sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

BOLSONARO SABOTA VACINAÇÃO DAS CRIANÇAS

 

Estados não exigirão prescrição médica para vacinação de crianças contra covid-19

Conselho de secretários estaduais de Saúde divulgou carta na qual aponta que não vai seguir postura defendida pelo Ministério da Saúde

 BOLSONARO SABOTA VACINAÇÃO DAS CRIANÇAS

Atendendo pedido de Bolsonaro, o ministro da Saúde, cria obstáculos para vacinar as crianças, na contramão do que recomenda a OMS e países do mundo.

Famílias sem trégua no Natal: o ataque à saúde das crianças por Bolsonaro e Queiroga, diz Míriam Leitão  Estados reagem a Queiroga e não vão exigir receita médica para vacinar crianças, diz conselho de secretários

Além da prescrição, Ministério da Saúde quer autorização dos pais. No Rio, o prefeito Eduardo Paes diz que município também não vai exigir receita

Especialistas avaliam que consulta pública do Ministério traz perguntas que reforçam posição contra vacinação

·       Consulta pública sobre vacina da covid para crianças reforça posição do governo e tem instabilidade

·       Em meio à pressão do governo, Anvisa divulga documento que embasou autorizar vacinação de crianças

·       Queiroga diz que óbito infantil pela covid não pede decisão emergencial; 1.148 crianças já morreram

·       Especialistas criticam consulta pública sobre vacinação infantil após aval da Anvisa

·       Queiroga diz que governo vai vacinar crianças, mas exigirá prescrição médica

https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,estados-nao-exigirao-prescricao-medica-pra-vacinacao-de-criancas-contra-covid-19,70003934821

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

A FAPES PREMIA O PROF. TEODIANO BASTOS FILHO E OUTROS PESQUISADORES

 






Em solenidade realizada em 21/12/21 a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo – FAPES sob o lema de que valorizar o conhecimento é investir no presente e futura.

Foram premiados pesquisadores da UFES, do IFES, da UVV – Universidade de Vila Velha.  

Dom Hélder Câmara: A missão do homem é dominar a Natureza e completar a Criação, disse em seu livro A REVOLUÇÃO DENTRO DA PAZ e mais adiante: “A ciência precisa de Deus para não criar monstros”

 “Deus é o próprio conjunto de leis que rege a natureza”, afirma físico e escritor Leonard Mlodinow.

A maioria dos pesquisadores encaram a ciência como missão de vida e acabam sacrificando a convivência com a própria família.   

A Profa. Cristina Engel de Alvarez - Diretora Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo – FAPES coordenou a solenidade de premiação.                                                                            https://teodianobastoslab.net/index.php/9-geral/26-pesquisar-e-pesquisadores

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ABRE PROCESSO CONTRA A ITA


 Por THEODIANO BASTOS

Empresa tem até 20 dias para explicar as razões da suspensão das atividades e os planos de ressarcimento dos passageiros.   

Após suspender voos e não realocar mais de 45 mil passageiros, a companhia aérea ITA, do grupo Itapemirim, irá enfrentar um processo administrativo aberto pelo Ministério da Justiça                                                                                      Ver mais:  https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/12/4973378-ministerio-da-justica-abre-processo-contra-a-itapemirim-apos-voos-cancelados.html  

Crise da ITA tem nome, rosto e padrinho: Sidnei Piva e Governo Federal

Família Cola, fundadora da viação Itapemirim, não tem relação com a empresa aérea e tenta recuperar o controle do grupo na Justiça.

Piva tateou por meses os gabinetes de Brasília até convencer o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a abraçar seu projeto megalomaníaco de lançar uma companhia aérea em plena crise financeira mundial gerada pela pandemia do coronavírus. Tarcísio não só embarcou na furada como convenceu o presidente Jair Bolsonaro a ser um garoto propaganda e o alto escalão do Ministério da Economia a apadrinhar a aventura.

Compra da Itapemirim teve suspeita de pagamento a juiz e fila de credores

Suspensão de voos da Ita Transportes Aéreos deixou centenas de passageiros sem embarcar às vésperas do Natal

O empresário Sidnei Piva de Jesus, dono da Ita Transportes Aéreos – que deixou centenas de passageiros sem embarcar às vésperas do Natal – tem também explicações a dar aos credores do Grupo Itapemirim, que está em recuperação judicial desde 2016.

