terça-feira, 24 de outubro de 2023

CATÁSTROFE HUMANITÁRIA EM GAZA

 


Por THEODIANO BASTOS

Papa faz apelo para evitar uma catástrofe humanitária em Gaza “Exorto os fiéis a tomar apenas um lado nesse conflito: o da paz”, disse o Papa Francisco

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestina criticou duramente o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas por não ter conseguido enfrentar a “catástrofe humanitária” em Gaza.

O ministério, que tem sede na Cisjordânia ocupada, afirmou que “o Conselho de Segurança da ONU está se afogando em ​​dois pesos e duas medidas miseráveis e carece de consenso mínimo sobre os seus deveres e responsabilidades relativos à catástrofe humanitária que se abateu sobre o nosso povo e que equivale à nova Nakba”.                                                                 

A Nakba refere-se ao deslocamento em massa de palestinos na década de 1940, quando o Estado de Israel surgiu.”

Em Gaza, a ONU afirmou que a água, os alimentos, o combustível, os medicamentos e até os sacos para cadáveres estão a acabar devido ao cerco. A ONU alertou que as pessoas – especialmente as crianças – começarão em breve a morrer de desidratação grave. Bairros foram destruídos e transformados em escombros completos. Os palestinos em busca de segurança não têm para onde ir. Muitos dos que se mudaram do norte de Gaza para o sul após a ordem de realocação do exército israelita foram bombardeados quando tentavam fugir ou quando chegaram ao sul de Gaza.

Os acontecimentos da última semana levaram-nos ao precipício de uma catástrofe humanitária e o mundo não pode mais esperar para agir. É nossa responsabilidade coletiva.

No domingo, 15 de outubro, o Coordenador Humanitário das Nações Unidas para o Território Palestino Ocupado apelou a todas as partes no conflito, e aos Estados-Membros da ONU com influência, para concordarem urgentemente com um cessar-fogo humanitário.

Hoje, unimos as nossas vozes e apelamos a todos os Chefes de Estado, ao Conselho de Segurança da ONU e aos atores no terreno, para que priorizem a preservação da vida humana acima de tudo. Durante este cessar-fogo, apelamos a todas as partes para que incondicionalmente:

1.   Facilitar a prestação de assistência para salvar vidas, incluindo alimentos, suprimentos médicos, combustível e a retomada da eletricidade e da Internet em Gaza, além da passagem segura do pessoal humanitário e médico

2.  Libertar todos os reféns civis, especialmente crianças e idosos

3.  Permitir que comboios humanitários cheguem às instalações da ONU, escolas, hospitais e instalações de saúde no norte de Gaza e comprometer-se a protegê-los, juntamente com os civis e o pessoal dentro deles, em todos os momentos

4.  Revogar ordens do governo de Israel para que civis deixem o norte de Gaza

5.  Permitir que pacientes em estado crítico sejam evacuados clinicamente para atendimento urgente

O Conselho de Segurança da ONU, o Secretário-Geral da ONU e todos os líderes mundiais com influência devem tomar medidas imediatas para garantir que um cessar-fogo entre em vigor. Continua a ser a nossa única opção para evitar novas perdas de vidas civis e catástrofes humanitárias. Qualquer coisa menos que isso será para sempre uma mancha na nossa consciência coletiva.

Os civis não são moeda de troca. As famílias precisam de uma oportunidade para enterrar e lamentar os seus mortos. O ciclo de violência contra civis inocentes tem de acabar.

SAIBA MAIS EM: https://www.oxfam.org.br/noticias/cessarfogoja-apelo-aberto-a-um-cessar-fogo-imediato-na-faixa-de-gaza-e-em-israel-para-evitar-uma-catastrofe-humanitaria-e-mais-perdas-de-vidas-inocentes/ -  https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/autoridade-palestina-culpa-conselho-de-seguranca-da-onu-por-nao-garantir-acesso-a-necessidades-humanitarias-basicas/ E https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2023/10/18/interna_internacional,1578230/papa-faz-apelo-para-evitar-uma-catastrofe-humanitaria-em-gaza.shtml

 

 

domingo, 22 de outubro de 2023

COMO LIDAR COM O ÓDIO ALHEIO


Por Celia Lima, Psicoterapeuta Holística,

Reflexões para não se contaminar e deixar de ser alvo de atitudes hostis

A frase “Deixa o ódio pra quem tem” foi atribuída ao compositor Chico Buarque de Holanda. É certo que, numa entrevista, ele disse “Você não deve ter raiva de quem tem raiva.” Não quero entrar no mérito nem no contexto em que ela foi dita, mas trata-se de uma frase que merece uma profunda reflexão sobre a forma de lidar com o ódio alheio.

