Nepotismo
Judicial no ES
TJES: MÁFIA DAS SENTENÇAS
Depois de 8 anos, STJ vai
julgar denúncia de venda de sentenças no Judiciário do Espírito Santo
O ministro Francisco Falcão
pautou para 15 de agosto o julgamento da denúncia da PGR no âmbito da Operação Naufrágio,
que investigou esquema de venda de sentenças no Judiciário do Espírito Santo.
O Antagonista lembrou, na
segunda-feira, que até hoje o STJ não decidiu sobre o recebimento da denúncia,
que data de 2010 e envolve 26 acusados.
A investigação passou pelo
gabinete de Laurita Vaz, no STJ, voltou para a Justiça do Espírito Santo,
depois foi parar nas mãos de Cármen Lúcia, que a encaminhou novamente a
Laurita, antes de ser ‘herdada’ por Falcão no ano passado.
Nesse período, desembargadores
denunciados se aposentaram, um juiz (Robson Albanez) foi promovido ao TJES e um
procurador (Eliezer Siqueira de Souza) virou ouvidor do Ministério Público do
Espírito Santo. https://www.oantagonista.com/ 06/06/18
O expediente
do nepotismo no Tribunal de Justiça do Estado (TJES) custou R$ 12,7 milhões
anuais até o início da Operação Naufrágio, considerando apenas os subsídios dos
parentes de 15 dos 24 desembargadores. O custo mensal da manutenção das grandes
famílias dentro do Judiciário girou em torno de R$ 982 mil mensais. O líder de
custos do nepotismo foi o presidente afastado do TJES, desembargador Frederico
Guilherme Pimentel que, junto a 14 parentes que atuam ou atuaram no Judiciário,
consumiu R$ 133 mil. Logo em seguida aparecem os desembargadores Pedro Valls
Feu Rosa e Alemer Ferraz Moulin e Manoel Alves Rabelo, cujas famílias custaram
R$ 117 mil, R$ 98,5 mil e R$ 95 mil, respectivamente. Todos eles apresentam uma
coincidência. Além da colocação de parentes diretos, como filhos, sobrinhos e
primos na função de juiz, outros parentes ocupam assessorias jurídicas com
salários de R$ 5 a 6 mil mensais.
Os cargos e
o custo total das duas maiores famílias do TJES:
Frederico
Guilherme Pimentel (14 parentes empregados)
Roberta Schaider Pimentel (filha/escrevente juramentado - Assessor de
Nível Superior para Assuntos Jurídicos)
Dione Schaider Pimentel (filha/escrevente juramentado - Assessor de
Nível Superior para Assuntos Jurídicos)
Larissa Schaider Pimentel Cortes (filha/escrivã judiciária - Secretária
de Juízo *4ª Câmara Cível)
Giovana Pimentel Jorge (sobrinha escrevente juramentado - Assessor
Judiciário)
Paulo Roberto Shaider (enteado/oficial de Justiça)
Luiz Fernando Gomes Schaider (sobrinho da esposa/oficial de Justiça)
Frederico Luis Schaider Pimentel (filho/juiz)
Larissa Pignaton Sarcinelli Pimentel (nora/juiz)
Bárbara Pignaton Sarcinelli (irmã da nora/escrevente juramentado -
Diretoria de Distribuição)
Moacyr Caldonazzi de Figueiredo
Côrtes (genro/juiz)
Maria Nazareth Caldonazzi de
Figueiredo Côrtes Giesta (irmã de Moacyr/juiz)
José Fundão Giesta (marido da irmã de Moacyr/escrevente juramentado)
Tânia Schaider (espossa de Paulo Roberto/escrevente juramentado)
Davi Pignaton Costa (primo de Bárbara e Larissa/conciliador)
Custo total
por mês: R$ 136 mil
Alemer
Ferraz Moulin (12 parentes)
Lourenço Pierre Sardemberg Moulin (sobrinho/escrevente juramentado -
oficial judiciário)
Marcelo Jabour Carneiro (sobrinho/escrevente juramentado)
Karina Jabour Carneiro (sobrinha/escrevente juramentado)
Taisa Jabour Guimarães (sobrinha/oficial de Justiça)
Carlos Magno Moulin Lima (sobrinho/juiz)
Lisanna Lucena Guimarães dos Santos Moulin (sobrinha/oficial de Justiça)
Tatiana Oliveira Jabour (sobrinha/oficial de Justiça)
Bruno Giurizzatto Moulin (grau de parentesco desconhecido/oficial de
Justiça)
Denise Moulin Silva (grau de parentesco desconhecido/escrevente
juramentado)
Maria de Fátima Lugon Moulin (grau de parentesco desconhecido/técnico
judiciário)
Flávio Jabour Moulin (filho/juiz)
Suely Fernandes Jabour Moulin (esposa/Assessor de Nível Superior de
Gabinete)
Cristine Furtado Moulin (nora/Assessor de Nível Superior de Gabinete)
OPERAÇÃO
NAUFRÁGIO
Supremo manda processo da Operação
Naufrágio ao STJ - STF negou recurso em julgamento ocorrido na quarta-feira
(29).
Operação foi deflagrada em 2008 para apurar venda de sentenças no TJ-ES.
Do G1 ES, com
informações de A Gazeta
A 2ª
Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão de enviar os autos da
Operação Naufrágio, deflagrada no Espírito Santo em 2008,
para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), após negar um recurso, o agravo
regimental. O julgamento ocorreu na quarta-feira (29).
