Tragédia nacional:
Brasil
1 x 7 Alemanha
Brasil 0 x 3 Holanda
Circula nas redes sociais:
Os 10 motivos para as
derrotas históricas (10 gols em dois jogos e 4º lugar) da seleção brasileira
Excesso
de pressão, ausência de liderança, "Neymardependência", discurso de
vítima...Veja os motivos que podem ter contribuído pro vexame em campo
Pouco
treino: Felipão cancelou várias atividades programadas e diminuiu carga física
de exercício do time
Teresópolis
- A derrota histórica da seleção brasileira para a Alemanha por 7 a 1, na
semifinal da Copa do Mundo,
teve origem em 10 grandes problemas que afetaram a equipe comandada por Luiz
Felipe Scolari.
1.
EXCESSO DE PRESSÃO. A comissão técnica impôs aos jogadores um nível de
exigência máximo, colocando o título como marca do minimamente aceitável. Um
nível tão alto que gerou muito nervosismo nos atletas. A obrigação de apagar o
'fantasma de 50' criou sentimento de angústia.
A tensão
ficou evidente durante a campanha na Copa, em níveis excessivos antes da
disputa de pênalti contra o Chile, quando vários jogadores choraram. Ontem,
contra a Alemanha, os gols sofridos geraram abalo que impediram qualquer
reação.
2.
AUSÊNCIA DE LIDERANÇA. Dentro de campo a seleção brasileira não teve um
jogador com perfil de líder. A braçadeira de capitão ficou com Thiago Silva,
que 'se escondeu' em momento complicado, permitindo que Paulinho fosse o
responsável por falar com o elenco antes dos pênaltis contra o Chile.
Jogadores
experientes, com disputa de Copa do Mundo na carreira, como Julio César e Fred,
também não conseguiram dar tranquilidade aos companheiros ou motivar o grupo
após os momentos mais difíceis, como a lesão de Neymar.
3.
PREPARAÇÃO RUIM. A seleção brasileira treinou pouco. Felipão cancelou
várias atividades programadas, diminuiu a carga física dos exercícios e,
especialmente, reduziu o trabalho das titulares. Depois das oitavas de final,
por exemplo, os principais jogadores ficaram três dias sem tocar na bola.
O técnico
só fechou três treinos aos jornalistas para preparar. Em entrevista coletiva
concedida após a derrota para a Alemanha, afirmou que treinou com formações
diferentes a que iniciou a partida para 'confundir' os alemães.
O vigor
físico e a intensidade do jogo são pontos-chaves para explicar o título
brasileiro na Copa das Confederações no ano passado. A redução das atividades
fez com que não houvesse repetição do desempenho.
Além
disso, apesar de ter ficado longe de repetir o desastre de Weggis, na Suíça,
antes do Mundial de 2006, a Granja Comary também teve muitas distrações, com
equipes de televisão gravando programas no gramado durante treino, convidados
de patrocinadores cobrando atenção de atletas, entre outras situações.
4.
EXCESSO DE CONFIANÇA. 'Por nós sermos campeões do mundo, a seleção que mais
ganhou títulos, por jogar em casa, nós somos favoritos e temos tudo para
ganhar', disse Carlos Alberto Parreira antes do início da Copa.
A seleção
brasileira, em diversos momentos não teve humildade. Inclusive para reconhecer
erros. Felipão, por exemplo, não abriu mão de 'morrer' com o time campeão da
Copa das Confederações. A impressão é que membros da comissão técnica achavam
que o Mundial seria vencido apenas com o canto inflamado do hino nacional.
5.
NEYMARDEPENDÊNCIA. O Brasil nunca chegou a uma Copa com uma estrela tão
destacada como Neymar, o que também implicou em um peso imenso de
responsabilidade nos ombros do jogador, justamente na competição disputada em
caso.
