sexta-feira, 29 de junho de 2018

41% DOS ELEITORES ESTÃO SEM CANDIDATO - Brasil tem 144.088.912 de eleitores e IBOPE OUVIU APENAS 2.000 ELEITORES...



41% DOS ELEITORES ESTÃO SEM CANDIDATO 
Fala sério: você acredita que 2.000 eleitores consultados representem esses l44 milhões, segundo o IBOPE?   

Brasil tem 144.088.912 de eleitores e IBOPE OUVIU APENAS 2.000 ELEITORES.      

Desse total, 52,13% (74.459.424) são mulheres e 47,79% (68.247.598), homens.
A mais nova pesquisa do Ibope informa que 41% dos eleitores estão sem candidato. Os otimistas dirão que não há motivo para pessimismo, pois o grande número de desorientados constitui uma oportunidade fantástica para o surgimento de alguma orientação. Mas a grande verdade é a seguinte: há na praça pelo menos 20 presidenciáveis se oferecendo para assumir o volante. Mas nenhum deles oferece um itinerário capaz de seduzir o pedaço do eleitorado que não enxerga um rumo.
A redemocratização brasileira é uma conquista relativamente recente. Eu mesmo, com minha barba branca, votei pela primeira vez em 1989, já na bica de completar 28 anos. Gostaria de ter votado antes, mas a ditadura militar não deixou. Ainda me lembro da solenidade que envolvia o ritual do voto. O eleitor era movido pela suposição de que sua preocupação era útil. Isso acabou.
No momento, o eleitor se vê numa encruzilhada. Entre opções lamentáveis e impensáveis, ele prefere o exílio do voto inválido. Em três décadas de redemocratização, a devoção ao voto virou ceticismo, converteu-se em nojo e já vai se consolidando como um transtorno. Nunca foi tão fácil como agora, a apenas quatro meses da eleição, compreender a tese de Churchill —aquela segundo a qual a democracia é a pior forma de governo salvo todas as demais. Quase metade do eleitorado cogita jogar o voto pela janela. Trata-se de um direito. Viva a democracia!                                                                       Josias de Souza, https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/ 28/06/2018


sábado, 23 de junho de 2018

O LADO SOMBRIO DA SENHORA M


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O LADO SOMBRIO DA SENHORA M                                    Theodiano Bastos (*)

“Os males que a mente causa, a mente cura” Karen Horney

Certa vez um colega, também psicanalista, encaminhou-me sua esposa pedindo ajuda-la a superar os traumas da infância. Ele não conseguia ter certeza de que ela era inteligente ou uma abestalhada; com sintomas de oligofrênia.                                      Ele achava que homem não conhece as mulheres, somente as mulheres podem decifrá-las.

Apaixonados, casaram-se ainda jovem e tiveram 5 filhos, todos bonitos, sadios e inteligentes que geraram 5 netos, todos bonitos, sadios e inteligentes. M vivia para agradar e por isso era muito sensível a qualquer tipo de crítica ou mesmo a alguma palavra que ela interpretasse como crítica, daí o marido pisar em ovos ao falar qualquer coisa. Mas administrava a relação com muita paciência, tolerância e compaixão.  
                                                                                                                     O colega tinha dificuldade de lidar com a esposa, a quem muito amava e admirava muito por suas qualidades de excelente mãe, avó, esposa e amiga. Mas temia seu lado sombrio, pois tinha a mais perigosa das agressividades, a dissimulada. Como todos nós, tinha  seu lado negativo, com duas personalidades e nunca conseguiu colocar sua sombra na frente para ter controle sobre ela. O relacionamento demandava muita paciência e tolerância. Das 5 irmãs, somente M foi feliz no casamento. A diferença é que M se casou com um psicanalista. Era uma senhora bonita e muito bem conservada aos 50 anos e com um corpo bem feito apesar de tido 5 filhos.
Justamente por ela não saber controlar seu lado masculino, em casa, na relação com o marido, é tão irritante e ter dificuldade no diálogo, sempre terminando em discussão.         

No princípio cheguei a concordar como o colega, mas ao analisar seus sonhos, passei a duvidar, pois eram sonhos de uma pessoa inteligente, mas desvendei o mistério: era puro fingimento, ela se fingia de burra. Seu o pai era um homem honrado e trabalhador, mas um homem rude e violento, que costumava bater nas filhas com chicote de cavalo, falava: — não manda essa tapada que não sai nada. Mas ela nunca chegou a ser chicoteada.
O conhecido é uma pessoa de pouca inteligência se esforçando para cumprir as tarefas e nesse caso ela era inteligente, mas se fingia de burra, o que é incomum e só vi um exemplo parecido relatado por Karen Honery no seu magnífico livro “A Personalidade Neurótica de Nosso Tempo”, páginas 138 e 175.

