segunda-feira, 14 de maio de 2012

COMISSÃO DA VERDADE MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA


        COMISSÃO DA VERDADE
MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA

O Brasil era o único país que ainda não havia investigado os crimes praticados pelas ditaduras militares. Mas finalmente a Comissão da Verdade foi constituída e farão parte do grupo: José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique), Gilson Dipp (ministro do STJ e do TSE), Rosa Maria Cardoso da Cunha (amiga e ex-advogada de Dilma), Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República no governo Lula), Maria Rita Kehl (psicanalista), José Paulo Cavalcanti Filho (advogado e escritor), Paulo Sérgio Pinheiro (atual presidente da Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU para a Síria).

A Comissão da Verdade vai investigar e narrar violações aos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988 (que abrange o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra até a publicação da Constituição Federal). O grupo apontará, sem poder de punir, responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura e vai funcionar por dois anos. Ao final deste prazo, a Comissão deverá elaborar um relatório em que detalhará as circunstâncias das violações investigadas. 

REAÇÃO DOS MILITARES
Em fevereiro, grupos de militares da reserva reagiram contra a Comissão da Verdade. Em nota, clubes das três Forças Armadas, que representam militares fora da ativa, criticaram a presidente Dilma Rousseff por ela não ter demonstrado "desacordo" em relação a declarações de ministras e do PT sobre a ditadura militar (1964-1985).
A reclamação tratava, entre outros temas, sobre uma declaração da ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), segunda a qual a Comissão da Verdade pode levar à responsabilizações criminais de agentes públicos, a despeito da Lei da Anistia. O texto dos militares, que havia sido publicado na internet, acabou sendo retirado do ar após pressão do governo.
Dias depois, também em nota, 98 militares da reserva reafirmaram os ataques feitos por clubes militares à presidente Dilma e disseram não reconhecer autoridade no ministro da Defesa, Celso Amorim, para proibi-los de expressar opiniões. A nota, intitulada "Eles que Venham. Por Aqui Não Passarão", também atacava a Comissão da Verdade: "[A comissão é um] ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo", dizia o texto, endossado por, entre outros, 13 generais.

COMISSÃO DA VERDADE

A Comissão da Verdade não será via de mão única e certamente a presidente Dilma Rousseff,  também terá seu passado de guerrilheira investigado. Ela era responsável pelo arsenal da VAR-Palmares, organização que combateu a ditadura militar (1964-1985)
A verdade é que todos os que pegaram em armas, como ela, não o fizeram para o retorno da democracia no Brasil, mas para substituir a ditadura militar vigente na época, para implantar o comunismo no Brasil, isto é, um regime totalitário nos moldes da Rússia de Stalin, da China de Mao Tse-Tung, de Cuba de Fidel Castro, isto é, uma ditadura ainda mais terrível que a dos militares de 1964, essa é a verdade.
E Dilma era Trotskista, a corrente mais radical da Revolução Russa e a corrente do PT que está no poder é a do “Campo Majoritário” e majoritário em Russo é Bolchevique.
Diz o Deputado Fernando Gabeira, “o sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismo econômico”.

