sexta-feira, 13 de maio de 2016

O SUICÍDIO DE DILMA, por Ruth de Aquino



Dilma Rousseff não pode culpar ninguém além de si mesma por ter sido afastada da Presidência da República

RUTH DE AQUINO
12/05/2016 -

Ruth de Aquino (Foto: (Foto: Divulgação))
Dilma Rousseff não pode culpar ninguém além de si mesma por ter sido afastada da Presidência da República. Seu comício hoje em Brasília, mais uma vez, buscou simpatia pelos motivos errados.

Buscou apoio, primeiro, por ser mulher. Não há nenhuma estatística que prove que mulheres são melhores presidentes que homens - ou o inverso. Segundo, por ter sido torturada na ditadura militar. A tortura não tem nada a ver com seu desempenho como presidente, mas como guerrilheira. Terceiro, por ter vencido um câncer. Vencer uma doença é algo de foro tão íntimo que mencionar publicamente esse duro episódio no momento de seu afastamento é de extremo mau gosto.

Finalmente, Dilma buscou apoio por ter sido supostamente vítima de um "golpe" ou de uma "farsa jurídica". Isso prova apenas que Dilma não entendeu nada. E nada entendeu mesmo, nem de política nem de economia, desde que Lula, sem opção de sucessor, resolveu alçar o poste tecnocrata da Casa Civil à posição de líder máxima do Brasil. Submetida a uma transformação cosmética radical, ajudada quem diria por Marta Suplicy, a companheira Dilma deve ter percebido, já na primeira campanha presidencial de 2010, que não tinha sido talhada para esse papel.

Dilma era "a candidata do pré-sal". Salgou e azedou a economia de um Brasil que tinha sido deixado por Lula de pé, equilibrado e faceiro. Deveríamos ter desconfiado de alguma coisa quando Dilma, em comícios, chamava geladeira de "linha branca". Ou quando ela inventou um mestrado que não existia. Deveríamos ter desconfiado quando Dilma, em Pernambuco, ainda ministra, cometeu gafe após gafe ao inaugurar um posto de saúde ao lado de seu padrinho Lula. Ela disse que o escritor Ariano Suassuna nasceu em Pernambuco – mas foi na Paraíba. Atribuiu a Suassuna a frase “nós somos madeira que cupim não rói”. A frase é do compositor Lourenço Barbosa, o Capiba. Errou o nome da cidade em que estava. Falou no prefeito “Romildo”, de Olinda. Só que ele se chamava Renildo. Saudou Romero Jucá (PMDB) como líder do partido no Senado. Jucá era líder do governo. Quem diria, não, Dilma? Romero Jucá, agora o braço-direito de seu "traidor de cabeceira", o atual presidente em exercício Michel Temer.
Suicídio é um nome forte. É verdade. Felizmente, apenas uma metáfora. Dilma continua viva para pedalar em Brasília e para, segundo ela, "resistir ao golpe até o fim", de palanque em palanque, convocando os movimentos sociais a bloquear ruas e avenidas em protesto contra seu impeachment. Dilma acredita que ainda pode ressuscitar daqui a 180 dias, e nada é impossível no Brasil. Se escrevo suicídio, é porque foi Dilma - e ela apenas - a responsável por sua queda e sua solidão. Foi um suicídio lento, sem tiros, sem sangue.

Foi com doses diárias de veneno. Um pouco de veneno na arrogância com colegas ministros e com congressistas, da situação e da oposição. Um pouco de veneno nas contas públicas, maquiadas como nunca antes na história deste país. Um pouco de veneno na Petrobras. Um pouco de veneno em Belo Monte. Um pouco de veneno nas compras superfaturadas de refinarias. Um pouco de veneno na relação com governadores e prefeitos. Um pouco de veneno com o próprio PT - muitos saíram, outros traíram e outros ficaram por causa de Lula ou por sua própria sobrevivência política numa sigla que tem história e transcende em muito a presidente afastada. Dilma acabou tão envenenada por suas mentiras que nos últimos tempos parecia estar dopada sob a ação de remédios. Seu pensamento parecia ter perdido qualquer resquício de lógica, sem início, meio e fim.

