Os saques da assessora petista
As contas ligadas a Elisângela
Barbieri, assessora do
petista André Ceciliano, movimentaram 44,8 milhões de reais entre
janeiro de 2011 e maio de 2017, por meio de uma agência do Itaú em Paracambi,
na Baixada Fluminense.
Atualmente, porém, ela recebe 5
mil reais de salário, em valores líquidos, diz O Globo.
“O volume de saques em espécie de
Elisângela e seu marido, Carlos Alberto Dolavale, também alertou o Coaf: 1,4
milhão de reais em 185 operações, uma média de 7.600 reais por saque. O órgão
de controle registrou algumas movimentações específicas, como o saque de 110
mil reais feito pela assessora do presidente da Alerj em 16 de setembro de
2014. Ao banco, ela disse que compraria um imóvel.” https://www.oantagonista.com/ 29/01/19
Políticos da Assembleia do Rio movimentaram R$740 milhões
A movimentação financeira “suspeita” de políticos e
ex-deputados estaduais do Rio de Janeiro soma mais de R$ 740 milhões. É o que
aponta relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do
Ministério da Fazenda, que andou monitorando a Assembleia Legislativa do
Estado. O número 1 entre os suspeitos, Jorge Picciani movimentou R$478 milhões,
sendo R$26 milhões nas próprias contas.
Políticos do MDB, partido de Picciani e do filho
Rafael (que movimentou R$9,3 milhões), são responsáveis por R$553 milhões
suspeitos.
Flávio Bolsonaro diz que
depósitos fracionados são dinheiro vivo recebido em venda de apartamento
Senador eleito pelo PSL-RJ afirmou também, em
entrevistas à Rede Record e à RedeTV!, que o pagamento de R$ 1 milhão de um
título bancário da Caixa se refere a esse imóvel. Relatório do Coaf aponta
movimentações atípicas em sua conta.
Por G1 — Brasília 20/01/2019
Flávio Bolsonaro fala sobre
pagamento de R$ 1 milhão de título bancário da Caixa
O deputado estadual e senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou em duas
entrevistas exibidas na noite deste domingo (20), à Rede Record e à RedeTV!,
que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica é
referente a um apartamento que ele comprou na planta.
No sábado (19), o Jornal Nacional
mostrou que, em relatório sobre movimentações atípicas de Flávio Bolsonaro, o
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) destacou o pagamento no valor de R$ 1.016.839 de um título bancário
da Caixa. O Coaf não identificou o favorecido, nem a data, e nenhum outro
detalhe.
Nas entrevistas deste domingo,
Flávio Bolsonaro disse que a Caixa quitou a dívida dele com a construtora e que
ele passou, então, a dever à Caixa. Disse ainda que vendeu o mesmo imóvel logo
depois e que recebeu parte do valor em dinheiro vivo.
Flávio Bolsonaro alega que
depositou o dinheiro na conta dele, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj), em 48 envelopes de R$ 2 mil, porque era o local onde ele trabalhava e
que o valor era o limite para cada depósito no caixa automático.
Ao senador, não foi perguntado, e
por isso ele não respondeu, por que optou por fazer 48 depósitos de R$ 2 mil, com diferença de
minutos em cada operação, em vez de depositar a totalidade do que recebeu em
espécie de uma vez só na agência bancária em que tem conta.
"Eu não tenho nada a
esconder de ninguém. Esse apartamento aqui foi pago direitinho, bonitinho.
Estou mostrando a vocês qual é a origem. Tem origem, não é origem ilícita, não.
Não tem origem em terceiros. Por que aparece dessa forma? Porque esse dinheiro,
que era um dinheiro meu, era depositado na minha própria conta. E como tem que
ser de dois em dois mil reais, [...] foi feito dessa forma", afirmou à
Record.
"Não tem mistério nenhum,
está tudo declarado, justificado no papel. Está tudo declarado ao Fisco
[Receita Federal], está declarado na escritura. Se fosse algo ilícito, você
acha que estava na minha conta? Não tem dinheiro ilícito na minha mão",
afirmou.
