quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

O RETORNO DO MESSIAS

Por THEODIANO BASTOS

Saímos do messias da direita e agora estamos com Lula 3,            o messias da esquerda.                                                                        Tanto Bolsonaro quanto Lula se julgam salvadores da pátria.                                

20 anos depois Lula volta a ser Presidente e encontra o Brasil e o Mundo bem diferentes de 2003.  

No primeiro mandato tinha 24 ministérios e agora tem 37 a fim de contentar a Frente Ampla de 14 partidos que o elegeu. Mas o núcleo duro ficou com o PT, como seja: Casa Civil, Rui Costa, Ministério da Fazenda, Fernando Haddad, Ministério da Educação, Camilo Santana, Ministério do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira Ministério do Trabalho, Luiz Marinho, Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha e Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo.

Segundo a excelente reportagem de VEJA 04/01/23, Em 2003 quando Lula assumiu a presidência pela primeira vez, o cenário internacional era totalmente tranquilo, não teve pandemia nem guerra na Europa, a população do Brasil era de 179,5 milhões em 2002 e hoje é estimada em 215 milhões, o PIB do Brasil era de 1,3 trilhões e 2022 é de 9,7 trilhões, a produção de alimentos era de 97 milhões de toneladas e hoje é de 308 milhões; em 2002 o crescimento foi de 1,5% e em 22 3%; o desemprego em 2002 era 11,7% e agora é de 8,3%; ; 27% da população estava na miséria e agora 14%; a inflação era de 12,5%, hoje é de 5,6%; o salário mínimo era de R$ 200,00 e em 2022 foi de R$ 1.212,00; o analfabetismo era de 11,8% e hoje é de 6,6%.                              SAIBA MAIS EM:  https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/12/lula-fecha-lista-ministerial-com-espaco-ampliado-para-mdb-psd-e-uniao-brasil.shtml - https://veja.abril.com.br/videos/giro-veja/uma-crise-como-nunca-antes-neste-pais/ E https://veja.abril.com.br/politica/duas-decadas-depois-lula-volta-a-presidencia-em-um-brasil-diferente/

 

MINISTÉRIO DA VERDADE


Órgão anti-fake news da AGU é “ministério da verdade”, diz oposição Políticos e internautas também chamam de "gabinete do cala a boca" o departamento do governo Lula criado para combater "desinformação sobre políticas públicas" 
MBL acusa governo Lula de criar “Ministério da Verdade”

Frase faz referência à Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, que tem objetivo de combater desinformação, segundo governo

O Movimento Brasil Livre (MBL) acusou governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de criar o que chamaram de “Ministério da Verdade”, em referência à Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia.

Esse órgão foi anunciado por Jorge Messias ao assumir a Advocacia-Geral da União (AGU), na segunda-feira (2).

Ele destacou que o objetivo é “contribuir com os esforços da democracia defensiva e promover pronta resposta a medidas de desinformação e atentados à eficácia de políticas públicas e ambiental”.                                                                                    No decreto de criação do órgão não há, entretanto, a explicação de como lidar com o tema. Nele, está escrito que compete a essa estrutura planejar, coordenar e supervisionar atuação dos órgãos da procuradoria-geral da União (PGU) em representações e em defesa judicial de agentes públicos de competência da PGU e na defesa judicial do governo federal em matéria eleitoral, além da defesa judicial da União em outros órgãos.                          Pelas redes socais, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) fez uma publicação alegando que a nova procuradoria “só vai servir para a patrulha do pensamento e censura”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

JANJA CAUSA CIÚMES NA VELHA GUARDA DO PT

 



Por THEODIANO BASTOS

 

Janja era integrante do partido desde muito antes de conhecer Lula: ela se filiou ao PT com dezessete anos, em 1983, e anos depois chegou a trabalhar na liderança do PT na Assembleia Legislativa do Paraná.

 

Namoro com Janja se tornou público em 2019, quando Lula deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba

"Ela morava em Curitiba e sempre levava uma comidinha para mim toda noite. Não deixava eu mandar minha roupa para lavar fora, queria lavar na casa dela", contou o ex-presidente em entrevista a um podcast em 2021.