Reli as colunas principais que escrevi em ÉPOCA sobre Dilma desde que ela era apenas um braço-direito obscuro de Lula. O curioso é que, ao assumir como "presidenta", como fazia questão de ser chamada numa obsessão tragicômica com o gênero feminino, desfrutava de uma certa boa vontade geral. Dilma não estava implicada pessoalmente no mensalão, era menos populista que Lula, passava a sensação de que faria sim uma "faxina ética" no Congresso por não ser uma política profissional. Transmitia a imagem de uma gerente comprometida com metas. Dilma não insistia na tese de "herança maldita" de Fernando Henrique Cardoso e chegou a trocar amabilidades e elogios com o ex-presidente e mentor eterno do PSDB. Parecia uma pessoa equilibrada, sensata, comedida, competente. Quanta ilusão!

Em julho de 2009, já havia muitos alertas contra seu temperamento. Em coluna intitulada "Dilma é braba mas gosta de maquiagem", escrevi: "Na verdade, é o lado homem de Dilma que vem incomodando. Homem no pior sentido. Um assessor pede demissão porque não suporta grosseria. Um ministro é cobrado e destratado aos gritos, constrangendo os outros. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, chora depois de se sentir humilhado por Dilma ao telefone. Não há Duda Mendonça que consiga maquiar o temperamento da ministra, fermentado em anos de guerrilha após o colégio de freiras. Ela chegou a ganhar do PMDB um bambolê em janeiro de 2008, para ter mais “jogo de cintura”. Não sei se Dilma foi injustiçada, mas diz a lenda que, até agora, ela só não destratou Lula e o vice, José Alencar. Quem é assim piora com mais poder".

Mas depois sua imagem melhorou. Em 2010, escrevi: "Se existe uma vantagem na Dilma presidente, é exatamente o tal 'ponto fraco' em sua biografia: ela não é um político profissional. De políticos profissionais com vocação para enriquecer, e não para servir, o país está cheio. Não importa que ela apareça de calça ou de saia, de terninho ou de tailleur, de escarpim ou mocassim. Isso tudo é confete e serpentina. Assim como a intenção de colocar 30 mulheres no governo. Bobagem. Se for para impor alguma cota, que seja a cota do caráter. O Brasil deve almejar ter uma cota mínima de 80% de congressistas honestos, que não se metam em maracutaias e nepotismo. Que 100% dos ministros estejam acima das questões partidárias e, cada um em sua pasta, honrem seus compromissos. Que olhem para seu próprio umbigo gordo e cortem nos gastos. Que tenham vergonha de usar dinheiro público para si e seus parentes. Já é um começo. A Dilma pode, ela já disse que pode. Foi dona da Casa Civil, a casa caiu, e ela vai expulsar os sanguessugas. Ou não?" Não, ficou claro que não. Dilma só tinha a força do cargo, não da autoridade. Ou do simples acolhimento, do diálogo, do gostar.

Em 2011, Dilma ainda era aposta de reação ética, quando exonerou ministros. Chegou a ser apelidada de "a diarista" porque faria uma faxina contra a corrupção. Mais uma vez, a encorajei: "Cara Dilma, começou, tem de ir até o fim. Não dá para limpar só os quartos e a cozinha. Procure os cantos das salas de estar e jantar. Retire dos armários os cabides de empregos, onde estão pendurados afilhados políticos e parentes de caciques do PMDB e do PT. Filhos, ex-mulheres, sobrinhos. Contratados sem concurso. Assuste os fantasmas, porque a opinião pública vai apoiar. Mesmo que a senhora não concorde que Ideli Salvati é fraquinha, desautorize-a a falar bobagens. É risível ouvir de sua comadre que a operação da Polícia Federal foi 'armação da imprensa'".

