quarta-feira, 10 de maio de 2017

LULA IRÁ A MORO



Um novo (e velho) Lula irá a Moro,                  por Élio Gaspari 

‘Nosso Guia’ acha que algum dia terá poder suficiente para mandar prender quem o acusa de corrupção"

Só Lula e Sergio Moro sabem o que acontecerá durante a audiência de Curitiba. Se o depoimento anterior do ex-presidente a um juiz federal de Brasília puder ser tomado como referência, “Nosso Guia” transformará a cena num comício. Numa audiência em que se tratava da tentativa de obstrução da Justiça para impedir a colaboração de Nestor Cerveró, Lula informou que liderou “as greves mais importantes deste país”, fundou o “mais importante partido de esquerda da América Latina”, e “fez a maior política de inclusão social da história deste país”. Enfim, foi “o mais importante presidente da história deste país”. É improvável que lhe seja franqueado esse passeio, pois em depoimentos anteriores o juiz Moro cortou divagações semelhantes. Ele já chegou a bater boca com a defesa de Lula.
Na semana passada, dizendo-se “massacrado” pelas investigações da Lava-Jato e pelo noticiário da imprensa, Lula subiu o tom de sua retórica, levando-a a um patamar inédito. Num evento do PT disse que “se eles não me prenderem, quem sabe um dia eu mando prender eles por mentir”. Lula passou oito anos na cadeira de presidente da República e sabe que, mesmo voltando ao Planalto, jamais poderá mandar prender alguém. (A menos que sente praça no Exército venezuelano ou resolva fazer concurso para delegado, talvez para juiz.)
O surto de onipotência prosseguiu quando ele disse que “não vou permitir que continuem mentindo como estão mentindo a meu respeito”. O melhor lugar para dirimir litígios desse tipo é a Justiça, mas num caso de apropriação indébita de foro, Lula julga-se investido do privilégio de negar ao Judiciário as prerrogativas que a Constituição lhe dá.
Para quem já se definiu como uma “metamorfose ambulante”, o Lula que responde à Lava-Jato dizendo que vai mandar prender seus acusadores parece estar descalibrado. Ele sempre foi um mestre na manipulação do radicalismo alheio em beneficio próprio. Desde os anos 70, quando comandava greves politicamente luminosas e salarialmente ruinosas. Mais tarde, foi da defesa da moratória da dívida externa à “Carta aos Brasileiros” como se sapeasse vitrines de um shopping.
As metamorfoses fazem parte da vida dos políticos e, às vezes, são virtuosas, mas as transmutações de Lula têm outra característica, exclusiva. Ela foi explicada em 2006 pelo marqueteiro João Santana, depois que ajudou a reelegê-lo. Trata-se de oscilar entre o “fortão” (que manda prender) e o “fraquinho” (que está sendo massacrado).
O Lula atormentado pela Lava-Jato é novo. É verdade que nunca foi tão áspero mas, no fundo, é o velho Lula. Desde que começaram as denúncias do Ministério Público o “fortão” ameaça “percorrer o país”. Nunca o fez. Sua última concentração popular deu-se em Monteiro, onde ele celebrou a transposição das águas do Rio São Francisco. Agora o comissariado informa que ele cogita fazer um périplo internacional para defender-se no circuito Elizabeth Arden: Nova York, Paris, Roma. A ideia é engenhosa, porque nessas cidades, a qualquer hora, há algumas dezenas de pessoas dispostas a defender o “fraquinho” e não há quem se disponha a sair de casa para vaiar o “fortão". Elio Gaspari é jornalista                                                               Fonte: https://oglobo.globo.com/opiniao/um-novo-velho-lula-ira-moro-21317063#ixzz4gfZBJrm8


terça-feira, 9 de maio de 2017

SÉRGIO MORO X LULA?



MORO X LULA?
                                                                                                                 Local: Curitiba, dia: 10/05/17,   

                     por Theodiano Bastos

TRF nega pedido de adiamento e será mesmo amanhã, dia 10/05, o tão esperado confronto de Lula com o Juiz Sérgio Moro na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
Uma simples audiência, onde o Juiz não é parte, mas embate entre a acusação e a defesa, Lula quer transformar em  palanque político-partidário, em espetáculo, como é seu costume, pois até o velório de sua esposa foi transformado em palanque.  

