terça-feira, 25 de junho de 2013

O OUTONO BRASILEIRO



O OUTONO BRASILEIRO             "A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA É DESPREPARADA"
          Theodiano Bastos

Nem a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, nem os institutos de pesquisas com os seus 2002 ENCANTADOS DAS PESQUISAS DE OPINIÃO, consultas sempre “encomendadas” pela CNI e  CNT, confederações que apóiam o governo (como os sindicatos, conselhos, federações, tanto dos trabalhadores como patronais, não prestam contas de seus gastos, nem mesmo ao Ministério Público, pois Lula vetou a fiscalização e seu veto nunca foi derrubado...)  



Com cargos nos 39 ministérios, aliás 40, com o Ministério da Propaganda, com o marqueteiro João Santana, liberação de emendas parlamentares etc, a República Sindical controla mais de 80% dos votos no Congresso, controlando mais de 14 partidos políticos. Nem Hugo Chaves conseguiu isso na Venezuela...

Quanto as pesquisas de opinião, FALA SÉRIO, VOCÉ ACREDITA QUE OS 2.002 ELEITORES CONSULTADOS NAS PESQUISAS DO IBOPE PODEM REPRESENTAR 135 MILHÕES DE ELEITORTES:  (64.882.283 MULHERES e 60.853.563 HOMENS), aptos a votarem?
Como uma amostra que não chega a 20 milionésimos do universo dos eleitores pode retratar adequadamente?
MAS CADA PESQUISA PASSA A SER UM DOGMA INQUESTIONÁVEL E É  REPETIDA À EXAUSTÃO POR TODA A MÍDIA COMO MANTRA, UMA VERDADE ABSOLUTA.
NINGUÉM QUESTIONA, PORQUE O GOVERNA GASTA MAIS DE UM BILHÃO DE REAIS EM PROPAGANDA...).  
Pois bem, todo esse custoso aparato não conseguiu prever o que estava por vir. 
Mesmo sendo o país campeão mundial de homicídios (54 mil assassinatos por ano) + 34 mil que morrem no trânsito, com 60% das famílias endividadas pelo consumismo incentivado pelo governo, mesmo assim a propagando vende a imagem do BRASIL MARAVILHA.
 
 

Era um fogo de monturo, com fumaça saindo por todo lado, indicando que havia o fogo se alastrava por baixo... E aí, como um rastilho de pólvora que se iniciou em São Paulo por causa do aumento de R$ 0,20 nas passagens, o povo foi para as ruas em todo o país e se teme uma convulsão social de conseqüências imprevisíveis.
Seguem algumas opiniões sobre esse grave momento  político que grassa em todo o Brasil.
Seguem as opiniões:  