O executivo John Schulz diz ser um deles. Em 2006, o americano teria emprestado US$ 45 milhões – o equivalente hoje a R$ 256 milhões – ao grupo. Quando Piva assumiu a empresa já em recuperação judicial, onze anos depois, o pagamento do empréstimo parou. Schulz diz que ainda tem R$ 91 milhões a receber. Os dados foram confirmados no relatório da administradora judicial.

“Não é surpresa. Os credores têm muito pouca influência e institucionalmente têm dificuldade em suas garantias”, disse o executivo à CNN. Assim como Schulz, centenas de empresas e trabalhadores tentam de alguma maneira receber o que o empresário deve. Somadas, as dívidas com credores ultrapassam R$ 253 milhões. Além disso, ainda há o valor superior a R$ 2 bilhões em dívidas fiscais. Os dados constam no relatório da administradora.

A Itapemirim foi fundada em 1953 no Espírito Santo e leva o nome da cidade onde nasceu: Cachoeiro de Itapemirim. Os antigos donos acreditam que a venda do grupo, no final de 2016, foi cercada de fraudes.

De acordo com o advogado Olavo Chinaglia, que representa a família Cola (fundadora), houve a assinatura de dois documentos: um contrato de compra e venda e uma “declaração” entre as partes, na qual ficou convencionado que o contrato de compra e venda só produziria efeitos após a especificação, em anexos contratuais, dos bens que não entrariam no acordo.

“Os fundadores da empresa receberam uma proposta de compra feita pelo empresário, que à época disse ter créditos tributários na ordem de R$ 5 bilhões. Com esses recursos, ele pagaria as dívidas e ficaria com as empresas que já estavam em recuperação judicial”, explica Chinaglia.

O processo de aquisição do grupo e a recuperação judicial foram conduzidos pelo juiz Paulino José Lourenço, então titular da 13ª Vara Cível Empresarial de Recuperação Judicial e Falência de Vitória. Ele foi aposentado compulsoriamente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo depois que a Corregedoria Geral de Justiça do Estado apontou que ele teria agido para mudar os quadros societários da empresa, contrariando a recomendação do Ministério Público de ouvir os antigos proprietários antes de tomar qualquer providência. Depois disso, ele teria proferido decisões parciais, ainda segundo a investigação.

“Piva teria, supostamente, subornado um juiz do Espírito Santo, que depois acabou afastado do cargo, para dar validade àquele documento e assim concretizar a negociação”, disse Chinaglia.

Voo internacional

Enquanto Piva de Jesus ainda planejava a Ita Transportes Aéreos, ele fundava uma outra empresa, em Londres: a SS Space Capital Group UK Ltd, com capital de R$ 5,8 bilhões.

Dados da Receita Federal do Brasil apontam que Piva tem mais de cem empresas em que ele já foi ou ainda é sócio. Ao todo, os capitais sociais dessas empresas ultrapassam R$ 2 bilhões.

Dono da Itapemirim comprou cobertura de R$ 12 milhões no litoral paulista

O empresário Sidnei Piva de Jesus, dono do Grupo Itapemirim, comprou recentemente um apartamento de cobertura na Riviera de São Lourenço, no litoral de São Paulo, diz O Globo.

Apesar de acumular um prejuízo de R$ 176,33 milhões desde dezembro de 2018, Sidinei pagou cerca de R$ 12 milhões pelo imóvel, no edifício Athenas.

“Estima-se que tenha gasto mais R$ 5 milhões na reforma que fez no apartamento, que não apresentava as condições ideais para moradia, segundo Piva.”

Fontes: https://istoe.com.br/crise-da-ita-tem-nome-rosto-e-padrinho-sidnei-piva-e-governo-federal/

 https://www.cnnbrasil.com.br/business/compra-da-itapemirim-teve-suspeita-de-pagamento-a-juiz-e-fila-de-credores/

https://www.oantagonista.com/brasil/dono-da-itapemirim-comprou-cobertura-de-r-12-milhoes-no-litoral-paulista/  -  https://www.cnnbrasil.com.br/business/compra-da-itapemirim-teve-suspeita-de-pagamento-a-juiz-e-fila-de-credores/

domingo, 19 de dezembro de 2021

PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTOS

 Por THEODIANO BASTOS

Vejam caros leitores, segundo o TSE Tribunal Superior Eleitoral, que atualiza todo mês os dados, o Brasil tem hoje 147.918.483 eleitores. São Paulo continua a ser o maior colégio eleitoral brasileiro com 33.565.294 eleitores.  

