quarta-feira, 21 de novembro de 2012

BRASIL: RISCO DE COLVULSÃO SOCIAL





GUERRA CIVIL URBANA:
RISCO DE CONVULSÃO SOCIAL

        
                        THEODIANO BASTOS

A ameaça vem das periferias
O teólogo Leonardo Boff já advertia em 2006, conforme disse em seu artigo “A Verdadeiro Guerra das Civilizações” e em seu livro "Planeta Favela"(2006), no qual apresenta uma pesquisa minuciosa sobre a favelização que está ocorrendo aceleradamente por todas as partes, para afirmar que a guerra de civilizações se dará entre a cidade organizada e a multidão de favelas do mundo”.
Isso é assustador. Na periferia das grandes cidades brasileiras têm  milhões e milhões de adolescentes entre 13 a 16 anos, que não estudam nem trabalham, de famílias desestruturadas e sem nenhuma expectativa de vida, prontos para serem mobilizados para a prática de todo tipo de crime, como incendiar ônibus, matar policiais e principalmente traficar drogas. 

RISCO DE CONVULSÃO SOCIAL  
O presidente do Senado, José Sarney, disse nesta segunda (19/11/12) que o crime de homicídio está banalizado. Para ele, é preciso alterar a atual legislação penal para que os criminosos parem de responder a este tipo de delito em liberdade. “No Brasil está acontecendo uma coisa terrível, que é realmente a banalização do crime de homicídio. A vida desapareceu como bem maior do ser humano”, disse Sarney. Ele defendeu o aumento de rigor na coibição de crimes de homicídio em suas várias formas e pediu aos colegas a aprovação do Projeto de Lei que traz essa mudança. “Temos a pior do mundo estatística, enquanto ocupamos o primeiro lugar com a terceira população do mundo e temos 12% de todos os homicídios. Isso já significa nossa posição”, justificou.

Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho disse nesta terça-feira que a onda de violência na Grande São Paulo mata mais gente que o conflito na Palestina.
"Ontem (segunda-feira) a gente estava alarmado com os mortos na Palestina e as estatísticas mostram que só na Grande São Paulo você tem mais gente perdida, assassinada, do que num ataque nesses. A gente tem de ter consciência disso", disse o ministro a jornalistas, após participar de cerimônia de instalação da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, no Palácio do Planalto

 Mônica Bergano,  Folha de São Paulo(21/11/12), diz:
“A cada 9 minutos e 48 segundos uma pessoa é assassinada no Brasil. É o "cronômetro" mais acelerado entre os dez países de maior PIB do mundo. Nos EUA é registrada uma morte a cada 34 minutos; no Japão, uma a cada 813 minutos e no Canadá, uma a cada 861 minutos.
ESCALADA O ranking foi feito pelo IAB (Instituto Avante Brasil), dirigido pelo jurista Luiz Flávio Gomes, com base em dados do Ministério da Saúde e da ONU. O Brasil, que ocupa a 20ª posição no ranking mundial da violência, deve fechar o ano com 53,8 mil homicídios, de acordo com projeção do instituto. Ou 27 por grupo de 100 mil habitantes.
ESCALADA 2 Nos números das dez maiores economias do mundo projetados e compilados pelo IAB, a Rússia, que aparece na 67ª posição mundial de violência, registra 11 homicídios por grupo de 100 mil habitantes.
AINDA PIOR E a cada 11 minutos e 21 segundos uma morte é registrada no trânsito brasileiro. 