Bombardeado pelos depoimentos devastadores dos empreiteiros, principalmente por Emílio e Marcelo Odebrecht, Renato Duque, da Petrobras, Leo Pinheiro da OAS, os marqueteiros Mônica Moura e João Santana  dentre outros, e ainda esperada delação de Palocci. Em desespero, Lula, quer incendiar o país e quem sabe, dar início a uma Guerra Civil, ele não está nem aí para o mal que pode desencadear no Brasil. Montou um esquema que tem como objetivo constranger e intimidar o juiz Sérgio Moro e os outros juízes que venham a julgá-lo, porquanto responde a cinco processos. Mobilizou a CUT, o PT e movimentos sociais, que pretendem levar a Curitiba 50.000 pessoas, mas ficou muito longe disso; só chegaram 6.700...

168 ônibus de manifestantes chegaram em Curitiba até a tarde de hoje, por isso a Justiça em Curitiba decidiu suspender todas as atividades no dia do depoimento, para permitir a entrada no prédio apenas de quem estiver diretamente envolvido na oitiva de Lula e o entorno do prédio da Justiça será bloqueado num raio de 150 metros. Lula aposta nas ruas, porque no plano jurídico sua situação é desesperadora. Pretende transformar em show, tanto que Lula já marcou às 18 horas deste mesmo dia um discurso para a militância que estiver reunida em Curitiba.  

Num evento do PT disse que “se eles não me prenderem, quem sabe um dia eu mando prender eles por mentir”.

Dilma e também metade da bancada de 58 deputados do PT. Dos 11 senadores petistas, somente Jorge Viana (AC) e Paulo Paim (RS) não confirmam presença na tentativa de constranger a Justiça.


Nas cinco ações onde é réu, Lula é acusado três vezes de corrupção passiva, duas vezes por tráfico de influência, quatro por lavagem de dinheiro, duas por organização criminosa e uma obstrução da Justiça, informa o DIÁRIO DO PODER

“O Brasil maravilha registrado em cartório por Lula, nunca existiu fora da imaginação dos pais, parteiros e tutores do embuste mais longevo da era republicana. Para desmontar a tapeação, bastou a Villa exumar verdades reiteradamente assassinadas desde o discurso de posse do produtor, diretor, roteirista e principal personagem da ópera dos farsantes.
“Diante das ameaças à soberania nacional, da precariedade avassaladora da segurança pública, do desrespeito aos mais velhos e do desalento dos mais jovens; diante do impasse econômico, social e moral do país, a sociedade brasileira escolheu mudar e começou, ela mesma, a promover a mudança necessária”, decolou Luiz Inácio Lula da Silva ao pendurar no peito a faixa entregue por Fernando Henrique Cardoso. “Foi para isso que o povo brasileiro me elegeu presidente da República.” A chegada do Homem Providencial à terra devastada, sem rumo e órfã de estadistas abriu o cortejo de bazófias, bravatas e invencionices que, para perplexidade dos que enxergam as coisas como as coisas são, parece ainda longe do fim.
Nunca antes neste país tanta gente foi ludibriada por tanto tempo, comprova a didática reconstituição conduzida por Villa. Nunca se mentiu tão descaradamente sem que um único e escasso político oposicionista se animasse a denunciar, sem rodeios nem eufemismos, a nudez obscena do reizinho. Em férias desde o início do século, a oposição parlamentar assistiu passivamente à montagem do Evangelho Segundo Lula, uma procissão de fraudes que enfileira pelo menos um assombro por ano.
Já no primeiro, o salvador da pátria conferiu a todos os viventes aqui nascidos ou naturalizados o direito de comer três vezes por dia. E a fome acabou. No segundo, com a reinvenção do Bolsa Família, estatizou a esmola. E a pobreza acabou. Não pôde fazer muito em 2005 porque teve de concentrar-se na missão de ensinar a milhões de eleitores que o mensalão nunca existiu — e livrar os companheiros gatunos do embarque no camburão que só chegaria em 2013. Indultado liminarmente pela oposição e poupado pela Justiça, o camelô de si mesmo atravessou os anos seguintes tentando esgotar o estoque de proezas fictícias.”