As eleições serão ainda no dia 02 de outubro, primeiro turno e 30 de outubro o segundo turno. Tem muita água para passar por baixo da ponte até lá.  

Pois bem, nunca se viu tantos institutos de pesquisas publicando pesquisas de intenção de votos. A maioria consulta apenas 2.002 eleitores na maioria dos casos, como foi o do IPEC (ex-IBOPE) ou 3.666 como fez o DATAFOLHA em sua última pesquisa e aí todos os órgãos de imprensa divulgam à exaustão que Lula é lidera em todas as pesquisas desde que recuperou os direitos políticos, o ex-presidente Lula confirma o seu favoritismo na eleição de 2022 quando avança sobre o eleitorado mais pobre.

Uma delas mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022, contra 21% do presidente Jair Bolsonaro (PP); seguidos pelo ex-ministro Sergio Moro (PODEMOS) com 8%; ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%; pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 2%; e pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), com 1% e Simone Tebet, do MDB também com 1%.        

Ao todo, o ex-presidente garante 56% das intenções de voto nesse segmento. O volume é levemente maior do que em 2006, quando alcançou, na véspera do primeiro turno, 55% de apoio de quem ganha até 2 salários mínimos.

Para efeitos de comparação, quando Fernando Haddad (PT) concorreu ao cargo em 2018, o PT tinha apenas 29% do eleitorado mais pobre a seu favor.

Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro amarga apenas 16% das intenções de voto entre os mais vulneráveis. Essa fatia da população, que concentra metade dos eleitores brasileiros, rejeita o atual presidente por atribuir a ele a maior parcela de culpa pela crise econômica brasileira.

63,7% dos entrevistados avaliam que seu poder de compra diminuiu no governo Bolsonaro;

Entre os vilões da inflação nos últimos meses, os maiores impactos foram alimentação, combustível, energia elétrica e moradia;

Devido à inflação, 76,2% afirmam que tiveram que reduzir as compras de alimentos nos últimos meses. No caso da carne (maior evidência de bem-estar alimentar), 36,5% dos pesquisados afirmam que reduziram muito seu consumo e outros 35,4% diminuíram as compras em geral.

O favoritismo, no entanto, não significa eleição ganha.                  "À medida em que a campanha esquentar, Lula será cada vez mais questionado em duas frentes: os escândalos de corrupção em seu governo, como mensalão e o petrolão


quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

STF PATROCINA A IMPUNIDADE

Por THEODIANO BASTOS                                                    

Registro para a História: Apenas os ministros Luiz Fux, Marco Aurelio e Kássio Nunes Marques votaram contra o absurdo de anular, cinco anos depois, as condenações de Lula em Curitiba com questiúnculas processuais. A decepção ficou com os votos de Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso.                                                                                                                                                              

O ministro Nunes Marques defendeu a atribuição da Justiça Federal de Curitiba para julgar os casos de Lula. Disse não ver “qualquer motivo” para decretar a incompetência do juízo e que a competência já foi decidida “pelas 3 Instâncias anteriores”. Afirmou que existem conexões entre os processos de Lula e a investigação da Lava Jato. Nunes Marques também discordou da anulação das decisões. “Mesmo que considerássemos tal juízo territorialmente incompetente, eventual

prejuízo para a defesa não foi demonstrado”.  ...                                                                             Quando a maioria já estava formada, o presidente da corte, Luiz Fux, também votou, integrando a minoria. Ele afirmou que a incompetência não deveria ser decretada porque o fato do julgamento ter sido feito em Curitiba não trouxe prejuízos à defesa do ex-presidente.

Mas por 8 a 3, STF confirma decisão de Fachin que mantém Lula elegível para 2022

Cinco anos depois, o STF julga por 8 a 3 que Plenário da Corte julgou recurso apresentado pela Procuradoria-Geral da República para manter os processos do ex-presidente em Curitiba.                                                                                          O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria e acatou a decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato.

O placar para manter a incompetência de Curitiba nas condenações do ex-presidente foi de 8 votos a favor e 3 contra.

O relator, ministro Edson Fachin, votou para manter a decisão anterior de anular as condenações. Segundo o ministro, de acordo com entendimentos anteriores do STF, a 13ª Vara de Curitiba não é o “juízo universal” de fatos ligados à Lava Jato.