Já Luiz O. Coimbra, O Globo (28/11/12), diz: “A onda de homicídios em São Paulo, os desaparecimentos forçados de pessoas em Goiás, as mortes violentas no Peru, a explosão dos assassinatos na América Central e a matança cotidiana dos cartéis mexicanos são parte de um mesmo fenômeno: o crime organizado.
Nosso continente está infestado por quadrilhas armadas, narcotraficantes, milícias, sequestradores, assassinos por encomenda e exploradores do tráfico de pessoas.
Mas o reconhecimento deste quadro, que poderia facilitar uma resposta coordenada dos Estados, carece de confirmação oficial. Como medir a ação do crime organizado?
O governo do México informou que 150.000 pessoas morrem todos os anos, nas Américas, vítimas da violência mafiosa. O Relatório de Segurança Cidadã nas Américas 2012, publicado pelo Observatório de Segurança Hemisférica da OEA, faz coro com documentos da ONU e do Banco Mundial, responsabilizando a delinquência organizada pela escalada de violência nas Américas.
Os indicadores de homicídios no Brasil apresentam altas taxas de assassinatos de homens, jovens, com a utilização de armas de fogo: quadro típico dos perfis de mortalidade do crime organizado.
Já os dados do Ministério da Justiça indicam uma queda na taxa de homicídios por 100.000 habitantes entre 2000 (26,5) e 2010 (21). O Ministério da Saúde apresenta dados divergentes.
O Anuário de Segurança Pública 2011, editado com o apoio oficial, afirma que a comparação das fontes estatísticas de segurança pública e saúde é a principal forma de controlar a confiabilidade. O Anuário recomenda cautela na análise, pois “as polícias estaduais nem sempre oferecem dados completos”.
É importante notar que o debate sobre dados sobre violência dos setores de saúde e Justiça é antigo. Para calcular as mortes violentas, o Ministério da Saúde faz a coleta das declarações de óbito nos hospitais e institutos de medicina legal. Nestes casos, cabe ao médico decidir sobre a causa básica da morte e atribuir a ela o código correspondente da Classificação Internacional das Doenças (CID-10).
Este sistema vem sendo aprimorado, mas ainda enfrenta problemas de cobertura e qualidade dos dados. Os registros de morte sem causas definidas e os cemitérios clandestinos, onde as vítimas são enterradas sem registro, são problemas para a medição”.

Renato Onofre, O Globo, (27/11/12) diz:
Que a cidade de Salvador que registrou 25 homicídios em apenas 72 horas no último fim de semana, de acordo com levantamento feito pelo GLOBO, Salvador vive há mais de dez anos uma explosão nos números de violência. Segundo o Mapa da Violência, do Instituto Sangari, em 2000, a capital baiana estava entre as três capitais com menores taxas de homicídios do país. Naquele ano, Salvador registrou 12,9 homicídios por cem mil habitantes.
Em 2010, Salvador registrava 69 homicídios por cem mil habitantes, um aumento de cinco vezes, pulando para a quarta colocação no ranking das capitais mais violentas, atrás apenas de Maceió, João Pessoa e Vitória. Hoje, Salvador tem a taxa de homicídios de 61 por cem mil habitantes, cinco vezes mais do que estabelece as Organizações das Nações Unidas (ONU) como suportável para grandes cidades: de 12 por 100 mil.
Para o professor Eduardo Paes Machado, especialista em Sociologia do Crime, Vitimização, Violência Relacionada ao Trabalho e Segurança Pública da Universidade Federal da Bahia, a perda da autoridade do estado no setor de segurança pública é uma das causas do aumento da violência.
O crescimento da criminalidade se deve à ineficácia do sistema de contenção da violência. O modelo de combate está falido. Tem que haver uma nova engenharia jurídico-policial para acabar com essa espiral de violência. A política de retaliação não funciona mais. Antes, o aumento de contingente policial nas ruas bastava para reduzir a onda de violência. Hoje, não. O que vemos é o estado se igualando aos bandidos, partindo para a retaliação.

Em 31/10/12 o taxista que nos levou ao aeroporto, que se disse policial, em conversa sobre o aumento da violência em Salvador,  ao ser informado que Em Vitória adolescentes, a mando dos bandidos, tatuam no corpo a figura de um palhaço que “simboliza matador de policial”, disse: “aqui na Bahia  quem matar um policial morre” 

