GOLPE MILITAR DE 1964E A GUERRA FRIA, por Theodiano Bastos
Na noite do dia 31 de março de 1964, como
representante do sindicato,mas já sem mandato, estava na Prefeitura de Salvador
reunido com o então prefeito de Salvador, Virgildásio de Sena e muitos líderes
sindicais. Havia um nervosismo muito grande e vi que o prefeito portava uma
pistola na cintura. E se afastou um tempo e ao voltar, visivelmente
transtornado informou a todos que a Guerra Civil havia começado, com as tropas
de Juiz de Fora se dirigindo para o Rio, comandada pelo general Mourão Filho.
A reunião foi interrompida e cheguei em
casa transtornado, muito tenso e com medo. Falei por alto com a esposa,
evitando deixá-la preocupada, pois cuidava de duas filhas, Hosana, com menos de
dois anos e Cristiane que havia nascido em 25/12/63, com apenas três meses. E
estava sem emprego de carteira assinada, vivendo com os poucos recursos como
diretor do Boletim Comercial da Bahia, uma publicação semanal mimeografada,
apenas com a capa impressa, qual mal dava para pagar o aluguel da pequena
casinha na Rua Miguel Calmon, 6, no bairro da Saúde.
Muitos anos depois, em evento político em
Nanuque/MG, reencontrei o Virgildásio e ele ficou atônito quando lhe informei
que estava com ele na Prefeitura de Salvador na noite do dia 31 de março de
1964.
No dia seguinte, 01/04/1963, saí
caminhando pelo centro de Salvador em direção ao Sindicato dos Bancários da
Bahia, na ladeira de São Bento e estava com as portas lacradas. Fui em direção
à Praça da Piedade e vi a sede do Sindicato dos Petroleiros em chama. Mesmo não
sendo mais bancário, pois o banco havia aberto inquérito administrativo por
abandono do emprego, sempre tive todo apoio da diretoria, na época presidido
por Raimundo Reis. Cheguei a ir ao Rio e conversei com o presidente do Banco do
Comércio (da Rede Moreira Sales), Dr. Artur Bernardes Filho, filho do
ex-presidente da república Artur Bernardes (1922 a 1926), mas não consegui que
o banco me aceitasse de volta,mesmo alegando que sempre tinha sido um bom
funcionário, cumpridor dos deveres e que nunca tinha faltado a um único dia de
trabalho e que estava desempregado com a carteira sem
saída, impossibilitado de conseguir outro trabalho e que era casado, e tanto a
esposa como filha de pouco mais de um ano dependiam de minha pessoa para
sustento e que pagava aluguel etc, mas nada disso comoveu o presidente na época
do Banco do Comércio SA.
Mas o bom advogado do sindicato
defendeu-me com brilhantismo na Justiça do Trabalho e ganhamos a questão,
conforme já disse antes.O banco pagou todos os salários até o dia 30/04/1964,
mas recusou meu retorno ao trabalho.
Ao retornar tive de viver de bicos por 13
meses, pois como não tinha saída na Carteira de Trabalho, não poderia procurar
novo emprego. Entrei na Justiça do Trabalho, onde ganhei a questão recebendo
todos os salários dos meses após o retorno, mas não fui readmitido. Com esse
dinheiro mudei-me para Feira de Santana e fiz sociedade comdo um amigo de
juventude, numa pequena fábrica de estofados de fundo de quintal.
ERA KENNEDY
“Os desafios dos Estados Unidos após a
Segunda Guerra Mundial colocaram o país mediante uma complexa gama de questões
sociais, políticas e econômicas a serem enfrentadas. A construção de uma das
maiores potências mundiais passou por obstáculos que se desenvolveram em um
mundo marcado por transformações. A Guerra Fria e os direitos civis eram
algumas das novas questões que alertavam o “Tio Sam”, no início dos anos de
1960.
Logo após o mandato do general Dwight
Eisenhower, os norte-americanos viveram momentos de estagnação econômica e
depararam com conflitos políticos internacionais. A ameaça comunista tinha
embalado o governo de Eisenhower em gastos exorbitantes na corrida espacial
contra a União Soviética. Ao mesmo tempo, as tensões do mundo bipolar
ocasionaram grande insegurança à pretensa hegemonia estadunidense no mundo.
