terça-feira, 20 de agosto de 2013

É HORA DE UM BASTA




Diz Carlos Chagas em sua coluna no Diário do Poder (20/08/13)


“Foi assim que nasceu e cresceu o nazismo, quando as famigeradas S.A. ocuparam Berlim e outras cidades da Alemanha. Um sentimento nacional de indignação já substituiu as primeiras reações de apoio aos jovens que com toda razão foram para a rua, em junho, exigindo melhor qualidade de vida. De lá para cá, deteriorou-se o movimento. Protesta-se com o rosto encoberto, pedras na mão e, não raro, coquetéis molotov na mochila. Interrompe-se o tráfego como se toma um copo d’água.
Convenhamos, é hora de um basta. Afastada por contraditória a hipótese de os revoltados com as passeatas organizarem a sua própria, melhor solução  para evitar o caos social está no apelo às forças de segurança. Pouco adianta levar alguns  fascistas para a delegacia e soltá-los horas depois. É preciso que fiquem engaiolados e sejam processados. Também não resolve descarregar balas de borracha nos manifestantes ou lançar sobre eles bombas de gás lacrimogêneo ou sprays de pimenta. Torna-se necessário mobilizar a inteligência para identificar os líderes responsáveis, começando pelos vândalos que quebram tudo, porque são os mesmos. Muitos com passagem pela polícia, sem profissão. Que vão para a cadeia e de lá  não voltem tão cedo.
Em caráter emergencial, não deve haver hesitação em mobilizar as forças armadas para policiamento ostensivo nos principais centros onde as badernas acontecem. Sua presença teria sentido dissuasório, obviamente sem canhões nem tanques.”

A BANALIDADE DO MAL



“O Coração do homem – Seu Gênio para o Bem e para o Mal”
A BANALIDADE DO MAL
Após assistir o imperdível filme HANNAH ARENDT, pego na biblioteca o extraordinário livro de ERICH FROMM, “O Coração do homem – Seu Gênio para o Bem e para o Mal”, que leio e releio desde 1969. Tenho todos os livros deste extraordinário autor. O coração do homem e sua mente são a matéria prima de Erich Fromm em todos seus livros publicados.             O autor, com uma profunda penetração psicológica da alma humana, leva a discussão da natureza do mal e da escolha entre o bem e o mal, onde examina as forças da natureza humana que bloqueiam as energias criadoras, deformando o instinto do bem numa atração pelo mal.
E PHILIP ZINBARD, psicólogo americano, professor da Universidade de Stanford, autor do livro “O Efeito Lúcifer”, em entrevista a VEJA (21/08/13) diz que sobre a origem do mal: “Freud dizia que a tendência e a praticar o mal tem suas raízes na própria natureza da mente humana e que todos nós, sem exceção, carregamos um componente que incita a maldade.  

Já sobre o filme HANNAH ARENDT, autora do livro “Eichmann em Jerusalém – Um Estudo sobre a Banalidade do Mal”, seguem os comentários: O filme "Hannah Arendt" reconstitui episódio crucial não só da vida da filósofa alemã, mas da história das idéias.

Os psicanalistas Lucia Serrano Pereira e Robson de Freitas Pereira Psicanalistas, coordenadores da Linha Sujeito e Cultura do Instituto APPOA, apresentam uma reflexão sobre o longa-metragem. Vejam o que dizem sobre o filme:

Hannah Arendt, o filme, retoma desde as primeiras cenas temas cruciais ao nosso tempo, ao mostrar cinematograficamente os efeitos de seu texto publicado pela revista New Yorker entre fevereiro e março de 1963 e que se transformou no livro Eichmann em Jerusalém – Um Estudo sobre a Banalidade do Mal. A obra tornou-se um clássico na interpretação de nossa cultura. Não imediatamente, como a diretora Margarethe von Trotta nos revela.

Cena por cena, a produção evidencia com a linguagem do cinema o processo paradoxal que envolve a elaboração de uma obra profundamente mergulhada em seu tempo e, simultaneamente, crítica. Sua produção necessitou de certo "exílio", na solidão, na penumbra solitária em que Hannah, recostada no divã de seu apartamento, fuma, atravessa um tempo denso, escreve. Levados pelo olhar da câmera, acompanhamos o pensar, o tempo flutuante entre o que se decanta do que a personagem está testemunhando e a irrupção das lembranças que a fazem atualizar as experiências do horror e, ainda, algo do amor. Este percurso nos é mostrado com fineza ao longo da trama, pela criação da atriz Barbara Sukowa – enquanto ela se movimenta no cotidiano cozinhando, recolhendo os copos, olhando através da janela, junto ao evanescente do cigarro sempre ali, sempre apontando o enlaçamento, a sequência de uma matéria dura e volátil.