Todos os seres humanos têm, em si, toda qualidade de sentimentos, dos mais nobres aos mais execráveis. Tudo o que nos é possível imaginar de bondade ou crueldade, está dentro de nós e, portanto, passíveis de serem exercidos.

Trata-se de fazer escolhas. Naturalmente, seria mais sábio escolher sentir e fazer coisas que nos deixassem confortáveis e a maioria, quero acreditar, sente-se confortável sentindo e fazendo coisas boas, aquelas que não magoam ninguém, que fazem com que o outro se sinta grato e feliz o que, certamente, também vai nos proporcionar uma sensação de bem-estar.

Quando nos incomodamos profundamente com atitudes advindas do ódio, de certa forma nos deixamos contaminar por esse sentimento. Afinal, perder longas horas ou minutos tentando entender o ódio alheio, nos remete imediatamente a esse sentimento. O que sabemos nós a respeito do que move as pessoas que odeiam?

Manifestações do ódio

O ódio se manifesta das mais diversas formas: no trânsito, quando um motorista fica com raiva porque o carro da frente atravessou o sinal e ele teve que ficar no vermelho, no supermercado, quando alguém chegou primeiro no caixa retardando sua passagem, na escola porque o professor considerou só a resposta errada, mas não o raciocínio todo do exercício, em casa, quando nos vemos obrigados a realizar tarefas rotineiras e assim por diante.

Mas pior que essa raiva rotineira, são as que se fixam na alma, as derivadas do rancor por um episódio familiar que ficou perdido no tempo, mas não na memória. Um certo rancor implantado por notícias que nos assaltam todos os dias, por fatos horríveis como guerras, abusos, estupros, injustiças sociais, violências e tudo o que infelizmente faz parte da natureza humana no que tange à destruição.

Essa dificuldade de elaborar o ódio que muitas vezes é desproporcional ao acontecimento e outras tantas vezes nem nos pertence, é o que desejo abordar.

Como lidar com o ódio e as pequenas raivas do dia a dia

Nossas “pequenas” raivas vão se acumulando ao longo da vida, desde que somos crianças. Normalmente as crianças ficam com raiva porque se sentem injustiçadas: ou levam uma bronca que sentem que não mereciam, ou ficam caladas por medo de apanhar dos pais, irmãos ou colegas, ou se ressentem porque queriam ir a algum lugar e foram impedidas.

Outras vezes sentem raiva porque não conseguem aceitar os limites impostos pelas circunstâncias: não podem ter determinado brinquedo, determinada roupa, determinado tênis ou outras coisas materiais. Sentem raiva ainda porque sofrem discriminação na escola e até mesmo em casa, odeiam sua aparência, sua voz, ou eventualmente suas limitações físicas.

Esse sentimento pode ir se desvanecendo ao longo da vida conforme vamos crescendo e amadurecendo, ou pode ir se cristalizando e se somando a outras “pequenas” raivas até que esse amontoado de acontecimentos se transforme numa raiva crônica, tornando a pessoa amarga, do tipo que destila ódio pelos poros, do tipo que não perde uma oportunidade para ferir através de palavras ou atitudes quem quer que lhe atravesse o caminho, até como forma inconsciente de tirar de dentro de si e devolver ao mundo as tantas hostilidades das quais foi alvo.

O que fazer com pessoas que sofrem de ódio crônico

As pessoas que sofrem desse ódio crônico, dificilmente experimentam alguma alegria, momentos de relaxamento e felicidade. Não conseguem compreender a felicidade alheia, são mau humoradas, ranzinzas, pessimistas, porque o ódio lhes tira o brilho, as impedem de desfrutar das delicadezas da vida. O melhor para essas pessoas, seria reconhecerem em si esse estado permanentemente odioso e buscar ajuda profissional, encontrar as raízes desse sentimento e trabalhar para compreender, dissolver e eventualmente perdoar a vida e a si mesmas, descobrindo que são capazes de extrair leveza de seus dias.

Mas e os que são alvo do ódio alheio? Como lidar com esse sentimento sem ficar procurando em si mesmo uma justificativa para ter “merecido” as farpas ou atitudes de pessoas que estão constantemente de mal com a vida?