Essa preocupação com problemas externos
acabou deixando de lado um vasto conjunto de questões internas a serem
resolvidas nos Estados Unidos. A emergência dos problemas nacionais fez com que
um jovem e “moderno” político democrata vencesse as eleições de 1960. John
Kennedy chegou ao poder interessado em oferecer uma “nova fronteira” para os
cidadãos norte-americanos. Suas propostas envolviam a busca por igualdade e
justiça social.
Comparado aos mandatos dos antecessores,
Kennedy marcou sua administração pela adoção de leis que ampliavam direitos
sociais e promoviam a integração racial. O caráter transformador de suas
medidas provocou reações extremadas por parte dos setores mais conservadores do
país. Ao combater objetivamente a questão racial dos Estados Unidos, Kennedy
remexeu em uma questão polêmica não só da política, mas da cultura
norte-americana.
Na política externa, o tom modernizante de
Kennedy não era o mesmo dedicado à sua nação. No Vietnã, as liberdades
democráticas foram tolhidas por uma intervenção militar que resultou em uma das
mais longas guerras travadas pelos Estados Unidos. Com relação a Cuba, o
incidente da Baía dos Porcos foi resultado de uma tentativa do governo Kennedy
em tomar o governo cubano por meio do treinamento de exilados cubanos que
deveriam derrubar o presidente Fidel Castro.
ALIANÇA PARA O PROGRESSO
Para contornar os primeiros fracassos de
sua política externa, firmou a chamada Aliança para o Progresso, onde
enfatizava a ajuda financeira aos países mais pobres da América Latina. Além
disso, Kennedy lançou o desafio da ida do homem à Lua, dando continuidade à
corrida espacial iniciada durante a Guerra Fria. Em 1962, na Crise dos Mísseis,
Kennedy denunciou a existência de ogivas nucleares soviéticas em Cuba.
Tal episódio abriu portas para um possível
conflito mundial.
As incertezas trazidas pelas tensões
militares da ordem bipolar e as ações que lutavam contra o problema racial nos
Estados Unidos fizeram com que Kennedy tornasse nome fácil na boca de muitos
simpatizantes e opositores.
Nos tempos da guerra fria, Fidel Castro
transformou Cuba em um “submarino russo”, com foguetes russos a cem quilômetros
dos EUA. O bloqueio decretado por Kennedy evitou a guerra nuclear mas com o
compromisso de deixar Fidel em paz! Os EUA aceitariam uma Cuba com armamento
atômico? Claro que não! John Fitzgerald Kennedy foi um político estadunidense
que serviu
como 35° presidente dos Estados Unidos
(1961–1963) e é considerado uma das grandes personalidades do século XX. Ele
era conhecido como John F. Kennedy ou Jack Kennedy por seus amigos, e
popularmente como JFK.
Durante a Segunda Guerra Mundial,
conhecido por sua liderança como o comandante do barco PT-109 na área do
Pacífico Sul, ao realizar um reconhecimento, o seu barco foi atingido por um
destróier japonês, que partiu o barco em dois e causou uma explosão. A tripulação
responsável conseguiu nadar até uma ilha e sobreviver até serem resgatados.
Eleito em 1960, Kennedy se tornou o
segundo mais jovem presidente de seu país, depois de Theodore Roosevelt. Ele
foi Presidente de 1961 até seu assassinato em 1963. Durante seu governo houve a
Invasão da Baía dos Porcos, a Crise dos mísseis de Cuba, a construção do Muro
de Berlim, o início da Corrida espacial, a consolidação do Movimento dos
Direitos Civis.
Essa façanha lhe deu popularidade e
começou assim sua carreira política. Kennedy representou o Estado de
Massachusetts como um membro da Câmara dos Deputados a partir de 1947 até 1953
e depois como Senador de 1953 até que se tornou presidente em 1961. Com 43 anos
de idade, foi o candidato presidencial do Partido Democrata nas eleições de
1960, derrotando o Republicano Richard Nixon em uma das eleições mais apertadas
da história presidencial do país. Kennedy foi aúltima pessoa a ser eleita
Presidente enquanto ainda exercia um mandato como Senador, até a eleição de Barack
Obama em 2008. Também foi o único católico a ser eleito presidente dos Estados
Unidos. Até a data, era o único nascido durante a Primeira Guerra Mundial e
também o primeiro nascido no século XX.
