Antes de ser ouvido por conta de seu envolvimento nas
gravíssimas denúncias de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, preso na
PF do Paraná, há 7 meses PF tenta, sem sucesso, ouvir o Lula sobre seu
envolvimento no Mensalão”.
Lula: medo de depoimento em ano eleitoral (Sergio
Moraes/Reuters)
Agentes apuram repasse de 7 milhões de
reais da Portugal Telecom ao PT, que teria sido intermediado pelo
ex-presidente; acusação partiu de Marcos Valério
Há sete meses a
Polícia Federal tenta, sem sucesso, ouvir o ex-presidente Lula em inquérito que apura sua atuação no mensalão,
segundo reportagem desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo. Em
abril de 2013, o Ministério Público Federal solicitou à PF que apurasse as denúncias feitas pelo operador do esquema,
Marcos Valério de Souza, de que o ex-presidente intermediou um repasse de 7
milhões de reais feito ao PT por uma subsidiária da Portugal Telecom. Além de
Lula, o ex-ministro Antonio Palocci Filho também é citado no caso.
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De acordo com o
jornal, o advogado do ex-presidente, Marcio Thomaz Bastos, disse à cúpula da PF
que Lula estará na quinta-feira em Brasília e tentará agendar a data da oitiva.
Na PF, contudo, afirma-se que os acertos para o depoimento - sempre informais -
não foram adiante. Os agentes esperam ouvir Lula para encerrar o inquérito,
cuja conclusão foi adiada algumas vezes.
Reportagem do
jornal Folha de S. Paulo informa que o petista teme o vazamento do
depoimento para a imprensa - e os estragos disso à campanha eleitoral. Lula não
foi intimado, apenas convidado a falar. E, de acordo com o jornal, não deverá
ser. A avaliação da cúpula da PF é de que uma intimação seria medida exagerada.
Segundo Valério, o
ex-presidente teria intermediado a obtenção do repasse milionário de uma
fornecedora da Portugal Telecom para o PT, por meio de publicitários ligados ao
partido. Os recursos teriam sido usados para quitar dívidas eleitorais dos
petistas. De acordo com o operador do mensalão, Lula intercedeu pessoalmente
junto a Miguel Horta, presidente da companhia portuguesa, para pedir os
recursos. As informações eram desconhecidas até 2012, quando Valério – já
condenado - resolveu contar parte do que havia omitido até então.
O caso - A transação
investigada pelo inquérito estaria ligada a uma viagem feita por Valério a
Portugal em 2005. O episódio foi usado, no julgamento do mensalão, como uma
prova da influência do publicitário em negociações financeiras envolvendo o PT.
O pedido de abertura de inquérito havia
sido feito pela Procuradoria da República no Distrito Federal a partir das
acusações feitas por Valério em depoimento à Procuradoria-Geral da República.
Como Lula e os outros acusados pelo publicitário não têm foro privilegiado, o
caso foi encaminhado à representação do Ministério Público Federal em Brasília.
Ao todo, a PGR enviou seis procedimentos preliminares aos procuradores do
Distrito Federal. Um deles resultou no inquérito aberto pela PF. Outro, por se
tratar de caixa dois, foi enviado à Procuradoria Eleitoral.
Segredos – Com a certeza de
que iria para a cadeia, Marcos Valério começou a contar os segredos do mensalão
em meados de setembro de 2012, como revelou VEJA. Em troca de seu
silêncio, Valério disse que recebeu garantias do PT de que sua punição seria
amena. Já sabendo que isso não se confirmaria no Supremo – que o condenou a quase 40 anos por corrupção
ativa, evasão de divisas, peculato e lavagem de dinheiro – e, afirmando temer
por sua vida, ele declarou a interlocutores que Lula "comandava tudo"
e era "o chefe" do esquema.
Pouco depois, o
operador financeiro do mensalão enviou, por meio de seus advogados, um fax ao
STF declarando que estava disposto a contar tudo o que sabe. No início de
novembro daquele ano, nova reportagem de VEJA mostrou que o empresário depôs à
PGR na tentativa de obter um acordo de delação premiada – um instrumento pelo
qual o envolvido em um crime presta informações sobre ele, em troca de
benefícios.
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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