Entenda como deixar de ser alvo do ódio alheio

Desenvolver o hábito de olhar para si mesmo e analisar sua atuação na vida pode dar uma clareza mais imediata  a respeito de tudo o que colhemos. Podemos começar por nos fazer algumas perguntas que irão demandar muita honestidade nas respostas e assim compreender nossa parcela de responsabilidade diante da hostilidade de alguém:

  • Qual minha real intenção quando faço perguntas íntimas ou pessoais para alguém?
  • Tenho intimidade suficiente para abordar essa pessoa?
  • Quero ajudar sinceramente ou quero apenas obter informações? Com que finalidade?
  • Acaso abordei um assunto sobre o qual já sei qual vai ser a reação? Busco irritar o outro porque acredito ter mais argumentos ou conhecimento sobre esse assunto?
  • Tento convencer a pessoa a pensar como eu penso? O que provoco no outro quando faço isso?

Devemos ter em mente que podemos ocupar o espaço que o outro nos concede, sem forçar a barra para ir além para não corrermos o risco de sermos invasivos ou inconvenientes.

Todavia, muitas vezes, mesmo tendo todos os cuidados, nos deparamos com aquela pessoa odiosa que está sempre pronta para uma resposta ríspida, uma atitude agressiva ou mesmo querendo exercer sobre nós aquele desprezo constrangedor.

“Deixa o ódio pra quem tem”

Muitas vezes temos dificuldade de nos desapegar das situações com as quais já estamos acostumados, porque infelizmente também nos acostumamos com o que não é bom. Entretanto, não paramos de reclamar do que não é bom! Livrar-se de maus tratos, seja em nível afetivo, nas amizades, no ambiente de trabalho e até mesmo entre pais e filhos, parceiros, grupos ou vizinhos é um dever! Porque ninguém mais que nós mesmos somos responsáveis por nosso bem-estar interior.

Querer entender o ódio que move algumas pessoas é um desgaste inútil de energia. Ter raiva de quem tem raiva é igualmente inútil e nos fará semelhantes a eles! Melhor será utilizar essa energia para promover um afastamento seguro e saudável dessas pessoas. Melhor não querer dar a última palavra, melhor aceitar que não temos controle sobre ninguém, não temos poder sobre o outro!

Quando nos afastamos, não será estranho que uma sensação de perda nos percorra. Mas aos poucos vamos compreendendo que a paz que se instala quando optamos por deixar ir de nossas vidas tudo o que nos fere, é um sentimento precioso e renovador.

“Deixa o ódio pra quem tem.” Construa você seu nicho de aconchego entre os que podem oferecer o que você deseja obter nas relações!

SAIBA MAIS EM: https://www.personare.com.br/conteudo/como-lidar-com-o-odio-alheio-m30615

 

sábado, 21 de outubro de 2023

IX SIMPÓSIO DE NEUROENGENHARIA NO INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIA, AGRACIADOS

 


Por THEODIANO BASTOS

O IX Simpósio de Neuroengenharia, reunindo pesquisadores de 10 nacionalidades, realizado no INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIA  em Natal/RN realizado de 16 a 19/10/23, informa os trabalhos premiados.

“Ganhamos 6 Premiações no Simpósio, os de melhor trabalho e melhor inovação científica” diz o Prof. Teodiano Bastgos Filho:

Foram premiados os trabalhos de Sheida Mehrpour, iraniana e dos colombianos Aura Ximena González Cely, Cristian Felipe Blanco Díaz e Cristian David Guerrero Méndez, meus alunos na UFES, diz o Prof. Teodiano Bastos

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

EXISTE SOLUÇÃO PARA O CONFLITO ISRAEL E PALESTINA?


Centro de Tel Aviv, Praça RABIN com monumento negro no local do assassinado

Por THEODIANO BASTOS 

O EPICENTRO DA CRISE É A FAIXA DE GAZA, um enclave no território de Israel, pois fica a 115 km de distância da Cisjordânia para formar a Palestina. Um complicador muito sério para qualquer acordo de paz.

A Faixa de Gaza é um estreito território localizado no Oriente Médio. Com aproximadamente 41 km de extensão e largura que chega a até 12 km, a Faixa de Gaza possui área de 365 km² e uma população de 2,1 milhão de habitantes a mais densamente povoada no mundo. 50% de sua população tem menos de 18 anos.

 Localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste e com Israel no leste e no norte.  

E para complicar, NETANYAHU, atual primeiro-ministro de Israel, liderou e até sabotou o acordo de paz de YATZAK RABIN, assassinado no dia 4 de novembro de 1995, com dois tiros nas costas, após participar de uma manifestação que reuniu 100 mil pessoas pela paz no centro de Tel Aviv. Em 4 de novembro de 1995, Rabin discursou para 100 mil israelenses na praça de Tel Aviv que hoje leva seu nome, pedindo que seus compatriotas apoiassem os Acordos de Oslo – tratados provisórios que abririam caminho para uma solução de dois Estados. "O caminho da paz é preferível ao caminho da guerra", disse o político, então. Enquanto se dirigia para o carro, ele foi baleado duas vezes, à queima-roupa, pelo ultranacionalista Yigal Amir, um estudante de direito de 25 anos, condenado a prisão perpétua. Rabin morreu no hospital.  