O camisa
10 até teve alguns bons momentos e fez quatro gols, todos na fase de grupos. Na
fase eliminatória caiu de produção e não foi o 'salvador da pátria' que se
esperava. A lesão sofrida contra a Colômbia evidenciou a fragilidade do elenco,
que não tinha um grande substituto.
6.
RENÚNCIA DA BOLA. O Brasil é o semifinalista que menos toca na bola. Até
o fim do jogo contra a Alemanha foram 2.249 passes certos na competição, 1.172
a menos que o algoz, recordista na competição.
Entre os
cinco melhores passadores da seleção brasileira estão quatro defensores
Marcelo, David Luiz, Thiago Silva e Daniel Alves, e também o volante Luiz
Gustavo.
As
estatísticas mostram o que se viu no campo de jogo, um time com pouca
capacidade criativa, em que várias jogadas começavam com bolas longas a partir
da defesa.
7.
ALTERAÇÕES INEFICAZES. Nos jogos mais duros e mais difíceis, Luiz Felipe
Scolari não conseguiu fazer alterações que, de fato, mudavam o rumo das
partidas. Contra México e Chile, por exemplo, as mexidas do técnico não
surtiram efeito.
Uma das
poucas mudanças que realmente funcionou foi a entrada de Fernandinho no lugar
de Paulinho contra Camarões. A forma de jogar, no entanto, não foi alterada,
mesmo com a lesão de Neymar, com Bernard atuando em seu lugar contra a
Alemanha.
8.
DESEMPENHO DOS CENTROAVANTES. O Brasil sempre foi terra fértil para
'camisas 9', mas para a disputa da Copa do Mundo teve dois jogadores da
posição, Fred e Jô, se apresentando muito abaixo do nível esperado.
O jogador
do Fluminense teve apoio incondicional de Felipão, e seguiu no time apesar de
ter feito apenas um gol nos três primeiros jogos e de ter recebido série de
críticas. Jô, que jogou por 78 minutos no Mundial, não marcou e não acrescentou
ao time.
Antes da
competição, em entrevista, o técnico da seleção admitiu a predileção por um
homem de área, mas disse também que tinha opções para alterar a forma de jogar.
Neymar e Hulk poderiam ser os 'falsos 9', mas nenhum atuou como centroavante na
Copa.
9.
PROBLEMAS NAS LATERAIS. Com Daniel Alves e Marcelo, a seleção
costuma ter 'avenidas' a serem exploradas pelos adversários. Não houve plano de
cobertura para os laterais.
As falhas
defensivas custavam a posição de titular para o jogador do Barcelona, que
acabou substituído por Maicon. O reserva mostrou melhor desempenho na marcação,
mas pouco acrescentou no setor ofensivo.
O canhoto
Maxwell, outro jogador que mais se destaca pelas qualidades defensivas, sequer
foi utilizado nos seis jogos disputados até aqui.
10.
DISCURSO DE VÍTIMA. Convencidos de que existia um complô contra os
anfitriões, CBF e comissão técnica brigaram com a Fifa, imprensa e adversários.
Os confrontos repercutiram também dentro da concentração.
Fred teve
que gravar vídeo para dizer que sofreu pênalti no jogo contra a Croácia. O
diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, foi punido por uma agressão ao
atacante chileno Mauricio Pinilla. Por diversas vezes, houve brado de que era
preciso apoiar a seleção e não jogar contra ela.
Derrota
bate todos os recordes nas redes sociais
No Twitter, primeira
semifinal do Mundial gerou 35,6 milhões de mensagens, o que supera qualquer
outro tema sobre qualquer outro esporte, informou a rede social
O recorde anterior
do Twitter pertencia ao Super Bowl 48, disputado em 2 de fevereiro
Paris - A goleada
por 7-1 que a Alemanha aplicou ao Brasil, nesta terça-feira, na primeira
semifinal da Copa do Mundo, permitiu às redes sociais a quebra de
recordes de interação e comentários, anunciaram Twitter e Facebook.
