sábado, 16 de maio de 2020

O BRASIL ALIMENTA O MUNDO


                           Por Theodiano Bastos   
Murilo de Aragão, em seu artigo BOAS-NOVAS NO COMÉRCIO EXTERIOR publicado na revista Veja de 13/05/20, diz: “EM MEIO ÀS TREVAS DA PANDEMIA, brilham pontos de luz sobre a economia brasileira.

“O Brasil já se transformou em celeiro do mundo e somos, juntamente com os Estados Unidos, uma verdadeira superpotência agroexportadora.

“A Organização Mundial do Comércio prevê que o comércio internacional cairá entre 13% a 32%. O Brasil, contudo, surpreendeu no período apresentando a menor variação do fluxo. O país foi o único do G20, grupo das vinte maiores economias do mundo, a expandir seu volume exportado num cenário bastante adverso. O Brasil exportou ainda mais para a Ásia nos primeiros meses deste ano. E para a China e Japão as duas maiores economias da Ásia o aumento foi espetacular, por sermos os maiores exportadores de proteínas do mundo, nos ajudará a minimizar os efeitos de uma recessão.

A China tem 1,4 bilhões de habitantes para alimentar. No período examinado já batemos recordes históricos de venda de carne suína e bovina para este para este país e a demanda por minério de ferro também não recuou.

Já somos o maior exportador de soja em grão, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, café e açúcar. Estamos entre os maiores na exportação de minério de ferro, carne suína, farelo de soja e milho. ...tanto durante a pandemia quanto na saída da crise dela o mundo vai continuar a precisar dos alimentos brasileiros, o que se caracterizar como uma situação estratégica favorável ara nós”, conclui Murilo de Aragão em sua análise.                            https://veja.abril.com.br/blog/murillo-de-aragao/boas-novas-no-comercio-exterior/
      


sexta-feira, 15 de maio de 2020

QUEM PAGOU OS ADVOGADOS DE ADÉLIO?



Quatro horas após Adélio tentar matar Bolsonaro, pousa em Juiz de Fora um jatinho trazendo advogados do caro escritório de advocacia de Belo Horizonte capitaneado por Zanone Júnior.

Presidente sempre sustentou a hipótese de que o mandante da facada estaria por trás do pagamento dos honorários do advogado

Adelio Bispo de Oliveira, criminoso que atacou e tentou assassinar Jair Bolsonaro
Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral no ano passado, foi considerado inimputável por sofrer de transtorno delirante persistente, conforme laudos médicos da defesa do agressor e de peritos escolhidos pela acusação.
Por conta disso, o juiz federal Bruno Souza Savino, da 3ª Vara Federal em Juiz de Fora, absolveu  Adélio e ele ficará internado por tempo indeterminado.
Se não fosse considerado inimputável, a pena do agressor do agora presidente poderia chegar a até 20 anos. A doença mental de Adélio já havia sido atestada por médicos e peritos no último dia 27 de maio.

E Bolsonaro não gostou da absolvição. O presidente sugeriu que a  "jogadinha de maluco" do autor da facada que quase o matou é uma estratégia para que, no futuro, ele não possa fazer delação premiada. 

No mesmo dia que deu essa declaração, Bolsonaro questionou a defesa de Adélio. "Ele foi filiado ao PSOL em 2014. Mais ainda tem uma banca de advogados caros que trabalha para ele até hoje. Dinheiro da onde? Tem muita coisa nebulosa. Se deus quiser, a Polícia Federal nossa vai descobrir essa grande rede que tentou interferir nas eleições do ano passado, tentando me assassinar", finalizou.
AGU entra em campo para descobrir quem banca a defesa de Adélio
A Advocacia Geral da União pediu hoje à Justiça a retomada da investigação que busca descobrir quem financia a defesa de Adélio Bispo de Oliveira.
Num memorial entregue ao TRF-1, André Mendonça pediu a revogação de uma decisão de março, do desembargador Néviton Guedes, que impediu a análise do material apreendido em dezembro no escritório de Zanone Manuel de Oliveira Júnior.
A investigação foi travada a pedido da OAB, sob a alegação de sigilo da relação entre cliente e advogado.
A AGU afirma que a investigação, que havia sido autorizada pelo juiz federal Bruno Savino a pedido da PF, não viola direitos de Zanone. Argumenta que ele não é o alvo, mas sim quem estaria interessado em proteger Adélio, bancando sua defesa.
“Não há investigação da atuação do advogado, repise-se, mas sim a busca por possível terceiro que potencialmente poderia estar envolvido no atentado contra a vida de candidato ao mais alto cargo do país, conforme já asseverado pela autoridade policial. Ora, se na investigação chegou-se a um elo consistente entre o autor confesso do ato, preso em flagrante, e um possível partícipe, há de se investigar essa possível ligação”, diz a AGU no memorial.
“No caso, esse elo é a contratação de advogado por terceiro que, sem motivo declarado, se propõe a custear defesa técnica do acusado”, completa o órgão.
O julgamento do pedido está pautado para a próxima quarta-feira (18) na 2ª Seção do tribunal, formada por Néviton Guedes, Saulo Bahia, Mônica Sifuentes, Ney Bello, Cândido Ribeiro e Hilton Queiroz.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