Liderado pelo presidente dos Estados UnidosBill Clinton, os acordos se comprometiam a unir esforços para a realização da paz entre os dois povos. Estes acordos previam o término dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel do sul do Líbano e a questão do status de Jerusalém.

Opressão histórica contra palestinos gerou crise

Em resposta ao ataque surpresa, Israel anunciou um “cerco total” — deixando sem eletricidade, sem alimentos e sem combustível a população na Faixa de Gaza, território onde vivem 2,5 milhões de palestinos. Nos últimos dias, os bombardeios no território também aumentaram, atingindo até escolas administradas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Sem energia, hospitais na região funcionam com geradores.

Aniversário do assassinato do premiê israelense e Prêmio Nobel da Paz transcorre em meio a nova onda de violência entre Israel e palestinos. Cidadãos dos dois lados cada vez mais céticos quanto a solução de dois Estados.Yitzhak Rabin foi um comandante que participou da Guerra de Independência de Israel e mais tarde se tornou chefe do Estado-Maior mas, como primeiro-ministro, era a favor de que o país se retirasse da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, para manter seu caráter judeu e democrático.

Em 1994, Rabin, Shimon Peres e o presidente da Organização para Libertação da Palestina, Yasser Arafat, receberam o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços pela paz na região.

Uma sondagem realizada pela Universidade de Tel Aviv em outubro revelou que quase metade dos judeus israelenses e mais de metade dos cidadãos israelenses árabes acreditam que a solução de dois Estados está morta. Os palestinos da Cisjordânia e em Gaza são ainda mais céticos, segundo pesquisa realizada em setembro pelo Palestinian Center for Policy and Survey Research. Dois terços dos entrevistados consideram impossível uma solução de dois Estados, 51% se opõem à ideia.

"Meu pai me levava para Gaza para pegar mercadorias para a loja de móveis dele." Hoje, Gaza é um enclave isolado, governado pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas e bloqueado por Israel e o Egito.

SAIBA MAIS EM: https://www.dw.com/pt-br/legado-de-yitzhak-rabin-se-dilui-20-anos-ap%C3%B3s-sua-morte/a-18825918 E https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/10/13/existe-solucao-para-o-conflito-israel-e-palestina-especialistas-opinam.ghtml

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

DOIS ESTADOS, EXTREMISTAS JUDEUS E PALESTINOS SABOTAM

 



Por THEODIANO BASTOS

Na noite de 4 de novembro de 1995, Yitzak Rabin foi assassinado por Yigal Amir, um extremista de direita que se opôs à assinatura dos Acordos de paz de Oslo.

Acordos de Oslo: por que palestinos dizem que tratado de paz com Israel foi um erro?

O acordo de paz gerou a Autoridade Palestina (AP), criada para garantir um governo autônomo provisório durante apenas cinco anos, enquanto as negociações avançariam para resolver questões importantes pendentes sobre o conflito.

“Com restaurantes vibrantes, centros comerciais movimentados e novas construções constantemente em curso, Ramallah tornou-se símbolo da Autoridade Palestina.

Desde 1993, quando o primeiro de um par de acordos conhecidos como Acordos de Oslo foi assinado no jardim da Casa Branca, o dinheiro de doadores estrangeiros começou a fluir para a cidade da Cisjordânia, ao norte de Jerusalém.

Apesar do colapso das negociações de paz, a AP permanece ativa, mas vem perdendo legitimidade.

Os acordos de Oslo foram uma série de acordos na cidade de Oslo, na Noruega, entre o governo de Israel e o Presidente da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, mediados pelo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.                                                     SAIBA MAIS EM:  https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/09/18/30-anos-dos-acordos-de-oslo-por-que-palestinos-dizem-que-tratado-de-paz-com-israel-foi-um-erro.ghtml  E https://www.bbc.com/portuguese/articles/cz4g507l8lgo

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

CURSO DE NEUROENGENHARIA EM NATAL/RN



 Por THEODIANO BASTOS

Após terminar o curso de Engenharia Biomédica em  Kukamacho, no Japão, durante 150 dias, o Cientista Teodiano Bastos Filho inicia o curso de NEUROCIÊNCIA NO INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIA  em Natal/RN realizado de 16 a 19/10/23, durante o Simpósio de Neuroengenharia, reunindo pesquisadores de 10 nacionalidades