"Quando eu saí, pensei: 'Não tem jeito, acho que vou ter mesmo que casar com a bichinha'." Aos 56 anos, Janja é 21 anos mais jovem que Lula.

 

Já durante a campanha, na transição e na posse, ficou evidente a forte influência de Rosângela da Silva, a Janja sobre Lula nas decisões ficando a velha guarda do PT em segundo plano o causou sério desconforto. 

 

Neste domingo (1º/01/23), a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, participa da cerimônia de posse do marido, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — foi ela quem coordenou a equipe que organizou o evento. A cena da subida da rampa foi toda planejada por Janja que até levou seu vira latas resistência. 

Janja encarregou-se pessoalmente de convocar artistas como Pabllo Vittar, Valesca Popozuda, Paulinho da Viola, Margareth Menezes, Martinho da Vila e Gaby Amarantos para a festa para 300 mil pessoas em Brasília.

Membro da equipe de transição, ela também influenciou as decisões do presidente quanto ao Ministério da Cultura — foi ela quem sugeriu o nome de Margareth Menezes para comandar a pasta, após o rapper Emicida e a atriz Marieta Severo recusarem o convite.

Desde que o namoro de Lula com a socióloga se tornou público em 2019, ficou evidente o nível de proximidade do casal e o quanto a presença de Janja passou a ser um fator central na vida do petista.

Lula passou a citar com frequência a namorada — e depois esposa —, cuja juventude ajudava a trazer a ideia de saúde e jovialidade à campanha do petista, que assumiu seu terceiro mandato com 77 anos.

O presidente Lula se descreveu diversas vezes como "um homem apaixonado" — e disse mais de uma vez durante a pandemia que, apesar da idade, tinha a "energia de 30 (anos) e o tesão de 20". A frase foi abandonada na campanha do ano passado, no entanto.

Além disso, influenciado pela nova esposa, Lula passou a mostrar mais engajamento e familiaridade com temas como feminismo e questões LGBT.

Mas quem é Janja? E como ela e Lula se conheceram?

Militante histórica do PT e feminista

O vestido de noiva que Janja usou para se casar com Lula, em maio de 2022, foi decorado por bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, no sertão do Rio Grande do Norte. O sertão foi o tema: cactos sob um céu enluarado. Por todo o vestido, havia estrelas geométricas idênticas à estrela do PT — mas todas brancas. De vermelho, só as rosas do buquê e na lapela de Lula, que usava um terno azul royal.

Militante histórica do PT.

O atual marido de Janja a encontrou pessoalmente pela primeira vez em meados dos anos 1990, quando ela era relativamente recém-formada em ciências sociais pela Universidade Federal do Paraná, e Lula já havia concorrido à Presidência e estava viajando pelo Brasil para conhecer a realidade do país.

O namoro, no entanto, só começou décadas depois, quando Lula já era viúvo de sua segunda esposa, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em 2017. Um momento-chave no relacionamento foi um encontro no fim de 2017 em que estavam presentes artistas e ativistas de esquerda.

CARDO STUCKERT

O namoro só foi confirmado em público em novembro de 2019, quando o ex-presidente deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde estava preso em Curitiba. A libertação aconteceu após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que é ilegal o cumprimento de pena antes do esgotamento dos recursos. Mais tarde, as condenações contra Lula seriam anuladas pela Corte.

Os dois ainda não eram casados, mas Janja estava listada como "família" no rol de pessoas autorizadas a visitar Lula na cadeia. E ela ia todos os dias, contou Lula mais tarde.

Nas fotos do ex-presidente saindo da sede da PF em 2019, Janja apareceu ao seu lado publicamente pela primeira vez. E não saiu mais. Os dois se mudaram para o apartamento do petista em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e a socióloga passou não só a aparecer nas fotos, mas a ir aos comícios, a viagens, a frequentar os encontros estratégicos do PT e a participar da pré-campanha presidencial.