LIMITES E RESPONSABILIDADE



por Antônio Hamilton Martins Mourão,                          VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Nenhum país do mundo vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional, que agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos. Há tempo para reverter o desastre. Basta que se respeitem os limites e as responsabilidades das autoridades constituídas.
A esta altura, está claro que a pandemia de covid-19 não é só uma questão de saúde: por seu alcance, sempre foi social; pelos seus efeitos, já se tornou econômica; e por suas consequências pode vir a ser de segurança. A crise que ela causou nunca foi, nem poderia ser, questão afeta exclusivamente a um ministério, a um Poder, a um nível de administração ou a uma classe profissional. É política na medida em que afeta toda a sociedade e esta, enquanto politicamente organizada, só pode enfrentá-la pela ação do Estado.

Para esse mal nenhum país do mundo tem solução imediata, cada qual procura enfrentá-lo de acordo com a sua realidade. Mas nenhum vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional que já vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos e pode ser resumido em quatro pontos.

O primeiro é a polarização que tomou conta de nossa sociedade, outra praga destes dias que tem muitos lados, pois se radicaliza por tudo, a começar pela opinião, que no Brasil corre o risco de ser judicializada, sempre pelo mesmo viés. Tornamo-nos assim incapazes do essencial para enfrentar qualquer problema: sentar à mesa, conversar e debater. A imprensa, a grande instituição da opinião, precisa rever seus procedimentos nesta calamidade que vivemos. Opiniões distintas, contrárias e favoráveis ao governo, tanto sobre o isolamento como a retomada da economia, enfim, sobre o enfrentamento da crise, devem ter o mesmo espaço nos principais veículos de comunicação. Sem isso teremos descrédito e reação, deteriorando-se o ambiente de convivência e tolerância que deve vigorar numa democracia.
O segundo ponto é a degradação do conhecimento político por quem deveria usá-lo de maneira responsável, governadores, magistrados e legisladores que esquecem que o Brasil não é uma confederação, mas uma federação, a forma de organização política criada pelos EUA em que o governo central não é um agente dos Estados que a constituem, é parte de um sistema federal que se estende por toda a União.

Em O Federalista – a famosa coletânea de artigos que ajudou a convencer quase todos os delegados da convenção federal a assinarem a Constituição norte-americana em 17 de setembro de 1787 –, John Jay, um de seus autores, mostrou como a “administração, os conselhos políticos e as decisões judiciais do governo nacional serão mais sensatos, sistemáticos e judiciosos do que os Estados isoladamente”, simplesmente por que esse sistema permite somar esforços e concentrar os talentos de forma a solucionar os problemas de forma mais eficaz.

O terceiro ponto é a usurpação das prerrogativas do Poder Executivo. A esse respeito, no mesmo Federalista outro de seus autores, James Madison, estabeleceu “como fundamentos básicos que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário devem ser separados e distintos, de tal modo que ninguém possa exercer os poderes de mais de um deles ao mesmo tempo”, uma regra estilhaçada no Brasil de hoje pela profusão de decisões de presidentes de outros Poderes, de juízes de todas as instâncias e de procuradores, que, sem deterem mandatos de autoridade executiva, intentam exercê-la.