O diálogo de abertura é suficiente para que Margarethe von Trotta nos mostre o que é ser uma pensadora – no melhor sentido que a palavra possa ter, mesmo que isto implicasse ir contra a opinião de seus próximos, ou os ideais de seu grupo. Hannah conversa com a amiga e escritora Mary McCarthy sobre amor, poder e a dificuldade de aceitar as separações. E é com isto que ela vai ter que lidar no recorte que o filme situa. Como suportar a diferença, as descontinuidades, as contradições que se impõem como efeito de algo que testemunhou e que precisa compartilhar.
O roteiro enfoca o período em que Hannah acompanhou o julgamento de Eichmann, em Jerusalém, e seus efeitos inesperados. Ela vivia há 20 anos em Nova York e lecionava na New School of Social Research. Propôs ao editor da revista New Yorker fazer a cobertura do processo ainda sob o impacto da notícia do sequestro do coronel nazista pelo Mossad. Durante a produção do texto, abre-se a constelação da história e das memórias. Como a elaboração de sua relação amorosa com Heidegger, seu professor e, posteriormente, amante. Hannah não nega este paradoxo em sua vida e, para analisá-lo, tem que reconhecê-lo como algo impossível de ser escondido.
Para nós, que nascemos intelectualmente considerando as teses da banalidade do mal e dos crimes contra a humanidade algo já estabelecido – sempre perturbador, mas nomeado, situável, ainda que fale do insuportável –, o filme tem a propriedade de nos lançar na polêmica cruenta que se criou na época. Pois lá nada disto estava formulado, e Arendt foi injuriada, acusada de estar defendendo um criminoso nazista ao dizer que, para sua própria surpresa e ao contrário do senso comum, não estávamos diante de um monstro, mas de um burocrata eficiente que se recusava a pensar sobre seus atos, mesmo que eles resultassem na morte de milhões de pessoas. Isto o fazia perverso. O mais espantoso é que se tratava de um sujeito comum, medíocre, que nas circunstâncias adequadas à sua subjetividade transformava-se num criminoso. Humano, demasiado humano, parafraseando o filósofo. Hannah também foi acusada de trair as vítimas e o sionismo ao situar o mal em qualquer ser humano e criticar o colaboracionismo, mesmo que reconhecesse que sob aquelas condições ninguém poderia ser acusado por não haver reagido. Afinal, a lógica da "solução final" necessitava que suas vítimas estivessem impotentes antes mesmo de morrer. Com tais interpretações, perdeu colegas intelectuais e amigos que considerava sua família. Temeu a expulsão dos EUA, lugar que a acolheu, e que amou. 

Tentando entender as reações extremadas, podemos especular: o Estado de Israel – recém 15 anos de fundação –, precisava se consolidar, as feridas da guerra estavam abertas. Curiosamente, e interessante para pensar os dias atuais, Hannah foi escutada pelos jovens. Talvez porque aquela geração que não tinha sofrido diretamente os horrores da guerra podia suportar a revelação de uma verdade que para muitos deveria ficar na sombra, recalcada.
Sigmund Freud, também pensador da cultura, já havia demonstrado que o bem e o mal fazem parte do homem, divisão sem remédio, há que se virar com ela. Reafirma isto a partir de sua produção dos anos 1920, em Além do Princípio do Prazer, com a noção de repetição e pulsão de morte, e mais adiante, em O Mal-Estar na Cultura. O homem não é um ser pacífico que só demonstra crueldade ou agressividade quando é atacado e trata de se defender. Para conseguir algum avanço de civilidade, a luta contra os próprios impulsos violentos é árdua. Mas atenção: suportar, se virar com essa divisão implica poder se responsabilizar. A excepcional análise que Arendt faz da subjetividade de Adolf Eichmann não o faz menos criminoso. Ao contrário, aproxima-se da contribuição de Freud: o homem "não é senhor em sua própria casa", está determinado pelo inconsciente; porém é responsável por seus atos. Disto não pode abrir mão, mesmo sob alegação de estar conforme aos ideais de sua época ou aos mandatos de seu grupo. Não pode se transformar num burocrata que abdica de pensar.

Giorgio Agamben, quando nos coloca a pergunta "o que é o contemporâneo?", vai aportar a ideia de que o contemporâneo vem – e ele escolhe a voz do poeta, esta que é transversal, desencaixada do olhar comum, desfocada – através daquele que, mantendo fixo o olhar na atualidade, pode perceber não as luzes, mas o escuro de seu tempo. Uma voz que, com a atividade e uma habilidade singular, consegue neutralizar as luzes ofuscantes que são vigentes em sua época, para tocar esta obscuridade. Hannah Arendt, desde seu campo, sem dúvida o fez. Marcada também por suas contradições, como o filme aponta. Mas com a "banalidade do mal", seu achado em Eichmann em Jerusalém, interpreta as trevas de seu tempo alcançando o nosso. E se acompanhamos a última cena, da imponente Manhattan vista do Brooklin, percebemos uma ponte, corajosa, na noite iluminada.”