Na votação pelo impeachment que varou a madrugada e adentrou a manhã de hoje, senadores repetidamente bateram na mesma tecla. "Alertei a presidente Dilma, mas ela não ouviu". Até Collor alertou Dilma...É de doer. Em março do ano passado, escrevi: "Sob a pressão de moleques, aloprados e loucos, Dilma é a primeira refém da armadilha que Lulalá e ela criaram. Já não lhe compete demitir ou nomear. Dilma hoje é torpedeada até quando tenta acertar. Mas é impossível ter pena. Se a hora é de arrocho, Dilma, dê o exemplo, ceda à jogada do novo PMDB e comece a cortar seus 39 ministérios e seus 22 mil cargos de confiança. Porque é imoral o tamanho dessa máquina e das boquinhas públicas".

Mas Dilma nem conseguia mais escutar, já estava entregue, tomando todo dia sua dose de veneno. Movimentos sociais, os sem-terra, os sindicatos, quase todos já a consideravam um constrangimento. Seu maior crítico passou a ser Lula, inconformado com a total incapacidade de Dilma de articular, reagir ou assumir erros e criar uma agenda verdadeiramente positiva. Dilma já tinha se tornado impopular além da conta. Jogara no lixo um capital de 54 milhões de votos. Por incompetência e omissão.

Em junho do ano passado, Dilma passou a ser o primeiro presidente da História do Brasil a ter suas contas questionadas pelo Tribunal de Contas da União. Em julho, adotou um mantra, o mantra dos condenados: "Eu não vou cair, não vou cair". Dilma se recusou até a ouvir o que seu então líder de governo no Congresso, Delcídio do Amaral, agora cassado, lhe dizia: "É perigoso deixar os feridos pelo caminho". O tiro volta.

De delação em delação, de crise em crise, de inflação a desemprego, de meta anunciada a meta descumprida, emergiu uma verdade dolorosa para um país endividado, no vermelho. Ou estávamos diante de uma mitômana ou de uma chefe de quadrilha que não sujava as mãos ou de uma pessoa totalmente alheia ao Brasil que ela liderava, como se morasse na Suécia. A mãe do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento - tinha virado piada, com suas rolas e mandiocas, com seus tropeços na língua e nos dados. Ela tinha virado a mãe-sapiens do PAQ, Programa de Aceleração de Queda. Do Brasil e dela própria.

Os maiores crimes de responsabilidade de Dilma foram com sua própria trajetória, com a história do PT, com o futuro próximo do país e com o destino do sofrido povo brasileiro, que perdeu no ano passado as esperanças de mobilidade social. Ao contribuir ativamente para rebaixar a nota do Brasil entre investidores internacionais, e, agora, ao insistir em rebaixar o conceito institucional do país lá fora com seu discurso de "golpe", Dilma pode até sair pela porta da frente do Palácio do Planalto, mas, melancolicamente, sai pela porta dos fundos da História.
Fonte: Revista ÉPOCA

TEMER TEM CAPACIDADE DE UNIR



Ao contrário de Dilma, Michel Temer é um político muito experiente e tem capacidade para unir os partidos e tem muito conhecimento do funcionamento da Câmara da qual foi presidente três vezes.
Segundo analistas, “conseguiu escapar de diversas armadilhas e montou um ministério razoável, que agrada aos partidos e garante apoio no Congresso. O início dele vai ser mais fácil do que estava sendo o governo Dilma, que não tinha diálogo nenhum com o Congresso. As votações do impeachment na Câmara e no Senado mostram que ele está com uma base forte. Vamos ver como serão recebidas as reformas." E Temer é de origem libanesa. O Líbano é a antiga Fenícia, terra de Kahlil Gibran, o genial autor de A VOZ DO MESTRE, O PROFETA e outras obras primas da literatura mundial e que adoro.

