Por Elio Gaspari
As tentativas de instrumentalização dos quartéis fracassaram
Na
quarta-feira, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, divulgou o relatório
técnico da fiscalização do sistema eletrônico de votação pelas Forças Armadas.
Nele concluiu-se que nos resultados do primeiro turno em 442 seções eleitorais
sorteadas aleatoriamente, bem como nos de 501 seções do segundo turno, “não se
verificou divergências entre os quantitativos registrados no Boletim de Urna
afixado na seção eleitoral e os quantitativos de votos constantes no respectivo
boletim disponibilizado no site do TSE”. Nesse dia, o presidente eleito Lula
circulava por Brasília dispondo-se a recuperar “a harmonia entre os Poderes”.
Fechava-se
assim um ciclo de tentativas de instrumentalização dos militares na vida
política nacional. Ele foi aberto em abril de 2018 com o infeliz tuíte do
comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, às vésperas do julgamento
de um habeas corpus em benefício de Lula.
Nesses
quatro anos, um presidente que dizia dispor do “meu Exército” tentou
instrumentalizar as Forças Armadas no atacado. Não conseguiu. No varejo,
conseguiu alguma coisa e militarizou de forma desastrada o Ministério da Saúde
no pico da pandemia.
A
essas instrumentalizações, não corresponderam flagrantes quebras da disciplina.
Um comandante como Edson Pujol seguiu a escrita de seu antecessor, Enzo Peri.
Enzo quem? Ele comandou o Exército de 2007 a 2015 e não falou de política nesse
período, nem depois. (Quem não lembra o nome de um general passa-lhe o atestado
de silencioso profissionalismo.)
As
tentativas de instrumentalização dos militares nos últimos quatro anos foram
contidas por oficiais que não falam de política. Fechou-se esse ciclo e vai
para o Planalto um presidente que em oito anos de poder nunca se meteu com os
quartéis.
Meirelles
disse tudo
Henrique
Meirelles entendeu direito o discurso de Lula da quinta-feira, que derrubou a
Bolsa e encareceu o dólar:
“Ele
estava no modo campanha.”
Plano
de governo
De
uma víbora:
“Sonhei
que Lula passaria os próximos quatro anos viajando gloriosamente pelo mundo por
três semanas de cada mês.
Na semana restante, Geraldo Alckmin cuidaria da quitanda.” SAIBA MAIS EM: c