A AGONIA DO BRASIL, por Juan Arias, El Pais,
Espanha
É difícil
imaginar como o país poderá sair do quebra-cabeça em que as maiores autoridades
políticas aparecem sob suspeita de ilegalidades e corrupção.
Poucos
dias atrás, o ex-presidente Lula se
reuniu em Brasília com a presidenta Dilma
Rousseff e os seus ministros mais próximos para lhes dar um recado
contundente: “A agenda do Governo do Brasil não pode ser ocupada pela Operação Lava Jato”, que investiga a corrupção na
Petrobras
e está prendendo dezenas de políticos e grandes empresários do país. Lula
acrescentou: “Saiam às ruas e mostrem as obras realizadas pelo Governo.”
Pouco
depois, chegou a notícia de que a Procuradoria da República do Distrito Federal
abriu inquérito também contra Lula
por suposto tráfico de influência internacional. Na mesma hora, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, o maior partido aliado do
Governo, era acusado por um dos empresários presos de ter recebido 5 milhões de dólares em propina no escândalo da
Petrobras. Foi praticamente sua morte política.
A opinião
pública está desconcertada diante do quadro de incertezas vivido pelo Brasil,
que enfrenta uma dura crise econômica e outra política já
considerada uma das mais graves de sua história democrática.
É difícil
imaginar como o Brasil poderá sair do quebra-cabeça em que as maiores
autoridades políticas aparecem sob suspeita de ilegalidades e corrupção.
Já são
dois ex-presidentes (Fernando Collor e Lula) sob
investigação, assim como as maiores autoridades do Estado, a presidenta Dilma,
os presidentes da Câmara e do Senado e outros 30 deputados e senadores de
vários partidos.
A
pergunta feita pelos brasileiros é quem ainda tem autoridade no Estado para
oferecer um mínimo de confiança à sociedade, que já convocou para 16 de agosto
uma nova manifestação nacional –apoiada pela oposição – contra o Governo, a
crise econômica e a corrupção. O único aplauso hoje da sociedade é para os
juízes, que pela primeira vez estão enfrentando os políticos e empresários
acusados de corrupção.
O
Ministro da Economia, o banqueiro liberal Joaquim Levy, tem se
esforçado para fazer um mínimo de ajustes econômicos a fim de conter a sangria da dívida pública e tentar fazer
o país voltar a crescer. Seu temor é que o Brasil perca o nível de
investimentos – medo que ele mesmo confessou aos parlamentares.
A crise
dividiu seriamente a irritada sociedade entre os que exigem uma mudança de
governo e os que acusam a oposição de “golpismo”
Os
esforços de Levy têm sido freados pela disputa entre o Congresso e o Governo,
que perdeu a maioria do apoio e não faz mais do que colecionar derrotas.
Este é,
de fato, um momento de certa agonia para o Brasil. A crise dividiu seriamente a
irritada sociedade entre os que exigem uma mudança de governo e os que acusam a
oposição, sobretudo a do PSDB, de “golpismo” e de não aceitar o resultado das urnas, que deu
vitória a Dilma.
A
abertura do inquérito contra o carismático Lula traz um novo fator de
instabilidade, pois ainda não é possível saber qual será a reação do seu
partido e dos movimentos sociais. Ao mesmo tempo, afasta a possibilidade da
candidatura de Lula em 2018, que acabava de ser lançada por seus
correligionários do PT.
Já se
chegou a dizer que existem seguidores de Lula “dispostos a morrer” por ele,
enquanto fica cada vez mais evidente o seu divórcio com Dilma.
Lula, que
foi sempre um dos mais hábeis estrategistas da política brasileira, tem
preferido, até agora, a prudência do silêncio. FONTE: Juan Arias/El País,
Espanha
Que situação esta em que estamos ! Não se pode investigar que se chega sempre a muita irregularidade, muita sujeira, muito comprometimento de todos. Ou temos play boy como candidatos, ou ás vezes até eleito ( Collor), ou não temos ninguém sério que merece nosso voto. Chegamos não faz muito. De Miami. Lá vi o prédio onde o meu possível candidato á Presidência da República, tem um apartamento. É tão chique a área, o prédio, o entorno, tudo, que dinheiro honesto é impossível adquirir . Aí já estou sem candidato.Diz Therezinha Freire de Souza, Curitiba/PR
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