Por THEODIANO BASTOS
O jornalista britânico Dom Philips, 57 anos, colaborador do jornal The Guardian e o indigenista Bruno Pereira, 41 anos, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) não foram assassinados pelo crime organizado como se pensava no início mas, por pescadores que viviam na área, mas considerados pescadores ilegais por pescarem em área indígena apesar de morarem a vida toda às margens dos rios e igarapés da região.
ORIGEM DO CONFLITO
Ao demarcarem as reservas deixaram centenas de
ribeirinhos que já moravam a vida toda às margens dos rios e viviam da pesca e
caça sem ter como viver e por isso eram considerados pescadores ilegais e
perseguidos. Daí o ódio de quem os denunciavam.
Segundo fontes da Polícia Federal, foram os pescadores Amarildo da Costa, conhecido
como "Pelado" e seu irmão Oseney da Costa, de 41 anos, ou "Dos
Santos" os autores do crime.
As
vítimas foram mortas, esquartejadas e tiveram os corpos incinerados e o que
restou foi enterrado. No Vale do Javari em Atalia do Norte, Amazonas.
O fato que teria selado a sentença de morte dos
desaparecidos na Amazônia, segundo fontes ligadas à investigação, bandidos
agiram por receio de Bruno Pereira e Dom Phillips terem provas contra eles.
Os dois estavam em uma
área remota de floresta próxima às fronteiras com a Colômbia e o Peru, chamada
Vale do Javari, região que tem o maior número de povos indígenas não
contactados no planeta. O local tem sido invadido por pescadores, caçadores,
madeireiros e garimpeiros ilegais, e, segundo a polícia, é uma rota importante
para o narcotráfico.