“Jovens do Brasil, brasileiras e brasileiros:
Nós erramos. Erramos todos nós que recebemos de vocês mandato para governar bem o Brasil, esquecendo os sonhos de vocês. Nós todos, os políticos e seus partidos, erramos. Mas devo admitir que nós que há 10 anos governamos o Brasil erramos mais e, especialmente, eu própria errei ainda mais, como a presidenta de vocês.
Nós erramos ao sermos a 6ª economia do mundo e a 88ª nação em educação; ao deixarmos o Brasil ser o mais violento país do mundo, fora de guerra; ao priorizarmos sempre o privado, especialmente transporte, em detrimento do público; ao tolerarmos a corrupção e não conseguirmos punir aos corruptos; ao consumir o presente sem investir no futuro; ao deixarmos toda juventude sem sonhos de utopia para seu país e parte dela sem o atendimento do essencial para seu presente; ao montarmos governos de acordos, lotando os cargos, nem sempre utilizando os mais capazes.
Nós erramos e temos que agradecer a vocês que foram para a rua manifestar indignação com a realidade política do Brasil. E erraremos muito mais se não entendermos que dois milhões de pessoas nas ruas não podem aceitar menos do que uma revolução.
Creio, e gostaria de ouvir a opinião de vocês, que no momento não se trata de uma revolução econômica e social, como aquela que me levou às ruas e até à lutas mais radicais, algumas décadas atrás.
Para mim, a economia e a sociedade precisam de fortes reajustes, de uma inversão nas prioridades, mas a revolução pela qual vocês vão às ruas está na subversão da atual estrutura política.
Fazer uma revolução na política para que nossos dirigentes tenham o sentimento das necessidades e vontades que estão na alma do povo, e que nossos executores tenham o mérito necessário para ocupar as diversas posições com a competência que o Estado moderno exige.
Este é meu sentimento, como a presidenta do Brasil, mas quero ouvir vocês, sentir o que pensam, pedindo que escolham e me enviem interlocutores, sem que quaisquer deles tenham monopólio, ouvirei todas as vozes e não só aquela de meu partido e de minha base de apoio.
Quando o povo coloca dois milhões de pessoas nas ruas, o governante não pode ter a cegueira de ficar restrito aos seus apoiadores e assessores. Até segunda feira, submeterei ao Congresso a proposta de realização de uma constituinte exclusiva para definir o marco legal de uma revolução na política.
Antes de entrar em vigor, a proposta destes constituintes será submetida a um plebiscito, para saber se ela está de acordo com o que o povo deseja.
Determinarei também aos meus ministros uma reanálise completa das prioridades dos investimentos e gastos governamentais, não apenas para os meses que restam de meu mandato, mas também para o futuro do nosso país.
Como quem na juventude lutou como vocês por um Brasil melhor, fico entusiasmada e grata pelo fato de a história ter me colocado o desafio de presidir um país, onde 2 milhões de pessoas estão nas ruas protestando pelo acúmulo de tantos anos de erros, especialmente de meu governo.
Eleita, democraticamente, agora preciso ir além da eleição e me ajustar à vontade do povo. São desafios como estes que permitem um governante na história, não apenas como administradora da herança recebida, mas como estadista do futuro a ser construído.
Eu agradeço a vocês não apenas pelo alerta, mas, sobretudo pela chance histórica que me ofereceram. Não vou deixar de ouvi-los, não vou decepcioná-los, podem ficar certos de que dedicarei cada instante do que me resta do mandato para estar à altura do momento e de vocês.
Muito obrigada, viva a democracia, viva o Brasil que vocês querem construir”. Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF. Fonte: Blog do Noblat

Após reunião, MPL diz que Presidência é despreparada

André de Sousa, Paulo Celso Pereira e Luiza Damé, O Globo
Após o encontro de representantes do Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo e do Distrito Federal com a presidente Dilma Rousseff , nesta segunda-feira (24/06/13), líderes do movimento consideram importante a abertura do diálogo, mas disseram que o resultado da reunião não foi satisfatório e que as manifestações continuam. O MPL é um dos grupos por trás dos protestos que tomaram conta do país nos últimos dias, ao defender a redução da tarifa do transporte público.
Marcelo Hotimsky, um dos líderes do MLP, considerou a “Presidência despreparada para o debate”. As declarações de Hotimsky foram dadas antes de Dilma anunciar os cinco pactos que ela propõe para solucionar as demandas populares.”
“Eles mostraram uma incapacidade muito grande de entender a pauta do momento, falaram que vão estudar e abriram este canal de diálogo que a gente considera importante.”
Marcelo Hotimsky, um dos líderes do Movimento do Passe Livre, depois de se reunir com Dilma e seus principais assessores. Ele saiu do encontro, como disse, com a impressão de que a presidência de República é despreparada” Fonte: Blog do Noblat

 Quem quer, faz!, por Alcides Leite

Alcides Leite
Muito tem se falado a respeito dos protestos de rua que vêm ocorrendo no Brasil. Há análises para todos os gostos, mas me parece que uma coisa é consenso: a grande maioria dos manifestantes tem mostrado um profundo descrédito em relação aos políticos e às instituições públicas.
Para que este descrédito não seja capitalizado por algum líder oportunista, é necessário que aqueles que acreditam na democracia representativa se antecipem e façam as mudanças necessárias para recuperar a confiança da população brasileira.
Pode parecer difícil encontrar meios para isso, mas se as principais lideranças públicas quiserem de fato responder aos anseios do povo elas podem adotar medidas simples. Cito, assim de supetão, algumas sugestões:
-- Reduzir de 39 para 20 o número de Ministérios ou Secretarias com status de Ministério;
-- Reduzir de 30 mil para 5 mil o número de cargos de confiança no Executivo Federal;
-- Reduzir de 4 mil para 1 mil o número de funcionários do Senado. Se algum senador ou deputado quiser ter um funcionário em seu estado de origem, que pague do próprio bolso;
-- Acabar com todos os pagamentos indiretos para os congressistas. Quem quiser morar em apartamentos funcionais, o Estado oferece, quem não quiser que se vire. Quem quiser enviar correspondência para seus eleitores, quem quiser ter mais do que cinco funcionários em seu escritório em Brasília, quem quiser acompanhar a presidente em suas viagens que pague do seu próprio bolso;
-- Os Congressistas têm que trabalhar de segunda a sexta, oito horas por dia;
-- Se a presidente quiser falar com o Lula em São Paulo, que pague a passagem;
-- Publicação em uma página da internet custos detalhados da construção dos estádios da Copa, item por item para que a população possa comparar com os custos da reforma de sua casa.
Estas são apenas algumas medidas proposta por um simples professor. Os especialistas podem sugerir outras muito mais impactantes.
Quem quer fazer, faz!” -                                                Fonte: Blog do Noblat - http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

