Por THEODIANO BASTOS
Tenho na minha biblioteca todos os livros de Karen
Horney publicados ela Civilização Brasileira e em 12/03/71 adquiri sua extraordinária obra NOSSOS CONFLITOS
INTERIORES que já li minuciosamente por diversas vezes. Vejam o resumo dos benefícios do curso de
formação em psicanálise como terapia:
"Muitas vezes, nos proibimos de adquirir e
viver novas experiências por conta de agitações em nosso interior. Esses conflitos
internos possuem causas no ambiente externo e interno do ser humano,
criando barreiras em sua vida. Nesse sentido, entenda o que são de verdade e
como tratá-los de acordo com a Psicanálise.
Conceito
Segundo Freud, os conflitos internos são
inerentes à construção do sujeito, se caracterizando pela oposição de desejos e
exigências contrárias internas. Ao longo de seus estudos, o psicanalista
ainda defendia que isso é um dualismo essencialmente irredutível. Sendo assim,
apresenta variadas formas.
Em suma, podemos afirmar que existe uma
incompatibilidade de ideias em nossas mentes. Há uma espécie de explosão em
nosso interior que consegue movimentar o ego para apoiá-la, mas também gera uma
onda de repressão. Caso caiba uma repressão, tal ideia ou projeto vão ser
arremessados para longe da consciência.
Freud estabeleceu que há dois movimentos em nosso
interior que estão relacionados no processamento de recordações. Enquanto um trabalha na importância dessa
lembrança como motivo para revivê-la, o outro tenta bloquear que ela seja vista. Nenhuma
das forças tem a capacidade de anular a outra e, portanto, nenhuma predomina.
O que provoca os conflitos internos?
Os conflitos internos têm uma natureza de duelo
constante, sendo desencadeados ao menor sinal de estímulo. Assim, a
relação do ambiente externo com o nosso interno estimula ondulações que podem
se chocar, a depender do movimento de origem. Contudo, não há apenas um
estímulo para isso. Portanto, trata-se de algo estimulado por vários fatores.
Dessa forma, os conflitos internos podem vir das
seguintes maneiras, por exemplo:
Repressão
Indivíduos que reprimem as próprias ações e/ou
sentimentos tendem a represar o que sentem. Entretanto, ainda que tenham
planejado guardá-las, transbordam essas emoções. Tudo se acumula e é
perfeitamente esperada a manifestação de um escape por meio do próprio corpo.
Ganho e perda
Muitas pessoas sonham e planejam ganhar algo grande
e de valor em sua vida. Isso representaria uma ostentação máxima de suas
capacidades. Contudo, o tamanho do objetivo já revela qual será
esforço que deve ser feito para conquistá-lo. Assim, sabe-se que para
alcançar resultados grandes, precisa de um esforço grande. Somente a ideia de
se envolver em um projeto tão complexo pode colocar indivíduos em dilemas
complicadíssimos.
Auto sabotagem
Todos nós sonhamos com uma carreira de sucesso e um
futuro brilhante. Nos esforçamos diariamente para alcançar tal objetivo,
empregando todas as ferramentas disponíveis que possuímos. Contudo, há aqueles
que se sabotam no final por se acharem indignos daquela recompensa. O boicote a
si mesmo provoca conflitos na mente.
Consequências
Os conflitos internos possuem uma natureza
destrutiva para o ser humano, porque o leva a se esquecer do seu dever. Essa
dualidade causa confusão e gera oscilações negativas em qualquer um, se
manifestando de várias formas. Geralmente, os indivíduos conflituosos
apresentam alguns sinais, como os descritos abaixo:
Falta de foco
Com tantas direções apontando para vários lugares,
acabamos por não escolher nenhum. É como um tribunal que confunde ao invés de
dar um veredito. Entre o fazer ou não fazer, ser ou não ser, escolhemos a
neutralidade, ainda que ela seja bastante prejudicial a nós.