TEMER TEM CAPACIDADE DE UNIR   Michel Miguel Elias Temer Lulia (Tietê, 23 de setembro de 1940) é um político, advogado, professor universitário e escritor brasileiro, atual presidente interino da República Federativa do Brasil. Ele também exerceu os cargos de presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal, secretário da Segurança Pública e Procurador-Geral do Estado de São Paulo.
Filho de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil na década de 1920, Temer nasceu e foi criado no interior paulista. Em 1963, graduou-se em direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde atuou ativamente na política estudantil. Ao longo da década de 1960, trabalhou como advogado trabalhista, oficial de gabinete de José Carlos de Ataliba Nogueira e em um escritório de advocacia. Ele também lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na Faculdade de Direito de Itu (FADITU). Em 1974, concluiu um doutorado em direito público na PUC-SP.
Em 1970, foi empossado procurador do Estado de São Paulo. Em 1978, tornou-se procurador-chefe da Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo. No mesmo período em que era servidor público, trabalhou no escritório de advocacia de seu irmão. Mais tarde, abriu um novo escritório com outros três advogados. Em 1981, Temer filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Em 1983, foi nomeado pelo governador Franco Montoro para a Procuradoria-Geral do Estado, permanecendo neste cargo até 1984, quando assumiu a secretaria de Segurança Pública. Em 1986, candidatou-se a deputado federal constituinte, mas obteve a suplência. Temer acabou tornando-se deputado no decorrer da Assembleia Nacional Constituinte. Em 1990, concorreu a deputado federal, mas novamente atingiu a suplência. Durante o governo de Fleury Filho voltou a comandar a Procuradoria-Geral do Estado e, poucos dias após o Massacre do Carandiru, foi nomeado secretário de Segurança Pública.
Em 1995, Temer foi escolhido para líder do PMDB na Câmara. Contando com o apoio do governo Fernando Henrique, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados duas vezes. Em 2001, foi eleito Presidente Nacional do PMDB. No segundo mandato de Lula, Temer conseguiu com êxito tornar o PMDB parte da base governista, o que não havia conseguido no primeiro mandato do petista. Em 2009, com o apoio do governo, foi eleito para a presidência da Câmara. Na disputa presidencial de 2010, apesar de não ser o nome preferido dos governistas, conseguiu ser escolhido para candidato a vice-presidente de Dilma Rousseff. Com a vitória de ambos, ele
foi empossado vice-presidente em janeiro de 2011. No primeiro mandato, foi considerado por si próprio e pelo partido como um "vice decorativo". No segundo, ganhou mais poder ao comandar a articulação política. No entanto, após desentendimentos públicos com a presidente, Temer articulou pessoalmente o apoio ao afastamento de Dilma. Com o afastamento temporário da presidente em 12 de maio de 2016, Temer assumiu as atribuições presidenciais.”