Luis Nassif, diz em (19/06/2012):  
... ”Mas são exatamente estes efeitos colaterais sentidos na sociedade que mais importam, porque, mesmo com a recuperação recente das economias destes países, o déficit social foi tão grande durante todo este período que se enraizou em suas sociedades as formas mais diversas de problemas sociais: além do desemprego que continua sendo um grande problema, outras formas mascaradas de desemprego, subemprego ou ocupações vulneráveis se tornaram insolucionáveis nestes países, além da criminalidade, da pobreza e da miséria que alimentam outros tantos vícios sociais.
A questão é que nos países latino-americanos, secularmente compelidos a conviver com estas questões, o tecido social não se dilacerou por conta de conflitos e guerras civis. Não se pode dizer o mesmo das sociedades européias. Lembrando as palavras de Robert Castel: a questão não é saber se estas sociedades vão ou não mergulhar numa profunda convulsão social, com conflitos desagregadores, mas o limite a partir do qual elas começarão a mergulhar em tais conflitos.
A desintegração social nalguns países da Europa manifesta-se pelo caos criado pelos jovens e não jovens, de vez em quando, tal como as pragas que se manifestam virulentamente e de repente desaparecem sem deixar vestígios.
A sociedade europeia CE não está preparada para viver em convulsão social, como acontece nalguns países deste mundo. Assim quando sofre impactos sociais como o da Noruega e o do Reino Unido, fica perplexa e com as populações indígenas sem perceberem o contexto.
Se vivessem no Iraque, no Paquistão, na África do Sul, na Nigéria, estes ingleses percebiam melhor estas ondas oportunistas, de destruição e roubo.
Esta situação de guerrilha urbana em Londres e arredores, só nos mostra que a entropia social é o estado para o qual a sociedade tende naturalmente, se não existirem valores bem definidos e comuns em toda a população de uma nação.
O gozo e o poder que se sente quando se destrui os bens dos outros é catártico e psicanaliticamente dominante.

O QUE FAZER?
A situação é de emergência e exige medidas urgentes para conter a desintegração social do Brasil.
Daí a necessidade de se acionar o Ministério da Justiça, o Poder Judiciário, a Câmara e o Senado e o Ministério Público, para que seja enviado ao Congresso Nacional um Conjunto de leis emergenciais, com validade de 10 anos, a serem votadas em caráter de urgência visando a segurança pública, como sejam:
1 - Drástica revisão no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, com a redução da idade penal para 16 pois não é aceitável que um pivetão de 17 anos e 11 meses possa matar, estuprar e pouco tempo depois estará livre com a ficha limpa
2 - Construção de Colônias agrícolas, que atualmente não podem ser construídas porque os presos têm de ficar perto de sua família.
3 - Unificação das polícias Civil e Militar.
4 - Dado a gravidade do quadro da situação, não se deve ter constrangimento em enquadrar na LSN – Lei de Segurança Nacional quem queimar ônibus, sabotar instalações de comunicação, energia e transporte.
5 - Quem matar um policial será punido com 30 anos de prisão, sem direito a progressão da pena ou outros direitos.  

Nota: Este texto foi encaminhado para a Presidenta Dilma Rousselff e está no    theodianobastos.blogspot.com

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

VALÉRIO PAGOU ADVOGADO DO CASO CELSO DANIEL



CASO CELSO DANIEL

Valério pagou advogado do PT no caso Santo André

     
   Segundo a Agência Estado do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, 
“foi o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza quem pagou os honorários dos advogados de defesa que atuaram pelo PT no episódio do assassinato do prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002. O presidente do diretório do partido em São Paulo, Paulo Frateschi, contratou para atuar no caso o escritório Junqueira Alvarenga e Fonseca Advogados S/C. A banca tem o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira como sócio majoritário.
  
   A informação consta da lista fornecida pela diretora-financeira da SMPB Comunicações Ltda., Simone Vasconcelos. Ela confirmou o pagamento de R$ R$ 545 mil ao escritório de advocacia. A quantia foi paga em quatro prestações, mas o PT ainda ficou devendo R$ 50 mil.
  
   Os advogados do escritório se disseram surpreendidos com o fato de a fonte pagadora ter sido a agência de publicidade de Marcos Valério. ´Era o boy quem recebia os pagamentos, cujo o valor foi acertado em contrato entre o escritório e o Diretório Regional do PT´, disse um deles. ´Nós imaginávamos que o dinheiro era oriundo do PT´, informou outro sócio.
  