SAIA MAIS EM: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/01/janja-coordena-passagem-de-faixa-anima-a-militancia-e-evita-vermelho.shtml E https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63353755

domingo, 1 de janeiro de 2023

O MITO DO OPERÁRIO SALVADOR VOLTA AO PODER PELA TERCEIRA VEZ

 

Por Theodiano Bastos  

“Há pessoas que conseguem se destacar das massas, elevando-se como picos de montanha, escolhendo seu próprio caminho, enquanto a maioria se apega aos caminhos comuns, com medo de trilhar veredas desconhecidas, diz Carl Gustav Jung em sua obra “O Desenvolvimento da Personalidade”. Por que existem os que resolvem arriscar, abandonando os caminhos comuns? O que os impulsiona a trilhar caminhos desconhecidos? É a coação de acontecimentos, a necessidade premente que consegue ativar mudança da natureza humana, responde Jung. “Mas a personalidade jamais poderá desenvolver-se  se a pessoa não escolher seu próprio destino”. Não há vento que sopre favorável para quem não tem rumo, diz a sabedoria popular. “Provém, enfim, da necessidade e também da decisão consciente, pois ninguém desenvolve sua personalidade porque alguém aconselhou, pois a natureza jamais se deixa impressionar por conselhos dados com boa intenção. Sem haver necessidade, algo que obrigue (o destino de cada um?), nada muda a natureza humana, ensina Jung. 

BOLSONARO FOI DERROTADO PELA REJEIÇÃO

“Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada” Diz Don Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida

Pela última pesquisa do Datafolha: 50% dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum; 4 pontos a menos que Lula, que é rejeitado por 46% do eleitorado.                                                                 Com 100% das urnas apuradas, Lula se elegeu com  60.345.999 votos válidos equivalem a 50,9% dos votos válidos. O atual presidente Jair Bolsonaro recebeu 58.206.354 votos válidos (49,1%).

Com o fiasco da terceira via, que não conseguiu romper a polarização, restaram Lula e Bolsonaro.                              E para derrotar Bolsonaro, uma impressionante frente ampla foi formada, reunindo 14 partidos, Fernando Henrique e toda sua equipe.   

Uma vantagem da candidatura de Lula, desde seu lançamento, é o conjunto de forças que compõem a coligação Brasil da Esperança. Além da Federação Brasil da Esperança, que reúne PT, PCdoB e PV, a chapa conta ainda com o PSB de Alckmin, Solidariedade, Federação PSol-Rede, Agir, Avante e Pros, com o objetivo comum de derrotar o bolsonarismo, fortalecer a democracia e reconstruir o país. 

“Lula terá de reconciliar um país despedaçado para diminuir tensão e evitar ‘terceiro turno”  

Caçula de uma família de oito irmãos (os revolucionários sempre são os caçulas), metalúrgico, ex-vendedor de tapioca, engraxate, retirante nordestino, que chegou num pau-de-arara em São Paulo, aos 7 anos, após 13 dias de uma viagem de 3 mil quilômetros de viagem na carroceria de um caminhão, usando a mesma camisa. Lula, como outros nordestinos, suportou o estigma de ser pau-de-arara. “Só em São Paulo poderia surgir alguém como Lula“, diz Ruy Mesquita, editor do jornal O Estado de São Paulo, o mais tradicional do estado. “Esta é uma das sociedades de maior mobilidade que se pode imaginar.”

Teve uma infância miserável e passou até fome em Caeté, sertão de Pernambuco; viúvo aos 39 anos quando perdeu no parto a esposa e o filho, casou-se com Maria Letícia, que foi babá aos nove anos e operária de uma fábrica de doces aos 13, também viúva de um motorista de táxi assassinado quando estava grávida de quatro meses, Luiz Inácio Lula da Silva se elege Presidente da República com 52.793.364 votos,  

Em 2004 reelegeu-se no segundo turno com 58.295.042, (60% dos votos), (mas o PT só teve 18% dos votos) derrotando Geraldo Alckmin do PSDB que ficou com 37.543.178 votos.