domingo, 18 de agosto de 2013

BRASIL E EGITO DE 2013 E ARGENTINA DE 1976: SEMELHANÇAS



O 7 DE SETEMBRO VEM AI
BRASIL E EGITO DE 2013 E ARGENTINA DE 1976: SEMELHANÇAS

É bastante preocupante as semelhanças entre a Argentina de  1976, quando ocupava o poder a Isabelita Peron (Isabelita Perón (María Estela Martínez), foi a primeira mulher que ocupou a presidência da República Argentina. Tornou-se presidente após a morte de seu marido, que havia sido eleito numa chapa denominada Perón-Perón, pois ela era candidata à vice-presidência. Perón morreu em 1 de julho de 1974 e Martínez assumiu o cargo neste mesmo dia. Dois anos depois, em 24 de março de 1976, foi deposta, porque ela não conseguiu controlar as diversas correntes do Peronismo, principalmente os Motoneiros que queriam implantar o Maxissismo na Argentina

Dilma Rousseff, sem nunca ter sonhado em ser presidente, inábil, de temperamento explosivo, sem nenhum traquejo político como se comprova, elegeu-se presidente para dar continuidade a “República Sindicalista”, implantada pelo Lulopetismo, porque o povão a identificou como “a muié de Lula”. Dilma já não tem sustentação política e sofre seguidas derrotas no Congresso Nacional apesar de ter o apoio de 17 partidos políticos.  
O medo que sentimos é que os radicais possam levar o Brasil a uma situação semelhante ao caos que impera no Egito nos dias que correm.  Eu já vi esse filme em 1964...

OS INIMIGOS DA DEMOCRACIA
“Até onde vai isso? Como contê-los? As manifestações agressivas que se alastram preocupantemente pelo país demonstram claramente que há algo muito estranho por trás dos rostos encobertos dos Black Bloc (há suspeita de que alguns agem por dinheiro). A Revista “Época”, (29/7) mostrou que por trás da simples revolta dos vândalos anarquistas há algo de muito mais sério.
A notícia, que deixa perplexa a sociedade, dá conta de que (surpreendam-se) “gladiadores” (é assim que se autoproclamam os anarquistas das manifestações), após a ONG Defensoria Social espalhar voluntários para defender manifestantes presos por vandalismo, agora também recebem treinamento de guerrilha urbana através de instrutores experientes.
Nos fins de semana, os jovens se reúnem para fazer coquetel molotov e escudo de madeirite e produzir líquidos que anulam o efeito do gás lacrimogêneo. Nesses encontros, eles escolhem bancos e empresas como alvos de depredação.
Participam dessas reuniões os anarquistas Anonymous, Anarcopunk e Acción Directa, ex-militantes do MST, alguns dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e remanescentes do grupo guerrilheiro uruguaio Tupamaros e da Central Operária Boliviana. Os próximos atos, segundo a “Época”, estão previstos para 7 de setembro e o Rock in Rio.

As forças de segurança federais e estaduais e toda a sociedade — que reivindica pacificamente seus direitos — devem tomar ciência e consciência. A estabilidade está seriamente ameaçada pelo radicalismo de terroristas-guerrilheiros.
O 7 de setembro vem aí. Que estejam em grau de alerta máximo e se preparem para a garantia da lei e da ordem contra a anarquia e o radicalismo. Aos inimigos da democracia, o rigor da lei", conclui Milton Corrêa da Costa é tenente-coronel da reserva da Polícia Militar do Estado do Rio.Fonte http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/08/17/aos-inimigos-da-democracia-rigor-da-lei



“Para separar as coisas, os protestos que reclamam em favor dos valores da República devem continuar, o direito de ir e vir deve ser assegurado e os vândalos devem ser reprimidos, presos e processados.
No ataque a pessoas indefesas, não temos vândalos. Temos simplesmente bandidos, a serviço de algo que não está desvendado e que precisa sê-lo. Parecem constituir uma espécie de milícia política, para neutralizar a simpatia popular pelas manifestações do Brasil 2013.”, diz o dep. Miro Teixeira
 
Exemplo do Espírito Santo
Vândalos de protestos são intimados pela Polícia. Grupo que participou de protestos está sendo intimado pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (NUROC) do ES. Informa o chefe da Polícia Civil, Joel Lyrio, que quatro delegados estão apurando quem são as pessoas que promoveram atos de depredação contra o patrimônio público e privado durante as manifestações, como no último dia 19/07/13, no centro de Vitória, o Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, foram alvos de depredações.
Para pessoas ligadas ao movimento “Não é por 20 Centavos, é por Direitos”, a ação é uma das estratégias para intimidar os manifestantes de irem às ruas lutarem por aquilo que acreditam ser certo, pelos direitos da população. Fonte: http://www.redetribuna.com.br/jornal (16/08/13)