Elogios em público, reclamações longe dos microfones

O Globo
De público, governadores e prefeitos saíram da reunião com a presidente Dilma Rousseff elogiando as propostas apresentadas. Apesar de reivindicações como desonerações e subsídios para o transporte público terem sido remetidas para um grupo de trabalho, o discurso era de satisfação. Reservadamente, a avaliação foi diferente.
— A fotografia que a presidente Dilma levou só interessa a ela. Ficou com o bônus só para ela e distribuiu o bolo do ônus entre os 54 presentes — reclamou um dos governadores.

 O outono brasileiro, por Ricardo Guedes

Ricardo Guedes
Estamos no marco zero das políticas públicas.
As explosões sociais espontâneas se sucedem no país na demanda por transporte, saúde, educação, segurança, e pela falta de representatividade política da população em geral, culminando em protestos com mais de 1 milhão de pessoas em cerca de 100 cidades nesta última quinta feira e a invasão do Palácio do Itamaraty, em Brasília, com o confronto entre os manifestantes e policiais.
As recentes explosões sociais brasileiras se equivalem, em sua gênese, a outros movimentos sociais ocorridos na história, como os distúrbios sociais de Nova Iorque de 1863 por serviços públicos, o movimento dos Indignados na Espanha em 2011 contra os políticos e suas consequências na economia, e o Ocupe Wall Street em 2012 contra as instituições financeiras.
Do ponto de vista de sua espontaneidade inicial, embora com consequências por demais distintas, podem mesmo ser comparado às Primaveras Árabes e aos recentes protestos na Turquia, embora com ideologias específicas, diferentes intensidades, e distintas perspectivas.
Esses movimentos têm em comum o cansaço dos excluídos em relação aos seus governantes, na ausência de bens e produtos sociais e de conduta política que corresponda às expectativas das populações. Ganham, neste sentido, destaque na mídia mundial.
As pesquisas indicam que 80% dos participantes nas manifestações não têm identificação partidária, compatível com os resultados das pesquisas nacionais onde somente 20% apresentam identificação com partidos políticos.
Ou seja: temos nas manifestações uma amostra então crescente e representativa da população brasileira, onde 75% apoiam as manifestações. Estatisticamente, 1 milhão de pessoas representa uma amostra com margem de erro de 1/10 de 1% para o total da população de 190 milhões no pais, como movimento geral.
Na literatura das ciências sociais, alguns autores indicam que os problemas nascem na economia, se generalizam no social e se transformam no político.
No Brasil, a origem das manifestações tem por causa principal o crescimento da inflação e a falta de serviços públicos minimamente adequados na saúde, educação e transporte, contrastados com os gastos para a Copa, como denominador comum dos recentes problemas sociais.







Um comentário:

  1. Diz Beth Moura, Vitória/ES, por e-mail:
    Obrigada Thede pela matéria enviada e parabéns pela iniciativa de fazer sugestões a uma Presidente que não tem capacidade de decisão e só sabe falar "grosso" tentando fazer valer suas idéias pela intimidação.
    Estou feliz e orgulhosa desta juventude do meu Brasil, mas já estou com medo da participação dos homens do mau infiltrados no meio dos bons, muitos são traficantes mas não tenho dúvidas de que muitos também são da esquerda radical querendo desacreditar o movimento que é legítimo e corajoso.

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