Por THEODIANO BASTOS
Há, portanto,
88 milhões de brasileiros, classificados como “invisíveis”, que se mantêm ao
largo desse clima de polarização.
PERFIO MODERADO
“Os invisíveis não compartilham notícias nas redes
sociais, não discutem com a família e não vão a protestos simplesmente porque
sentem que expressar a opinião política é um campo minado. Eles, então,
preferem ficar em silêncio”, afirma Pablo Ortellado, diretor da More in Common
e professor de gestão de políticas pública
e professor de gestão de políticas públicas da USP. “Isso não quer dizer
que sejam despolitizados — é justamente o contrário. Eles têm uma elaboração
muito pragmática, e voltada para o serviço público e a oferta de empregos”,
acrescenta o pesquisador. Decifrar e compreender essa massa de eleitores é um
desafio para os políticos.
Embates políticos geram a impressão de que o país
está condenado a ficar dividido, mas a maior parte da população se mantém ao
largo da polarização
Os dados coletados revelam que a polarização que
parece dominar a pauta política, na verdade, envolve apenas 11% do eleitorado —
um contingente estimado em 18 milhões de pessoas que se dividem entre dividem
entre direita e esquerda, tem posições bem definidas sobre temas específicos,
particularmente em relação à chamada pauta de costumes, e mantêm uma militância
intensa, dentro e fora das redes socais.
A pesquisa constatou que a maioria da população, 54%,
é absolutamente desapaixonada de política, não reza a cartilha de nenhum
partido, evita entrar no ringue ideológico e tem a capacidade de flutuar da
esquerda à direita em temas que costumam dividir a sociedade. Exemplo: eles
confiam nas instituições e nas universidades, ao contrário dos bolsonaristas
mais fervorosos, ao mesmo tempo que uma tempo que uma parcela relevante
acredita que os direitos humanos podem atrapalhar o combate à criminalidade, ao
contrário do que defende boa parte da esquerda.
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/edicoes-veja/2970/
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