Pagamento de R$ 1 milhão
Com relação ao pagamento do
título na Caixa, Flávio disse: "É um apartamento que comprei na planta.
Quando você compra um apartamento na planta, o financiamento fica com a
construtora e quando sai o habite-se, quando a Caixa pode fazer o
financiamento, o que você faz? Você busca a Caixa, que tem juro menor. A Caixa
vai e paga a sua dívida com a construtora, eu deixo de ser devedor da
construtora e passo a ser o devedor da Caixa".
"Quem fez a operação foi a
Caixa Econômica, não foi dinheiro meu. Então, está explicado. Eu não tenho nada
a ver. A Caixa Econômica Federal quita o restante do financiamento que eu tinha
com a construtora e eu passo, não mais à construtora, passo a dever à Caixa
Econômica. Só isso. A Caixa pagou esse valor, não foi eu que paguei. Eles pagam
minha dívida e eu passo a ser devedor da Caixa", acrescentou.
Flávio Bolsonaro exibiu um papel
que, segundo ele, é um documento da Caixa que comprova o que ele disse. O
senador eleito disse, porém, que não mostraria o conteúdo do papel porque quer,
primeiro, entregá-lo às autoridades, acrescentando que "o foro adequado
para discutir isso não é a imprensa".
Flávio Bolsonaro disse também que
não fica com parte do dinheiro que os funcionários recebem. Segundo o Coaf, os
funcionários do gabinete de Flávio transferiam dinheiro ao ex-motorista dele
Fabrício Queiroz em datas que coincidem com as datas de pagamento da Alerj, o
que pode indicar, segundo os investigadores, tentativa de ocultação do real
dono do dinheiro.
"No meu gabinete, no meu
gabinete não! E se eu soubesse de alguém que tivesse cometendo isso, eu era o
primeiro a denunciar e mandar prender. Porque todo mundo sabe, quem me conhece,
quem me acompanha no dia a dia, sabe que não tem sacanagem comigo. Se eu
quisesse dinheiro, eu não tinha aceitado algumas ofertas, tranquilas, de doação
eleitoral pra minha campanha, bonitinhas, de empresários queriam ajudar ao
Brasil. Recusei milhões de doações de campanha. Não quero, e digo mais: em
alguns períodos no meu gabinete, cargos ficaram vagos. Se eu tivesse intuito de
ganhar dinheiro com isso, acha que eu ia deixar cargo vago?"
André
Ceciliano, do PT, com 49,3 milhões, encabeça a lista do esquema rachid na ALERG, onde Flávio Bolsonaro figura em 17º lugar com R$ 1,2 milhõs.
Sérgio Moro tem pela frente uma missão espinhosa: por em prática a carta branca que recebeu do presidente Jair Bolsonaro: "É liberdade total pra trabalhar pelo Brasil", ao ter de apurar os fatos do Coaf com as movimentações
suspeitas de servidores de 22 deputados da Alerj, entre os quais Flávio Bolsonaro.
O episódio lança luz sobre um
esquema operado por parlamentares, o “esquema rachid”, em que funcionários
de gabinetes são instados a devolver uma parte do salário que recebem como
contrapartida à própria contratação.
Relatório do Coaf apontou
operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj, além
de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, informa o G1.
São movimentações milionárias de
pessoas que trabalham ou trabalharam em 22 gabinetes de deputados estaduais do
Rio – entre eles, alguns que não foram alvo da Operação Furna da Onça.
O
relatório do Coaf foi produzido no âmbito da operação Furna
da Onça, para investigar movimentações atípicas nas contas
de nomes ligados à Alerj. As irregularidades descobertas serão investigadas.
André Ceciliano, do PT é o parlamentar com maior volume de movimentações
atípicas, envolvendo quatro auxiliares e somando R$ 49,3 milhões. Em seguida
aparece Paulo Ramos (PDT), que teria movimentado R$ 30,3 milhões.
Segundo o MPF, nem todos os
nomes citados no relatório do Coaf foram incluídos nas suas apurações porque
nem todas as movimentações são necessariamente ilícitas.