O presidente Kennedy morreu assassinado em
22 de novembro de 1963 em Dallas, Texas. O ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald
foi preso e acusado do assassinato, mas foi morto dois dias depois, por Jack
Ruby e por isso não foi julgado. A Comissão Warren concluiu que Oswald agiu
sozinho no assassinato. No entanto, o Comitê da Câmara sobre Assassinatos
descobriu em 1979 que talvez tenha havido uma conspiração em torno do
acontecido. Este tópico foi debatido e há muitas teorias sobre o assassinato,
visto que o crime foi um momento importante na história dos Estados Unidos
devido ao seu impacto traumático na psique da nação.
Muitos viram em Kennedy um ícone das
esperanças e aspirações americanas, e em algumas pesquisas no país ele ainda é
valorizado como um dos melhores presidentes da história da nação.
Mediante a tamanha comoção nacional, a
morte do presidente chacoalhou os Estados Unidos, apontando para a
inviabilidade de determinadas posições conservadoras. Durante o restante da
década de 1960, os direitos civis, a questão racial e a guerra do Vietnã foram
assuntos de grande recorrência nos noticiários internacionais e entre os
próprios cidadãos estadunidenses”. Fonte: http://www.brasilescola.com/historia-
-da-america/era-kennedy.htm
Lincoln Gordon, embaixador no Brasil em
1964
Em 1960, Gordon ajudou a desenvolver a
Aliança para o Progresso, um programa do governo estadunidense de assistência à
América Latina, feito com o propósito de evitar que os países da região
aderissem a revoluções e ao socialismo como alternativa para o progresso
sócio-econômico, como havia ocorrido em Cuba. Em 1961, a revista Time noticiou
que Gordon havia se tornado “o maior especialista de Kennedy em economia
latino-americana. Gordon preparou a agenda dos EUA para a reunião econômica
interamericana de julho aprovada na semana passada pela Organização dos Estados
Americanos”.
De 1961 a 1966, Gordon serviu como
embaixador dos Estados Unidos no Brasil, exercendo papel importante no apoio às
articulações da oposição ao presidente João Goulart, que resultariam no golpe
militar de 1964. No dia 30 de julho de 1962, no Salão Oval, Kennedy e Lincoln
Gordon discutiram o gasto de US$ 8 milhões para interferir nas eleições e
preparar o terreno para um golpe militar contra Goulart para expulsá-lo, se
necessário disse Gordon ao presidente. A conversa foi gravada no sistema de
gravação que Kennedy mandara instalar no fim de semana.
Mais tarde, de acordo com o historiador
brasilianista James Green, Gordon “deu a luz verde para que os militares dessem
o golpe de 1964. Ele deixou claro que (...) os Estados Unidos iam reconhecer
imediatamente os militares no poder”. Em 27 de março de 1964, ele escreveu um
telegrama ultra-secreto para o governo dos Estados Unidos pedindo apoio ao
golpe do general Humberto de Alencar Castello Branco através do “envio
clandestino de armas” e remessas de gás e combustível, a serem posteriormente
complementadas por operações secretas da CIA. Gordon acreditava que Goulart,
“buscando poderes ditatoriais”, estava conspirando
com o Partido Comunista Brasileiro.
O embaixador escreveu que “tanto
eu quanto meus assessores acreditamos que nosso apoio deve ser dado” aos
golpistas para “ajudar a advertir um desastre grande aqui – que pode
transformar o Brasil na China na década de 1960”.
Em uma palestra sobre a política externa
estadunidense na Universidade de Harvard em 19 de março de 1985, Noam Chomsky
disse o seguinte sobre o papel de Gordon no golpe de 1964: “Em um caso, o do Brasil, o país mais
importante da América Latina, houve o que foi chamado de “milagre econômico”
nas últimas duas décadas, mesmo que tenhamos destruído a democracia brasileira
através do apoio a um golpe militar em 1964. O apoio ao golpe foi iniciado por
Kennedy, mas finalmente finalizado por Johnson. O golpe foi pedido pelo
embaixador de Kennedy, Lincoln Gordon, “a única vitória mais decisiva para a
liberdade na metade do século XX”. Nós instalamos o primeiro verdadeiro grande
estado de segurança nacional, estado semi nazista da América Latina, com tortura
de alta-tecnologia e assim por diante. Gordon o chamava de “totalmente
democrático”, “o melhor governo que o Brasil já teve”. Bem, houve um aumento no
milagre econômico e houve um aumento no PIB. Mas houve também um aumento no
sofrimento para grande parte da população.”.