É um fenômeno político, queiramos ou não, um acontecimento inusitado, da maior significação na história do povo brasileiro. Líder nato, astuto e sagaz, dotado de esperteza intuitiva, muito inteligente, carismático/messiânico, sem instrução formal, formado na universidade da vida, mas com grande desenvoltura, conforme se vê nas reuniões com líderes mundiais. É um orador carbonário, temido, porque pode incendiar o país acionando a CUT, o MST, o Movimento dos Sem-Tetos e outros. Sem nenhuma experiência administrativa, nem como prefeito, secretário de estado ou ministro, mas está cercado de cabeças coroadas da intelectualidade do país, artistas, empresários e militares. Elegeu-se presidente após sofrer quatro derrotas eleitorais: Em 1982, ficou em 4º lugar na disputa pelo governo de São Paulo, pleito vencido por Franco Montoro, teve uma passagem na Assembléia Constituinte e perdeu três vezes para presidente da república: para Fernando Collor e duas derrotas para Fernando Henrique Cardoso, sempre no primeiro turno. Nenhum outro político brasileiro disputou a presidência por cinco vezes. Só queria ser presidente da república.

Lula corporifica o desejo real de mudança. Visto como “herói da classe operária”, e o “operário salvador”, elegeu-se prometendo a mudança, e no governo praticou o continuísmo; é um neoliberal-populista. Transformou-se no porta-voz da indignação do povo, captando os votos da insatisfação, da revolta, do ressentimento e da insurreição. O povo clama por uma personalidade salvadora, clama por alguém que acenda o farol da esperança, mas tem pressa, quer soluções imediatas, quer mágica. Aí reside o grande perigo, o risco de uma decepção geral e existe a maldição do segundo mandato. O povo parece procurar um designado, um ungido, predestinado, iluminado, um salvador da pátria. Alguém enviado pelo destino, que aceite trilhar caminhos diferentes, aceitando com confiança o caminho inspirado pelo destino. O designado age como se fosse uma Lei de Deus, da qual não é possível esquivar-se. O salvador da pátria deve obedecer à sua própria lei, como se um demônio lhe insuflasse caminhos novos e estranhos. “Quem tem designação escuta a voz do seu íntimo, pois está designado”, daí a lenda que atribui a essa pessoa um demônio pessoa, que aconselha e cujos encargos deve executar, ensina o mestre Jung, que continua afirmando: “Designação é como uma convocação feita pela voz que provém do interior da pessoa. Assim será e assim deve ser, o que é próprio de líderes messiânicos. Essa voz interior lhe diz como chegar ao objetivo, faz com que ele se sinta designado, do mesmo modo que os grupos sociais por ocasião de uma guerra, revoluções ou outra ilusão qualquer”.  

No poder, revelou-se um líder messiânico-pragmático e neoliberal-populista. Mas teve o bom senso de manter todo o arcabouço montado pelo governo do PSDB como o saneamento do sistema financeiro, as privatizações, as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, as metas de superávit primário e de inflação, o câmbio flutuante e a autonomia operacional do Banco Central. Com surpreendente desenvoltura e habilidade tem exaltado o Brasil aos olhos do mundo  

“o poder é um fardo em seu destino”. O corporativismo, o MST e a CUT e o sectarismo dos radicais do partido, de forte viés revolucionário e até totalitário. “Sem os exaltados não se fazem as revoluções; mas com eles, depois, é impossível governar”, alertava Joaquim Nabuco. Atualizando a advertência do estadista Joaquim Nabuco, podemos dizer: sem os “aloprados” não se ganham as eleições; mas com eles, depois, é impossível governar.

É espantosa a aversão de Lula por tudo que diga respeito ao aprimoramento intelectual. Ele cultiva a ignorância e se orgulha dela. E segundo Augusto Nunes: “Um homem que não estudou nada e se considera doutor em tudo.

Governou dois mandatos beneficiado por uma conjuntura econômica internacional favorável e teve o bom senso de manter a política econômica herdada do governo de FHC. O país cresceu a taxas razoáveis e com emprego, renda e crédito, o povo o reelegeu e fez Dilma presidente. Por que essa gente não foi capaz de melhorar sua vida?

