55 ANOS DO GOLPE MILITAR DE 64, REMEMORAÇÕES
por Theodiano Bastos
Na noite do dia 31 de março de 1964, como representante do Sindicato dos bancários e Securitários, mas já sem mandato, estava na Prefeitura de Salvador reunido com o então prefeito de Salvador, Virgildásio de Sena e muitos líderes sindicais. Havia um nervosismo muito grande e vi que o prefeito portava uma pistola na cintura. E se afastou um tempo e ao voltar, visivelmente transtornado informou a todos que a Guerra Civil havia começado, com as tropas de Juiz de Fora se dirigindo para o Rio, comandada pelo general Mourão Filho quando foi deposto o então presidente João Goulart e deu início ao Regime Militar no Brasil. Foi um contragolpe, pois Goulart pretendia implantar um regime de esquerda com a República Sindical, que o PT também tentou implantas nos 13 anos em que esteve no poder.
Era o auge na Guerra Fria, tendo os Estados Unidos e o Mundo Ocidental de um lado e a Rússia - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas do outro lado e os golpes militares se alastravam pela América Latina depois da implantação do Comunismo em Cuba com a liderança de Fidel Castro.
A ditadura no Brasil foi bem menos letal, em 21 anos foram 434 mortos e desaparecidos.
A reunião foi interrompida e cheguei em casa transtornado, muito
tenso e com medo. Falei por alto com a esposa, evitando deixá-la preocupada,
pois cuidava de duas filhas, Hosana, com menos de dois anos e Cristiane que
havia nascido em 25/12/63 e estava com apenas três meses. E estava sem emprego
de carteira assinada, vivendo com os poucos recursos como diretor do Boletim
Comercial da Bahia, uma publicação semanal mimeografada, apenas com a capa
impressa, qual mal dava para pagar o aluguel da pequena casinha na Rua Miguel
Calmon, 6, no bairro da Saúde.
Muitos anos depois, em evento político em Nanuque/MG, reencontrei
o Virgildásio e ele ficou atônito quando lhe informei que estava com ele na
Prefeitura de Salvador na noite do dia 31 de março de 1964.
No dia seguinte, 01/04/1964, saí caminhando pelo centro de
Salvador em direção ao Sindicato dos Bancários da Bahia, na ladeira de São
Bento e estava com as portas lacradas. Fui em direção à Praça da Piedade e vi a
sede do Sindicato dos Petroleiros em chama. Mesmo não sendo mais bancário, pois
o banco havia aberto inquérito administrativo por abandono do emprego, sempre
tive todo apoio da diretoria, na época presidido por Raimundo Reis.
Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro
presidente tinha como vice José Maria Alkmim e era um general
muito preparado e pretendia devolver o poder aos civis, indicando o mineiro
Bilac Pinto, mas teve uma morte em acidente aéreo no Ceará muito
misterioso.
O General
Arthur da Costa e Silva teve como
Vice-presidente: Pedro Aleixo, da Arena. Este governo durou de 1967 a 1969, se caracterizou
pelo avanço do processo de institucionalização da ditadura com o AI- 5. O que
era um regime militar difuso transformou-se numa ditadura que eliminou o que
restava das liberdades públicas e democráticas. Costa e Silva assumiu a
Presidência da República e imediatamente foi intensificando a repressão
policial-militar contra todos os movimentos, grupos e focos de oposição
política. Ao longo de seu mandato, o general acenou com a possibilidade de
retorno à normalidade institucional, ou seja, da volta da democracia. Mas o
presidente justificou a permanência dos militares no poder e a gradual
radicalização. Foi substituído por uma Junta Militar e indicado
O General Emílio Garrastazu Médici, tendo como vice o Almirante Augusto Rademaker, foi o período mais tenebroso da ditadura de 64, mas quando ocorreu o “milagre econômico” com crescimento do PIB em até 11% ao ano, mas com o aumento da dívida externo.
Ernesto
Geisel apontado pelo presidente Médici
como candidato à sua sucessão em 18 de
junho de 1973, tendo
o General Adalberto Pereira dos Santos como
companheiro de chapa. Em 15 de janeiro de 1974 os candidatos
arenistas venceram a chapa do MDB formada por Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho por um placar de 400
votos a 76 na primeira eleição realizada por um Colégio Eleitoral. O
novo presidente foi empossado em sessão solene do Congresso Nacional presidida pelo
senador Paulo Torres (ARENA-RJ).
João
Baptista de Oliveira Figueiredo. Foi o 30º Presidente do Brasil, de 1979 a 1985, e o
último presidente do período da ditadura militar. Nascido na Rua Sá Freire no bairro Imperial de São Cristóvão no Rio de Janeiro era filho do General Euclides Figueiredo, comandante da Revolução Constitucionalista de 1932.[2] Figueiredo estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra. Ingressou na carreira política ao ser nomeado Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional do governo do Presidente Jânio Quadros e, em 1964, foi integrante do movimento que culminou com o Golpe militar de 1964, Comandou e chefiou várias companhias militares durante os primórdios da Ditadura Militar, como a agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro de 1964 a 1966, exerceu o comando da Força Pública de São Paulo de 1966 a 1967, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas de 1967 a 1969 e foi Chefe do Estado-Maior do III Exército em 1969.
Indicado por seu antecessor Ernesto Geisel, concorreu para presidente na eleição de 1978 pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Aureliano Chaves para vice-presidente. Os adversários de Figueiredo eram o General Euler Bentes Monteiro para presidente, com Paulo Brossard para vice-presidente, ambos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Com 355 votos (61,1%) contra 226 dados a Monteiro (38,9%), foi eleito pelo Colégio eleitoral. Em sua posse, pronunciou a famosa frase em que dizia que faria "deste país uma democracia".
O mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo Geisel. Pouco tempo depois de assumir o cargo, houve uma concessão de anistia "ampla, geral e irrestrita" aos políticos cassados com base em atos institucionais. Em 1980, extinguiu-se o bipartidarismo instaurado.
A partir deste fato, foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, e o Partido Democrático Social (PDS) como sucessor do ARENA, além de outros novos partidos. Figueiredo, assim, virou filiado ao PDS. A 22 de Setembro de 1981 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal. Em 1982, engendrou-se uma reforma eleitoral para assegurar à situação maioria nas eleições de 1982, nas quais se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da linha dura. A gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação, que passou de 45% ao ano para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil, que, pela primeira vez, rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1982. Neste ano, houve a criação do Estado de Rondônia. No ano seguinte, iniciaram-se as campanhas das Diretas Já, que acabaram rejeitadas no Congresso Nacional. Entretanto, o governo Figueiredo permitiu a eleição presidencial indireta, que decretaria o fim do Regime Militar.
Os seis anos do seu mandato registraram crescimento de 13,93% do PIB (média de 2,34%), porém com redução de 0,17% da renda per capita. Figueiredo assumiu com a inflação em 40,81% e entregou a 215,27%. Foi sucedido pelo Governo Sarney (1985 -1990) que entregou a inflação a 1972,91%. Fonte: https://pt.wikipedia.org/