Pelos sofrimentos na infância, M tinha passado a se fingir de burra para viver, como dizia, o que acabou revelando para minha surpresa. Passou a ter dupla personalidade, um lado sadio, cativante e inteligente passou a conviver com um lado sombrio, assustador, temido pelo marido, pois a esposa não tinha domínio sobre sua sombra e não sabia do que ela era capaz, daí seu temor de que ela viesse a fazer alguma besteira no entardecer da vida.        

Mas a colega conseguiu curá-la com a catarse que é a purificação pela descarga emocional associada à vivência indireta dos traumas; a cura pela fala.       

A causa do rompimento de Jung com Freud teve origem no conteúdo do livro “O EU E O INCONSCIENTE”, editora Vozes, no qual C.G. Jung consegue provar que o inconsciente tem autonomia e consegue levar uma pessoa a cometer atos contrários a seu consciente, enquanto Freud afirmava que o inconsciente não tem esse poder.
O ESPÍRITO DO ENGANO religioso ou a sombra, o segundo eu de todos nós da psicanálise. No homem, seu lado feminino, seu lado sombrio é “anima”; já na mulher, sua sombra é “animus”, seu lado masculino.

O alerta está no Pai Nosso, a única oração deixada por Cristo: “E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

Cabe perguntar: de onde vem essa tentação?
— É de dentro de nós mesmo, quando o inconsciente se apodera do consciente, pois infelizmente não se tem um antivírus para impedir que esse Mal se manifeste no ser humano e aí as tragédias acontecem.            Leiam o que segue: 

“Os termos anima e animus são amplamente conhecidos por aqueles que estudam, ou apreciam, a teoria de Carl Jung.
Para entendermos esses termos é importante lembrar que todos nós carregamos uma quantidade pequena de hormônios do sexo oposto em nosso organismo.
Consciente disso, Carl Jung teve a percepção de que todos nós também carregamos em nossa psique nossa contraparte sexual, e nelas estão encerradas as qualidades inerentes ao sexo oposto, mas que não são conscientes. Jung percebeu também que conforme os traços psicológicos de cada indivíduo, as tendências do sexo oposto vão sendo reprimidos e se acumulando no inconsciente.

Anima e animus foram então definidos para designar essas partes reprimidas do sexo oposto em nossa psique. Sendo a anima a contraparte feminina da psique do homem e animus a contraparte masculina na psique da mulher.

Jung (o eu e o inconsciente) diz que a anima, sendo feminina, é a figura que compensa a consciência masculina. Na mulher, a figura compensadora é de caráter masculino e pode ser designada pelo nome de animus.
Jung diz: “A anima, sendo feminina, é a figura que compensa a consciência masculina. Na mulher, a figura compensadora é de caráter masculino, e pode ser designada pelo nome de animus” (Obras Completas C G. Jung, Vol.VII, §328).
Mais tarde, Jung enriqueceu sua definição de anima e animus chamando-as de “não eu”, está fora de si próprio, pertencente à sua alma ou espírito.

Entramos em contato com a anima e animus com a projeção sobre uma pessoa do sexo oposto. São eles os responsáveis pela paixão súbita e a sensação de destino que isso acarreta. Por essa razão, o ato de se apaixonar é tão vivificante para as pessoas.https://www.fasdapsicanalise.com.br

E o que espera é que as pessoas tenham aquela experiência a que os filósofos Zen dão o nome de "satori"; a abertura de um terceiro olho, para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca foi". 

Satori significa literalmente entender, em japonês. É uma iluminação, uma expansão da Consciência equivalente aos termos sânscritos Nirvana e Samadhi, usados na Índia para indicar a mente calada nos seus 49 níveis. A consciência se projeta no plano mental, além do espiritual, se fundindo ao TODO, liberando-se do conceito de tempo, espaço e forma. Nos dizeres de Suzuki: "O Satori é uma espécie de percepção interior - não naturalmente a percepção de um objeto específico, mas, por assim dizer, a faculdade de sentir a verdadeira realidade. É uma percepção de ordem mais elevada." Geralmente usa-se os termos Satori ("entender") e Kensho ("despertar") para definir a mesma experiência. O Kensho é uma breve expansão da consciência, onde temos um pequeno vislumbre da verdadeira natureza das coisas. Terminado o Kensho, retornamos ao adormecimento profundo na nossa mente, que em si forma o EGO. Já o Satori é usado para um estado de iluminação mais profundo e duradouro.”  Fontes: https://psicoterapiajunguiana.com/ http://www.saindodamatrix.com.br/