   Na proposta de honorários, apresentada no dia 3 de setembro de 2002, o escritório e o PT acertaram os termos de um acordo de consultoria jurídica. Em um dos pontos, a proposta diz que o escritório representará o PT ´especialmente para atuar em medidas judiciais e extrajudiciais necessárias para proteger a boa imagem do partido, em face das ações do Ministério Público do Estado de São Paulo, quer no âmbito penal, quer no âmbito cível (ações de improbidade administrativa), relativamente à comarca paulista de Santo André´. Daniel era prefeito da cidade quando foi seqüestrado em 18 de janeiro de 2002 e encontrado morto em 20 de janeiro de 2002.
  
   Além disso, o PT acertou que o escritório de advocacia teria também de ´tomar conhecimento das ações judiciais já existentes e dos procedimentos administrativos instaurados no âmbito do Ministério Público, sugerindo medidas judiciais e extrajudiciais.´ Na mesma proposta, ficou firmado que caberia ao advogado Aristides Junqueira tratar pessoalmente da defesa do PT.
  
   Mas o PT não pagou nada. A fonte pagadora foi mesmo o empresário Marcos Valério. Ainda assim, o PT acrescentou informalmente ao mesmo contrato as defesas do ex-tesoureiro Delúbio Soares, do ex-presidente do PT José Genoino, do ex-ministro Olívio Dutra, da senadora Emília Fernandes e do deputado João Alfredo (PT-CE), todos petistas ilustres que tiveram questões judiciais e foram representados pelo escritório do ex-procurador Aristides Junqueira.
  
   Há pouco mais de um mês o escritório do ex-procurador abandonou a defesa de Delúbio Soares e de toda a cúpula do PT envolvida no esquema do mensalão. Na ocasião, Junqueira disse estar deixando a defesa porque um dos seus sócios, José Roberto Santoro, que além de advogado é subprocurador licenciado, teria demonstrado seu desconforto com o fato.
  
   Foi ele quem denunciou o caso Waldomiro Diniz e acabou sendo acusado de perseguir o PT e o ex-ministro José Dirceu por questões políticas. Ontem, descobriu-se que o ex-procurador tinha ainda outras razões: Marcos Valério como pagador das contas do PT”.
  
   

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

DIRCEU, DELÚBIO E GENUÍNO SÃO CONDENADOS




“O mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”, segundo a definição do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.                               O mensalão, (Ação 470), era mesmo um sofisticado esquema criminoso. Tinha três núcleos: o político, o operacional e o financeiro.

A definição das penas do núcleo político petista está sendo vista, e não só no estrangeiro, como demonstração de que o tempo da impunidade de ricos e poderosos está ficando para trás. Não creio que a corrupção desaparecerá da nossa vida política, mas o julgamento do mensalão pode ser o início de um processo que transformará a corrupção política em jogo de alto risco. A certeza da punição se encarregará de refrear o apetite com que hoje políticos de todos os partidos se jogam na corrupção, na certeza de que nada lhes acontecerá.


Da mesma forma, os chamados “crimes do colarinho-branco” têm nas decisões do STF caminhos mais claros para serem punidos, com a jurisprudência que ficará sobre lavagem de dinheiro ou formação de quadrilha, por exemplo, sem falar na famosa teoria “do domínio do fato”, que, com base em provas testemunhais e indiciárias, pode ser usada com mais frequência em crimes em que o mandante não costuma deixar rastros visíveis.

Decisão do STF deixa Dirceu inelegível até 2031

A inelegibilidade decorre da aplicação da Lei da Ficha Limpa (135/2010). Sancionada em 2010, essa lei prevê inelegibilidade de oito anos para os condenados por órgãos colegiados. Anota que o prazo começa a ser contado após o cumprimento da pena.

O STF anunciou nesta segunda-feira a pena de dez anos e dez meses de prisão para o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, mais multa de R$ 676 mil. Ele foi condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa.
Homem forte do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu ainda goza de prestígio no partido e deve continuar influente, mesmo após a condenação, de acordo com analistas.
“Ele com certeza vai continuar influente. Se estiver dentro da cadeia, ele dá as ligações dele de lá”, diz o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB). “Estou convencido de que se alguém desse esquema for preso, eles vão continuar com os esquemas dentro da cadeia.”
Para o cientista político Matthew Taylor, da American University, em Washington (EUA), Dirceu ainda é um político muito influente, "capaz de continuar a operar, apesar de ter sido condenado no mais alto tribunal do país por alguns atos bem sujos".
O ex-presidente do PT José Genoíno foi sentenciado a seis anos e 11 meses e multa de R$ 468 mil. O ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, também foi condenado.

