quinta-feira, 28 de julho de 2016

WHATSAPP, FACEBOOK, YOUTUBE E O SUBMUNDO DO CRIME E DO TERRORISMO



Redes marginais: o submundo do Facebook, do WhatsApp e do Youtube
Apps e sites vivem um paradoxo: oferecem mais privacidade aos usuários, mas ficam vulneráveis ao uso por criminosos, que se sentem seguros para delinquir

Por Jennifer Ann Thomas
 
A bandidagem já não ocupa somente a ‘internet profunda’, de acesso difícil; ela agora se sente à vontade na internet de todos nós.
Sendo uma atividade humana, o crime está onde o homem está — e, claro, está na internet. Sempre esteve, praticamente desde que a rede se tornou suficientemente rápida e extensa. Em abril passado, porém, uma novidade tecnológica, introduzida sem muito alarde, transformou a internet num terreno muito mais propício à criminalidade. Antes, o grosso de crimes como tráfico de armas, terrorismo e pedofilia ocorria na chamada deep web, a internet profunda, tão complexa que poucas pessoas costumam acessá-la. A internet comum, essa que as crianças e os adolescentes usam todo dia, era lugar de alguma criminalidade, como tráfico de drogas e roubo de carros, mas de forma velada, cifrada, discreta. Agora, os bandidos se sentem cada vez mais seguros para atuar na internet comum, a internet de todos nós. E, para isso, servem-se de instrumentos também mais populares, como o Facebook, o WhatsApp e, com menor intensidade, o YouTube. A grande diferença está na nova tecnologia.
Em 5 de abril, o WhatsApp, aplicativo usado por 100 milhões de brasileiros, resolveu instalar um novo mecanismo de segurança que tornou as mensagem trocadas na ferramenta praticamente invioláveis. A bandidagem logo percebeu. E está à solta como nunca. Não, isso não significa que as crianças e os adolescentes devem ser imediatamente afastados da internet e proibidos de usar o Facebook ou o WhatsApp. Significa, isto sim, que é preciso que pais, professores, familiares estejam alertas para os riscos do que pode acontecer num ambiente que, embora possa parecer higiênico, está escondendo cada vez mais sujeira.

Ao longo de seis semanas, VEJA mergulhou em aplicativos e redes sociais com o objetivo de detectar a ação dos criminosos. A reportagem encontrou casos anteriores à instalação do novo mecanismo de segurança do WhatsApp e também posteriores. O resultado é forte. VEJA localizou catorze traficantes de drogas atuantes no WhatsApp, tentando fisgá-los. Sete deles chegaram a dar início às negociações — que a reportagem, então, interrompeu, para não infringir a lei. VEJA também encontrou grupos que comercializam carros roubados, notas falsas e armas, tanto no WhatsApp quanto no Facebook. E ainda localizou vendedores ilegais de animais silvestres, cujas ofertas aparecem em diferentes ambientes digitais.
“Desde os 10 anos esse moleque rouba (…) e aconteceu isso aí (…). Numa situação dessas, mira na cara. É pra matar geral.” Essa autêntica sentença de morte, por exemplo, aparece em uma conversa estabelecida via Whats­App entre os integrantes de um grupo ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Na troca de mensagens, capturada neste ano pela Polícia Civil paulista, os marginais inicialmente lamentam a morte de um dos seus comparsas, num tiroteio, e, na sequência, recomendam assassinar os policiais que participaram da ação. Isso mostra como o aplicativo está se tornando a ferramenta predileta da bandidagem.
Sentindo-se seguros e blindados, os delinquentes nos ambientes digitais estão explorando o mesmo escudo protetor que as empresas dispensam aos seus usuários honestos. Quando a Justiça solicita, por meio de mandados, que as proprietárias dos serviços forneçam informações que possam levar à captura de traficantes de drogas e armas ou mesmo pedófilos, depara com uma posição intransigente de recusa. Para os gigantes da web, o fundamental é resguardar a privacidade do cliente. Pouco importa se esse “cliente” é um criminoso. Defende o americano Mark Khan, advogado-geral do WhatsApp: “Priorizamos nossos usuários. Por isso, adotamos sistemas cada vez mais avançados de proteção de dados”. Com reportagem de Talissa Monteiro