A mensagem para o povão é clara: “Ele era um dos nossos, não importa o que tenha feito”.

 

LULA TOMA POSSE, Mulher negra passou a faixa presidencial


 Por THEODIANO BASTOS 

Como Bolsonaro e Mourão se negaram a passar a faixa presidencial, a equipe de transição escolheu uma pessoa que representava os núcleos da sociedade que foram o pilar da vitória do petista

A faixa presidencial foi passada a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma mulher negra e catadora cooperativista. É a primeira vez na história do Brasil que o fato ocorre.                                                             Antes do artefato chegar ao petista, na tarde deste domingo (1º/1/23), a faixa foi passada pela mão de outros sete representantes da sociedade: um menino preto, um homem com deficiência, um metalúrgico, um professor, uma cozinheira, um artesão ativista e um cacique indígena.

A tradição do artefato ser passado pelo antecessor não foi seguida por Jair Bolsonaro (PL), que deixou o país na sexta-feira (30/12) e nem por Hamilton Mourão (Republicanos). Com a ausência, a equipe de transição escolheu uma pessoa que representava os núcleos da sociedade que foram os pilares da vitória do petista. A informação já havia sido adiantada pelo líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Reginaldo Lopes

Quem é quem

A passagem da faixa presidencial a Lula foi histórica: além do recebimento do artefato pela mulher negra, o presidente petista subiu a rampa do Palácio do Planalto lado a lado de oito pessoas, cada uma que representava um perfil do povo brasileiro. 

Foi Aline Sousa, de 33 anos, quem passou a faixa presidencial a Lula. Ela é catadora desde os 14 anos e atua como presidente da Rede CentCoop-DF, além de ser responsável pela Secretaria Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores. É beneficiária de programas sociais criados por Lula, como Minha Casa, Minha Vida. 

O menino negro que estava ao lado do presidente se chama Francisco, de 10 anos. Morador da periferia de São Paulo, ele é filho de uma assistente social e de um advogado que atua em causas sociais. De acordo com a equipe de transição, Francisco esteve, com os pais, em manifestações em Curitiba em frente ao presídio e afirmou que pode ser presidente também após assistir o filme autobiográfico de Lula. 

Também estava presente no cortejo o cacique Raoni Metuktire, autoridade indígena na luta dos direitos dos povos originários e da defesa da Amazônia. Da aldeia Kraimopry-yaka, o cacique de 90 anos tem representatividade internacional e foi descredibilizado por Jair Bolsonaro (PL), que afirmou que o indígena "foi cooptado por outros países" ao criticar a gestão do ex-presidente. 

Metalúrgico do ABC Paulista desde os 18 anos, Weslley Viesba também subiu a rampa com Lula. Além de ter trabalhar na mesma profissão que Lula antes de se tornar político, Wesley também tem outros pontos em comum com a gestão do petista: conseguiu se graduar na universidade por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), criado pelo presidente. 

Os professores e professoras também foram representados na passagem da faixa presidencial: Murilo de Quadros Jesus, de 28 anos, professor de português, formado em letras - português e inglês na Universidade Tecnológica Federal do Paraná subiu a rampa com Lula. 

A cozinheira Jucimara Fausto também esteve na passagem da faixa presidencial. Natural de Palotina (PR), ela se aproximou do movimento Lula Livre ao participar de um concurso de culinária promovido pelo movimento. Hoje, cozinha para a Associação dos Funcionários da Universidade Estadual do Maringá. 

O jovem potiguar Ivan Baron representou as pessoas com deficiência (PCDs) ao subir a rampa ao lado de Lula. Com mobilidade reduzida após ter meningite viral, ele é referência na luta anticapacitista e é influenciador nas redes sociais sobre o tema. 

Por fim, o artesão Flávio Pereira, de 50 anos, fecha o grupo que acompanhou Lula até o púlpito em que recebeu a faixa presidencial. Natural de Pinhalão (PR), o homem esteve na vigília Lula Livre, em frente ao presídio em que Lula esteve preso em Curitiba, por 580 dias. 