Na obra brasileira que pode ser considerada equivalente ao Federalista, Amaro Cavalcanti (Regime Federativo e a República Brasileira, 1899), que foi ministro de Interior e ministro do Supremo Tribunal Federal, afirmou, apenas dez anos depois da Proclamação da República, que “muitos Estados da Federação, ou não compreenderam bem o seu papel neste regime político, ou, então, têm procedido sem bastante boa fé”, algo que vem custando caro ao País.
O quarto ponto é o prejuízo à imagem do Brasil no exterior decorrente das manifestações de personalidades que, tendo exercido funções de relevância em administrações anteriores, por se sentirem desprestigiados ou simplesmente inconformados com o governo democraticamente eleito em outubro de 2018, usam seu prestígio para fazer apressadas ilações e apontar o País “como ameaça a si mesmo e aos demais na destruição da Amazônia e no agravamento do aquecimento global”, uma acusação leviana que, neste momento crítico, prejudica ainda mais o esforço do governo para enfrentar o desafio que se coloca ao Brasil naquela imensa região, que desconhecem e pela qual jamais fizeram algo de palpável.

Esses pontos resumem uma situação grave, mas não insuperável, desde que haja um mínimo de sensibilidade das mais altas autoridades do País.

Pela maneira desordenada como foram decretadas as medidas de isolamento social, a economia do País está paralisada, a ameaça de desorganização do sistema produtivo é real e as maiores quedas nas exportações brasileiras de janeiro a abril deste ano foram as da indústria de transformação, automobilística e aeronáutica, as que mais geram riqueza. Sem falar na catástrofe do desemprego que está no horizonte.

Enquanto os países mais importantes do mundo se organizam para enfrentar a pandemia em todas as frentes, de saúde a produção e consumo, aqui, no Brasil, continuamos entregues a estatísticas seletivas, discórdia, corrupção e oportunismo.
Há tempo para reverter o desastre. Basta que se respeitem os limites e as responsabilidades das autoridades legalmente constituídas.                                             https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,limites-e-responsabilidades,70003302275


terça-feira, 12 de maio de 2020

AS DEPENDÊNCIAS DA CHINA



Por Theodiano Bastos



Quando a China despertar... o mundo tremerá” disse Napoleão Bonaparte em 1816, isso é 204 anos atrás, mas o Ocidente despertou em 2020, despertar liderado pelos Estados Unidos e seus aliados. 


Vírus aumenta rivalidade entre China e EUA e reproduz clima de Guerra Fria, noticia O Globo de 18/05/20



A China Informou que houve 4.543 mortes e 82 mil contágios no país de quase 1,4 bilhão de habitantes. Enquanto isso, no resto do mundo, matou 141.127 pessoas e infectou 2,1 milhões. Coisa muito estranha, não?

A Covid-19 deixará um rastro de terra arrasada, pois desarticulou a encomia mundial, causando muitas falências e desempregos em massa, fome, famílias desestruturadas, aumento da violência doméstica com o longo confinamento, sérios problemas mentais e suicídios. Mas a China sofrerá retaliações, pois tem sérias dependências, principalmente de proteínas para alimentar uma população de 1,4 bilhão de habitantes, do petróleo, minério de ferro e outras comodities e seu parque industrial é composto por muitas indústrias do mundo ocidental e pode sofrer sérias consequências em caso de um bloqueio naval por parte dos Estados aliados e seus aliados do ocidente, inclusive de seu vizinho Japão e da Rússia que foi aliada em duas guerras mundiais.
   
O processo de tornar a China toda poderosa hoje foi fruto dos próprios governos ocidentais democráticos e capitalistas capitaneado pelos Estados Unidos no governo Nixon. E aí está mais uma dependência, pois essas indústrias poderão ser repatriadas causando um enorme estrago na economia chinesa.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, declarou neste domingo, 3 de maio de 2020, que há uma "enorme" quantidade de provas de que a pandemia do novo coronavírus surgiu em um laboratório de Wuhan, na China. 

A China assusta pois o Partido Chinês tem projeto hegemônico.
Os EUA lideraram a 2ª e a 3ª Revolução Industrial, mas a China pretende assumir a liderança da 4ª Revolução Industrial, por isso, em plena pandemia da Covit-19, a China Criou uma CRIPTOMOEDA (mas seu CÓDIGO PODE SER QUEBRADO) e o CONSENSO DE BEIJING para se contrapor ao CONSENSO DE WASHINGTON.

