ARMADILHA DO CRÉDITO:
AS FAMÍLIAS ESTÃO ENDIVIDADAS
AS FAMÍLIAS ESTÃO ENDIVIDADAS
“Crédito é igual a quinino; em pequenas
quantidades, cura. Em grandes, mata”
Mais da metade dos brasileiros
está endividada
Denuncia
a jornalista REGIAONOROESTE. (21/04/2013):
“A dívida
no cartão de crédito continua na liderança. Dos endividados, quase 77 por cento
têm dívida nessa modalidade.
Em seguida estão os carnês, depois o financiamento de carros, depois o crédito pessoal e por último, dívidas com o cheque especial.
O estudo da confederação ainda verificou que 6,7 por cento das famílias não terão condições de pagar suas contas neste mês.”
E Gabriela
Valiente,
jornalista de O Globo, diz: “O brasileiro nunca esteve tão endividado. De
acordo com o Banco Central (BC), o valor das dívidas corresponde a 43,3% da
renda das famílias no ano. É recorde histórico desde quando a autarquia começou
a registrar os dados em 2005. Nessa época, o endividamento era de apenas 18,4%
dos ganhos anuais. O dado mais recente, de abril, mostra uma alta em relação ao
mês anterior quando o indicador estava em 42,9%.Em seguida estão os carnês, depois o financiamento de carros, depois o crédito pessoal e por último, dívidas com o cheque especial.
O estudo da confederação ainda verificou que 6,7 por cento das famílias não terão condições de pagar suas contas neste mês.”
De acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, a escalada do endividamento das pessoas reflete uma alta do crédito imobiliário e isso é um bom sinal já que o financiamento de imóveis é considerado mais seguro porque tem uma garantia real. Além disso, no Brasil, esse tipo de operação financeira ainda é muito pequeno em relação ao tamanho do país”.
E
o mais grave é que o Banco Central não tem controle sobre os endividamentos
feitos diretamente com os cartões e carnês do comércio.”
Não é ser pessimista, mas os números do endividamento das famílias brasileiros é
muito preocupante; é uma bomba-relógio. O
total de endividados no país cresceu 47% em dois anos, diz o Banco Central. O ex-senador Mão
Santo da tribuna do Senado denunciou os suicídios de velhinhos no Piauí por
conta das dívidas consignadas em suas aposentadorias. Até 60 meses de prazo deram para se comprar automóveis. É uma loucura. Até ovo de páscoa é comprado em 10 parcelas R$
1,56 no cartão...
Quem mandou?
Atraídos pelo crédito farto e pelo incentivo do ex-presidente
Lula para comprar mais e “ter o seu carrinho” e “comprem, comprem”hoje 47,8%
dos brasileiros estão endividados, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada. Em Vitória/ES, por exemplo, estão tomando 187 carros por dia por
prestações atrasadas. Muitos entregam o carro e ficam devendo 70% de seu valor.
Já o programa Minha Casa minha Vida,
vejam como se parece com o esquema do Banco
Nacional da Habitação (BNH),
que foi criado pelo Regime Militar e que faliu. Foi um banco público voltado ao
financiamento e à produção de empreendimentos imobiliários. O BNH foi criado em
1964 e tinha por função a realização de
operações de crédito — sobretudo de crédito imobiliário —, bem como a gestão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Era um banco de
segunda linha, ou seja, não operava diretamente com o público, atuando por
intermédio de bancos privados e/ou públicos, e de agentes promotores, tais como
as companhias habitacionais e as companhias de água e esgoto. O banco foi
extinto em 1986 e repassado à Caixa
Econômica Federal, com um passivo monstruoso.
Com uma rapidez incrível, blocos e mais blocos estão sendo
construídos, ficam prontos e os compradores não aparecem. As famílias estão
gastando o que não pode pagar e estão construindo para quem não pode comprar...
Os consumidores brasileiros comprometem uma
fatia maior de sua renda com dívidas do que os americanos, informa reportagem de Mariana Carneiro, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível para
assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a
Folha).
