BODAS DE ESMERALDA
E O SEGREDO DO CASAMENTO
Theodiano
Bastos
“Todas as
famílias felizes são parecidas; as infelizes são infelizes cada uma a sua
maneira”. Fiódor Dostoiévski
Aos
74 anos, emocionado com as comemorações dos 50 anos de casamento, Bodas de OURO (Em 06/08/16 comemorou as Bodas de Esmeralda) vejo passar rapidamente na tela todas as lembranças da
vida, lembranças de até quando tinha dois de idade, como num reverse de um
filme. A quantas Tempestades terríveis e
Provações tivemos de vencer ao longo dos 55 anos de caminhada!
COMO NOS ENCONTRAMOS
Foi em 1961 que nos conhecemos no horário
de recreio do Colégio Central Estadual da Bahia, sentados numa mureta. Quando a
vi tive uma sensação de reencontro, ela estava com outra colega de nome Ivone.
Perguntei por seu nome e quando ela disse que chamava Maria do Carmo, abri a
minha mão esquerda e lhe mostrei o M que tenho e disse que me casaria com uma
Maria e cinco meses depois estávamos casados. Naquela época, década de 50, não havia salas mistas; tinha salas só das
moças e outras somente para os rapazes e por isso moças e rapazes só se viam
nos recreios.
Com seis anos de casamento já tínhamos os
quatro filhos e hoje a Família tem dezessete membros; dois casais de filhos,
sete netos (três netas e quatro netos), duas noras e dois genros.
A vida a dois não é fácil, porquanto todos
nós temos o lado da sombra, isto é, o segundo eu de todos nós. Há o eu
idealizado, a personagem no teatro da vida e o eu real que existe atrás da
máscara e que se vai descobrindo na convivência. E as heranças genéticas e
psíquicas dos pais. Na verdade é a convivência de seis personalidades. Somos
diferentes, mas com facetas iguais que nos unem e diferentes que nos completam.
Hoje estamos comemorando 55 anos de
casamento, mas nada temos a ensinar, mas alertamos para a crise dos sete anos,
ela existe e todos os casais devem estar preparados para superá-la. E casamento
para durar, um tem de ser a criatura e o outro o que atura e aí se vai
revezando para não virar sadomasoquismo. É preciso muito AMOR, TOLERÂNCIA, COMPREENSÃO,
PACIÊNCIA, PACIÊNCIA, MUITO DIÁLOGO E DETERMINAÇÃO EM MANTER A FAMÍLIA
CONSTITUÍDA
Hoje,
infelizmente, casamentos não são mais feitos para durar. As insatisfações do
cotidiano tornam-se fardos insuportáveis...
O que
C.G. Jung explica no seu livro ‘O Eu e o Inconsciente’ como a identificação
inconsciente da Anima, o lado feminino no homem na moça e esta, por sua vez,
encontra sua Animus, seu lado masculino no homem. Como era norma naquela época
para as moças de família, Lila (para os íntimos), casou-se virgem aos 22 anos.
Foi uma bênção encontrar essa companheira de vida. Não agüentava mais viver
sempre mudando de pensionatos, cada um pior que o outro. Queria ter um lar e
uma família e consegui realizar com êxito esses objetivos.
O Jornal Nacional do Natal do dia 25/12/15, mostrou o
exemplo mais lindo e edificante: o casal Oswaldo
e Rosalina Blois, de 98 anos, estão juntos há 80 natais, sem perder o bom humor e a
amizade. Eles se conheceram em 1935 no Rio de Janeiro Oitenta anos depois, dona Rosalina ainda ri
das piadas do seu Oswaldo. Eles tinham 18 anos quando se casaram e estão juntos
até hoje. Rosalina teve o primeiro filho aos 19 anos.
Jânio Quadros sobre
seu casamento com dona Eloá: “Eu me virei para um amigo que estava na minha
companhia e lhe disse apenas: vou casar com esta moça. Desci, conheci-a, nosso
namoro foi rápido, o noivado mais rápido ainda, cinco meses e casamos. Já nem
sei há quanto tempo tenho estado casado. Porque me parece que já nasci
casado.Eloá foi sempre muito bonitinha, mas muito bonitinha mesmo e conservou
os traços de beleza até o fim da vida, embora os cabelos inteiramente brancos.