No Twitter, a
primeira semifinal do Mundial gerou 35,6 milhões de mensagens, o que supera
qualquer outro tema sobre qualquer outro esporte, informou a rede social.
O recorde anterior
do Twitter pertencia ao Super Bowl 48, disputado em 2 de fevereiro, que gerou
quase 25 milhões de comentários.
No Facebook, a
partida disputada no Mineirão gerou mais de 200 milhões de interações,
publicações, comentários, publicação de fotos e "likes" durante 90
minutos, conectando 66 milhões de pessoas, que representam um recorde absoluto
para esta rede social.
Os internautas
também aproveitaram as redes sociais para divulgar todo tipo de piadas, com
montagens de textos sobre fotos.
Durante a Copa, o
jogo mais discutido no Twitter até agora era o confronto entre Brasil e Chile
nas oitavas de final, com 16,3 milhões de tweets, duas vezes menos que o número
registrado pela primeira semifinal. No Facebook a marca anterior pertencia ao
jogo de abertura entre Brasil e Croácia, com interações entre 58 milhões de
pessoas.
O pico de mensagens
na partida entre Brasil e Alemanha foi registrado após o quinto gol da
Alemanha, anotado por Sami Khedira aos 29 minutos de jogo. O quarto gol da
Mannschaft em menos de seis minutos gerou 580.166 tweets em 60 segundos, outro
recorde.
Minutos antes, o
segundo gol de Toni Kroos na partida havia superado a barreira dos 500.000
comentários (508.601 exatamente).
No Facebook, os
mesmos momentos foram responsáveis pelo maior número de comentários.
Até o momento, o
recorde de comentários em um minuto no Twitter pertencia ao pênalti
desperdiçado pelo chileno Gonzalo Jara contra o Brasil, com 388.985 tweets.
COMENTÁRIOS
E PIADAS
Mais
rápidos que os gols da Alemanha, comentários sobre a derrota da seleção
brasileira por 7 x 1 se multiplicaram nas redes sociais.
No
Twitter, todos os Trending Topics, os dez assuntos mais comentados nessa rede,
estão relacionados, neste momento, ao jogo entre as duas seleções na Copa do
Mundo. Na liderança, está o tópico #DavidOBrasilTeAma, em homenagem ao zagueiro
David Luiz, que, após o jogo deu uma entrevista emocionada, chorou e pediu
desculpas pela derrota.
Além dos
nomes das duas seleções, frases como #PrayForBrazil (OrepeloBrasil, em
português) e #ThingsMoreLikelyThanBrazilWinningThe WorldCup
(CoisasMaisProváveisqueoBrasilGanharaCopadoMundo, em tradução livre), mostram o
tom crítico da maior parte dos comentários, escritos em diversas línguas.
"O
Brasil foi humilhado", escreveu uma internauta do Rio de Janeiro.
"Não da pra fazer gol de honra sem honra", comentou um torcedor de
São Paulo, desta vez pelo Facebook. "Fui ao banheiro, gol da Alemanha, fui
pegar uma cerveja, gol da Alemanha, fui chamar meu filho, gol da Alemanha, fui
atender ao telefone, gol da Alemanha, fui ver o gol da Alemanha, gol da Alemanha...
Meu Deus, que coisa triste", lamentou uma torcedora de Fortaleza.
Charges e
imagens irônicas, os chamados "memes", também se espalham pelas
redes. A fraca atuação da seleção, em especial de jogadores que não vinham
marcando gols, é a temática de boa parte delas. "Vocês me eliminaram para
isso?" é a frase escrita sobre a imagem de um dos jogadores colombianos,
que voltaram para casa após perder para o Brasil, na última sexta-feira (4).
Até agora,
contudo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os principais jogadores
da seleção, como Neymar e David Luiz, não usaram as redes sociais para se
manifestar sobre a derrota por goleada para a Alemanha.