Os brasileiros gastam hoje 22% do
que ganham com o pagamento de empréstimos e outros tipos de financiamento, de
acordo com o Banco Central. Os americanos comprometem cerca de 16% de sua renda
com dívidas.
Nos Estados Unidos, o desemprego e a
contração na oferta de crédito, efeitos da crise iniciada em 2008, fizeram o
peso das dívidas no orçamento das famílias diminuir nos últimos anos. No
Brasil, ocorreu o oposto. Fonte: Folha de São Paulo de 10/01/12
A
respeito, informa a jornalista CAROLINA MATOS:
“Dados do Banco Central mostram que, nos últimos cinco anos, o número de brasileiros com dívidas superiores a R$ 5 mil, considerando todos os tipos de empréstimo, saltou de 10 milhões para 25,7 milhões.
“Dados do Banco Central mostram que, nos últimos cinco anos, o número de brasileiros com dívidas superiores a R$ 5 mil, considerando todos os tipos de empréstimo, saltou de 10 milhões para 25,7 milhões.
Mas esse total pode ser muito maior,
já que não considera os cidadãos que não têm conta em banco -- cerca de metade
da população.
Na avaliação da Serasa Experian,
diante da falta de informações sobre o perfil das dívidas das famílias, e da
capacidade de pagamento, o Brasil corre sério risco de enfrentar um cenário de superendividamento.
A preocupação é a seguinte: embora
muitos dos consumidores que devem mais de R$ 5 mil possam ter esse valor dentro
do seu limite de crédito, outros tantos já estão mais endividados do que
poderiam e, portanto, com alta probabilidade de inadimplência”.
DÍVIDA X RENDA
Hoje, o volume de dívidas dos brasileiros corresponde a 39,1% da renda,
de acordo com o Banco Central.
E uma parcela de 23,8% fica comprometida mensalmente com o pagamento
dos débitos existentes. Sem detalhes sobre a qualidade das dívidas, esses
percentuais já preocupam, na avaliação da Serasa.
Nos EUA, com juros muito baixos, 17% da renda fica comprometida com
pagamento de débitos. E o volume de dívidas dos americanos chega a 128% da
renda.
Lembrando que, tanto no Brasil quanto nos EUA, os números referentes a
financiamento imobiliário entram nessa conta.
Mas, no mercado doméstico, esse tipo de crédito é só 3,5% do PIB. Já no
americano, é mais de 100%. A Serasa aponta risco de superendividamento; 39% da
renda no Brasil vão para dívidas
CRISES INEVITÁVEIS
Vejam os comentários
Pedro Paulo Silveira, diretor da Gradual Investimentos, diz que as
crises de crédito são "inevitáveis" no mundo todo, fazendo parte do
"ciclo econômico capitalista".
"Quando a economia vai bem, ter uma dívida de R$ 1.000 pode não
significar nada para um cidadão. Mas se a economia passa a ir mal e a pessoa
perde o emprego, esse endividamento se torna um problema para ela", diz.
Mas Silveira acredita que o Brasil deva continuar crescendo a taxas
elevadas nos próximos quatro anos, com aumento da classe média e possibilidade
de expansão dos empréstimos.
O crédito pessoal para consumo disparou no país desde 2002. Passou de
5,1% do PIB (Produto Interno Bruto) naquele ano para 15,2% do PIB em agosto de
2010, ainda segundo dados do BC.
Com o aumento, esse segmento de empréstimos, que exclui o crédito imobiliário, já atinge nível próximo ao dos EUA, de 16,6% do PIB em agosto de 2010.
Com o aumento, esse segmento de empréstimos, que exclui o crédito imobiliário, já atinge nível próximo ao dos EUA, de 16,6% do PIB em agosto de 2010.
Alexandre Andrade, economista da Tendências Consultoria, também
acredita que a expansão da renda dos brasileiros comporta o endividamento.
"Além do mais, os segmentos de crédito que mais têm crescido são
os que oferecem as melhores garantias aos bancos em caso de inadimplência:
financiamento de automóveis, imóveis e crédito consignado", diz.