quarta-feira, 27 de julho de 2016

PADRE DEGOLADO EM PLENA MISSA



Padre Hamel, um sacerdote aposentado que ainda ajudava a igreja
O padre de 86 anos foi degolado por dois jihadistas quando rezava uma missa
Atentado na França: O padre Hamel era auxiliar na paróquia de Saint-Etienne-du-Rouvray. AP
Jacques Hamel, nascido em 1930 em Darnétal, uma pequena localidade na França, foi nomeado padre em 1958 e em 2008 celebrou seu jubileu de ouro, ou seja, 50 anos dedicados à vida religiosa. O padre foi uma das vítimas de mais um atentado contra o país nesta terça-feira: ele foi degolado por terroristas que se autoproclamaram membros do Estado Islâmico, quando celebrava uma missa em uma igreja na Normandia, norte da França. Ao menos outras quatro pessoas foram feitas reféns pela dupla (morta na sequência pela polícia), sendo que um dos reféns ficou ferido com gravidade.
O padre Hamel trabalhava na paróquia de Saint-Etienne-du-Rouvray, onde era muito querido pela população, segundo relatos dados à imprensa local. Aos 86 anos, era ele quem celebrava a missa quando o padre Auguste Moanda-Phuati, à frente da paróquia, não estava disponível, como na manhã desta terça.
"Era um padre valente para a sua idade. Os padres têm direito a se aposentar aos 75 anos, mas ele preferiu seguir trabalhando a serviço da população porque sentia que ainda tinha forças para continuar", disse o padre Moanda-Phuati ao diário francês Le Figaro. "Era muito querido, era um homem bom, simples, sem extravagâncias. Nos beneficiamos muito de sua experiência e sabedoria na paróquia Saint-Etienne. Dedicou quase toda a sua vida às pessoas", complementou.
"Sempre estava presente para celebrar batizados, casamentos, funerais e para se reunir com as pessoas. Era um homem muito ativo", completou o vigário geral da diocese de Rouen, Philippe Maheut, à qual pertencia a paróquia alvo dos terroristas, em entrevista à rede France24.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

PERDOAR A SI MESMO E REPARAR OS MALES COMETIDOS



Recuam e reparam os males cometidos
Perdoar a si mesmo é mais urgente que perdoar ao próximo.
Se você não perdoar a si mesmo, como vai ter condições de perdoar a quem quer que seja? Se não perdoar seus próprios erros, suas próprias faltas, como conseguirá perdoar os erros e faltas alheias? Perdoe primeiro a si mesmo, logo, urgentemente, se possível ainda hoje, pois ninguém merece viver carregando culpas velhas de erros cometidos no passado. Não faça essa injustiça consigo mesmo, perdoe-se!

Perdoar a si mesmo é necessário
O sentimento de culpa age como autopunição, mas a autopunição só é válida quando lhe faz querer reparar o mal cometido. Para chegar a esse ponto, você deve passar pelo estágio do remorso, que é o reconhecimento do mal realizado e consequente sofrimento; e do arrependimento, que é a ânsia de reparar ou compensar o mal que foi causado por você. Se você já passou desse ponto, a autopunição não tem mais serventia para você. É um peso morto. Se você não chegou a arrepender-se, não acha que seja necessário reparar ou compensar o mal que causou, talvez esteja entrando ou já entrou num processo de vitimização e autopiedade. Reconheça seus erros, levando em conta que muitas vezes erramos tentando fazer o que nos parece melhor em determinadas circunstâncias.
Reconheça seus erros, reveja os sentimentos e valores que o levaram a cometer deslizes e adotar comportamentos errados, abra-se consigo mesmo. Você certamente já se deu conta disso, mas não custa perguntar: Você já se deu conta de que você mesmo é sua única companhia obrigatória? Que você vai acompanhar você para o resto dessa vida e para além dela, para sempre? Você já percebeu que você está com você em todos os momentos da sua vida, bons e maus, aproveitando os benefícios e sofrendo os malefícios? Se importe mais consigo mesmo. Respeite mais a si mesmo. E, acima de tudo, seja seu melhor amigo! Abra-se consigo mesmo, conte de seus velhos medos, de suas vergonhas, fraquezas que só você conhece. Cure essas feridas, seja amoroso consigo. Você precisa de você.
Perdoe-se! Faça as pazes com você, e comece já a mudar seu padrão de pensamentos e sentimentos. Controle seus pensamentos, eles são determinantes para o que você faz de você. Ame mais, comece por amar a você mesmo. Se não amar a você, como vai amar a seu próximo? Devemos amar o próximo como a nós mesmos, e devemos amar muito ao nosso próximo. Isso quer dizer que você deve amar-se muito, muito mesmo. Devemos perdoar ao próximo: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” A quem você acha que está pedindo para perdoar as suas ofensas do mesmo modo que você perdoa a quem o ofendeu? Quem você acha que julga seus erros e ofensas? Deus? Não, Deus não julga, essa parte compete a nós mesmos, manifestações de Deus que somos.
Somos nós que nos julgamos, somos nós que nos condenamos e somos nós que na maioria das vezes nos esquecemos de nós mesmos no fundo do cárcere da autopunição. Depois de já ter cumprido a pena a que inconscientemente nos impomos, ficamos esquecidos na masmorra suja do remorso inútil esperando por nossa própria clemência. Então tenha consideração por você mesmo, reveja seus conceitos, tome mais cuidado com suas atitudes para com você mesmo e para com o próximo. Acima de tudo, seja um vigilante atento dos seus pensamentos. Conduza seus pensamentos para o lado positivo das coisas, pois tudo na vida tem seu lado bom, quando queremos vê-lo. É muito importante que você perdoe ao próximo. Na verdade, é imprescindível. Mas antes disso, perdoe a si mesmo. Já está mais do que na hora, por Morel Felipe Wilkon.