Por THEODIANO BASTOS
Rede social de Elon Musk é bloqueada em outros países
além do Brasil, onde a plataforma começou a ficar indisponível neste sábado
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A suspensão do X vale até que a plataforma cumpra todas as decisões do STF, pague as multas — que
já somam R$ 18,3 milhões — e indique um representante no
país.
Conheça os países em que o X é bloqueado.
China
Na China, o acesso ao X, antigo Twitter, foi bloqueado em
2009, poucos dias antes do 20º aniversário da sangrenta repressão na Praça
Tiananmen, a Praça da Paz Celestial.
Na ocasião, antes do amanhecer de 4 de junho de 1989,
tanques invadiram a Praça Tiananmen, no coração de Pequim, para reprimir
semanas de protestos de estudantes e trabalhadores.
O acesso ao provedor Hotmail também foi bloqueado em
2009.
A China mantém uma vigilância constante da internet,
inclusive das redes sociais chinesas. Relatos de prisões de usuários após
críticas contra o governo em postagem nas redes sociais são comuns no país.
Mianmar
Também na Ásia, o regime militar de Mianmar expandiu
a repressão das ruas para internet ao tomar o poder em fevereiro de 2021.
Dias depois do golpe de Estado, o Ministério dos
Transportes e Comunicações de Mianmar ordenou que os provedores de internet
bloqueassem o acesso ao X, na época Twitter, Instagram e o Facebook, segundo a
empresa norueguesa Telenor, que oferece serviços móveis no país.
Na época, o Twitter disse em nota que estava
“profundamente preocupado” com o pedido. “Isso prejudica o diálogo público e os
direitos das pessoas de fazerem ouvir suas vozes”, disse um porta-voz da
empresa em comunicado à CNN Business.
De acordo com um relatório da Agência de Direitos
Humanos da ONU, de 2022, os provedores de telecomunicações sofrem forte pressão
para entregar os dados dos utilizadores à polícia e aos militares.
“A falta de conectividade em grandes partes do país
também representa um desafio aos funcionários da ONU, que dependem de provas
contemporâneas de violações dos direitos humanos”, afirma o relatório.
Irã
O Twitter e o Facebook são banidos no Irã desde 2009, quando a população tomou as ruas em
protestos que ficaram conhecidos como a Revolução Verde. A preocupação do
regime era que as manifestações se ampliassem e se tornassem mais organizadas.
Em 2013, por um erro técnico, as duas redes sociais
tiveram os bloqueios suspensos, mas voltaram a ser banidas horas depois.
De acordo com o próprio X, o Irã continua a bloquear
o acesso ao X a usuários comuns.
Coreia do Norte
A Coreia do Norte é uma das nações mais fechadas
quando se fala em acesso a sites e plataformas ocidentais.
Segundo a Voz da América, uma agência de notícias
patrocinada pelo governo dos Estados Unidos, a Coreia do Norte anunciou
oficialmente em 1º de abril de 2016 que bloqueou websites como YouTube,
Facebook, Twitter, a Voz da América e vários outros sites de mídia
sul-coreanas.
O país disse, ainda, que sites de jogos, “sexo e
sites adultos” foram bloqueados. Poucos norte-coreanos têm acesso à Internet,
mas, anteriormente, moradores estrangeiros e visitantes conseguem acessar
páginas da web com quase nenhuma restrição.
A estimativa é que mais de 2 milhões de
norte-coreanos usem telefones celulares, mas, com poucas exceções, o acesso à
Internet é limitado a funcionários, técnicos ou outros que têm permissão
especial para usá-la, geralmente sob supervisão rigorosa.
Rússia
A autoridade de comunicação do governo da Rússia anunciou,
em março de 2022, o bloqueio do Twitter e das plataformas da Meta, empresa dona do
Facebook e do Instagram. O bloqueio ao acesso às redes sociais aconteceu após o
início da guerra contra a Ucrânia, em fevereiro do mesmo ano.
A agência estatal de notícias russa, a Tass, informou
que mesmo após a compra do Twitter por Elon Musk e a mudança de domínio e do
nome da plataforma para X, o Serviço Federal Russo de Supervisão de
Comunicações, Tecnologia da Informação e Mídia de Massa não viu motivos para
desbloquear o acesso ao X.
Turcomenistão
No Turcomenistão, país da Ásia Central, que divide
fronteiras com o Cazaquistão, o Afeganistão, o Irã e o Uzbequistão, o governo
mantém um controle rigoroso de toda imprensa e da internet. Os cidadãos não têm
acesso a fontes de informação mundiais na web e correm o risco de serem
multados se tentarem usar acesso via VPN. O acesso à informação é feito por
agências de notícias ligadas ao governo. A mídia independente ou de oposição
opera a partir do exterior.
Venezuela
“Assinei um documento com a proposta feita pela
Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela) que decidiu
desativar a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, durante dez
dias da circulação da Venezuela para que eles apresentem suas documentações”,
disse Maduro, um encontro com seus apoiadores, televisionado pela mídia
estatal.
rede social.
Segundo o presidente venezuelano, o bilionário e sua
rede violaram “todas as leis da Venezuela”, “incitando o ódio, o fascismo, a
guerra civil, a morte, ao enfrentamento dos venezuelanos”.
Até o momento, a rede social continua bloqueada aos
venezuelanos. O governo chavista argumenta que aguarda a empresa indicar um
representante legal no país para que aceite as leis venezuelanas.
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