"E é importante destacar que, no passado, carro e casa própria
eram bens que apenas uma parcela reduzida da população tinha acesso",
completa Andrade.
Reflitam com
esses
números da reportagem da jornalista Juliana Rocha da Folha de São, em
22/06/08:
“O volume de financiamentos
consignados atingiu R$ 67,5. O
financiamento, principalmente de automóveis, não é a única preocupação do BC em
torno das operações de crédito de pessoas físicas. O alerta está aceso também
para o aumento do endividamento das famílias”.
“Junto com a expansão do
crédito no país, que já chegou a R$ 1 trilhão, cresce o número de clientes de
banco com dívidas altas. O Sistema de Informações de Crédito do BC, conhecido
pela sigla SCR, mostra que, em fevereiro deste ano, 15,6 milhões de pessoas
tinham dívidas acima de R$ 5.000.
Na comparação com
dezembro de 2005, quando eram 10,6 milhões os clientes de bancos com dívida
maior de R$ 5.000, houve um crescimento de 47,17%. Em relação a junho do ano
passado, quando 13,5 milhões estavam nessa situação, houve uma alta de 15,6%.
Os dados do Banco
Central mostram que a dívida das pessoas físicas com os bancos somava R$ 442,4
bilhões em fevereiro deste ano, dos quais R$ 146 bilhões (33%) tinham prazo de
vencimento em até 180 dias e R$ 74,7 bilhões (16,8%) venciam em até 360 dias.
Além dos 15,6 milhões de
pessoas com dívidas acima de R$ 5.000, o SCR registra, sem detalhamento por
operação, todos os financiamentos. Hoje, o universo de clientes com alguma
dívida, mesmo que pequena, é de 80 milhões.
Os bancos e financeiras
têm acesso a essas informações. O sistema do BC serve não só para a autoridade
monetária acompanhar o risco do sistema de crédito, mas também para os bancos
avaliarem o risco da concessão de empréstimos para clientes que têm operações
em outras instituições.
Na média, cada cliente
tem três dívidas diferentes. Ou seja, além de financiar a casa e o carro, a
maioria das pessoas com dívidas altas faz outra operação de crédito, como o
consignado, um empréstimo pessoal ou o uso do cheque especial e do rotativo do
cartão de crédito.
Segundo o chefe do
Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro e de Gestão da Informação
do Banco Central, Cornélio Pimentel, a entidade não faz cruzamento do tamanho
da dívida das famílias com o rendimento familiar médio. Mas ele afirma
acreditar que o orçamento familiar disponível para pagar financiamentos está
próximo do limite.
Mesmo sem o cruzamento
com o rendimento familiar, chama a atenção o crescimento de 30,4% nos últimos
12 meses até fevereiro do uso do rotativo do cartão de crédito, ou seja, quando
o consumidor não paga o valor total da fatura no mês. Essa modalidade de
dívida, que atingiu volume de R$ 15,9 bilhões entre pessoas físicas, aparece em
segundo lugar na lista de financiamentos com maior taxa de crescimento no
último ano. Os juros do cartão de crédito, com os do cheque especial, são
apontados como os mais altos do mercado e são usados por pessoas que não têm
mais como pagar as dívidas.
As operações listadas no
SCR mostram que, nos últimos 12 meses até fevereiro, houve crescimento de 24,1%
no volume de financiamento de automóveis e de 25% do crédito para a compra da
casa própria. O crédito consignado aparece em primeiro lugar, com 31,9%, no
ranking dos empréstimos que mais crescem..
Pimentel afirma que 95%
dos clientes cadastrados no SCR são adimplentes, ou seja, pagam em dia as suas
obrigações. Mas é informação confidencial no Banco Central o risco apresentado
pelos clientes em cada faixa de endividamento”, conclui a jornalista Juliana
Rocha da Folha.
Quase um quarto das famílias se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão de vida ou a dar calote. Um estudo da consultoria MB Associados, com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF), do IBGE, mostra que 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal com dívidas.