Para Green, “Gordon ajudou os militares
pessoalmente porque tinha uma visão de mundo moldada pela Guerra Fria, era
anticomunista e realmente achava que o Brasil estava à beira de uma revolução
comunista”.
Apesar de todos os indícios comprovando
sua atuação no golpe, Gordon morreu negando que havia conspirado com os
militares. Em entrevista dada ao Fantástico em 2006, ele afirmou que a
“participação ativa (dos Estados Unidos no golpe) foi praticamente zero”. Na
mesma ocasião, ele confirmou que a CIA havia ajudado financeiramente os
candidatos da União Democrática Nacional nas eleições de 1962, mas disse que
havia sido “um erro da nossa parte”. De acordo com o então presidente
estadunidense, Lyndon B. Johnson, o serviço de Gordon
no Brasil foi “uma rara combinação de
experiência e sabedoria, idealismo e julgamento prático”. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lincoln_Gordon
Em 18/12/1962, ao ir ao consulado dos EUA
em Salvador para pegar o visto, fui atendido por Mr.Wade H.B.Matthews, vice
Cônsul.
Ele olhou nos meus olhos e perguntou:
— Você é filiado ao Partido Comunista do Brasil?
Ao responder que não, ele perguntou:
— Mas você já foi filiado ao PCB, Partido
Comunista do Brasil, e voltei a negar e ele então deu o visto no passaporte
válido até dia 18/03/1963.
Era chefe de cadastro da sucursal do Banco
do Comércio S/A, da rede Moreira Sales e como tinha mandato sindical, era
Diretor Cultural do então Sindicato dos Bancários e Securitários do Estado da
Bahia, com sede em Salvador. Tinha estabilidade no emprego, mas a presidência
do Banco do Comércio S/A, com sede no Rio de Janeiro, negou a licença de 75
dias, sem remuneração e, ao me afastar, consideraram meu afastamento como
abandono do emprego e desta forma viajei muito preocupado, pois era casado e
tinha um filhinha de pouco mais de um ano.
Deixara a esposa e uma filhinha de pouco
mais de um ano em Nanuque/MG e tudo isso me causou grande preocupação e viajei
com apenas 58,500kg em 1,80m de altura; parecia Dom Quixote de tão magro.
Fazia parte da bolsa o compromisso de não
pedir residência nos Estados Unidos por dois anos.
Recebíamos de bolsa US 15,00 por dia, pago
semanalmente, e com esse dinheiro pagávamos o hotel, todos de luxo, alimentação
e gastos extras e até sobrava alguma coisa.
Éramos bolsistas da USAID – Agency for International Development, órgão do Departamento de Estado dos EUA.
Éramos bolsistas da USAID – Agency for International Development, órgão do Departamento de Estado dos EUA.
Muito do que diremos sobre essa estada nos
Estados Unidos foi fruto de observações feitas por nós mesmos, de centenas de
perguntas aos mais diversos tipos humanos, desde o irrequieto nova-iorquino,
até gente pacata e agradável de Alton, pequena comunidade (pouco mais de 35 mil
habitantes) do estado de Ilinois. Fiz contato com o homem de rua, com a dona de
casa, com o grevista dando piquete, com o negro, com o porto-riquenho etc.
Embora os Estados Unidos na época (1963) tivesse, inegavelmente, o padrão de
vida mais elevado do mundo, nem por isso poderia ser apresentado como um
paraíso, pois lá também havia problemas e dificuldades. Era verdade também que,
comparado com os nossos problemas, já naquela época, pareciam poucos e
provenientes de uma economia altamente desenvolvida, enquanto os problemas do
Brasil, também naquela época, eram provenientes do rápido desenvolvimento e não
de uma economia parada, como poderia parecer a um estrangeiro desavisado.
Apesar dos pesares, ninguém poderia negar que o povo brasileiro estava elevando
seu padrão de vida.
Quando estava em Washington fomos
informados para o grupo
escolher quem deveria ser entrevistado
pela rádio “A Voz da América”. Embora considerasse o José Gevaerd mais
experiente, até porque ele era economista e professor universitário, para minha
surpresa fui o escolhido.
Mas aí, na hora de ir para a entrevista
fui informado de que ela havia sido cancelada. Todos estranharam isso.
Em março de 1964, o clima era muito tenso
no Sindicato e senti que alguma de muito grave estava por acontecer. A maioria esmagadora
da diretoria do Sindicato dos Bancários era de funcionários do Banco Brasil, filiados ao PCB – Partido Comunista
Brasileiro, mas eram moderados.