Realizada pela Polícia Federal, Operação
Naufrágio foi deflagrada em dezembro de 2008 para apurar um suposto esquema de
venda de sentenças em troca de vantagens pessoais no Tribunal de Justiça do Espírito Santo
(TJ-ES).Foram denunciadas 26 pessoas, entre elas quatro desembargadores, quatro juízes, seis advogados, um procurador de Justiça do Ministério Público Estadual, dois empresários, um ex-prefeito e ex-servidores do TJ-ES.
No final de 2014, a ministra Cármen Lúcia, relatora do caso no STF, já havia decidido mandar os autos para o STJ. Isso ocorreu após a promoção do juiz Robson Albanez, denunciado na operação, a desembargador. O foro para julgamento de desembargadores é o STJ.
O recurso contra a ida dos autos para a outra Corte foi interposto pelo advogado Raphael Câmara, que defende o desembargador aposentado Elpídio Duque. Para Câmara, a promoção de Albanez a desembargador não deveria interferir no julgamento.
“Os autos não foram para o STF devido ao foro dos envolvidos, mas sim porque houve a suspeição de parte dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Além disso, STF já firmou a própria competência”, afirmou Câmara.
Assim que acessar o inteiro teor da decisão da 2ª Turma, o advogado vai avaliar se apresenta embargos de declaração, mais um recurso contra a ida dos autos para o STJ.
A denúncia contra as 26 pessoas foi apresentada em 2010, mas ainda não foi aceita. A indefinição do foro, ou seja, do local em que o julgamento deve ocorrer, é o que mais tem contribuído para o atraso.
O caso começou no próprio STJ, para onde agora deve voltar, passou pelo TJ-ES e pela mais alta Corte do país, o STF. Quando o andamento continuar, possivelmente no STJ, a expectativa é de mais demora. “Mesmo que tramitasse na primeira instância, seria lento. Tem que dar prazo para ouvir as defesas de todos e ouvir o Ministério Público, por exemplo”, avaliou Raphael Câmara.Edição do dia 30/06/2011
Juiz afastado na Operação
Naufrágio tem pedido negado na OAB do ES
Sessão aconteceu nesta quarta-feira (29) e
teve 34 votos.
Frederico Schaider Pimentel não gostou da decisão.
Frederico Schaider Pimentel não gostou da decisão.
O
juiz afastado após a Operação Naufrágio Frederico Schaider Pimentel tentou se
inscrever na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo (OAB/ES),
para trabalhar como advogado, mas o pedido foi negado. A operação foi
deflagrada em 2008 e descobriu com um esquema de venda de sentenças no
judiciário capixaba.
A
sessão aconteceu nesta quarta-feira (29), teve a duração de 1h30 e, no total,
teve 34 votos. O ex-juiz, Frederico Schaider Pimentel, não gostou da decisão.
Para presidente da OAB/ES, Homero Mafra, o conselho agiu corretamente. "Se
não serve para a Justiça, não serve para a advocacia", afirmou Mafra.
Entenda
o Caso
Frederico Luís Schaider Pimentel foi demitido do cargo de juiz em processo disciplinar, após a Operação Naufrágio, deflagrada em 2008 com a descoberta de um esquema de venda de sentenças, em troca de vantagens pessoais no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). O Ministério Público Federal (MPF), com base nas investigações, denunciou 26 pessoas, entre elas quatro desembargadores, quatro juízes, seis advogados, um procurador de Justiça do Ministério Público Estadual, dois empresários, um ex-prefeito e ex - servidores do TJES.
Frederico Luís Schaider Pimentel foi demitido do cargo de juiz em processo disciplinar, após a Operação Naufrágio, deflagrada em 2008 com a descoberta de um esquema de venda de sentenças, em troca de vantagens pessoais no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). O Ministério Público Federal (MPF), com base nas investigações, denunciou 26 pessoas, entre elas quatro desembargadores, quatro juízes, seis advogados, um procurador de Justiça do Ministério Público Estadual, dois empresários, um ex-prefeito e ex - servidores do TJES.
No
dia 9 de dezembro de 2008, foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ) sete mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão. As
investigações da Operação Naufrágio começaram a partir da Operação Titanic, da
Polícia Federal, que apurava crimes de evasão de divisas e sonegação fiscal,
entre outros. A Naufrágio prendeu os desembargadores Frederico Guilherme
Pimentel, Elpídio José Duque (aposentado) e Josenider Varejão Tavares.
Também
foram presos o juiz Frederico Schaider Pimentel, filho de Frederico Pimentel, o
advogado Paulo Duque, filho de Elpídio, o também advogado Pedro Celso Pereira e
a ex-diretora de Distribuição do Tribunal de Justiça Bárbara Sarcinelli.
Os
desembargadores foram afastados do cargo no dia 18 de dezembro por determinação
do Pleno do Tribunal. O afastamento foi renovado pelo Pleno em 2009. Depois de
436 dias, desde a operação ser deflagrada, o Ministério Público Federal
concluiu as investigações e formalizou a denúncia contra as 26 pessoas.
O crime organizado no ES chegou a mandou matar o juiz
Alexandre Martins de Castro Filho, assassinado em 24 de março de 2003, tendo como suspeito
de mandante, entre outros, o Juiz Leopoldo Teixeira, o que chocou e revoltou a
população capixaba, e que também repercutiu em âmbito nacional, provocando uma
série de manifestações, das quais participaram autoridades, empresários,
professores, alunos e a sociedade em geral.Alexandre estava à frente de investigações relacionadas ao crime organizado no estado.
E o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos que
atuava ao lado de Alexandre Martins vive até hoje (2017) ameaçado de morte e
cercado por seguranças até hoje.