O escândalo de corrupção descoberto em 2005 levou à condenação, no mês passado, de 25 dos 37 réus do processo, incluindo Dirceu e outros dois outros membros do Primeiro escalão do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno e Delúbio Soares, ex-presidente e ex-tesoureiro do partido, respectivamente.

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi condenado a 8 anos e 11 meses de prisão por seu envolvimento no mensalão, decidiu nesta segunda-feira o Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-tesoureiro do PT também terá que pagar R$ 325 mil.

Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT, havia aceitado um carro da marca Land Rover de presente da empreiteira GDK. A empresa tinha contratos com a Petrobras. Escapou do julgamento do mensação graças ao acordo com o Justiça que lhe permitiu cumprir uma pena alternativa e hoje é um próspero empresário e tendo a Petrobras como patrocinadoras de seus eventos...

O empresário Marcos Valério, chefe operacional do esquema, foi condenado a mais de 40 anos de reclusão; os seus dois ex-sócios, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, a 29 anos e a quase 26 anos, respetivamente; e a sua ex-funcionária Simone Vasconcelos a mais de 12 anos. As penas podem ainda ser alteradas até a conclusão do processo. Ele também foi condenado a pagar quase de R$ 3 milhões em multas.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal definiram uma pena inicial de 14 anos para Ramon Hollerbach, ex-sócio do publicitário Marcos Valério, considerado o operador do esquema de compra de apoio político que ficou conhecido como mensalão. Ele também deverá pagar um multa de R$ 1,634 milhão.

A ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello, do núcleo financeiro do esquema, foi condenada nesta segunda-feira a 16 anos e oito meses de prisão, o que significa que a pena será cumprida inicialmente em regime fechado. Ela foi a primeira integrante do núcleo financeiro do mensalão a ter as penas decididas pelos ministros do Supremo, para os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Kátia, a primeira banqueira condenada pelo STF, também terá de pagar multa de R$ 1,5 milhão.

“Estamos a tratar de uma grande organização criminosa”, disse o Ministro Celso de Mello (STF) sobre os mensaleiros que atuavam à sombra do poder. O que se viu, então, é que os ministros do Supremo — a maioria nomeada por governos petistas, (7 dos 10 atuais ministros) e com a indicação de Teori Albino Zavascki, para substituir Cezar Peluso, aposentado compulsoriamente aos 70 anos em 20/08/12, o STF volta a ter 8 dos 11 ministros indicados pela República Sindical.
 
Como dirigentes partidários ousam suspeitar da isenção de uma Corte cujos membros em sua maioria foram indicados por Lula e Dilma e que, portanto, não têm qualquer razão para lhes ser deliberadamente hostis?
Os juízes do STF não julgaram um caso comum, mas um estratagema golpista devotado a esvaziar de conteúdo substantivo a democracia brasileira. Segundo o Dep. Fernando Gabeira, ex-petista: “o sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismo econômico”.  Isto é, partido único, sem liberdade de pensamento nem imprensa livre, em que crítica ao governo é considerado delito de opinião etc.  



E sobre a nota do PT contra o STF e imprensa, diz Merval Pereira, de O Globo: “Sob um verniz de defesa da liberdade de expressão, a nota não passa de mero pretexto para mais uma vez tentar desqualificar o Supremo Tribunal Federal e a liberdade de imprensa, dois dos principais obstáculos à dominação total dos mecanismos democráticos do Estado pretendida pelo PT, na busca de uma democracia apenas formal, como as dos vizinhos “bolivarianos” aos quais o PT dedica seus melhores apoios”.
 
No julgamento do STF, onde a farsa do mensalão foi desmontada, o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF (que chegou a ser candidato a deputado pelo PT em Sergipe, mas não se elegeu!), em seu voto condenatório do mensalão e de José Dirceu, Delúbio Soares e José Genuíno disse:

“Um projeto de poder foi arquitetado, que vai muito além de quadriênio quadruplicado. É continuísmo governamental. Golpe, portanto, nesse conteúdo da democracia, que é o republicanismo, que postula renovação dos quadros de dirigentes”.