Não envelheceu no rosto, só nos cabelos. Eloá foi sempre disciplinada,
ordenada, uma excelente dona-de-casa. Ela sabia bordar, tecer e tocava piano
muito bem, além de ter uma excelente conversa”. Fonte: Nelson Valente, biógrafo
de Jânio.
— Eu
invejo esses relatos, diz J.R.S, mas no meu caso tenho a dizer que apenas
sobrevivi a três casamentos.Lila, como carinhosamente a chamamos, continua aos
74 anos com seu sorriso encantador, mantendo a beleza e o corpo bonito, sem ter
feito nenhuma cirurgia plástica, sem celulite, estrias, gordurinhas
localizadas.
Ana Paula, esposa de Pimenta da Veiga,
candidato a governador de Minas em 2014:Há 25 anos, namoramos cinco meses e
logo ficamos juntos. Temos dois filhos (João Neto, de 22 anos, e Pedro, de 20).
Também o Paulinho, dono da churrascaria e
hotel Boi na Brasa em Nanuque/MG, diz:
Há 30 anos quando
vi Zenilda lhe disse: quer se casar comigo? Ela ficou assustada. Namoramos
apenas cinco meses e logo nos casamos. Temos dois filhos e somos muito
felizes.
Com
seis anos de casamento já tínhamos os quatro filhos e hoje a Família tem
dezessete membros; dois casais de filhos, sete netos (três netas e quatro
netos), duas noras e dois genros.
A
vida a dois não é fácil, porquanto todos nós temos o lado da sombra, isto é, o
segundo eu de todos nós. Há o eu idealizado, a personagem no teatro da vida e o
eu real que existe atrás da máscara e que se vai descobrindo na convivência. E
as heranças genéticas e psíquicas dos pais. Na verdade é a convivência de seis
personalidades. Somos diferentes, mas com facetas iguais que nos unem e
diferentes que nos completam, almas que se completam. Nada temos a ensinar, mas
alertamos para a crise dos sete anos, ela existe e todos os casais devem estar
preparados para superá-la. E casamento para durar, um tem de ser a criatura e o
outro o que atura e aí se vai revezando para não virar sadomasoquismo. É preciso
muito AMOR, TOLERÂNCIA, COMPREENSÃO, PACIÊNCIA, PACIÊNCIA, MUITO DIÁLOGO E
DETERMINAÇÃO EM MANTER A FAMÍLIA CONSTITUÍDA
55 ANOS DE
CASAMENTO (2015)
Maria
do Carmo Freire Bastos
É bonita a minha
história de vida, com dezessete pessoas na Família. Começamos com os dois e
formamos uma grande família com a Graça Divina, Obrigada ó DEUS. Eu Te amo,
Pai!
Ao encontrar THEDE,
por trás do óculos Rayban não pude deixar de notar seus olhos castanhos claros
que claramente dançavam ...
Bonito, alto,
cabelos pretos bronzeado na praia de Itapoã e do Porto da Barra, Salvador. Ao
terminar as aulas me acompanhava até o Pensionato de Dona Neném. No lindo
Jardim dos Barris, marcávamos encontros, descobrimos que tínhamos a mesma
preocupação de ser feliz, embasados num elo inicial de fundar um lar e o desejo
que tínhamos de nossos passos serem guiados por DEUS
Ao chegar em casa,
Thede me surpreendeu com um beijo! Fiquei contente, muito feliz. Íamos às
festas dos universitários.
Gostávamos de
passear na praia, apreciar a linda e exuberante natureza, conversar sobre as
incertezas do nosso futuro, “mas se nos amarmos o suficiente para lutar,
conseguiremos realizar nossos ideais. Vale a pena lutar e assim que os
problemas aparecem, saberemos lidar com eles, com a ajuda de DEUS PAI”.
Éramos jovens,
estávamos apaixonados de maneira séria e contemplativa. Pouco tempo de
convívio; não importava, correspondíamos através de cartas.
Maravilhávamos com
a beleza da folhagem de outono, ríamos com as garças, e com as gaivotas
mergulhando e voltando com os peixes nos bicos afiados. Cruzando os horizontes
Thed cantava para mim “FOLHAS DE OUTONO”.
