O autor dos atentados responderá por ato infracional análogo aos crimes de 9 tentativas de homicídio qualificadas por motivo fútil, além de quatro homicídios, podendo ficar internado numa unidade socioeducativa por até três anos.
Esse é o tempo máximo previsto na
legislação para atos infracionais praticados por menores de idade.
Suástica e
análise de celular mostram ligação de atirador com nazismo no ES, diz polícia
A Polícia Civil apreendeu com o
adolescente uma roupa militar com suástica nazista, além do telefone celular,
que mostra simpatia com a causa
A roupa militar com uma suástica
costurada, além da análise do celular do adolescente que atacou duas escolas em
Aracruz, mostram que o atirador era simpatizante à causa nazista. A afirmação
foi feita pelo delegado André Jaretta à reportagem do Fantástico, da TV
Globo.
A roupa, as armas do pai, tenente da
Polícia Militar, e o celular fazem parte dos materiais apreendidos pela Polícia
Civil e que a reportagem teve acesso. “Analisando, com
autorização judicial, preliminarmente, o celular dele (atirador), conseguimos
perceber que ele era um simpatizante à causa nazista”, declarou.
Uma análise do especialista em
tecnologia Gilberto Sudré, vice-presidente da Associação Nacional de Peritos em
Computação Forense (Apecof), mostrou a semelhança com o símbolo nazista. É
possível ver o fundo vermelho e um círculo branco.
Durante coletiva de imprensa, na
sexta-feira (25), o governador Renato Casagrande (PSB) confirmou que realmente havia uma
suástica acoplada à roupa do jovem, ainda ressaltando que faltava a
investigação confirmar o envolvimento do atirador com o nazismo.
“Ele carregava na sua roupa camuflada
um símbolo da suástica. A investigação que vai dizer, mas estamos destacando a
existência do símbolo. Alguns jovens têm interação, comunicação com grupos
violentos e até nazistas do mundo todo", informou naquele dia.
Atirador tinha suástica nazista e usou arma do pai
policial militar em ataques em Aracruz.
A reportagem de A Gazeta entrou
em contato com o pai do atirador e recebeu a resposta de que deveria procurar a
defesa da família. Em conversa com o jornal Estado de S. Paulo, o homem
comentou sobre uma postagem em uma de suas redes sociais em que há uma imagem
do livro “Minha Luta”, de Adolf Hitler.
“Livro péssimo. Li e odiei”, afirmou
o PM ao Estadão, sobre a obra antissemita que alimenta movimentos de
extrema-direita até os dias de hoje.
A defesa do adolescente, por sua vez,
alegou que os pais dele não querem impunidade.
Como foi o atentado
O atentado ocorreu na manhã de
sexta-feira (25), pouco antes das 10 horas, quando um adolescente de
16 anos entrou primeiramente na Escola Estadual Primo Bitti, quebrando o
cadeado e invadindo a sala de professores. Lá, ele atirou em 11 pessoas: duas
educadoras — Cybele Passos Bezerra, 45 anos, e Maria da Penha Banhos, 48 —
morreram no local. A professora Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 38
anos, faleceu um dia depois, na tarde de
sábado (26).
Ainda na sexta, após o primeiro
ataque, o atirador entrou em um veículo modelo Renault Duster, de cor dourada,
com as placas cobertas, e foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral
(CEPC), a cerca de um quilômetro de distância da instituição estadual. Na
escola particular, o criminoso atingiu três pessoas e a aluna Selena Sagrillo
Zuccolotto, de 12 anos, morreu na hora.
Filho de policial militar, o
adolescente entrou nas escolas usando roupa camuflada e, em uma braçadeira,
carregava uma suástica, símbolo do nazismo. Ele planejava o crime havia dois
anos, conforme dados iniciais da investigação.
Após ser detido, o adolescente
confessou o crime. Ele usou uma arma da Polícia Militar, que pertencia ao pai,
e outra particular para atirar em professores e alunos. O nome dele não está
sendo divulgado por se tratar de um menor de idade, como prevê o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Ecriad).
SAIBA MAIS EM: https://www.agazeta.com.br/es/policia/suastica-e-analise-de-celular-mostram-ligacao-de-atirador-com-nazismo-no-es-diz-policia-1122