Para Fachin, a conduta atribuída a Lula “não era restrita à Petrobras, mas à extensa gama de órgãos públicos em que era possível o alcance dos objetivos políticos e financeiros espúrios”.

O ministro foi seguido por Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso.

O ministro Alexandre de Moraes entendeu pela incompetência de Curitiba, mas mandou os processos para SP, já que os fatos relacionados à denúncia foram no estado. “O assunto que está sendo julgado é um dos mais importantes, qual seja, o juiz natural. Todos têm o direito de ter um julgamento de acordo com o juiz natural adequado”, disse o ministro Moraes.

Entendimento Diferente

O ministro Nunes Marques abriu divergência quanto ao voto do relator por entender que o crime do qual Lula foi condenado aconteceu em detrimento da Petrobras, justificando, assim, o juízo da 13ª vara, por conexão.

Segundo o ministro, há ligação com os atos praticados por Lula com a Petrobras. “É necessário se preservar a competência de Curitiba, em prestígio à segurança jurídica à luz das asserções da acusação, tão reiterado pelo Supremo”, disse.

No caso, os ministros analisam o recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a anulação das condenações de Lula e a transferência dos casos de Curitiba para a Justiça Federal do DF.

Na prática, os ministros decidem se mantêm ou se derrubam, na íntegra ou parcialmente, todos os pontos levantados na decisão que o relator da Lava Jato no STF proferiu há cerca de um mês: a anulação das condenações de Lula no âmbito da operação; o envio dos processos – triplex do Guarujá, sítio de Atibaia, terreno do Instituto Lula e doações da Odebrecht ao mesmo instituto – à Justiça Federal do DF; e o arquivamento da suspeição do ex-juiz federal Sérgio Moro.

Discussão

Nesta quarta-feira (14), em uma análise de uma questão preliminar, por 9 a 2, o STF decidiu que caberá aos 11 ministros do plenário analisar se mantém cada um dos pontos da decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações de Lula. Os ministros discutiram se caberia à Segunda Turma julgar o caso, como queria a defesa do ex-presidente, ou o plenário, como se posicionou Fachin.

Entenda o caso

Em março deste ano, o ministro Edson Fachin decidiu anular todas as condenações contra Lula, por entender que os casos não deveriam ter tramitado na Justiça Federal do Paraná, responsável por julgamentos da operação Lava Jato.

O que acontece agora que a anulação das condenações foi mantida?

Com a decisão proferida pelo STF, os direitos políticos de Lula ficam mantidos. Ou seja, ele pode se candidatar a cargos políticos já nas eleições de 2022.

Mas isso não significa que Lula foi inocentado e que ele não voltará a ser investigado. Na próxima semana, o Supremo avalia se os processos serão analisados pela Justiça Federal em Brasília ou em São Paulo, como sugeriu o ministro Alexandre de Moraes em seu voto.

Lula tem mais de 70 anos – e, segundo o Código de Processo Penal, a prescrição de crimes tem prazo reduzido pela metade neste caso, o que poderia fazer alguns crimes terem a punibilidade extinta.

Relembre os processos contra Lula anulados por Fachin

Triplex no Guarujá

O ex-presidente foi condenado em 2017 pelo então juiz Sergio Moro, que atuava na 13ª Vara Federal de Curitiba, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

De acordo com a decisão da época, Lula teria recebido o imóvel como propina da construtora OAS em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras, o que o petista nega.

A decisão foi confirmada na segunda instância pela 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e mantida pela 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que fixou a pena de 8 anos e 10 meses de prisão.

Foi essa condenação que levou Lula à prisão em abril de 2018. Em novembro de 2019, ele foi solto após o STF mudar o entendimento sobre a prisão em segunda instância e definir que um condenado só pode ser preso após trânsito em julgado, ou seja, ao fim de todos os recursos.

Sítio de Atibaia

Em 2019, o ex-presidente foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro por ter, supostamente, recebido propina da OAS e da Odebrecht por meio de reformas no sítio que ele frequentava com a família.

Apesar de o imóvel não estar no nome de Lula, a juíza substituta Gabriela Hardt, substituta de Moro, considerou que era “amplamente comprovado que a família do ex-presidente Lula era frequentadora assídua no imóvel, bem como que o usufruiu como se dona fosse”.

A decisão foi confirmada pelo TRF-4, que fixou a pena de 17 anos e 1 mês de prisão.