A 3ª GUERRA MUNDIAL JÁ COMEÇOU
E ela não será a reproduções atualizadas das duas Grandes Guerras. Não serão, diz Murilo de Aragão.  
"Os combates hoje, não envolvem invasões de grandes extensões de terra, como fronts e deslocamento de milhões de soldados de um lado para outro. Também não há motivação ideológica, na maioria das grandes potências, para fazer milhões de pessoas engajar-se espontaneamente. A preferência é por guerras de videogame, com drones, mísseis, hackers, intensa atividade nas redes sociais, propaganda e mobilização da sociedade civil.   
     
A atual guerra mundial está sendo disputada em vários rounds, em múltiplas arenas, e poderá ser longa como a Guerra dos 100 anos, travada entre ingleses e franceses de 1337 a 1453” conclui Murillo de Aragão 

É muito estranho que todas as pandemias sempre começam na China, vejam: 1957 – 1958, H2N2, 1968 -1969, H2N2, 2003, SARS, 2006, Grupe Aviária, 2010, Gripe Suína, 2013, Peste Suína e 2019/2020  o Coronavírus – Covid 19 e que essa última pandemia tenha chegado a quase todos os países do mundo, mas não atingiu Pequim, onde fica a cúpula do Partido Comunista chinês e nem em Xangai, que ficam perto de Wuhan. Estranho, muito estranho, não? 

domingo, 10 de maio de 2020

BOLSONARO É SEU PRÓPRIO INIMIGO



Por Theodiano Bastos

“Tiro e facada, quando não mata elege” disse Fernando Gabeira e por isso seu grande eleitor foi Adélio Bispo de Oliveira ao tentar mata-lo com uma facada no dia 06/09/2018 em Juiz de Fora. Sobreviveu porque não era o seu dia.
Acamado, não participou dos debates, quando enfrentaria seus adversários e certamente o resultado seria outro e foi eleito ao chegar no segundo turno contra Fernando Hadad, o candidato de Lula, candidato de porta de cadeia.                                                                                                                          Aí a maioria o elegeu para que o lulopetismo que havia saqueado e quebrado o Brasil retornasse ao poder.
Mas ao chegar ao poder emergiu das profundezas o lado sombrio do presidente. 

Teve 57.797.847 votos quando se elegeu no segundo turno, mas não tem mais.
 “Votos se teve, não se tem” dizia com sabedoria Tancredo Neves.

E hoje conta apenas com uns 25% de apoiadores fanáticos e para não cair, se alia ao que há de mais podre no Congresso.

Com sua atuação desastrada na condução contra a pandemina do Covid-19, desafiando a tudo e a todos, não usa máscara e até levou sua filhinha a um evento político quando nem ele e nem ela usavam máscaras, abraçando apoiadores e pegando na mão de um e outro.  

Assim, calça como uma luva no presidente Jair Messias Bolsonaro o texto que segue:

         O PIOR INIMIGO ESTÁ DENTRO DE NÓS
              É O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS


                                 Theodiano Bastos

(Conteúdo do livro “O TRIUNFO DAS IDEIAS” do mesmo autor.
A causa do rompimento de Jung com Freud teve origem no conteúdo do livro “O EU E O INCONSCIENTE”, editora Vozes, no qual C.G. Jung consegue provar que o inconsciente tem autonomia e consegue levar uma pessoa a cometer atos contrários a seu consciente, enquanto Freud afirmava que o inconsciente não tem esse poder.
       ESPÍRITO DO ENGANO religioso ou a sombra, o segundo eu de todos nós da psicanálise.
O Pai Nosso, a única oração que Cristo nos deixou, tem no seu final algo muito profundo:
Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Cabe perguntar: de onde vem essa tentação?
— É de dentro de nós mesmo, quando o inconsciente arrebata do consciente, pois infelizmente não se tem um antivírus para impedir que esse Mal se manifeste e aí as tragédias acontecem... Leiam o que segue:
"Quem se propõe a escrever artigos e crônicas para a vida efêmera de um jornal, revista ou mesmo em livros, às vezes se pergunta: Vale mesmo a pena o esforço de escrever num país com tão poucos leitores, o pouco apreço e a incômoda sensação de que a literatura não tem mais a importância social que já teve no passado e a perda do glamour junto à mídia?”
Lendo o interessante livro do teólogo e psicanalista Rubem Alves, "O Retorno Eterno", encontrei um alento. Diz ele em uma de suas crônicas: "O escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todos vêem sem se dar conta disso... E o que espera é que as pessoas tenham aquela experiência a que os filósofos Zen dão o nome de "satori"; a abertura de um terceiro olho, para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca foi".
A psicanalista e terapeuta brasileira Rosilane Josej Perelberg, professora de psiquiatria em Londres, alerta em sua entrevista no Jornal do Brasil, como o sexo afeta a vida das famílias e suas implicações sobre doenças mentais em seus membros.
Isso vem a propósito de dramas familiares conhecidos na vida. Alguns tendo como pivô a mulher com o perfil destrutivo, popularmente conhecida como mulher “tomba-homem", isto é, que atrai os homens com risinhos nervosos, tendo como objetivo secreto e compulsivo destruí-los. "Engraçado, disse-me uma delas confidencialmente no consultório: Homem nenhum nunca me fez mal e, no entanto, odeio os homens". Esse mal também atinge alguns homens que odeiam as mulheres, sem que nenhuma delas lhes tenham feito algum mal, são os misóginos, os que têm desprezo ou aversão às mulheres, ao casamento e a compromissos sérios com as mulheres.
Homens e mulheres com esses problemas deveriam ter a humildade de procurar um psicoterapeuta e resolver seus conflitos interiores, no mais comum das vezes fruto da desagregação familiar e seus traumas na vida da criança. Tudo isso tem origem no relacionamento entre os pais, no seio familiar, na usina psíquica que é a família. Freud já alertava: Quando um homem e uma mulher se relacionam na intimidade, não é um relacionamento entre duas pessoas, mas na verdade entre seis, pois cada um leva dentro de si o pai e a mãe, as influências recebidas no relacionamento entre os pais. É esse conflito mal resolvido que dá origem ao "segundo eu", ou seja a sombra, o lado negativo da personalidade de cada um de nós. O inimigo dentro de nós. “O pior inimigo está dentro de nós mesmos”.
Se a mulher teve um pai tirânico, que dominava a mãe sadicamente, que nunca assistiu no lar uma cena de amor, ternura e carinho entre os pais, certamente terá um relacionamento conflituoso e compulsivo com o sexo oposto, fruto do conflito interior mal resolvido, porquanto o pai é o primeiro homem na vida de uma mulher. E pelo complexo de Eletra ela se apega ao pai e no íntimo costuma ser rival da mãe. Já no caso do homem, de acordo com o complexo de  Édipo, ele se apega à mãe e no fundo é um rival do pai. É da natureza humana, queira-se ou não.
                         É um ato de compaixão e sabedoria aceitarmos as fraquezas e as enfermidades da alma de nossos pais, lamentando o relacionamento conflituoso que tiveram e deram origens às neuroses dos filhos. "Os males que a mente causa, a mente cura", diz Karen Horney. A visão cristã diz que o homem nasce com o pecado original. Isso não significa que o homem é inevitavelmente mau, mas que tem de lutar contra o mal dentro de si.
Devemos sempre lembrar, daí a necessidade dos que sofreram na infância procurarem o socorro psicoterápico, pois o conflito interior não resolvido, é como um vírus no computador que alguém contagia com o objetivo de causar danos, tão logo seja acessado o arquivo ou dado para desencadear uma seqüência destrutiva guardada na memória do equipamento. Assim também na mente humana. Está tudo arquivado na memória inconsciente e tão logo surja algum acontecimento ou mesmo vaga referência ao trauma vivido, é disparado das profundezas do inconsciente uma seqüência incontrolável e compulsiva de reações que a consciência não consegue evitar ou controlar.
Sobre a conexão entre a psiquiatria e a psicanálise, diz o Prof. Guy Briole, da Universidade de Paris e membro da Associação Mundial de Psicanálise, alerta: “a medicação não resolve o problema da idéia fixa alucinatória de perseguição que o paciente vivencia. Somos contra a posição ‘tome o remédio e cala-te’ e defendemos o posicionamento ‘tome o medicamento para sofrer menos e fale’, ressalva. Os psiquiatras não escutam os doentes. ‘Hoje em dia eles falam mais que os próprios pacientes”.
Enfim, os psicanalistas somente ajudam a pessoa a encontrar as respostas que estão nelas mesmas. 
Esse texto está na Internet no Blog O PERISCÓPIO (theodianobastos.blogspot.com.br)


sexta-feira, 8 de maio de 2020

CONSENSO DE WASHINGTON X CONSENSO DE BEIJING


             Por José Eustáquio Diniz Alves
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"De forma semelhante, a China – que já teve um passado de glórias – vem se destacando no cenário internacional desde as Reformas de Deng Xiaoping de 1978, mas que deve assumir a vanguarda efetiva do novo ciclo de expansão da economia internacional depois do fim da pandemia de covid-19. Os EUA lideraram a 2ª e a 3ª Revolução Industrial, mas a China deve assumir a liderança da 4ª Revolução Industrial" escreve José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, em artigo publicado por EcoDebate, 04-05-2020.

