domingo, 23 de dezembro de 2012

MASSACRES NOS EUA - CABEÇAS EM CHAMAS



ARMAS NOS EUA:
Cabeças em chamas, por Lucas Mendes,                     BBC Brasil

Armas! Armas! Armas! Desde o massacre em Sandy Hook, o controle de armas entrou no debate americano, mas o que estava na cabeça de Adam Lanza quando deu quatro tiros na cabeça da mãe na cama e saiu para sua chacina na escola primária?

Há 300 milhões de armas nas mãos dos americanos. Só no 23 de novembro, o das liquidações do "Black Friday", três semanas antes do massacre, foram vendidas 154.873 armas. Um recorde que quebrou os do ano passado e atrasado.

Talvez seja possível controlar venda, compra e porte de certas armas e munição, mas é impossível uma lei retroativa para confiscar o que está nas ruas.

Há dezenas de propostas, do sensato ao estapafúrdio, algumas podem vir a ser adotadas, mas vão acontecer outros massacres.
Esta praga americana jamais será reduzida a proporções inglesas, japonesas e de outros países civilizados.

Os números dos homicídios nos Estados Unidos são complicados. No sul, há o dobro de crimes do que no norte. 

Na Louisiana, o índice de homicídios é parecido com o do Brasil, 18 por 100 mil habitantes. Na Nova Inglaterra (região no nordeste que junta 6 Estados), onde houve o massacre, os números são finlandeses, perto de 3 por 100 mil habitantes.

Além do rígido controle de armas em quase todos os países avançados, há uma grande diferença entre os Estados Unidos e os outros ricos: cuidados com a saúde mental.

Em 1963, o presidente John F. Kennedy assinou o Mental Health Act, que, na prática, esvaziou os hospícios e outras instituições que cuidavam de doentes mentais. Os Estados não assumiram a responsabilidade pelos doentes como estava previsto e as seguradoras assumiram despesas mínimas.

Um em cada 17 americanos tem problemas mentais, apenas três recebem tratamentos.

Nadine Kaslow, presidente eleita da Associação de Psicólogos Americanos, tem passado os dias na televisão e rádios informando que "(síndrome de) Asperger e autismo não causam violência. Só um número reduzido de doenças mentais, em geral combinadas com algum remédio, podem provocar reações agressivas".

Dezenas de depoimentos de parentes e amigos de autistas contrariam a presidente dos psicólogos. Um deles, "Eu Sou a Mãe de Adam Lanza", já foi visto por mais de um milhão de pessoas na internet.


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