CASO DA MORTE DE MÁRIO KOSEL FILHO

A presidente Dilma certamente será chamada para explicar ao povo brasileiro como foi mesmo sua participação na morte do Mário Kosel Filho, “Agora, a exemplo do que fizeram com Lula, os marqueteiros vão tentar vender a imagem de paz e amor dessa assassina”. “Ainda assim, enquanto eu viver, não me calarei, até que todos saibam”.
Mário Kosel Filho nasceu em 6 de julho de 1949, em São Paulo. Era filho de Mário Kosel e Therezinha Vera Kosel. Fazia parte do Grupo Juventude, Amor, Fraternidade, organizado pelo Padre Silveira, da Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, no bairro de Indianópolis, juntamente com mais de 30 jovens”.
O símbolo do grupo, ironicamente idealizado por Mário, era uma rosa e um violão. Por ser muito prestativo e preocupado em ajudar as pessoas, principalmente crianças e necessitados, foi apelidado de Kuka, pelos demais participantes do grupo”.
“Mário estava com 19 anos e prestava o serviço militar. Estava incorporado na 5ª Cia. de Fuzileiros do 2º Batalhão, no 4º Regimento de Infantaria Raposo Tavares, em Quitaúna. Na madrugada de 26 de junho de 1968 estava no quartel, em serviço automóvel passa pelo local e seus ocupantes lançam sobre o automóvel acidentado uma bomba de grande poder destrutivo”.
“Mário teve morte instantânea, pedaços de seu corpo foram lançados em todas as direções. Um dos ocupantes do segundo automóvel era Dilma Rousseff”, acusa os pais de Mário Kosel Filho, Mário Kosel e Therezinha Vera Kosel.
MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA
Os crimes cometidos pelo ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra, de 71 anos, que participou ativamente da repressão nos anos 1970 e 80 contra aqueles que pegaram em armas para acabar com a ditadura militar. No livro Memórias de uma guerra suja o ex-policial contou aos repórteres Marcelo Netto e Rogério Medeiros como liquidou doze guerrilheiros e o que fez com os corpos de outros dez presos políticos mortos em sessões de tortura na Casa da Morte, em Petrópolis.
Incinerou-os na usina de açúcar Cambahyba, região de Campos, norte fluminense: David Capistrano, José Roman, Luiz Ignácio Maranhão e João Massena Melo, do PCB; Ana Rosa Kucinski e o marido Wilson Silva, da ALN; João Batista Rita, da M3G; Joaquim Pires Cerveira, da FLN; Fernando Augusto Santa Cruz e Eduardo Collier Filho, da APML.
Diz Bernardo Mello Franco, jornalista da Folha:
“Facínora, recuperado, farsante, corajoso, vilão da ditadura, herói da Comissão da Verdade.
Nos últimos dias, todas essas expressões foram usadas para descrever à Folha Cláudio Guerra, ex-delegado do Dops que afirmou, em livro, ter matado e incinerado corpos de presos políticos no regime militar (1964-1985).
Ignorado pela crônica do período, ele agora se apresenta como protagonista de episódios lendários como a Chacina da Lapa --morte de três dirigentes do PC do B no bairro paulistano, em 1976--, a morte do delegado Sérgio Fleury --um dos principais nomes da repressão-- e o atentado do Riocentro, realizado pela linha dura do regime em 1981.
O lançamento deu visibilidade nacional a um personagem que, no Espírito Santo, já é associado ao crime organizado e aos grupos de extermínio desde o fim dos anos 70.
"O nome dele impõe temor em todo o Estado", diz o procurador de Justiça Sócrates de Souza. "Durante muitos anos, ele esteve envolvido com quase todas as mortes violentas na sociedade capixaba."
Condenado a 42 anos de prisão por um atentado a bomba quando disputava o controle do bicho em Vitória, ele também é acusado de diversos assassinatos, inclusive o da ex-mulher e da cunhada, torturas, associação para o tráfico e outros crimes.
Apesar da repercussão na imprensa, "Memórias de uma Guerra Suja" (Topbooks) foi recebido com ceticismo por alguns pesquisadores e parentes de vítimas da ditadura.
Victoria Grabois, dirigente do grupo Tortura Nunca Mais no Rio, estranhou que alguém que diz ter sido tão importante tenha permanecido incógnito por décadas.
O ex-delegado nunca apareceu nas listas de torturadores divulgadas há mais de 30 anos, e ao menos dois oficiais que ele citou como cúmplices disseram que não o conhecem.
Um alto funcionário do governo federal que atua na área de anistia política afirma que é comum ex-agentes exagerarem relatos”, finaliza o jornalista na reportagem publicada na Folha de São Paulo.
A suspeita é agravada por trechos espetaculares do livro, como a suposta participação num atentado em Angola que explodiu uma rádio e matou integrantes do regime comunista em 1977.
A missão secreta teria decolado do subúrbio do Rio num Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira).
"A desconfiança é bem-vinda. Mas nós checamos todas as informações e confiamos no que ele contou", diz o jornalista Rogério Medeiros, que assina o livro-depoimento com Marcelo Netto.
O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que preside a Comissão da Verdade paulista, afirma que o testemunho pode ser útil. "Ele pode não ter sido um cinco-estrelas como está se vendendo. Mas se 1% do que diz for verdade, já é relevante."
De acordo com o Tribunal de Justiça do Espirito Santo, Guerra pode se livrar da pena em 2015, graças à idade avançada. O procurador Souza é contra o benefício.
"Ele não é um criminoso comum. Se fez tudo isso no passado, pode voltar a fazer."


Leonencio Nossa, de O Estado de S. Paulo, 03/05/12:
“No recém-lançado livro Memórias da Guerra Suja, o ex-agente policial Cláudio Guerra diz que, na condição de agente do Dops, incinerou corpos de adversários da ditadura numa usina de cana em Campos dos Goytacazes (RJ), ao longo de 1974. O depoimento é uma reviravolta na história relatada por ele mesmo. Uma biografia autorizada por ele, Guerra, o cana dura, em 1980 e 1981, destaca que o ex-agente só ingressou no Dops em setembro de 1975.
A primeira biografia foi escrita pelo jornalista Pedro Maia, que tinha acesso direto a Cláudio Guerra, um agente que se destacou na estrutura do crime organizado do Espírito Santo e na organização criminosa Scuderie Le Cocq, acusada de extermínio na Região Sudeste. “Em setembro de 1975, o já experiente delegado Cláudio Antonio Guerra foi nomeado para chefiar a temida Delegacia de Ordem Política e Social, a Dops”, escreveu Maia.
Agora, no novo livro, Guerra conta que virou “combatente dos subterrâneos da batalha contra a guerrilha no segundo semestre de 1972” e já era integrante do Dops há tempo.
O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa e o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous Damous afirmou que a seccional vai apoiar a presidenta Dilma Rousseff na criação da Comissão da Verdade. "Não podemos mais conviver com o desconhecimento, não podemos aceitar que na democracia existem noções que estão sendo empurradas para baixo do tapete. É um direito humano dar sepultura digna para aqueles que desapareceram
Cláudio Humberto 03/05/2012
O livro revela que o temido delegado Sérgio Fleury não morreu acidentalmente: foi executado por colegas, como queima de arquivo.
No livro “Memórias de Uma Guerra Suja”, publicado pela editora carioca Top Books, constam informações sobre episódios como atentado ao Riocentro, uma inacreditável ação terrorista num país africano com o apoio clandestino do governo militar brasileiro, o acidente de Zuzu Angel, os ataques à bomba em diversas redações de jornais do país e as mortes do delegado Fleury e do jornalista Baumgarten ganham novas versões na voz de um dos maiores operadores da ditadura militar:

Personagens da Comunidade de Informações citados no livro

Cláudio Guerra aponta no livro os militares, mentores da Comunidade de Informações, que usaram o aparelhamento do Estado para dizimar a esquerda armada no país. O núcleo da Comunidade de Informações da qual CLÁUDIO GUERRA participou tinha como sede o Doi-Codi da Barão de Mesquita, Rio de Janeiro: Coronel Perdigão,  Comandante Vieira,  Doutor Ney,  Coronel Juarez, o aviador, Coronel Ustra e  Coronel Paulo Malhães.

 “Um país que desconhece o seu passado perde a oportunidade de aproveitar, no presente, os acertos pretéritos. Perde também a chance de esquivar-se dos erros”.

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