Por THEODIANO BASTOS
Mortos em megaoperação no RJ: governo confirma 121 óbitos, 4 policiais e 117 suspeitos
No dia seguinte à operação, moradores afirmam ter encontrado mais de 70 corpos em área de mata. Secretário da Polícia Civil fala em 63 corpos.
Corpos foram encontrados em região de mata no
Complexo da Penha na manhã desta quarta-feira (29/10); balanço oficial do
governo falava em 64 mortos
A Praça da Penha, na zona Norte do Rio, amanheceu com uma fila de corpos estendidos em uma lona na manhã
desta quarta.
Segundo ativistas e moradores, mais de 60 corpos
foram retirados pelos próprios cidadãos de uma região de mata do Complexo da
Penha durante toda a madrugada. O número atualizado de mortos não consta no
saldo oficial do governo do Rio de Janeiro, que disse na terça (28) que a
operação havia sido finalizada com 64 mortos.
O que sabemos sobre operação
A Operação Contenção foi uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de
Janeiro, realizada nessa terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da
Penha, na Zona Norte da capital fluminense.
A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das
forças estaduais de segurança, foi resultado de mais de um ano de investigação
conduzida pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o
Governo do Estado, o objetivo principal era combater a expansão territorial do
Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra
integrantes e lideranças criminosas do CV.
Entre os alvos, 30 seriam membros da facção oriundos
de outros estados, com destaque para o Pará, que estariam escondidos nessas
comunidades.
Operação mais letal da história
A Operação Contenção se tornou a mais letal da
história do estado do Rio de Janeiro, totalizando, segundo o balanço oficial do
governo, 64 mortos. O saldo final incluiu 60 suspeitos de crimes e 4 policiais
mortos (dois policiais civis e dois policiais militares do Bope).
Além dos mortos, 81 pessoas foram presas, incluindo
Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, que é apontado como o
operador financeiro do CV no Complexo da Penha e braço direito do chefe do
Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, vulgo "Doca" ou
"Urso".
A operação resultou na retenção de 93 fuzis, um
número que superou os balanços mensais de apreensão dessa arma em quase todos
os meses do ano, ficando próximo do recorde histórico.
O dia da operação foi marcado por intensos tiroteios,
com drones policiais registrando criminosos fortemente armados
fugindo em fila indiana pela mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.
Em resposta à atuação policial, criminosos do CV
também utilizaram tecnologia, sendo flagrados arremessando bombas em uma
comunidade através de um drone. O suporte logístico da polícia incluiu, além
dos drones, dois helicópteros, 32 blindados e 12 veículos de demolição.
A megaoperação gerou "caos" na cidade, com
escolas municipais e estaduais fechadas, unidades de saúde suspendendo o
funcionamento inicial, e linhas de ônibus tendo seus itinerários desviados.
Quase
metade do eleitorado acha que a situação da segurança pública no Brasil piorou
desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo para o seu
terceiro mandato, segundo levantamento ...
SAIBA MAIS EM: https://veja.abril.com.br/politica/pesquisa-quase-metade-do-eleitorado-acha-que-seguranca-publica-piorou-com-lula/
- https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/rj/ex-capitao-do-bope-conflito-no-rj-e-quase-uma-guerra-civil/
- https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/rj/numero-de-mortes-em-megaoperacao-no-rio-passa-de-120-diz-defensoria/