Instituto Lula

Além das condenações nos dois processos, o ex-presidente também era réu, na Justiça Federal do Paraná, em dois casos envolvendo o Instituto Lula, fundação sem fins lucrativos dedicada à manutenção do seu legado.

No primeiro deles, o petista é acusado de ter recebido um terreno de R$ 12 milhões para a construção de uma nova sede para a organização como propina da Odebrecht.

No segundo, Lula também é acusado de ter recebido R$ 4 milhões em propinas da empreiteira disfarçadas de doações à fundação. Em fevereiro, o TRF-4 manteve a suspensão dessa ação. Fontes: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/maioria-do-stf-decide-por-anular-condenacoes-de-lula-na-lava-jato/ - (https://www.poder360.com.br/justica/stf-forma-maioria-para-a

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

‘CRESCIMENTO SEM EMPREGO VEIO PARA FICAR’




 diz sociólogo italiano Domenico De Masi

Criador do conceito de 'ócio criativo' defende a redução das horas de trabalho e a renda básica universal

O crescimento econômico sem emprego — a capacidade de produzir cada vez mais bens e serviços com cada vez menos trabalho humano — é uma das tendências do mundo do trabalho evidenciadas pela pandemia que vieram para ficar, avalia o sociólogo italiano Domenico De Masi.

Criador no início dos anos 2000 do conceito de "ócio criativo" — a ideia de que o justo equilíbrio entre trabalho, estudo e descanso favorece a capacidade inventiva —, De Masi opina que a única maneira de evitar que o desemprego aumente de forma incontrolável é reduzir as horas de trabalho à medida em que a tecnologia avança.

O sociólogo também defende o Estado de bem-estar social e políticas de renda básica universal, num mundo onde o emprego é cada vez mais instável.

"É cada vez mais frequente uma experiência de trabalho composta por múltiplos empregos que se sucedem e se entrelaçam, intercalados com períodos de desemprego; empregos temporários, "gig economy" [economia dos aplicativos], contratos periódicos", enumera De Masi.

"Isso induz todos os trabalhadores a um sentimento de precariedade", diz o sociólogo.

"Uma vez que o tempo para encontrar trabalho, ou reencontrá-lo, será mais longo, nos interstícios, será necessário que todos tenham a garantia de uma sobrevivência digna, assegurada através de uma renda básica de cidadania e, posteriormente, de uma renda universal", defende.

O BRASIL ESTÁ SOZINHO CONSIGO MESMO

"Depois de ter copiado a Europa por 450 anos e os Estados Unidos por mais de 50 anos, agora que ambos os mitos-modelos estão em profunda crise, o gigante latino-americano está sozinho consigo mesmo, enfrentando seu futuro", diz De Masi, sobre o Brasil.

"Esta é uma situação inquietante, que pode se dissolver em confusão ou pode gerar o modelo sem precedentes que o mundo precisa. Acredito firmemente nessa segunda hipótese."

Confira os principais trechos da entrevista concedida por Domenico De Masi à BBC News Brasil.

O sociólogo participou em novembro do evento Seminários Cultura e Democracia, organizado pelo Instituto Cultura e Democracia, Fundação Friedrich Ebert Brasil e Fundação Perseu Abramo. A tradução do italiano é de Marcella Ferr.

BBC News Brasil - Quais são, na sua avaliação, as mudanças mais importantes no mercado de trabalho causadas pela pandemia?

Domenico De Masi - Após a pandemia, e por causa dela, o mercado de trabalho sofrerá mudanças significativas. O lockdown prolongado tornou necessário fechar muitos negócios e, portanto, tem causado uma redução acentuada em suas atividades e a falência das empresas mais frágeis, com a consequente demissão de toda ou parte de sua força de trabalho.

Enquanto isso, as empresas que tinham capital para investir adotaram novas tecnologias, substituindo o trabalho humano. Por fim, a disseminação do trabalho remoto, permitindo que milhões de pessoas trabalhassem em casa, possibilitou reduzir o uso de veículos, combustíveis e refeitórios de empresa etc., causando desemprego nesses setores.

Enquanto isso, a grande transformação do trabalho que começou há 200 anos continuou.

Os operários, que no início do século 20 representavam a grande maioria da população ativa em todo o mundo industrializado, agora, substituídos por máquinas eletromecânicas e robôs, foram reduzidos a apenas um terço; outro terço é composto por funcionários, por sua vez, substituídos por computadores; outro terço, por fim, é representado por trabalhadores criativos: executivos, gerentes, dirigentes, empresários, profissionais, cientistas, artistas.