Fonte: https://pt.wikipedia.org/


quinta-feira, 12 de maio de 2016

O TRISTE FIM DE UMA UTOPIA



‘O triste fim de uma utopia’, por Zuenir Ventura
Acho que a perda da inocência ocorreu em 2005, com o mensalão
"Com certeza esse não era o desfecho esperado por Lula quando disse para a então candidata: “Dilma, sua eleição será a realização final do meu governo”. Na verdade, é o final infeliz de uma história que começou tão bem. Ao ser fundado em fevereiro de 1980, numa assembleia no Colégio Sion, em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores foi a luz no fim do túnel no momento em que o Brasil vivia os estertores da ditadura militar. Toda a energia social reprimida por mais de uma década passou a se manifestar em movimentos de afirmação popular nos anos de 1978/79. Foi quando as históricas greves do ABC paulista, que chegaram a realizar assembleias com mais de 100 mil operários, revelaram um novo sindicalismo, liderado por um fenômeno que estava surgindo sob a forma de um retirante nordestino, torneiro mecânico barbudo de apelido Lula.
 “A classe operária vai ao paraíso” deixou de ser o título de um filme famoso de Elio Petri para ser visto como uma espécie de vaticínio, reforçado pela coincidência de que o operário do filme também tinha perdido um dedo na máquina da fábrica em que trabalhava. Os desiludidos com as organizações tradicionais que não conseguiam tirar os militares do poder embarcaram com esperança na promissora aventura. Entre os 128 que assinaram a ata inaugural estavam os socialistas Antonio Candido e Sérgio Buarque, o comunista Apolônio de Carvalho, os trotskistas Mario Pedrosa e Lélia Abramo, e os cristãos Paulo Freire e Plínio de Arruda Sampaio.
Em 1976, o Grupo Casa Grande, que promovia ousados debates ainda na vigência da censura, até sob ameaça de bombas, trouxe aquela novidade paulista ao Rio pela primeira vez para uma palestra. Era uma plateia de mais de mil estudantes e intelectuais, que ouviram embevecidos Lula criticar estudantes e intelectuais. Franco, errando na concordância, mas carismático, foi uma revelação.
No entanto, o resultado da primeira experiência eleitoral de Lula, em 1982, não correspondeu ao prestígio que adquirira como líder sindical. Ficou em quarto lugar na disputa pelo governo de SP. Só em 1986 recuperou-se, ao ser eleito o deputado mais votado do país. Mas em seguida vieram os revezes. Em 1989, perdeu as eleições presidenciais para Fernando Collor. Em 1994, foi derrotado no primeiro turno por FH, e o mesmo aconteceu em 1998. Só na quarta tentativa, em 2002, “a esperança venceu o medo”, e ele conseguiu chegar à Presidência com mais de 50 milhões de votos.
Voltei a me encontrar com Lula em 1993, quando cobri para o “JB” a sua primeira Caravana da Cidadania, que percorreu 54 cidades do Nordeste. Foi uma incrível experiência jornalística acompanhá-lo durante 24 dias por bolsões de miséria que não dispunham de progresso e cidadania, às vezes nem de água e comida. Assisti a cenas como a de sua entrada triunfal em Nova Canudos, acompanhada de uma chuva torrencial após três meses de seca inclemente. Escrevi então: “Velhos, jovens e crianças foram para a praça celebrar Lula e a chuva. Cantaram e dançaram pela dádiva divina. Houve até uma eucarística distribuição de pães aos sem-terra. No reino mítico de Conselheiro, Padim Ciço, Lampião e Glauber Rocha não existe acaso. Só milagre”. (Com razão, o dono do jornal me chamou de volta por eu “estar muito lulista”)
Não foi só por esse mergulho no Brasil profundo que admirei Lula, mas também porque o seu “partido da ética” prometia não roubar nem deixar roubar. E, durante um tempo, foi assim. Era um desafio encontrar em algum escândalo um membro do PT. Hoje, é não encontrar. Acho que a perda da inocência ocorreu em 2005, com o mensalão. Não por acaso, foi o ano em que Hélio Bicudo deixou o partido, ele mesmo, fundador e, após 36 anos, coautor do pedido de impeachment de Dilma. Antes ou depois dele, outros colegas abandonaram ou foram abandonados, todos desiludidos: Heloísa Helena, Marina Silva, Cristovam Buarque, Plínio de Arruda Sampaio, para só citar alguns.
A crítica mais corajosa ao PT, porém, partiu de quem não é dissidente e permanece nele até hoje. Em 2010, ao avaliar os 30 anos da sigla, o então chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, ressaltou os inegáveis avanços sociais, para em seguida lamentar o “assemelhamento” nos defeitos. “Até o vício da corrupção entrou em nosso partido”. Pela mesma razão, Tarso Genro propôs “refundá-lo”. Mas preferiram afundá-lo.
Em 2014, estourou o petrolão, um propinoduto cuja dimensão fez do mensalão um tímido ensaio. Ao ver agora a extensão da encrenca de Lula no STF e na Lava-Jato, com ameaça de prisão, sinto a tristeza dos que se lembram do tempo em que a única acusação contra ele era de atentado à gramática, por falar “menas” e cometer anacolutos nos discursos.
O PT e Lula podem não acabar. Mas a utopia que eles encarnaram, essa acabou. Melancolicamente."
Fonte: http://oglobo.globo.com 12/05/16

quarta-feira, 11 de maio de 2016

55 x 22 ACABA COM O PROJETO CRIMINOSO DE PODER



Por 55 (bastavam 41 votos) a 22 votos, o Senado votou às 6:33h de 12/05/16, sessão que durou mais de 20 horas, (começou na manhã de 11/05/16) pelo afastamento de Dilma e finalmente acabou o projeto criminoso de poder, do lulopetismo, da república sindical e do Fórum de São Paulo que pretendia implantar no Brasil e na América Latina algo semelhante ao regime de Cuba e Venezuela.