Essa marca ultrapassa o limite saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vai para despesas básicas, como comida, habitação ou saúde, conforme mostra a POF. A maior parte dessas famílias superendividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E.
Na média, no entanto, o brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas, diz o estudo da MB. Esse resultado é superior à média de 22% estimada pelo Banco Central, porque inclui gastos como crediário de loja sem parceria com banco e despesa à vista no cartão de crédito.
Até ovo de páscoa foi comprado em 10 parcelas no cartão...
Na semana passada, o governo anunciou um pacote para estimular o consumo por meio do crédito, principalmente na compra de carros. Para José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB, o efeito do pacote será limitado pelo endividamento. "É um número grande de famílias que ultrapassaram o limite, por isso o nó no mercado de crédito."
26/05/12
Raquel
Landim e Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO -
Quase um quarto das famílias se endividou mais do que deveria e foi obrigado a
reduzir o padrão de vida ou a dar calote. Um estudo da consultoria MB
Associados, com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF), do IBGE,
mostra que 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal
com dívidas. Essa marca ultrapassa o limite saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vai para despesas básicas, como comida, habitação ou saúde, conforme mostra a POF. A maior parte dessas famílias superendividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E.
Na média, no entanto, o brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas, diz o estudo da MB. Esse resultado é superior à média de 22% estimada pelo Banco Central, porque inclui gastos como crediário de loja sem parceria com banco e despesa à vista no cartão de crédito.
Na semana passada, o governo anunciou um pacote para estimular o consumo por meio do crédito, principalmente na compra de carros. Para José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB, o efeito do pacote será limitado pelo endividamento. "É um número grande de famílias que ultrapassaram o limite, por isso o nó no mercado de crédito."
Nos últimos cinco anos, a expansão do crédito, com a entrada de novos consumidores, garantiu um crescimento robusto da economia. Mas, desde meados de 2011, o ritmo de concessão esfriou, à medida que a inadimplência crescia. Em abril, o calote atingiu o recorde de 7,6%.
Descontrole. Os consumidores deixaram de pagar as contas, apesar da menor taxa de desemprego da história. O economista da LCA, Wemerson França, diz que isso ocorreu porque eles comprometeram uma fatia maior da renda com dívidas. Com o corte de impostos na crise de 2008, os brasileiros compraram carro, casa, móveis e eletrônicos a prazo.
A importância do descontrole de gastos como fator de calote aparece numa pesquisa da Boa Vista Serviços, que administra o serviço de proteção ao crédito da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), feita com 1.100 inadimplentes em março. O desemprego é a principal causa do calote (38,3%), mas a fatia do descontrole de gastos subiu de 15% para 24,6%. Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, destaca que, para as famílias com renda acima de 10 salários mínimos, o descontrole de gastos aparece como o principal motivo para a inadimplência (37,3%).
Com a facilidade de crédito, ingressou no mercado de consumo quem nunca tinha comprado a prazo. Além de não estar acostumado com o crédito, esse consumidor tem uma demanda reprimida por bens duráveis. "O resultado desses dois fatores explica por que a taxa de inadimplência dos estreantes no crédito é, na média, 20% superior ao índice geral", diz Solimeo.
28/04/12
Márcia De Chiara, de O Estado de S.
Paulo
- Os brasileiros gastam R$ 194,8 bilhões por
ano com pagamento de juros de empréstimos bancários. Isso equivale a dizer que,
se todas as 54 milhões de pessoas com conta em banco hoje tivessem buscado
crédito no sistema financeiro, cada uma teria um gasto anual de R$ 3,6 mil.
Essa cifra corresponde à despesa só com juros, sem considerar a amortização do
empréstimo principal. Os dados mostram que, para as linhas analisadas, o gasto com juros cresceu 60% em três anos. Em março de 2009, a despesa anual com juros das linhas de crédito analisadas era de R$ 121,5 bilhões e, em março deste ano, atingiu R$ 194,8 bilhões. No mesmo período, o saldo das operações de crédito correspondentes cresceu 85%: de R$ 264,5 bilhões em março de 2009 para R$ 490,7 bilhões em março deste ano.
