segunda-feira, 3 de outubro de 2016

DECLÍNIO DO PT: PERDEU 60% DAS PREFEITURAS



Declínio do PT: partido perde poder em 374 cidades - O DESEMPREGO DERROTOU O PT

Tucanos se destacam em disputas de primeiro turno, impulsionados pelo resultado em SP

Diário do Poder 05/10/16:
A alegação de “golpe”, adotada pelo PT, foi desmoralizada pela própria realização de eleições livres no País, e pela vontade das urnas: a votação de candidatos do PT representou apenas cerca de 10% dos mais de 67 milhões de brasileiros que votaram em candidatos “golpistas”, claramente favoráveis ao impeachment de Dilma. O PT teve 6,8 milhões de votos, um terço do seu desempenho eleitoral de 2012.
Partidos que os petistas acusam de “golpistas”, PSDB e PMDB elegeram juntos 1.821 prefeitos, contra apenas 256 do PT.
Em 2014, a chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) obteve 54,5 milhões de votos. Aécio Neves (PSDB), 51 milhões.
O PT perdeu mais de 400 prefeituras, dois terços do que havia conquistado há 4 anos, incluindo seus maiores redutos em São Paulo.
O PT perdeu 11,4 milhões de votos em relação a 2012, quando foi o mais votado. Ficou atrás do PSB e até do PSD, em 2016.
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por Bernardo Mello / Gabriel Cariello O GLOBO, 03/10/16
"— A contagem dos votos no primeiro turno das eleições municipais de 2016 deixou ainda muitas questões a serem respondidas: das 92 cidades com mais de 200 mil eleitores, em 55 haverá segundo turno. Uma certeza, porém, já foi dada pelas urnas: o Partido dos Trabalhadores (PT) sofreu sua maior derrota desde que assumiu o comando do país, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
O resultado de domingo mostra que o PT é, até agora, apenas o décimo partido em quantidade de prefeituras, com 256, subtraindo seu poder em 374 cidades.

Há quatro anos, o partido terminou a disputa municipal em terceiro, com 630. O desempenho foi ainda pior nas grandes cidades do país. Mesmo disputando as eleições em 54 municípios com mais de 200 mil eleitores, a legenda venceu em apenas um — Rio Branco, no Acre, com Marcus Alexandre — e levou sete candidatos ao 2º turno.
Os resultados deste ano deixam o PT com 241 mil eleitores governados nos municípios mais populosos, podendo chegar a 3,3 milhões caso seja bem sucedido em todas as disputas que terá no fim do mês. Em 2012, na primeira eleição após a chegada de Lula ao poder, o eleitorado sob sua influência ultrapassava 15 milhões de pessoas.
O PT perdeu terreno até no chamado cinturão vermelho, na Grande São Paulo: de sete municípios perdeu cinco.
O espólio do PT pelo país foi dividido entre sete partidos. PSDB, PSD, PP, PDT, PR, DEM e PTB ampliaram as prefeituras que vão administrar nos próximos quatro anos. O PSDB teve a maior ascensão: venceu as eleições em 793 municípios, 107 a mais que em 2012.
O desempenho tucano foi impulsionado pelas vitórias em São Paulo. Além da capital, onde João Doria se elegeu no primeiro turno deixando o atual prefeito Fernando Haddad (PT) em segundo, o partido obteve importantes conquistas em São José dos Campos, Santos, Mogi das Cruzes, Piracicaba, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Praia Grande e Barueri — todos os tucanos venceram com mais de 50% dos votos. O eleitorado sob sua administração nas 14 grandes cidades em que venceu chega a 12,6 milhões de pessoas. O PSDB ainda vai disputar o segundo turno em oito capitais e 11 municípios.
PMDB NÃO APROVEITA VÁCUO DO PT
— (O desempenho do PT) Não é surpresa. Trata-se, aliás, da única expectativa absolutamente esperada. No mais, vimos situações muito singulares, como a experiência de São Paulo, onde o João Doria venceu no primeiro turno, e no Rio, onde o candidato da máquina (Pedro Paulo, do PMDB), em que se esperava que tivesse oportunidade de chegar ao segundo turno, não chegou. No mais, o desempenho do PSDB e do PMDB não foge ao esperado — afirma o cientista político Cláudio Gurgel, da UFF.
Embora tenha conquistado o maior número de municípios no Brasil, com 1.028, o PMDB não aproveitou o declínio do PT para ampliar seus domínios. O partido manteve a média de 18% de vitórias da eleição passada, e se elegeu para apenas treze prefeituras a mais que em 2012. Nas grandes cidades, venceu em sete, somando 2,1 milhões de eleitores governados. Os peemedebistas, no entanto, celebram a participação em 12 disputas de segundo turno.
Apesar de ficar de fora do segundo turno no Rio, onde controla a prefeitura desde 2008, na primeira eleição de Eduardo Paes, o PMDB ganhou em duas cidades da Região Metropolitana: Nova Iguaçu, com Nelson Bornier, e Belford Roxo, com Waguinho.
DISPUTA PELAS DEZ MAIORES CIDADES
A disputa pelos grandes eleitorados vai movimentar o mês. Entre as dez maiores cidades do país, oito terão segundo turno — Rio, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Manaus, Recife, Porto Alegre e Belém.
Candidatos do PSDB estarão presentes em quatro delas: nas capitais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e Pará. O PT concorrerá somente em Recife, com João Paulo, que faz oposição ao atual prefeito Geraldo Júlio, seu adversário no próximo dia 30.
PR e PSOL participam de duas disputas. Já o PMDB disputará apenas a capital gaúcha, com Sebastião Melo, atual vice-prefeito. Melo e o tucano Nelson Marchezan desbancaram o petista Raul Pont, que chegou a liderar as primeiras pesquisas de intenção de voto e teve apoio da ex-presidente Dilma Rousseff em sua propaganda eleitoral na TV.
Além do PT, outro partido que deve lamentar o desempenho nas eleições municipais deste ano é o PSB. A legenda, que tinha no ex-governador de pernambuco Eduardo Campos seu principal líder, também perdeu terreno nos municípios com mais de 200 mil habitantes. A única vitória ocorreu em Campinas, com Jonas Donizette. Há quatro anos, o partido tinha 11 prefeituras nas grandes cidades, que somavam 7,7 milhões de eleitores governados.
O cenário, no entanto, não é tão negativo quanto o do PT. O PSB aparece em quinto no ranking dos partidos, com 414 prefeituras conquistadas, e vai disputar nove municípios no segundo turno. Em relação a 2008, quando o partido fazia parte da base aliada do governo Lula, no melhor dos cenários, haverá queda de 2,1 milhões no total de eleitorado governado nas grandes cidades."
Fonte:jornal O GLOBO de 03/10/16