Sabíamos que
passaríamos por várias provações, pouco dinheiro, mas o principal estava
conosco, o AMOR. Deus jamais abandona Seus filhos, tínhamos FÉ.. Assim, os
acontecimentos do futuro, vêm para o presente e se ELE demora em atender, tem
um propósito: endurece nossa fibra espiritual através da espera e Suas demoras
são sempre propositadas. ”Quando se tem fé mesmo do tamanho de uma mostarda,
nada será impossível” Nosso LAR seria abençoado por DEUS.
ESPOSA, MÃE, AMIGA,
COMPANHEIRA
Bem-humorada, não
faço tempestade em copo d’água. “É melhor ser alegre, que triste. Alegria, é a
melhor coisa que existe”.
Escolhi ser MÃE,
dona de casa, ser Professora. Fiz concessão todo o tempo: a vida é isso: sempre
nos coloca diante de escolhas para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Sou a pessoa que olha a metade cheia do copo; eu me apego a quanto ainda tem,
não a quanto já foi.
Cuidar dos filhos
sem descuidar do marido, do trabalho é gratificante. A mulher tem um LAR, uma
profissão, filhos, marido, trabalhos. Cuidar da casa, viajar com o marido, faz
parte da vida bela que os Céus nos oferecem.
CASAMENTO
DURADOURO, “BODAS DE OURO” 50 anos de bem-casados! Continuamos cedendo,
continuamos nossa batalha. NÃO TENHO MEDO DO FANTASMA da idade, nem de perder a
beleza; tenho astral elevado, procuro manter auto-estima, uma energia
contagiante e positiva muita Fé no DIVINO PAI ETERNO, o nosso amado Criador, A
quem agradeço pelo dom precioso da FÉ. TENHO MAIS DO QUE JAMAIS PENSAVA TER,
nem nos momentos de sonho. Tenho a vida verdadeira, feliz! Obrigada Pai,
obrigada meu amado DEUS pelo marido maravilhoso, pelos filhos amáveis, pela
vida e por não me esquecer dos amigos. Mais uma vez, obrigada, muito obrigada
SENHOR!
O VERDADEIRO AMOR
Muito linda essa
Historia!
“Um famoso
professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.
Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível
acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste
monotonia do matrimônio. O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes
contou a seguinte história: Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã,
minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um infarto. Meu pai
correu até ela, levantou-a como pôde e, quase se arrastando, a levou até a
caminhonete. Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou,
infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava
o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou!
Eu e meus irmãos
tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados. Na hora
do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com
sentida emoção:
- Meus filhos,
foram 55 bons anos… Ninguém pode falar do amor verdadeiro, se não tem idéia do
que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.
Ele fez uma pausa,
enxugou as lágrimas e continuou:
- Ela e eu
estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília
quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver
nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes
queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos
apoiamos na hora da dor, e perdoamos nossos erros… Filhos, agora ela se foi e
estou contente. E vocês sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim, e não
teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha
partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso.
Eu a amo tanto, que não gostaria que sofresse assim.
Quando meu pai
terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de
lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: “Está tudo bem, meus
filhos, podemos ir para casa.”
E por fim, o
professor concluiu: “Naquele dia, entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito
além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao
trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas”
Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam
argumentar, pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro
amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias. O
verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse
sobre a pessoa amada.
“Quem caminha
sozinho, pode até chegar mais rápido. Mas aquele que vai acompanhado, com
certeza, chegará mais longe, e terá a indescritível alegria de compartilhar
alegria… Alegria esta que a solidão nega a todos que a possuem”.
Marilu Tourinho
Damos graças a Deus
por chegarmos aos 55 anos de casamento (em 2016) ainda com saúde e vigor. Meu
esposo com 79 anos e eu com 77 mas com boa saúde e com aparência de 10 a até 15
anos menos, segundo médicos, e por termos, transferirmos essa herança genética
aos quatro filhos (dois casais) e aos sete netos (três netas e quatro netos),
todos bonitos, sadios e inteligentes.
“QUISÉRAMOS NÓS PODER CONTAR AS
GRANDES BÊNÇÃOS QUE DE DEUS RECEBEMOS PARA CHEGARMOS A ESSE DIA E,
SE CHEGAMOS, FOI PORQUE COM MÃOS
FORTES
ELE NOS SUSTENTOU”