Posse

O presidente Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto junto à primeira-dama, Janja Lula da Silva, e os representantes da sociedade, por volta das 16h53. A passagem da faixa foi acompanhada por cerca de 40 mil pessoas presentes no local — a lotação foi controlada pela equipe de transição, que fechou o local assim que o número foi atingido.

Antes do rito simbólico, Lula e Alckmin passaram por cerimônia oficial no Congresso Nacional, onde foram empossados e assinaram o termo de posse.           SAIBA MAIS EM: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2023/01/5063003-mulher-negra-passou-a-faixa-presidencial-para-lula-veja-fotos.html - https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/01/lula-recebera-faixa-de-crianca-indigena-negro-e-mulher-em-nome-do-povo-brasileiro.shtml E https://veja.abril.com.br/politica/ao-vivo-acompanhe-a-posse-de-lula-como-novo-presidente-do-brasil/

 

MOURÃO DECEPCIONA GOLPISTAS


“Um bosta”, diz Carluxo após pronunciamento de Mourão
Mourão sobre os ataques dos filhos de Bolsonaro: "não entro em pântano nem me rebaixo"

Mourão: Silêncio de lideranças criou “clima de caos” e deixou conta para Forças Armadas, diz Mourão, sem citar nomes

Declaração foi feita durante pronunciamento de fim de ano; general da reserva é o presidente da República em exercício após a viagem de Jair Bolsonaro (PL) para os Estados Unidos

Carlos Bolsonaro partiu para o ataque na noite de sábado (31) após o pronunciamento de Hamilton Mourão em rede nacional.

Em publicação no Twitter, o filho 02 do ex-presidente Jair Bolsonaro escreveu: Havia forte expectativa entre os bolsonaristas de que Mourão anunciasse o golpe contra a posse de Lula.

“Nenhuma novidade vinda desse que sempre disse que era um bosta.”

O ex-vice-presidente foi alvo de Carluxo desde o início do mandato de Jair Bolsonaro.

Havia forte expectativa entre os bolsonaristas de que Mourão anunciasse o golpe contra a posse de Lula.

Após o discurso de Ano Novo, os manifestantes na frente do QG do Exército em Brasília também reagiram com xingamentos a Mourão. 

No sábado, em sua fala, o então presidente em exercício fez crítica velada a Bolsonaro e integrantes dos outros Poderes em razão de um “silêncio ou protagonismo inoportuno e deletério” que criou no país um “clima de caos”. Também pediu a apoiadores que “retornem aos seus afazeres” e disse que a alternância de poder é saudável na democracia.   

O ex-vice-presidente foi alvo de Carluxo desde o início do mandato de Jair Bolsonaro.

Havia forte expectativa entre os bolsonaristas de que Mourão anunciasse o golpe contra a posse de Lula.

Após o discurso de Ano Novo, os manifestantes na frente do QG do Exército em Brasília também reagiram com xingamentos a Mourão

No sábado, em sua fala, o então presidente em exercício fez crítica velada a Bolsonaro e integrantes dos outros Poderes em razão de um “silêncio ou protagonismo inoportuno e deletério” que criou no país um “clima de caos”. Também pediu a apoiadores que “retornem aos seus afazeres” e disse que a alternância de poder é saudável na democracia.

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), declarou, neste sábado (31), durante pronunciamento de fim de ano em cadeia nacional de rádio e televisão, sem citar nomes, que o silêncio de lideranças criaram um clima de caos para as Forças Armadas, após as eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República.

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe”, afirmou Mourão.

Mourão é no momento o presidente da República em exercício após Jair Bolsonaro (PL) viajar, na última sexta-feira (30), para Orlando, nos Estados Unidos.

Mourão fez ainda um balanço da gestão de Jair Bolsonaro. O senador eleito disse que o governo atual entrega para Lula um país “livre de práticas sistemáticas de corrupção” e com economia pós-pandemia “mais próspera”.

Entre os avanços, citou também a privatização de estatais, uma reforma administrativa “silenciosa” e avanços da digitalização da gestão pública

Defendeu ainda a alternância do poder, algo “saudável” e que deve ser preservado em uma democracia.