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·        O PT foi fragorosamente derrotado no "cinturão vermelho" do ABC paulista e nem Marcos Claudio Lula da Silva, enteado de Lula, apesar de todo empenho de dona Marisa, não conseguiu se reeleger vereador de São Bernardo do Campo.
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Análise: Tristeza do PT, alegria do PSDB, por Eliane Cantanhêde, O Estado de S. Paulo, 03/10/16


"Desde 1992, nenhum candidato venceu na capital paulista sem passar pelo segundo turno, como João Doria agora. Foi uma derrota do PT e uma super vitória do governador Geraldo Alckmin




Com o PT despencando e o PSDB tendo uma vitória inédita em São Paulo e aumentando seu número de prefeituras no País, a eleição municipal traz um dado político importante para 2018: os tucanos são os maiores beneficiários da desgraça petista. Desde 1992, nenhum candidato venceu na capital paulista sem passar pelo segundo turno, como João Doria agora. Foi uma derrota do PT e uma super vitória do governador Geraldo Alckmin. Depois de tudo o que aconteceu no País, é incrível como a polarização PSDB-PT resiste, firme e forte, não apenas na capital, mas no Estado de São Paulo. Na reta final, o eleitorado se concentrou nesses dois polos e, no confronto direto, o antipetismo foi mais forte que a ojeriza aos tucanos.
Empurrar o prefeito Fernando Haddad ao menos ao segundo turno era quase uma questão de vida e morte para o PT, que foi o grande derrotado no País e no interior paulista. No ABC, sai PT, entra PSDB. Um arraso. Com Haddad vivo na disputa, os petistas teriam ânimo e discurso para enfrentar a realidade adversa e os dedos em riste. Com Haddad fora, nem isso sobrou.
De outro lado, Alckmin deu uma volta por cima espetacular, depois de duas derrotas quando ele próprio disputou a prefeitura da capital, em 2000 e 2008. Logo, os votos de ontem não foram só em Doria e Alckmin, mas também contra o PT e num candidato que se apresenta como “não-político”. Aliás, essa é uma dica para os candidatos em 2018.
Além de Alckmin, Aécio Neves também recupera o fôlego em Minas: depois de perder em casa para Dilma Rousseff e entregar o governo do Estado para o PT em 2014, Aécio leva o tucano João Leite ao segundo turno em Belo Horizonte, onde o PT comeu poeira.
Já o Rio é, sempre, um caso à parte. PT e PSDB não tiveram condições nem quadros para competir com alguma chance e o segundo turno é entre dois extremos: Marcelo Crivela, do PRB e da Igreja Universal, e Marcelo Freixo, do PSOL. A tendência clara: Crivela murcha, Freixo infla.
Em comum, São Paulo, Rio e Minas registraram uma abstenção altíssima, de mais de 20%, que se reproduziu em todas as regiões. PT e PSDB continuam digladiando entre si e há uma pulverização de partidos pelos municípios, mas uma coisa é certa: o eleitorado está cansado, desconfiado e desencantado. O PSDB sai bem, mas tem muito o que refletir.” Fonte: http://politica.estadao.com.br/ 03/10/16




 

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