Sem direção
Continuando, perdemos completamente o rumo de
nossos projetos. Entre urgências ou não, não sabemos para onde ir
primeiro. A bússola interna está quebrada e nos fixa numa posição de
passividade. Dessa forma, não apresentamos estruturas para continuar em uma
linha reta em direção ao objetivo.
Vergonha
Por não ter um controle pleno de nossas ações e
pensamentos, sentimos vergonha de nós mesmos. A incapacidade de agir sobre os
eventos ao redor, bem como nossas ações, nos coloca de joelhos. Isso porque as
circunstâncias apontavam para uma dominação daquela situação e não para um
dominado.
Culpa
Pela nossa incapacidade de lidar com essas
dualidades, somos embebidos em um sentimento de culpa. A cada passo dado, nos
flagelamos com argumentos e pensamentos ácidos. Machucamos a nós mesmos
diariamente por ceder a alguma situação um movimento de não participar da
mudança.
Tratamento
Resolver os conflitos internos pode ser uma estrada
tortuosa para qualquer um, mas ainda assim é possível. Através de uma série de
exercícios, conseguimos reformular a visão que temos de nós mesmos e do mundo.
Leva tempo, mas ainda assim conseguimos realocar os elementos em seus lugares
de origem para alcançarmos nossa plenitude.
Mude os sentimentos sobre si mesmo
De início, tente trabalhar a renúncia que faz sobre
si mesmo. Esqueça pensamentos como “Eu não sou bom o suficiente para…”.
Ainda que pense nele como algum tipo de preservação, isso acaba por limitar
qualquer reação que venhamos a ter sobre algo. Seja mais pró-ativo e trabalhe
os sentimentos que guarda.
Faça um filtro positivo
Tire um tempo para avaliar todas as conquistas
positivas que teve até agora. Faça um balanço do quanto foi bem sucedido até
aqui. Isso vai ajudar você a ter uma ideia melhor de quem é, aumentando sua
autoestima e confiança diante de escolhas. Além disso, trata-se de uma decisão
que além de te engrandecer, vai te energizar para novas conquistas.
Equilibre cada parte
Tente não reprimir as vozes que brigam em uma
situação. Escute cada uma e entenda a manifestação delas. Dessa forma,
as faça entender que cada uma tem função e deve valorizar o outro aspecto.
Tipos de conflito
Embora sejam problemáticos independentes da forma,
os conflitos internos se classificam em várias partes. São elas:
- Conflito comportamental – Aqui se classifica na relação do indivíduo com o dilema de
seus comportamentos. Resume-se em tomar decisões, uma em detrimento da
outra.
- Conflito de habilidades – Aqui ficam em voga as nossas competências no dia a dia. Ser mais
liberto ou optar pela conservação, se liberar ou restringir… Em
suma, é a escolha das habilidades de acordo com o momento.
- Conflito de crenças e valores – De forma simples, esta se baseia no conflito entre a ação com os
nossos valores pessoais. Por exemplo, ir comer em um restaurante badalado,
mas achar os valores altos demais.
- Conflito de identidade – Este se conduz pela relação do nosso papel no
mundo com as responsabilidades em assumir elas ou não. O conflito aqui
também se baseia na conciliação dos papéis mostrados com as renúncias
feitas.
Considerações finais
Ao longo da vida, sempre entraremos em um dilema,
seja físico, psíquico, moral ou social. As escolhas pesam por conta de
suas consequências, nos mobilizando a uma posição estática. Isso é bastante
prejudicial ao nosso desenvolvimento, visto que também é um risco ficar
sempre em cima do muro.
Dessa forma, já imaginou como sanar esses conflitos
interiores? Já procurou entender a natureza deles? Caso não, está deixando
várias chances passarem em sua vida. Ainda assim, darei uma ótima dica” Leia
mais em: Conflitos
internos: conceito e tratamento em Psicanálise - Psicanálise Clínica
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