pandemia de coronavírus deve ter um impacto geoestratégico semelhante ao que o período entre as duas Grandes Guerras – que assistiu a pandemia da Gripe Espanhola e o crash da Bolsa de Nova Iorque, junto com a grande depressão dos anos 1930.

Neste período houve a passagem do centro dinâmico do mundo da Europa – onde existia a disputa entre AlemanhaReino Unido e França – para os Estados Unidos, que vinha se destacando no cenário internacional desde o fim da Guerra de Secessão (1861-65), mas que assumiu a vanguarda efetiva do novo ciclo de expansão do capitalismo no pós Segunda Guerra Mundial.
De forma semelhante, a China – que já teve um passado de glórias – vem se destacando no cenário internacional desde das Reformas de Deng Xiaoping de 1978, mas que deve assumir a vanguarda efetiva do novo ciclo de expansão da economia internacional depois do fim da pandemia de covid-19. Os EUA lideraram a 2ª e a 3ª Revolução Industrial, mas a China deve assumir a liderança da 4ª Revolução Industrial. E a pandemia de covid-19 deve acelerar as tendências geoestratégicas globais como mostrei em artigo anterior (Alves, 17/04/2020).

O gráfico abaixo, com dados do relatório WEO do FMI (de abril de 2020), mostra que os EUA tinham um PIB (em poder de paridade de compras – ppp – a preços correntes) de 13 trilhões de dólares em 2005, valor duas vezes superior ao PIB da China que era de US$ 6,5 trilhões. Mas como os EUA tiveram um desempenho pior durante a crise financeira de 2008/09, o PIB da China pulou de 50% em 2005 para 82% do PIB americano em 2010. Nos anos seguintes a China continuou a crescer em ritmo muito mais veloz e empatou com os EUA em 2014 e, em seguida, assumiu a liderança como a maior economia do mundo (em ppp), a partir de 2015. Na crise atual de 2020, novamente a China deve apresentar melhor desempenho e deve chegar em 2021 com um PIB de US$ 31 trilhões contra US$ 22 trilhões dos EUA, segundo o FMI.

Assim, os dados do FMI não deixam dúvidas de que a China vem apresentando um desempenho econômico excepcional nos últimos 40 anos e que já ultrapassou os EUA como a maior economia do mundo (em ppp). A questão da pandemia do novo coronavírus deve reforçar estas tendências de longo prazo que já vinham se reconfigurando.

A tabela abaixo mostra a população e os casos e as mortes pela covid-19 na China, nos EUA e no mundo no dia 03 de maio. Nota-se que a China com 1,44 bilhão de habitantes (18,5%) do total global, teve apenas 2,3% dos casos de covid-19 e apenas 1,9% das mortes, enquanto os EUA com 4,2% da população global teve um terço dos casos (33,3%) e teve 27,6% dos óbitos da covid-19. Em número de casos por milhão a China ficou em 57,6 por milhão, contra 3.589,5 dos EUA. E no caso das mortes, a China teve 3,2 óbitos por milhão e os EUA 207,2 óbitos por milhão.
Portanto, a China – mesmo sendo o epicentro original da pandemia – conseguiu ser menos impactada em termos de morbimortalidade e também em termos econômicos. A China vai voltar mais cedo e mais rápido à “normalidade”, enquanto os EUA possuem um longo caminho ainda pela frente.