Três senadores não votaram, dois deles por problema de saúde e também favoráveis ao afastamento de Dilma e o outro é o substituto de Delcídio do Amaral que foi caçado e presidente do Senado não votou. Não houve abstenção.  

Se o placar se repetir na votação decisiva, Dilma perderá o mandato definitivamente.  

Papa pede "harmonia" e "paz" ao Brasil para superar momento de dificuldade

Essa foi a primeira mensagem do pontífice sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Discurso ocorre no mesmo dia em que o Senado Federal decidirá o futuro da petista

- Atualizado em



Papa Francisco durante Missa Crismal, na Basílica de São Pedro, no Vaticano
Papa Francisco durante Missa Crismal, na Basílica de São Pedro, no Vaticano(Alessandra Tarantino/AP)
O papa Francisco desejou nesta quarta-feira que o Brasil "siga pelo caminho da harmonia e da paz" para superar os momentos de dificuldade que atravessa. O discurso, feito durante a audiência geral realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano, ocorre no dia em que o Senado Federal vai decidir se abre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, afastando-a do cargo por até 180 dias.
"Nestes dias em que nos preparamos para Pentecostes, peço ao Senhor para que o país, nestes momentos de dificuldade, siga pelo caminho da harmonia e da paz com a ajuda da oração e do diálogo", disse Francisco ao se referir aos brasileiros. O pontífice também pediu que "Nossa Senhora de Aparecida, que como uma boa mãe nunca abandona seus filhos, que os proteja e guie neste caminho".
Essa é a primeira mensagem do Papa Francisco sobre a situação política no Brasil em relação ao processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff enfrenta no Congresso Nacional.                                       Fonte: http://veja.abril.com.br/

DIA D: Finalmente chegou o dia tão aguardado por muitos e temido por outros: o dia em que o Brasil pode sacramentar o fim da era PT no poder, do lulopetismo, do projeto criminoso de poder e do Fórum de São Paulo.

Decisão interromperá ciclo de 13 anos de PT no poder

Primeira mulher presidente do Brasil, Dilma pode ser símbolo do ocaso de um projeto do partido na esfera federal
O destino de Dilma e do Brasil está no Senado: 50 votos a favor (7 a mais que o necessário) e 20 votos contra, segundo a Folha de São Paulo

O Senado tem 17 partidos, sendo que um deles só tem um senador, no caso, Rede Sustentabilidade Randolfe Rodrigues - REDE/AP                                                                                                                               Já na Câmara são 25 partidos, sendo que o PMB – Partido da Mulher Brasileira que chegou a ter 22 deputados, e hoje só tem um deputado:  Weliton Prado, que é homem, não mulher...
MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER LULIA.
Ele tem 75 anos, é de ascendência árabe, católico, e sua família saiu de Betabura, na região de El Koura, norte do Líbano, e pode substituir Dilma que é de origem búlgara.

Michel Temer iniciou a carreira política como secretário de Segurança Pública de São Paulo, em 1985. No ano seguinte, elegeu-se deputado constituinte pelo PMDB e, após a constituinte, foi reeleito deputado federal.
Eleito três vezes presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer assumiu a presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999.
Presidente do PMDB, o maior partido do País, Michel Temer costurou a aliança que rende um valioso tempo na propraganda eleitoral no rádio e televisão para o PT. Temer comanda a legenda que conta com 17 senadores, nove governadores, 172 deputados estaduais, 1.201 prefeitos e seis ministros do atual governo.
Casado com Marcela Tedeschi Temer, que é 43 anos mais jovem e atraiu as atenções na cerimônia de posse da presidenta Dilma por sua beleza, Temer tem um filho do atual casamento e outros quatro de outros relacionamentos.
Para isso bastam 41 votos para ela ser afastada, e pelas pesquisas já se tem 48 votos, 7 a mais que o mínimo.
54 votos mínimos necessários em um julgamento de impeachment para que um presidente da República perca, em definitivo, seu cargo. Esse número corresponde a dois terços dos senadores.
Mas meu sonho é que o TSE casse a chapa por uso de recursos da Petrobrás e se convoque novas eleições para presidente em 02 de outubro, junto com as eleições municipais.
“E comentou que, em seu caso, a tramitação do processo de impeachment foi feita a jato. Em 1992, a comissão processante do Senado foi instalada, redigiu o parecer e votou pela continuidade do procedimento de deposição de Collor no dia 30 de setembro. Em 1º de outubro, o Plenário do Senado aprovou o afastamento do então presidente. Ele foi notificado no dia 2 e deixou o cargo. "Considerado o meu rito, Dilma estaria afastada amanhã", disse Collor. Fonte: http://veja.abril.com.br  - (Laryssa Borges, de Brasília), 18/04/16