                    A psicanalista e terapeuta brasileira Rosilane Josej Perelberg, professora de psiquiatria em Londres, alerta em sua entrevista no Jornal do Brasil, como o sexo afeta a vida das famílias e suas implicações sobre doenças mentais em seus membros.
                    Isso vem a propósito de dramas familiares conhecidos na vida. Alguns tendo como pivô a mulher com o perfil destrutivo, popularmente conhecida como mulher “tomba-homem", isto é, que atrai os homens com risinhos nervosos, tendo como objetivo secreto e compulsivo destruí-los. "Engraçado, disse-me uma delas confidencialmente no consultório: Homem nenhum nunca me fez mal e, no entanto, odeio os homens". Esse mal também atinge alguns homens que odeiam as mulheres, sem que nenhuma delas lhes tenham feito algum mal, são os misóginos, os que têm desprezo ou aversão às mulheres, ao casamento e a compromissos sérios com as mulheres.

Homens e mulheres com esses problemas deveriam ter a humildade de procurar um psicoterapeuta e resolver seus conflitos interiores, no mais comum das vezes fruto da desagregação familiar e seus traumas na vida da criança. Tudo isso tem origem no relacionamento entre os pais, no seio familiar, na usina psíquica que é a família. Freud já alertava: Quando um homem e uma mulher se relacionam na intimidade, não é um relacionamento entre duas pessoas, mas na verdade entre seis, pois cada um leva dentro de si o pai e a mãe, as influências recebidas no relacionamento entre os pais. É esse conflito mal resolvido que dá origem ao "segundo eu", ou seja a sombra, o lado negativo da personalidade de cada um de nós. O inimigo dentro de nós. “O pior inimigo está dentro de nós mesmos”.

Se a mulher teve um pai tirânico, que dominava a mãe sadicamente, que nunca assistiu no lar uma cena de amor, ternura e carinho entre os pais, certamente terá um relacionamento conflituoso e compulsivo com o sexo oposto, fruto do conflito interior mal resolvido, porquanto o pai é o primeiro homem na vida de uma mulher. E pelo complexo de Eletra ela se apega ao pai e no íntimo costuma ser rival da mãe. Já no caso do homem, de acordo com o complexo de  Édipo, ele se apega à mãe e no fundo é um rival do pai. É da natureza humana, queira-se ou não.

É um ato de compaixão e sabedoria aceitarmos as fraquezas e as enfermidades da alma de nossos pais, lamentando o relacionamento conflituoso que tiveram e deram origens às neuroses dos filhos.   A visão cristã diz que o homem nasce com o pecado original. Isso não significa que o homem é inevitavelmente mau, mas que tem de lutar contra o mal dentro de si. 

Devemos sempre lembrar, daí a necessidade dos que sofreram na infância procurarem o socorro psicoterápico, pois o conflito interior não resolvido, é como um vírus no computador que alguém contagia com o objetivo de causar danos, tão logo seja acessado o arquivo ou dado para desencadear uma seqüência destrutiva guardada na memória do equipamento. Assim também na mente humana. Está tudo arquivado na memória inconsciente e tão logo surja algum acontecimento ou mesmo vaga referência ao trauma vivido, é disparado das profundezas do inconsciente, numa seqüência incontrolável e compulsiva de reações que a consciência não consegue evitar ou controlar.
Sobre a conexão entre a psiquiatria e a psicanálise, diz o Prof. Guy Briole, da Universidade de Paris e membro da Associação Mundial de Psicanálise, alerta: “a medicação não resolve o problema da ideia fixa alucinatória de perseguição que o paciente vivencia. Somos contra a posição ‘tome o remédio e cala-te’ e defendemos o posicionamento ‘tome o medicamento para sofrer menos e fale’, ressalva. Os psiquiatras não escutam os doentes. ‘Hoje em dia eles falam mais que os próprios pacientes”. 

Enfim, os psicanalistas somente ajudam a pessoa a encontrar as respostas que estão nelas mesmas.  

(*) Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: “A Procura do Destino”, “O Triunfo das Ideias), “Brasil, O Lulopetismo no poder e os mitos políticos no Brasil”, “Liderança, Chefia e Comando”, “Pegadas da Caminhada e “O Enigma de Jotapê”. Coordenador e introdutor das antologias: “Resgate da Família: alternativa para enfrentar sua dissolução, a violência e as drogas”, “Corrupção, Impunidade e Violência: O que fazer?”, “Globalização é Neocolonialismo? Põe a Ciência e a Tecnologia a Serviço do Social e da Vida” e “Um Novo Mundo é Possível? e “Para Aonde Vamos?”  
Esse texto está na Internet no Blog O PERISCÓPIO  (theodianobastos.blogspot.com.br)