Caiu a máscara de Lula
por Ricardo
Noblat
Sabe qual é a surpresa que nos
reserva a defesa de Lula no caso do sítio de Atibaia, reformado gentilmente
para ele pelas construtoras OAS e Odebrecht, ambas envolvidas na roubalheira da
Petrobras?
Fernando Bittar, um dos supostos
donos do sítio, dirá que o sítio de fato lhe pertence, e também ao empresário
Jonas Suassuna, sócio em outro negócio de Fábio Luiz, filho mais velho de Lula.
Surpresa haveria se Fernando
dissesse que o sítio é de Lula, e que ele e Jonas não passam de “laranjas”.
A Lava-Jato e o Ministério
Público de São Paulo investigam se o registro de propriedade do sítio em nome
de Fernando e de Jonas foi uma manobra de Lula para ocultar patrimônio.
É isso o que parece, sugerem a
lógica mais elementar e os indícios reunidos até aqui.
Oficialmente, o sítio foi
comprado por Fernando e Jonas dois meses antes de Lula transferir para Dilma a
faixa presidencial. Um dos advogados de Lula analisou a escritura registrada em
cartório.
Parte dos bens acumulados por
Lula enquanto governou o país foi entregue no sítio em no dia oito de janeiro
de 2011. Eram cerca de 200 caixas, entre elas 37 com bebidas.
José Carlos Bumlai, amigo de
Lula, hoje preso pela Lava-Jato, cuidou da reforma do sítio. Que começou a ser
feita quando o sítio foi comprado no final de 2010?
Não. Começou muitos meses antes.
Marisa, mulher de Lula, visitou a
obra. Reclamou de atrasos. E foi aí que entraram em cena as construtoras amigas
do seu marido. Elas gastaram um bom dinheiro com a reforma.
Por que gastariam se o sítio
fosse apenas de Fernando e Jonas? Para que Lula, mais tarde, o recomprasse sem
que ninguém soubesse que ele fora reformado de graça por construtoras premiadas
com contratos milionários durante os seus dois governos?
Ou por que a OAS e a Odebrecht,
comovidas com a pregação do Papa Francisco, decidiram, meio que de repente,
fazer caridade?
Ao longo dos últimos quatro anos,
seguranças de Lula estiveram no sítio 111 vezes pelo menos. Razoável imaginar
que acompanhassem a família Lula da Silva.
Amigos do clã, assíduos frequentadores
do sítio, surpreenderam-se com a descoberta de que ele está em nomes de
terceiros.
Nada de mais que Lula comprasse
um sítio ou até mais de um. Não lhe falta dinheiro.
Presidente da República tem todas
as suas despesas pagas pelo governo. Lula economizou dinheiro capaz de
justificar a compra do sítio e do tríplex no Guarujá, esse também reformado de
graça pela OAS. Ninguém teria nada a ver com isso.
O problema? De volta ao futuro: a
gentileza de construtoras clientes do governo em beneficiar imóveis de um
ex-presidente. Cheira mal. Aí tem...
Como Lula, logo Lula que
denunciou a existência de 300 picaretas no Congresso, chamou Sarney e Collor de
ladrões, subiu a rampa do Palácio do Planalto como se fosse o mais imaculado
dos políticos, diz-se a alma mais honesta do país; como ele poderá admitir que
pediu ou aceitou favores de construtoras, e que foi promíscuo, sim, ao
misturar o público com o privado?
Logo ele? Também Lula?
Pois é disso que se trata – por
enquanto.
Seus correligionários querem transformá-lo
em vítima de um complô urdido para destruir a maior liderança popular que o
país jamais teve. Ora, faça-me o favor...
Lula é uma vítima dos seus
próprios erros, de sua ambição desmedida, de sua vaidade, e de sua falta de
compromisso com princípios e valores.
A máscara dele caiu.
Fonte:
http://noblat.oglobo.globo.com/
15/02/16
Acho que há aí um equívoco de colocação.
ResponderExcluirO governo do PT não "misturou" negócios públicos com
negócios privados.
Para Lula e sua "equipe" os negócios públicos são tratados como aqueles "negócios" da... privada.
Diz Rubens Pontes, Serra/ES, por e-mail
Diz Feliciano Tavares Monteiro por e-mail: 0
ResponderExcluirA Tracajá (justiça brasileira) tarda...mas não falha. saudações trabalhistas...