Mas havia um grupo muito atuante que
pregava abertamente um golpe preventivo.
Fonte: “Pegadas da Caminhada”, autoria de
Theodiano Bastos, ainda no prelo, a ser publicado como e-book na AMAZON.
Diz Rubens Pontes, Serra/ES, por e-mail:Uma aula de História, escrita por quem não a viu de longe, mas dela participou como protagonista.
ResponderExcluirDolorosa, mas honesta, sua confissão. É assim, com esses tropeções que a vida nos dá, que se forjam caráter e líderanças.
Aguardemos "Pegadas da Caminhada", titulo sugestivo que, por si só, desperta curiosidade.
Gostaria de saber de você se o golpe militar de 64 foi uma boa para a nação
ResponderExcluirbrasileira ou um retrocesso (social e/ou econômico). As consequências para
as famílias e a sociedade em geral. Antes mesmo de você responder, gostaria
de lhe dizer que as ditaduras atrasam o desenvolvimento de uma nação, freiam
os seus caminhos e mascaram os fatos. Hoje temos algumas notícias vergonhosas dos anos de chumbo. Mortes, corrupção dos poderes e benesses para os apaniguados.
Diz Olyrio Izoton por e-mail
Diz Heitor Carvalho Por e-mail:
ResponderExcluirMuito bom e importante seu depoimento.
-Sugiro pesquisar algumas "fontes" para talvez colocar "em notas de pé de página" e/ou apêndices.
Porque em 'notas ou apêndices"?
-Não se deve misturar "memórias e/ou diários" com 'pesquisas". O material é diferente e a perspectiva pessoal - isto é a vista de um ponto (ponto de vista) é, real, factual mas, para o historiador e/ou o interlocutor que -muitos anos depois dos fatos- procura uma visão mais integradora, outros personagens terão opiniões e depoimentos contrários e/ou contraditórios e, afastado por décadas e, muitas vezes, por quilômetros da cena o leitor terá dificuldades de entender os fatores e as perspectivas em narrativas desencontradas.
O que seria útil para melhorar a compreensão?
1-Um pouco de história e contexto da "guerra fria".
1.1-Os conflitos "europeus". Na verdade, o colonialismo francês e inglês em busca de mercados para sua indústria e matérias primas, repartiu a África e o Oriente ". O conflito entre os dois "gigantes coloniais" pode ser mais conhecido no livro de memórias de Charles De Gaulle em que ele relata, detalhadamente, como, principalmente no contexto
da II Grande Guerra, a Inglaterra "devastou o império colonial francês" no Oriente Médio (Lawrence das Arábias - é o relato 'fantasioso e épico" mas, no fundo, verdadeiro de como isto aconteceu. De "gorjeta" isto significou o domínio do Petróleo... que, no final de tudo, foi para os EUA!). Se "googlar" Crimea - em inglês, em português sairá pouca coisa - terá uma longa história de conflitos naquela área. As guerras envolviam o império Russo contra o Otomano mas ambos como "peões do xadrez franco-britânico". Os absurdos das guerras do século XIX na região e da I Grande Guerra, apresentaram morte de centenas de milhares de pessoas para chegar ao domínio de passagens maritimas estratégicas. [Putin, 2014, está "reeditando" a mesma coisa!]. É desta época a célebre e fatídica "Carga da Brigada Ligeira" em que a cavalaria britânica avançou contra a artilharia otomana e VENCEU mas saiu destroçada.
Todos são iguais mas os mais informados são mais iguais que os outros...
Evidentemente... nas suas memórias... poderia ir contando outros eventos a cada "quinquênio" tanto no plano "internacional" como no seu particular...
VAI FICAR UM TESTEMUNHO
COMO os Diários de Anne Franck ou LTI- a LINGUAGEM DO TERCEIRO IMPÉRIO (REICH) do Kemperer!
Muito bom o seu texto. Você escreve muito bem e desejo ler o "Pegadas da Caminhada" quando for publicado.
ResponderExcluirDiz Lyvia Rodriguez, Feira de Santana/BA, por e-mail
Sr. Theodiano,
ResponderExcluirO Sr. tem uma sabedoria ímpar, é sempre um grande aprendizado estar lendo o que o Sr. escreve e nos ensina!
Um grande abraço,
George Kuan, por e-mail