Por fim, estacou que a partir deste domingo, 1º de janeiro de 2023, “mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos nosso caráter democrático”.  

                     SAIBA MAIS EM: https://oantagonista.uol.com.br/brasil/um-bosta-diz-carluxo-apos-pronunciamento-de-mourao/?utm_campaign=DOM_MANHA&utm_content=link-881850&utm_medium=email&utm_source=oa-email E https://www.cnnbrasil.com.br/politica/silencio-de-liderancas-criou-clima-de-caos-e-deixou-conta-para-forcas-armadas-diz-mourao-sem-citar-nomes/

 

 

sábado, 31 de dezembro de 2022

A FUGA MELANCÓLICA DE BOLSONARO

Por PABLO ORTELLADO 

Durante quatro anos, ele repetiu que a “liberdade” deveria valer mais que a própria vida. Mas, agora, quando teria de colocar seus ideais à prova, preferiu fugir para os Estados Unidos 

Depois de dois meses de silêncio, no último dia útil do seu governo, Bolsonaro falou. Foi elíptico e evasivo sobre os temas importantes e fugiu logo em seguida para os Estados Unidos. Foi um final melancólico para uma aventura perigosa. A democracia brasileira sobreviveu, mas saiu chamuscada. Ganhamos um respiro, mas o risco não foi de todo afastado.

A maior parte do pronunciamento de mais de 50 minutos foi dedicada a celebrar as realizações do governo. Mas, entre louvores ao preço baixo dos combustíveis e à criação do Auxílio Emergencial, surgiram alertas sobre a volta do PT e justificativas para ele não ter atendido aos radicais acampados nos quartéis. Tudo sob uma chuva de comentários de espectadores no YouTube pedindo intervenção militar.

Bolsonaro disse que, nestes dois meses de silêncio estratégico, não ficou parado: “Como foi difícil ficar dois meses calado trabalhando para buscar alternativas!”. As alternativas, sabemos pelas movimentações noticiadas pelos jornais, foram a busca do apoio das Forças Armadas e do Parlamento para uma ruptura autoritária.

Reunindo as menções elípticas, espalhadas pelos discurso, dá para ter uma ideia do que ele quis dizer: “Tem gente chateada comigo, [dizendo] que deveria ter feito alguma coisa, qualquer coisa. Mas, para você conseguir fazer alguma coisa, mesmo nas quatro linhas, você tem que ter apoio”. E se defendeu: “Entendo que fiz a minha parte, estou fazendo a minha parte. Agora, certas medidas têm que ter apoio do Parlamento, de alguns do Supremo, de outros órgãos e instituições”.

Bolsonaro quis atender aos golpistas acampados nos quartéis, mas simplesmente não conseguiu apoio. “Não posso fazer algo que não seja bem feito e que, assim, os efeitos colaterais sejam danosos demais”, concluiu. Bolsonaro não teve ou não conseguiu criar as condições para cumprir seus propósitos autoritários. Mas tentou. Enfrentou, porém, a resistência firme da sociedade civil e da imprensa séria.

Enfrentou também a resistência do Parlamento, principalmente quando esteve sob a liderança política de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Em nenhum momento o Parlamento sinalizou que daria apoio a um movimento de ruptura, por meio da decretação de Estado de Sítio. O Congresso conteve a ofensiva legislativa na arena dos costumes e moderou os ataques de Paulo Guedes contra os direitos dos trabalhadores. Foi o Parlamento, também, que elevou os programas de transferência de renda a um patamar mais digno, aumentando o valor e ampliando a cobertura. O Parlamento, por meio da CPI da Covid, também desvelou a irresponsabilidade criminosa de Bolsonaro com relação à compra das vacinas.

Malu Gaspar: Após frustração com live, bolsonaristas falam em ‘jogada de mestre’ e ‘Heleno presidente’                                                    SAIBA MAIS EM: https://oglobo.globo.com/opiniao/pablo-ortellado/coluna/2022/12/a-fuga-melancolica-de-bolsonaro.ghtml