Assim, a China que já vinha ganhando espaço na economia mundial antes da pandemia da covid-19, deve ampliar as suas vantagens geoestratégicas depois da pandemia. Isto porque os efeitos da emergência sanitária vieram no sentido de fortalecer o Estado e de enfraquecer o Mercado. O poder dos governos centrais tendem a ganhar destaque no mundo pós-covídico e o “Consenso de Beijing” tende a prevalecer sobre o “Consenso de Washington”.
O decálogo do Consenso de Washington, que fez muito sucesso depois do fim da Guerra Fria e da prevalência do poder unipolar dos EUA ficou defasado diante da nova conjuntura internacional.
Consenso de Washington
- Disciplina fiscal e baixo déficit público;
- Focalização dos gastos públicos em educaçãosaúde e infraestrutura;
- Reforma tributária;
- Liberalização financeira;
- Taxa de câmbio competitiva;
- Liberalização do comércio exterior;
- Eliminação de restrições ao capital externo;
- Privatização e venda de empresas estatais;
- Desregulação das relações trabalhistas;
- Propriedade intelectual.
Já as características do Consenso de Beijing – que foram menosprezados no auge da era neoliberal – parece que encontra cada vez mais respaldo em um mundo em que o mercado está em crise e as democracias não conseguem atender as demandas das diversas populações nacionais.
Consenso de Beijing
- Promoção das economias em que a propriedade estatal continue sendo dominante;
- Promoção de câmbio competitivo, com mudanças graduais para evitar choques e controle cambial para evitar a especulação;
- Políticas de promoção das exportações (Export-led growth) com proteção da indústria local e dos setores estratégicos do país;
- Reformas de mercado, mas com controle das instituições políticas e culturais;
Centralização das decisões políticas e das estratégias de projeção nacional.
- Reforma Incremental, com Inovação e Experimentação,
- Capitalismo de Estado (em oposição ao Planejamento Socialista ou Capitalismo de Mercado Livre).
Autoritarismo (em oposição à democracia liberal)
Evidentemente, o impacto da covid-19 no sistema internacional será complexo. A globalização e a democracia já estavam sendo questionadas antes. Donald Trump, com seu “America First” já vinha destruindo diversos acordos internacionais, enfraquecendo a governança global e atuando contra o multilateralismo.

guerra comercial entre EUA e China está longe de uma solução e o presidente Trump ameaça retomar o aumento das tarifas alfandegárias em meio à pandemia. Do outro lado, a China contra-ataca em várias frentes, inclusive avançando na criação de uma moeda digital para agilizar as transações e minar a hegemonia internacional do dólar. Na semana passada, o Banco do Povo da China (BPC), equivalente ao Banco Central, anunciou o lançamento, em caráter experimental, de uma criptomoeda – o Digital Renminbi – que funciona como um bitcoin, mas de forma centralizada e com lastro em dinheiro real, emitido pelo BPC. O Renminbi digital será usado inicialmente apenas nas cidades de Shenzhen, Suzhou, Chengdu e na província de Hubei (epicentro original da pandemia de coronavírus). A nova moeda pode ser um golpe fatal não só no dinheiro de papel (que é transmissor do vírus da covid-19) mas também na hegemonia do dólar.
Na China, já há centenas de milhões de consumidores já se acostumaram a pagar por compras sem dinheiro, usando aplicativos populares para smartphones. Assim, o gigante asiático está anos-luz à frente dos Estados Unidos em acabar com o papel-moeda à moda antiga. Agora, o BPC está fazendo um experimento que pode marcar o início de uma nova corrida econômica, desafiando a supremacia do dólar americano. Para Washington, o Renminbi digital ameaça não só retirar o balanço do poder financeiro global do dólar americano, mas também reduzir a capacidade de os EUA aplicarem sanções econômicas a adversários.

Desta forma, o mundo está diante de uma disputa entre os “Consensos” geoestratégicas globais, que pode acelerar a possibilidade de ambos os países caírem na “Armadilha de Tucídides”, como mostrou o escritor e professor da Universidade de Harvard, Graham T. Allison, no livro, “Destined for War: Can America and China Escape Thucydides’s Trap?”. As crescentes disputa entre as duas potências que disputam a hegemonia global pode desaguar não só no enfraquecimento da governança global, mas até mesmo em um conflito bélico.

Sem dúvida, a China e o leste asiático devem emergir da atual crise com prestígio e poder aumentados. Tudo indica, que as mudanças geoestratégicas caminharão mais para o lado do Consenso de Beijing do que para o Consenso de Washington.
Ásia – com mais da metade da população mundial – tem um número muito menor de casos e de mortes pela covid-19. A China já está com várias cidades e vários setores econômicos abertos e funcionando. O Vietnã volta às atividades a partir desta segunda-feira (04/05), mesmo que de maneira progressiva e controlada.
O resultado da emergência sanitária internacional, provavelmente, favorecerá os governo fortes em detrimento do Estado mínimo. As próprias bandeiras dos direitos humanos deverão sair da crise enfraquecidas depois que várias exceções foram implementadas durante a pandemia. É claro que este mundo pós-covídico não será nenhuma utopia.

terça-feira, 5 de maio de 2020

USA X CHINA

                                                                                 Por Theodiano Bastos

O vírus chinês, estranhamente, não chegou em Pequim,  onde fica a cúpula do regime chinês, nem em  Xangai, a cidade mais importante da China. Muito estranho, não?