Lula diz que não há volta caso Senado afaste Dilma temporariamente

CATIA SEABRA CAMILA MATTOSO
FOLHA DE SÃO PAULO, 18/04/2016 
“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu, nesta segunda-feira (18), que a presidente Dilma Rousseff dificilmente voltará ao Palácio do Planalto caso o Senado aprove a abertura do processo de impeachment na Casa.
Essa avaliação foi feita durante reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, e representantes de movimentos de esquerda.
É necessária a maioria simples para que o processo de impeachment tenha prosseguimento no Senado. Essa votação deverá ocorrer no início de maio.
Num prazo de até 180 dias depois, os senadores têm que decidir sobre o mérito do pedido de impeachment, cuja aprovação requer dois terços da Casa.
Nesse interregno, Dilma fica afastada do cargo, que passa às mãos do vice-presidente Michel Temer. Numa reunião realizada no Instituto Lula, o ex-presidente admitiu a dificuldade de Dilma reassumir a Presidência depois que Temer ocupe a cadeira e conquiste o poder de negociação com os senadores.
Lula também avaliou como remotas as chances de impedir o prosseguimento do processo no Senado. Rouco e visivelmente cansado, ainda segundo os aliados, Lula ouviu a opinião dos participantes do encontro.
A reunião teve a participação de Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Gilmar Mauro, líder do MST (Movimento dos Sem Terra), do presidente do PT, Rui Falcão e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, além de presidentes de sindicatos e diretores do Instituto Lula.
"Colocamos a necessidade de construir uma mobilização de forma sistemática contra o golpe", relata Boulos, segundo quem "Lula mais ouviu do que falou" durante as mais de quatro horas de reunião.
"Foi uma conversa para fazer um balanço do que aconteceu ontem e pensar no que vamos fazer", afirmou Rui Falcão, na saída do encontro.
A exemplo de Boulos, Gilmar Mauro propôs uma agenda de mobilização, com nova palavra de ordem, para reverter a situação no Congresso. Ele afirma que o desempenho dos deputados na sessão de domingo (17) pode criar uma reação na sociedade. O dirigente do MST disse que, embora não tenha ainda consenso na reunião, sua opinião é de que não existe chance de o governo se sustentar caso se consuma a saída de Dilma.
"Não há nenhuma chance de o governo Temer/Cunha andar. Nenhuma. A população não deixará. Essa é a certeza que eu tenho e a avaliação que eu faço. Não posso dizer que foi uma avaliação da reunião toda, mas muitos concordam. O que vimos ontem em Brasília foi uma aula de cretinice. Acredito que a partir do que os deputados mostraram para o Brasil, muitas mudanças vão acontecer na consciência das pessoas", completou.
Na reunião, a proposta de antecipação das eleições foi alvo de discussão. A maioria dos participantes lançou dúvidas sobre sua viabilidade.
Na manhã desta terça (19), Lula participará de reunião do diretório nacional do PT para avaliação do cenário. Na quarta-feira, ele prestigiará o ato das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Também na quarta, o STF (Supremo Tribunal Federal) deverá decidir se ele pode assumir um ministério do governo Dilma”.
http://www1.folha.uol.com.br/18/04/16