CONEXÃO
ÁFRICA TOCADA PELO LULA
"A Conexão África,
tocada pelo ex-presidente Lula, foi manchete de duas grandes mídias nesse fim
de semana: a capa da revista Época, em reportagem de Diego Escosteguy, e da
Folha de S. Paulo, de Mario Cesar Carvalho. São jornalistas investigativos de
fino calibre: não erram.
Lula atirou feio em
Diego, que em seu Twitter respondeu: “Num evento da CUT, Lula nos chamou de
lixo e de desonestos. O Sindicato dos Jornalistas de SP, filiado à CUT, está em
silêncio… A Federação Nacional de Jornalistas, a Fenaj, também não disse
palavra. É ligada à CUT”.
A revista Veja
reverberou a Folha na nota abaixo:
O
jornalista João Santana, responsável pelo marketing político do PT, é alvo de
um inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a suspeita de que duas
empresas dele trouxeram 16 milhões de dólares da Angola para o Brasil em 2012,
numa operação de lavagem de dinheiro. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, uma
das suspeitas é de que os recursos tenham sido pagos a Santana por empresas
brasileiras que atuam no país africano para pagar dívidas da campanha de
Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo.
Em 2012, Santana
trabalhou em duas campanhas vitoriosas: a de Haddad e também a do presidente da
Angola, José Eduardo dos Santos. Pela campanha do prefeito de São Paulo, o
marqueteiro ganhou 36 milhões de reais em valores corrigidos pela inflação, mas
ele só recebeu a maior parte do dinheiro depois da eleição.
A investigação
aponta para uma suposta triangulação: para saldar a dívida da campanha de
Haddad, empreiteiras brasileiras que operam em Angola teriam pago à Pólis
Propaganda e Marketing, de Santana. Segundo o jornal, os recursos trazidos ao
Brasil, teriam sido lançados como pagamento pela campanha do presidente
angolano.”
Agora vou repetir a
íntegra de meu post, de 27 de março, que antecipou esses fatos, sobre os quais
Dieeo e Mario Cesar descobriram muito mais…
Lentamente,
mas com precisão científica, as autoridades da Operação Lava Jato começam a
chegar perto do que havia por detrás dos perdões de dívidas de países africanos
–tão acalentados barra promovidos pelos governos Lula e Dilma.
Sabemos, desde o
começo de 2015, que os empréstimos do BNDES para obras das empreiteiras no
exterior também faziam parte do propinoduto do PT. Afinal o doleiro Alberto
Youssef também atuava em países da América Latina e da África, entre eles Cuba,
Uruguai e Angola –de resto, geografias em que o ex-ministro José Dirceu
prestava consultoria internacional para empreiteiras metidas até a goela na
lama do Petrolão.
Em Cuba os 750
contratos constantes da lista do Youssef/ Dirceu registram negócio nas
obras do Porto de Mariel. Nestas páginas também são citados negócios no
Uruguai, Costa Rica, Argentina, Equador e Angola.
Mas há países
africanos que ainda não tiveram os seus santos nomes veiculados.
O truque que não
veio a luz ainda é o seguinte: foram perdoados empréstimos antigos (antes
do governo do PT) feitos a países africanos. Canceladas tais dívidas, as mesmas
empreiteiras da Lava Jato recebiam verbas do BNDES para poder construir lá
fora.
É por isso que o
deputado Onyx Lorenzoni quer ouvir em depoimento o Luciano Coutinho, do BNDES.
O novo passo é
tentar provar o seguinte: os países africanos que tiveram o perdão da dívida só
o teriam conquistado tal cancelamento de débitos se contratassem as
empreiteiras brasileiras indicadas pelo PT. Então, com sinal verde dado pelo
governo federal, os passos seguintes seriam: os países africanos não precisavam
mais pagar a dívida com o Brasil; essa grana seria reconduzida a pagar obras de
empreiteiras brasileiras; estas empreiteiras tomavam grana do BNDES para
poderem operar na África; e, finalmente, todos os homens do governo que
facilitavam tal triangulação ganham, das mesmas empreiteiras, milhões e milhões
de caixinha.
Ou seja: o perdão
das dívidas africanas era o trampolim barra catapulta para enfiar grana no
bolso dos corruptos.
Quero refescar a
memória do leitores com algumas notícias de perdões africanos, do ano de
2013. Vejam essa por exemplo:
“O governo
brasileiro anunciou que vai cancelar ou renegociar cerca de US$ 900 milhões em
dívidas de países africanos, em uma tentativa de estreitar as relações
econômicas com o continente.
Entre os 12 países
beneficiados estão o Congo-Brazzaville, que tem a maior dívida com o Brasil –
cerca de US$ 350 milhões, Tanzânia (US$ 237 milhões) e Zâmbia (US$113 milhões).
As transações
econômicas entre Brasil e África quintuplicaram na última década, chegando a
mais de 26 bilhões no ano passado.
O anúncio foi feito
durante a visita da presidente Dilma Rousseff à África – a terceira em três
meses – para participar, na Etiópia, do encontro da União Africana para
celebrar os 50 anos da instituição.
Além dos três
países já citados, também serão beneficiados Senegal, Costa do Marfim,
República Democrática do Congo, Gabão, República da Guiné, Mauritânia, São Tomé
e Príncipe, Sudão e Guiné Bissau.
"O sentido
dessa negociação é o seguinte: se eu não conseguir estabelecer negociação, eu
não consigo ter relações com eles, tanto do ponto de vista de investimento, de
financiar empresas brasileiras nos países africanos e também relações
comerciais que envolvam maior valor agregado”, disse Dilma. “Então o sentido é
uma mão dupla: beneficia o país africano e beneficia o Brasil.”
Vejam esse outro
trecho extraído da mídia, em maio de 2013:
“A expansão
de mineradoras e empreiteiras na África depende de ajuda estatal, e para isso é
preciso liquidar as dívidas que não estão sendo pagas, porque o BNDES e o Banco
do Brasil não podem financiar projetos em países que deram calote no Brasil. A
presidente pretende perdoar ou renegociar a dívida de 12 países africanos, que
totaliza quase US$ 900 milhões.
Os beneficiados
seriam: República do Congo, Costa do Marfim, Tanzânia, Gabão, Senegal,
República da Guiné, Mauritânia, Zâmbia, São Tomé e Príncipe, República
Democrática do Congo, Sudão e Guiné Bissau”.
Quando essa
parte africana da Lava Jato vier a tona, para as empreiteiras citadas não
restará pedra sobre pedra, garantem autoridades ouvidas por este blog."
Nenhum comentário:
Postar um comentário