André
Ceciliano, do PT, 49,3 milhões - Paulo Ramos, PDT, 30,3 milhões - Márcio Pacheco, PSC, 25,3 - Lúcio Martins,
PDT, 18,5 - Dr. Deodato, DEN, 13,3 - Carlos Minc, PSB, 16,0 – Flávio
Bolsonaro, PSL, aparece em 17º lugar 1,2
milhões
Flávio
Bolsonaro foi eleito
Senador pelo Rio de Janeiro com
4.380.418 (31,36% dos votos válidos) e agora é suspeito de praticar
O ‘Rachid’ que é crime previsto no artigo
316 do Código Penal por exigir, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, vantagem indevida. E também infringiu o artigo 71, que prevê
crime continuado que prevê ação de improbidade administrativa, condenada nas penas do art. 12, III, da Lei
8.429/92, no que se inclui a suspensão dos direitos políticos. Uma pena.
Vejam o que diz Janaina:
‘Alguns hábitos não são naturais’
Josias de Souza, 12/12/18
Num instante em que a família
Bolsonaro evita tratar do caso Coaf em suas badaladas redes sociais, a
correligionária Janaina Paschoal (PSC), deputada estadual eleita em São Paulo,
fez uma longa reflexão sobre o tema no Twitter. Criticou os parlamentares que
contratam assessores sob a condição de que devolvam parte do salário para o
dono do gabinete. "Precisamos entender que alguns hábitos não são
naturais, não fazem parte… Ou nunca sairemos desse lamaçal!", ela escreveu.
As observações de Janaina chegam
num instante em que se encontra sob suspeição a folha salarial do gabinete de
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Pelo
menos nove assessores do filho mais velho de Jair Bolsonaro realizaram — no dia
do pagamento do salário ou em datas próximas— depósitos na conta de Fabrício
Queiroz, que era o motorista do parlamentar. Relatório do Coaf revelou que
Fabrício movimentou de forma suspeita R$ 1,2 milhão em um ano. Desse total,
pelo menos R$ 24 mil foram para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Janaína dedicou 18 posts ao tema.
Contou: "Muito antes do relatório do Coaf, que vem sendo largamente
discutido, o funcionário responsável pela Corregedoria da Alesp (Assembleia
Legislativa de São Paulo) montou um curso para os deputados eleitos, com o
objetivo de alertá-los de alguns problemas que podem enfrentar na futura
gestão." Um desses problemas é justamente a apropriação pelo parlamentar
de nacos dos salários dos assessores.
Nas palavras de Janaina,
"não raras vezes, o parlamentar contrata pessoas que sequer comparecem
para trabalhar, pois o fim é apenas obter o salário de volta!" Advogada,
ela teve o cuidado de não citar nomes. "Quero deixar muito claro que não
estou falando nem de A, nem de B. Quero deixar bem claro que estou falando do
Brasil que queremos ter!" Ficou claro também que, sem citar Flávio
Bolsonaro, foi no caso dele que Janaina se inspirou para dizer o que pensa
sobre a matéria.
Prestes a assumir o seu primeiro
mandato eletivo, Janaina defendeu a criação de mecanismos que estimulem os
assessores que têm os salários mordidos a denunciarem a prática. "O
funcionário precisa ser acolhido em seu relato! Claro que precisará provar o
alegado, mas se for tratado como bandido, não vai denunciar nunca! Qualquer
manual de compliance ensina isso!".
Noutro trecho, Janaina referiu-se
especificamente à investigação sobre a Assembleia do Rio. Estimulou a delação:
"Uma movimentação estranha, como toda a imprensa vem dizendo
(responsavelmente), não implica ilicitude. Mas se os investigadores quiserem
mesmo chegar a algum lugar, precisam dar alguma garantia aos assessores, para
que eles falem…"
Mais adiante, ela acrescentou:
"Esse tipo de prática, não importa a pessoa, não importa o partido, precisa
ser coibida", anotou Janaina. "A lógica da contratação precisa ser a
capacidade do contratado e não a disponibilidade em dividir seus ganhos com o
chefe."