O que está claro para nós também hoje é que a pandemia ama bilionários.

Em 2020, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, a fortuna total dos 500 mais ricos do mundo cresceu 31% em relação ao ano anterior.

Os operários, que no início do século 20 representavam grande parcela da população ativa no mundo industrializado, foram substituídos por máquinas eletromecânicas e robôs, observa De Masi

BBC News Brasil - Quais dessas mudanças devem se tornar permanentes?

De Masi - Nos últimos anos, a oferta de mão de obra cresceu porque a população mundial aumentou, mas a demanda diminuiu devido ao progresso tecnológico.

O trabalho que as máquinas nunca poderão tirar do homem é o de natureza cognitiva e criativa.

É fácil prever que, para os responsáveis pelas tarefas executivas, sejam eles trabalhadores manuais ou administrativos, as horas de trabalho semanais serão progressivamente reduzidas, enquanto seu tempo livre aumentará.

Graças ao trabalho remoto, o trabalho vai se desconstruindo cada vez mais no tempo e no espaço; para os trabalhadores criativos, o limite entre o trabalho e o não trabalho será cada vez mais tênue, dando vida àquela ociosidade criativa em que estudo, trabalho e lazer coincidem.

O trabalho remoto representa um primeiro passo na revolução histórica que está mudando nossa vida profissional e familiar: uma revolução que continuará mesmo após a pandemia e que ninguém poderá impedir.

Em dezenas de organizações, a experiência do trabalho remoto realizada forçosamente nos últimos meses tem sido acompanhada por pesquisas sociológicas para monitorar seus efeitos.

A maioria dos chefes entrevistados diz que a produtividade geral de seus funcionários aumentou, e a maioria dos trabalhadores diz estar disposta a continuar trabalhando remotamente mesmo após a pandemia.

Quanto ao comércio eletrônico, durante a pandemia, ele cresceu exponencialmente.

Antes do início da pandemia, a Amazon valia US$ 916,2 bilhões; após um ano, valia US$ 1,6 trilhão. Em 2020, Jeff Bezos, dono da Amazon e o homem mais rico do mundo, faturou US$ 8,99 bilhões por mês. Sua fortuna pessoal passou de US$ 115 bilhões em 2019 para US$ 196 bilhões em 2020.

Se distribuísse apenas uma parte desse valor, dando um bônus de US$ 10 mil para cada um de seus 840 mil funcionários no mundo, talvez ele nem percebesse.

AFPJeff Bezos, dono da Amazon e homem mais rico do mundo, viu sua fortuna pessoal passar de US$ 115 bilhões em 2019 para US$ 196 bilhões em 2020, com o avanço do comércio eletrônico na pandemia

BBC News Brasil - Qual será o papel da renda básica universal neste novo mundo?

De Masi - Durante dois séculos, a sociedade industrial se concentrou na segurança: o jovem de 18 anos que entrava numa empresa sabia que permaneceria lá até a aposentadoria e sabia de antemão os anos de aumento do seu salário e a progressão de sua carreira.

Com o triunfo da economia neoliberal, a partir dos anos 1980, sob [o presidente americano Ronald] Reagan e [a primeira-ministra britânica Margareth] Thatcher, o fenômeno da precarização se acentuou e os riscos aumentaram.

Para quem trabalha, aumentou a insegurança, a duração e intensidade do trabalho, a flexibilidade, a multiatividade, a informalidade e a descontinuidade. Para quem não trabalha, aumentou a precariedade e a miséria, a desorientação e a depressão.

Costuma-se dizer que, para erradicar a pobreza, é necessário crescimento econômico.

Primeiro Reagan e depois Bush pai [o presidente americano George H. W. Bush] implementaram as ideias neoliberais dos economistas [Simon] Kuznets e [Arthur] Laffer de que os impostos dos ricos deveriam ser reduzidos para incentivá-los a investir e, ao mesmo tempo, desencorajá-los de sonegar impostos. Dessa forma, essa riqueza crescente beneficiaria os pobres, aliviando sua condição.

Em vez disso, a história mostra que o número de pobres aumenta, mesmo quando a riqueza cresce, porque sabemos como produzir riqueza, mas não sabemos, ou não queremos, distribuí-la.

Portanto, se queremos evitar que a pobreza se traduza em conflito e que o conflito transborde para a violência, devemos recorrer ao Estado de bem-estar social.