               

 O  INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIA foi montado com recursos do Banco Safra, através do Instituto Edmond e Lily Safra, pelo renomado cientista Miguel Nicolelis, (Miguel Ângelo Laporta Nicolelis), médico e cientista brasileiro,que realiza  pesquisas na área de Neurociência na Universidade Duke (DurhamEstados UnidosAtualmente é professor titular do Departamento de Neurobiologia e Co-Diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University EUA),, no campo de fisiologia de órgãos e sistemas. Seu objetivo é integrar o cérebro humano com máquinas (neuropróteses ou interfaces cérebro-máquina) Suas pesquisas desenvolvem próteses neurais para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia corporal a mesma área de atuação do cientista Teodiano Bastos Filho, da UFES.   

 

domingo, 15 de outubro de 2023

DROGAS DIGITAIS, A INTERNET É UMA DROGA

 

Por THEODIANO BASTOS

ANNA LEMBKE, de ‘Nação Dopamina’: “A internet é uma droga”

A respeitada psiquiatra americana diz que as redes agravaram o drama social do vício — e faz um alerta sobre a liberação da maconha

A psiquiatra americana Anna Lembke, de 55 anos, é uma das mais respeitadas especialistas em dependência química da atualidade. Professora da Universidade Stanford e chefe de uma clínica da instituição voltada para o estudo do tema, ela se tornou popular ao falar de vícios e transtornos de saúde mental de forma simples, acessível e esclarecedora.

Nesta entrevista a VEJA, Lembke fala sobre os perigos das chamadas “drogas digitais” (com as redes sociais à frente), os receios quanto à liberalização da maconha e dos psicodélicos — e as implicações sociais de viver em um mundo que estimula a busca por prazeres artificiais.

Em Nação Dopamina, a senhora aborda os vícios de maneira abrangente. Qual a ideia fundamental que norteia sua análise?

Qualquer pessoa pode desenvolver um vício. Na era moderna, é fácil perceber esse problema, porque sabemos muito bem que os celulares, a internet e as mídias digitais são drogas potentes. Elas ativam os mesmos circuitos que as drogas mais tradicionais, como o álcool. Isso significa que liberam dopamina — nosso neurotransmissor de prazer — no sistema de recompensa do cérebro. Quanto mais dopamina liberada, mais viciante é a experiência.

Por que ainda há enorme estigma sobre o vício?                                                                 

As sociedades estigmatizam certas condutas para impedir que as pessoas se envolvam em discussões comportamentais. Quanto à adição, o estigma se tornou tão extremo que culpamos e marginalizamos um segmento cada vez maior da sociedade, quando deveríamos atribuir isso ao mundo que temos criado, onde quase tudo pode se tornar uma droga. Tudo é mais acessível, mais abundante. Em vez de ver a dependência como um problema de força de vontade ou caráter, devemos pensar como uma enfermidade que resulta da incompatibilidade entre nosso maquinário neurológico ancestral e o mundo de hoje. É um problema de saúde pública. “Não vejo como algo irracional conceituar um smartphone como semelhante a um maço de cigarros, em termos de potencial viciante.                                                                                                  

Todas as escolas primárias deveriam abolir os celulares”

Quem são as pessoas mais vulneráveis às drogas digitais? 

A maioria de nós consegue perceber que estamos em um vórtex e se autocorrigir, mas de 10% a 15% da população acabará com dependências potencialmente prejudiciais a essas tecnologias, e necessitará de intervenção profissional. Ainda não temos certeza de quais são os fatores de risco preexistentes, mas é possível que sejam alguns dos mesmos que se aplicam às drogas tradicionais, como ter um pai ou avô biológicos que lidam com o vício. Outros fatores são a pobreza e o desemprego.

Nosso apego às redes sociais pode estar ligado ao aumento de doenças mentais?

Nos últimos vinte anos, vimos um número crescente de pessoas lutando contra a ansiedade, a depressão e, especialmente nas Américas, aumento nas taxas de suicídio...

Quais as consequências a longo prazo desse tipo de dependência?

Já estamos vendo as consequências, com taxas recordes de jovens com depressão, ansiedade, automutilação, desatenção, sensação de perda de significado e propósito, e até transtornos de personalidade. A boa notícia é que muitos estão percebendo que o tempo que passam no mundo virtual está, na verdade, piorando suas vidas, e estão gradualmente se desconectando.                                      

LEIA MAIS EM: https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/anna-lembke-de-nacao-dopamina-a-internet-e-uma-droga