de suicídios. Seria injusto e doloroso para esses
desempregados descobrir que o dinheiro sindical, do qual lhes chegam apenas
algumas migalhas, corre solto pelos atalhos da ilegalidade. Trabalhadores
e desempregados têm o direito sagrado de conhecer com toda transparência
como é usado esse dinheiro gerado pelo seu esforço.(*) Juan
Arias é jornalista e escritor espanhol estudou filosofia, teologia, psicologia,
línguas semíticas e jornalismo na Universidade de Roma, Itália. Na Biblioteca
Vaticana, descobriu o único códice existente escrito no dialeto de Jesus,
procurado há vários séculos. Durante catorze anos, foi correspondente do jornal
El País no Vaticano, acompanhando os papas Paulo VI e João Paulo II. É autor de
vários livros, publicados em mais de dez idiomas: El Dios en quien no creo,
Savater: El arte de vivir, José Saramago: El amor posible, entre
outros. No Brasil, publicou Confissões de um Peregrino; Jesus, esse
grande desconhecido; A Bíblia e seus segredos, todos pela Objetiva.
Atualmente, é correspondente do El País no Brasil.
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