"O dia que a China acordar, o mundo tremerá" disse Napoleão Bonaparte, há quase 200 anos, em 1816.


Pelo crescendo das declarações, não resta mais dúvidas de que haverá retaliações dos Estados Unidos e seus aliados contra a China.

Os Estados Unidos nunca entraram em guerra com a Rússia e nem mesmo com a URSS e foram aliados em duas guerras mundiais, contra o terrorismo e contra o Estado Islâmico. Todavia já esteve em conflito armado com a China na Guerra da Coreia na década de 50 que por pouco não desencadeia a 3ª Guerra Mundial .   

TRUMP VOLTA A ACUSAR A CHINA
China denuncia declarações “falsas” dos EUA após afirmações de Trump sobre vírus
A China denunciou nesta quinta-feira as declarações “mentirosas” dos Estados Unidos, um dia depois das críticas do presidente Donald Trump, que reiterou que Pequim deveria ter contido a epidemia do coronavírus.

Trump, que afirmou na quarta-feira que a crise atual é “pior” que o ataque a Pearl Harbor em 1941 e os atentados de 11 de setembro de 2001, voltou a criticar a China e afirmou que “isto não deveria ter acontecido nunca”. 
Em resposta, a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, afirmou que “vários países e especialistas têm feito comentários positivos sobre a prevenção e controle do vírus na China”.
“Apenas os Estados Unidos elevam uma voz discordante, falsa e hipócrita”, completou.
“O inimigo que os Estados Unidos enfrentam se chama novo coronavírus”, declarou Hua, que pediu aos americanos que lutem “ao lado da China como sócios, ao invés de como inimigos”. “É uma pena ver que algumas pessoas nos Estados Unidos atribuem a culpa aos demais, ao invés de assumir suas responsabilidades”, insistiu.
A China registra 83.000 contágios e 4.633 mortes provocadas pelo novo coronavírus, de acordo com o balanço oficial. A pandemia já matou 73.000 pessoas nos Estados Unidos. “Este é realmente o pior ataque que já tivemos”, disse o presidente dos Estados Unidos.
“Isto não deveria ter acontecido”, insistiu. “Deveria ter sido detido em seu local de origem. Poderia ter sido detido na China”, disse Trump. 

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, declarou neste domingo, 3 de maio de 2020, que há uma "enorme" quantidade de provas de que a pandemia do novo coronavírus surgiu em um laboratório de Wuhan, na China. 

"Há uma enorme quantidade de provas de que foi ali (no Instituto de Virologia de Wuhan) que começou", disse Mike Pompeo à rede ABC. No entanto, ele se recusou a comentar se acredita que o vírus tenha sido propagado intencionalmente por Pequim.

"A China é conhecida por sua propensão a infectar o mundo e a utilizar laboratórios que não respeitam as normas. Esta não é a primeira vez que o mundo é ameaçado por um vírus proveniente de um laboratório", completou o chefe da diplomacia americana.

A CHINA CRIA CRIPTOMOEDA PRÓPRIA PARA COMBATER O DÓLAR

O centro financeiro da China afirma que os EUA estão abusando de seu estatuto de detentor da moeda de reserva global para enfraquecer países que não se submetem aos norte-americanos.


O dólar, como arma de pressão dos Estados Unidos e fonte de vulnerabilidade para outros países, não pode mais funcionar como moeda global, diz Wang Zheying, presidente da Bolsa de Ouro de Xangai, e adverte que o mundo precisará de uma alternativa ao dólar após a pandemia.


De acordo com Wang, o mundo precisa de uma nova moeda forte e independente de qualquer Estado para desenvolver o comércio internacional.


O problema com o sistema monetário dominado pelo dólar é que ele deixa os países vulneráveis a possíveis sanções dos EUA e ao poder de Washington de congelar os ativos internacionais de uma nação em caso de disputa, observou Wang, entrevistado pela Reuters.

É o CONSENSO DE WASHINGTON X CONSENSO DE BEIJING