"O ritmo de aumento do gasto com juros foi menor do que o aumento do volume dos empréstimos feitos ao consumidor exclusivamente por causa da redução da taxa básica de juros, Selic, já que o spread ficou estável no período", ressalta Rodrigues.
Em março de 2009, a Selic efetiva, que é o parâmetro do custo de captação dos bancos, estava em 11,7% ao ano. Em março deste ano, era de 9,4%. A queda é de 2,3 ponto porcentual. Durante esse período, o spread, que é a diferença entre o custo de captação e de empréstimo, ficou estável em torno de 28%.
Nas últimas semanas, o governo vem pressionando os bancos privados a reduzir os juros cobrados do consumidor para impulsionar o consumo, reativar o mercado doméstico e a atividade econômica, que enfraqueceu no primeiro trimestre. A estratégia foi baixar as taxas cobradas nas linhas de crédito dos bancos oficiais (Caixa e Banco do Brasil) para acirrar a concorrência e forçar a queda dos custos dos empréstimos aos clientes.
Fabio Silveira, sócio da RC Consultores, compara o efeito atual dos juros, amarrando o consumo, com o impacto nos preços exercido pela inflação. "O Plano Real tirou o peso da inflação no mercado doméstico, que foi trocado pelos juros e impostos."
Silveira diz que, no momento atual, no qual a economia mundial deve crescer 2,5% este ano, a metade de 2011, é crucial reduzir os juros para garantir o dinamismo do mercado doméstico. "Imagina o quanto poderíamos ter crescido se não tivéssemos carregado juros elevados por quase 20 anos?", questiona.
Empréstimo consignado é armadilha, diz o jornalista Alencar Garcia de Freitas
A implantação do sistema de
empréstimo consignado que, de certa forma, tinha o objetivo principal de ajudar
aos aposentados e pensionistas endividados e negativados no SCP ou SCPC e no
SERASA, acabou se transformando em uma verdadeira armadilha.
De eventualmente ajudados
passaram a penalizados, primeiro porque comprometem tudo o que podem e, por
outro lado, viraram, muitos dos aposentados e pensionistas, vítimas dos
próprios familiares – às vezes tomam empréstimos prometendo que pagarão e não o
fazem.
Tornaram-se vítimas também de
espertalhões que, portadores de documentos e dados falsos, conseguem levantar o
tal consignado em bancos e financeiras, onerando ainda mais os já minguados
benefícios que os pobres coitados recebem, como se não bastassem os ônus
próprios da velhice, marcada com gastos por conta de planos de saúde, remédios
e compostos alimentícios.
O Governo Federal, via
Previdência, tem endurecido o quanto pode as regras de concessão do empréstimo
consignado, mas, pelo visto, não tem alcançado o êxito necessário para evitar
que aposentados e pensionistas continuem sendo garfados por pessoas da própria
família, o que é mais grave, e também por espertalhões, alguns destes se
apresentando como prepostos de bancos e financeiras, além de falsários que
descobriram esse “filé” para arrancar o dinheiro dos pobres coitados.
Como o brasileiro espertalhão
dificilmente é apanhado pelo aparelho policial, o prejuízo fica para as pessoas
de bem, no caso, os aposentados e pensionistas.
De certa forma os ludibriados
contribuem para facilitar os golpes de que são vítimas no dia a dia, porque
acreditam muito em uma boa conversa.
Existem diversas organizações que
se dizem cuidadoras de aposentados e pensionistas que, na verdade, não
funcionam como tais, pois se fizessem mesmo o que prometem já teriam criado um
serviço de inteligência e assistência para orientar melhor os que fazem parte
desse segmento social e até assessorá-los em eventuais demandas na Justiça.
Entidades desse tipo, às vezes
apenas no papel, precisam sair da teoria e prestar serviços que representem o
efetivo interesse dos seus agregados, notadamente com questões que se referem
aos chamados empréstimos consignados que, muitas vezes, não passam de perigosas
armadilhas. Alencar Garcia de Freitas é jornalista
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