BRASIL COMO EXEMPLO PARA O MUNDO

BBC News Brasil - Em 2013, em seu livro O Futuro Chegou, o senhor citava o Brasil como um exemplo para o resto do mundo. Agora, o Brasil é considerado um contraexemplo, por suas ações durante a pandemia e na questão ambiental. Onde as coisas deram errado?

De Masi - Como disse Tom Jobim: "O Brasil não é para amadores". Apenas amadores podem pensar que o regime de Bolsonaro será duradouro e que o modelo cultural brasileiro pode ser alterado em quatro anos.

Esse modelo, como observei no livro O Futuro Chegou, e como explicaram os grandes antropólogos brasileiros, é feito de mestiçagem, sincretismo, alegria, sensualidade, simpatia, hospitalidade, solidariedade, esperança e beleza.

É, portanto, um modelo de humanismo corporal, precioso para toda a humanidade.

É um imenso patrimônio de livros, pesquisas, reportagens, monumentos, pinturas, filmes, fotografias, além de lugares e objetos, que cobrem o período de muitos séculos densos de obras, descobertas e invenções.

O brasileiro é informal, trabalha em mangas de camisa e sabe atuar em grupos, é fluido em seus processos de tomada de decisão, não tem preconceitos ideológicos, aprende fazendo, tende a combinar trabalho com diversão, presta serviços de forma atenciosa, afável, afetuosa.

BBC News Brasil - É possível para o Brasil "reinventar seu futuro"?

De Masi - Não só é possível, é certo! Pessoalmente, acredito que, assim que esse infeliz parêntese do governo Bolsonaro acabar, o modelo de vida e sociedade historicamente elaborado pelo Brasil retomará toda sua vitalidade.

Seu sucesso no mundo, é claro, dependerá da capacidade dos brasileiros de se mobilizar, organizar, agir com mais racionalidade sem perder a simpatia, modernizar sem comprometer a sustentabilidade, de ser, talvez, menos improvisadores, sem perder a criatividade.

Depois de ter copiado a Europa por 450 anos e os Estados Unidos por mais de 50 anos, agora que ambos os mitos-modelos estão em profunda crise, o gigante latino-americano está sozinho consigo mesmo, enfrentando seu futuro.

Esta é uma situação inquietante, que pode se dissolver em confusão ou pode gerar o modelo sem precedentes que o mundo precisa.

Acredito firmemente que essa segunda hipótese se realizará e que o Brasil retomará sua jornada de grande democracia, alimentada pelo humanismo e pela criatividade.

Leia mais em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59528264

 

A ARTE DE ESCREVER

Por THEODIANO BASTOS

Como os leitores podem constatar, não sou um cristão novo na arte de escrever. Em 1963, em Salvador, era diretor do semanário BOLETIM COMERCIAL DA BAHIA e tinha a carteira da ABI - Associação Bahiana de Imprensa.  

                                      Ainda em 1963, em Salvador, tive quatro textos publicados no jornal A TARDE, o mais tradicional jornal da capital baiana, sobre minha experiência como bolsista da USAID- Agência Internacional de Desenvolvimento, órgão do Departamento de Estado dos Estados Unidos no governo do saudoso John F. Kennedy, programa Aliança para o Progresso. Os textos tinham o título O QUE VI NOS ESTADOS UNIDOS.

E aí não parei mais, continuei escrevendo em jornais de Feira de Santana, Nanuque/MG, onde morei 27 anos, escrevia para os semanários PONTO DE VISTA e FOLHA DE NANUQUE e em Vitória/ES onde escrevia como colaborador nos jornais A GAZETA e A TRIBUNA.    

E autor dos livros: “A PROCURA DO DESTINO”,O TRIUNFO DAS IDEIAS”, BRASIL – O LULOPETISMO NO PODER”, “LIDERANÇA, CHEFIA E COMANDO”, “PEGADAS DA CAMINHADA” e “O ENIGMA DE JOTAPÊ” publicados como livro impresso e como e-book na AMAZON, Coordenador e introdutor das antologias publicadas pela UFES/CEPA: “Resgate da Família: alternativa para enfrentar sua dissolução, a violência e as drogas”, “Corrupção, Impunidade e Violência: O que fazer?”, “Globalização é Neocolonialismo? Põe a Ciência e a Tecnologia a Serviço do Social e da Vida” e “Um Novo Mundo é