FERNANDO SCHÜLER em seu artigo A Marcha da Insensatez,
publicado em VEJA, diz: “Para que tanta censura?”, começou perguntando Elon
Musk. Depois o caldo entornou. A bronca de Musk vem na sequência da revelação
dos Twitter Files, pelo jornalista Michael Shellenberger, e das denúncias que
todos de algum jeito conhecemos. O Estado brasileiro querendo dados de
usuários, para saber quem divulga esta ou aquela hashtag, censura a
parlamentares, desmonetização e apagamento de contas e das denúncias que todos
de algum jeito conhecemos. O Estado brasileiro querendo dados de usuários,
para saber quem divulga esta ou aquela hashtag, censura a parlamentares...
O
problema é que as perguntas, alertas e denúncias de Musk incomodam.
Choque de culturas significa o seguinte: não há
“delito de opinião”, na tradição americana. Diferentemente do que acontece por
aqui. Vimos isso ainda agora, quando a Justiça americana negou a negou a
extradição do blogueiro Allan dos Santos.
Por vezes as pessoas me sugerem que não há muito
sentido em falar da tradição americana. Que somos brasileiros e que por aqui
temos outra visão sobre a liberdade de expressão.
Discordo. Não me consta que teríamos sido feitos para
o cangote. E, tanto lá como aqui, as leis vedam a censura prévia e não
reconhecem o delito de opinião. Também nós temos uma teoria de nossa Constituição,
filha dos anos 80 e de seu desejo de garantir a liberdade e limitar o poder. De
consagrar uma sociedade aberta, não a democracia de tutela em que vamos nos
convertendo.
A estranha democracia feita de agentes de Estado
bisbilhotando conversas no rádio, vídeos no YouTube, contas no Twitter e
bate-papos no WhatsApp.
Se esse será nosso destino ou se andamos apenas num
desvio de curso é a pergunta a que devemos responder. O fato é que nossa marcha da insensatez
já foi longe demais. São sobre isso, no fundo, os alertas que nos são dados,
por estes dias, aos quais deveríamos prestar atenção.
CRIMINOSOS PODEROSOS CONTRATAM HACKER E CONSEGUEM DESTRUIR A LAVA-JATO COM AJUDA DO
STF
Delgatti Neto ficou conhecido como o hacker da
"Vaza Jato", em 2019, quando invadiu celular de Moro e vazou
mensagens.
Vaza Jato foi o vazamento de
conversas realizadas através do aplicativo Telegram entre o então juiz Sergio
Moro, o então promotor Deltan Dallagnol e outros integrantes da Operação Lava
Jato. Leia
mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/fernando-schuler/a-marcha-da-insensatez-2